Ciúmes escrita por Caroline


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/286844/chapter/1

O clima na cena do crime estava tenso, assim, parecia aos olhos de Sara.  A morena dava rápidas olhadas para Catherine que se encontrava ao lado do piano, nos últimos dias estava completamente difícil as duas trabalharem no mesmo caso e quando isso ocorria, elas mal se falavam. Tudo devia a uma pequena e idiota briga que tiveram ao tentar interpretar uma evidência.

Quando tudo começa a ficar bem entre as duas há uma briga, era como se uma fosse o imã de brigas e a outra as brigas, só não sabia quem era o quê.  Não havia a mais ou a menos teimosa, as duas mantinham o mesmo nível de teimosia.

Sara não reclamava tanto assim das brigas, era algo que ela gostava de começar às vezes, ela tinha a ideia de que Cath ficava muito