Always! escrita por Srt Dubs


Capítulo 17
Capítulo 17 - Uma visita amiga!


Notas iniciais do capítulo

Quem narra esse capitulo é a Marina... Espero que gostem...



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Acordei sem nenhuma dor no meu pulso e agradeci mentalmente a tal Sarah Marfini que tanto havia me ajudado, na noite passada. Sem ela eu teria tido alguns gastos extras de energia e de tempo.

Ainda deitada fiquei pensando na performance da misteriosa Sarah que de alguma forma me parecia tão familiar. Tentei vasculhar minha mente, mas não me lembrava de ter trabalhado com alguém como ela.

- Só há um jeito de saber... – Abri meu notebook e procurei em um site de pesquisas pelo nome dela, mas é claro que não encontrei nada. – Ok, ela não é uma civil, então talvez encontre algo entre os agentes...

Joguei o nome dela em todos os programas de reconhecimento da CIA, mas não tinha nada sobre minha ajudante misteriosa e isso me deixou ainda mais inquieta. Não sabia porque estava me importando já que provavelmente nunca mais a veria. Coloquei o computador de lado e me levantei para ir tomar café.

Abri minha gaveta de cabeceira e retirei meu cordão de prata com pingente de rosa, um presente especial que ganhei de um amor antigo. Peguei também o anel que minha mãe costumava usar, eu e meu pai havíamos dado para ela que costumava dizer que ao usa-lo a sorte sempre a acompanhava. Eu não acreditava muito em sorte, tinha em mente que nós é que devemos saber aproveitar as oportunidades com sabedoria, ao invés de esperar pela tal sorte.

Saí de casa e caminhei até a esquina onde era a padaria Sallute de um italiano falador que fazia questão de falar comigo sempre entrava lá. Para não quebrar a rotina ele apareceu assim que me sentei para tomar café.

- Boun giorno, senhorita! – disse risonho, era sempre assim, alegre e comunicativo.

Era um homem bonito e charmoso, não devia ter mais de 40 anos, apesar de alguns fios brancos em seu cabelo escuro, tinha uma barba bem aparada que combinava muito com sua aparência.

- Bom dia, Antoni! Como vai você? – ele se sentou como se ao perguntar sobre sua vida estivesse convidando-o a se sentar, eu o achava muito simples e engraçado, por isso não me importei.

- Muito bem! – ele seguiu dizendo como o céu estava lembrando a ele a cidade de Napoli no sul da Itália que apesar de bem populosa era sempre linda e tranquila como aquela manha.

- Nossa! Pelo o que está me dizendo era uma cidade bem legal, por que veio para o Brasil? – eu já havia terminado meu café, entretanto achei a conversa bem interessante e dei continuidade a ela.

- Minha família se mudou para o Brasil, eu tinha 20 anos e vim com eles... – Isso explicava o sotaque ainda presente em sua fala, Antoni percebeu que eu já havia terminado e se despediu com um aceno.

- Até mais, Antoni! – eu disse indo pagar a conta.

Mais tarde eu estava escrevendo em meu caderno de anotações quando ouvi:

- Marina! – era o Arthur no monitor no computador – Você está por aí?

- Oi, Arthur, o que houve? – eu perguntei voltando minha atenção para o notebook.

- Como foi a missão? – Arthur perguntou com o mesmo olhar sério, embora preocupado, que me dirigia sempre que terminava uma missão.

Arthur Ludet, meu chefe, era o responsável pela CIA na região de New York, era também um ótimo amigo. Eu o havia conhecido logo quando entrei na CIA, ele já tinha algumas missões a mais que eu e por ser muito bom estrategista foi promovido.

- Foi tudo tranquilo como sempre, mas você sabe o quanto esses casos menores me atrapalham...

- Sinto muito! Infelizmente é o único meio de te manter aí enquanto prossegue sua busca pelos Hyuga. – Arthur tinha razão, a culpa era toa minha, eu é que não estava cumprindo com meu dever. – Ei! Não faça essa cara, eu sei que você tem trabalhado duro e sei o que significa resolver esse caso.

- Não sei o que fazer, tudo o que eu encontro some como fumaça, passei dois meses seguindo um caminho que me levou a outro beco sem saída e... – eu não quis terminar a frase, me sentia frustrada demais para isso. – Além disso, agora tem a Helena que insiste nessa historia de que é perigoso para a Sophia... Vou ficar maluca!

- Posso te mudar de ares, novo caso, nova vida, tudo o que você quiser mudar, o que acha? – Era uma oferta tentadora, entretanto não poderia ir sem terminar aquela bendita missão.

- Não vou fugir, de novo, eu preciso terminar esse caso, prometi que nunca deixaria nada pela metade e pela memória do meu querido Murilo, eu não vou perder novamente. – eu disse mais para encorajar a mim mesma do que para o Arthur que mesmo assim sorriu solidário como sempre.

- E o que vai fazer, em relação à Sophia? A Helena tem razão em dizer que essa relação entre vocês é arriscada...

- Nem precisa terminar! Não gosto que se refira a minha amizade com a Sophia como “essa relação”, apesar do pouco tempo tenho muita consideração por ela... – Ele concordou levantando os braços como se tivesse rendido. – Já tomei as medidas necessárias para afasta-la de mim, pode ficar tranquilo.

- Tudo bem, Marina! – ele remexeu em uns papéis que estavam em sua mesa e finalizou a conversa.

Na segunda, cheguei cedo a escola, como costumava fazer, os corredores estavam vazios, por isso decidi dar uma caminhada pela escola. Notei que a porta do ginásio estava aberta e vozes familiares vinham de lá, fui então dar uma olhada.

- Milly, estamos quase conseguindo, vamos tentar mais uma vez, teremos que melhorar isso para a apresentação. – Sophia parecia sem folego e eu não a culpava, também estaria se estivesse no lugar dela.

As duas estavam em bases estremas há uns dois metros e meio do chão, entre elas havia um cabo de aço, ou como é conhecido por todos, uma corda bamba. Ambas usavam uma roupa mais folgada e curta de malhar, cabelos presos em trança, e estavam com aparência de cansaço.

- Uma verdadeira caixinha de surpresas... – eu murmurei sorrindo e em seguida perguntei. – O que estão fazendo?

- Professora! – a Melaine exclamou ao me ver, quase se desequilibrou. – Estamos terminando nosso trabalho para a nossa apresentação, o circo é o tema da nossa oficina.

- Milly, temos que terminar isso, pare de conversar! – Sophia não olhou para mim e pelo tom frio conclui que estava me ignorando, confesso que fiquei um pouco triste, mas achei surpreendente que ela pudesse disfarçar tão bem o que estava sentindo.

A Melaine olhou seria para a Sophia como se ensaiasse uma bronca que daria nela assim que eu saísse, e em seguida me olhou pedindo desculpas. Eu sabia que o melhor era ir embora, sendo assim tomei meu rumo, tendo em mente que aquela reação era culpa minha.

Era engraçado pensar que tinha me afastado dela por ser perigoso, afinal com tantas habilidades ela poderia se tornar uma ótima parceira, em missões, talvez ela seria como a tal Sarah Marfini que eu havia conhecido na ultima missão.

- Ora essa, Marina, ela é só uma menina, não poderia assumir uma responsabilidade tão grande como a CIA. – Eu murmurei afastando aqueles pensamentos enquanto entrava na minha sala. – Ah, Helena, que bom ver você!

Ela pareceu se divertir com o jeito feliz que eu a saudei, talvez o considerando irônico ou debochado, entretanto apesar de todas as discussões, era sempre muito bom vê-la.

- Não se cansa de fingir seus sentimentos?  Como pode ser assim? – Ela usou um tom de admiração barata e eu ignorei, pois não valeria a pena discutir por conta de bobagem.

- O que você quer, Helena? – eu disse de forma rude e ela pareceu se ofender. – Não me olhe assim, sei que não veio porque sentiu saudades da sua velha amiga aqui.

- Ok, você está certa, mas não precisava ser rude...

- Sínica! Que direito você acha que tem para me chamar assim? Já parou para pensar na forma como tem me tratado ultimamente... – Eu odiava perder o controle dos meus sentimentos, mas lidar com a Helena era algo que estava me deixando louca. Respirei fundo quando a vi sorrir triunfante e me segurei para não gritar. – Helena, se não há nada que eu possa fazer por você, então, por favor, saia da minha sala!

- Seu desejo é uma ordem, querida amiga! – Helena disse dando uma ligeira reverencia e eu esforcei para ignora-la.

Coloquei o rosto entre as mãos tentando me acalmar, quase sempre era fácil lidar ou esconder meus sentimentos, até porque isso fazia parte do meu trabalho, mas quando se tratava da Helena. Era impossível não lembrar de tudo que já passamos há alguns anos atrás.

- Podia ter dado certo, se eu não fosse uma agente da CIA... – eu resmunguei afastando minhas velhas lembranças.

Na hora do intervalo eu estava organizando as provas no meu escaninho quando ouvi alguém entrar na sala, a principio achei que a Helena havia voltado, mas não consegui reconhecer os passos.

- Alguém se esqueceu de bater na porta. – eu disse antes de me virar.

- Tem razão, quer que eu volte? – aquele tom tão familiar de ironia e divertimento só podia ser de uma pessoa.

- Willian! – eu disse finalmente vendo-o, parecia o mesmo de sempre, com aquele olhar confiante e sorriso de canto de boca. Tão bem vestido e bonito como um galã de cinema. – Quanto tempo...

- Nem me diga... Como vai você, minha querida? – ele me abraçou apertado, como há muito ninguém fazia. Willian era agente da CIA, também, mas havíamos nos conhecido na época do colegial.

- Muito bem! Por onde tem andado? Como me encontrou? – eu o conduzi para a cadeira de frente para minha mesa, ali não parecia o melhor lugar para aquela conversa, no entanto eu estava tão feliz em vê-lo que nem pensei nisso.

- Ora, Maririn, tenho me aventurado por aí, muitas missões, em muitos lugares quase perco a noção do tempo. – Willian sorriu encantado por contar sua própria historia, mas era algo comum para ele. – Quanto a te achar... O Arthur me enviou.

- É mesmo? Deixe-me pensar... Tem algo haver com minha missão impossível? – Willian concordou um pouco triste o que significava que algo o incomodava no rumo em que nossa conversa estava tomando.

- Maririn, o Arthur me contou tudo sobre sua missão e o que aconteceu... – ele encostou a mão na minha e pela forma como falou imaginei que estivesse se referindo aquele dia fatídico, em que o Murilo morreu. – Sinto muito!

- Tudo bem, Will! -  eu tentei sorrir, mas não consegui. – Não vou desistir...

- Jamais te pediria isso, eu te conheço, sei sua historia e pedir isso não me tornaria um bom amigo. – Mesmo depois de tanto tempo parecia que continuávamos os mesmo de sempre, como se não houvéssemos nos separado. – Mesmo assim, não posso deixar de me preocupar, sou seu irmão, Maririn, e sei que esse caso deve estar te consumindo.

- Não precisa se preocupar, Will, não estou tão mal assim, eu... – Willian tentou me impedir de falar, mas desistiu. – Estou presa nesse caso, por motivos que até eu mesma ponho em duvida, entretanto tenho que conseguir. Devo isso a minha mãe e ao Murilo que nunca deveria ter sido envolvido nessa historia.

Willian sorriu apertando, gentilmente, minha mão contra a dele, parecia já esperar essa resposta de mim.

- Gosto da sua perseverança e senso de justiça, mas até mesmo você tem seus limites, Maririn... – Ele disse se levantando e me puxando para que eu fizesse o mesmo. – Vim para me certificar se estava bem e caso não estivesse teria a obrigação de te levar embora.

- Até parece que...

- Não tenha dúvidas, Marina! Sou seu amigo, sua família e hierarquicamente mais importante, por isso se você não estivesse bem eu te levaria embora...

Ele assumiu uma expressão séria, pouco comum, e eu pude ver alguns traços de maturidade que nada combinavam com sua personalidade. Desviei meu olhar e soltei a mão dele, cruzando os braços, em seguida.

- Acho que esse caso já durou tempo demais e sei que algo está te impedindo de finaliza-lo. – Ele disse ainda sério, voltei a fita-lo nos olhos esperando que ele concluísse o que dizia. – Talvez você precise de um tempo para descobrir aonde está errando, ou o que te prende... Medo? Angústia? Ou quem sabe uma tal de...

- Não ouse! – eu me adiantei em dizer, não permitiria que a culpa caísse sobre a Sophia, e se o Will achava mesmo que era culpa dela então não me conhecia tão bem assim. – Ela não tem nada haver com isso... Eu sou responsável pela minha negligência nesse caso, não seja injusto!

- Exatamente como pensei... – Ele disse como se o que eu tinha dito confirmasse a linha de raciocínio dele, não tive tempo de argumentar, pois o intervalo acabou. – Bom, preciso ir! Maririn, pare de estender esse caso, seus inimigos são perigosos e você pode estar trazendo perigo para essas pessoas...

Ele me abraçou novamente, parecia triste por ter que partir tão cedo. Se afastou e foi em direção a janela.

- Se precisar de mim, peça ao Arthur que me encontre e eu virei independente da circunstancia...

- Sei que sim! Obrigada por vir! – Ele sorriu carinhosamente e saiu pela janela, pulou no galho da arvore que tinha logo a frente e foi embora.


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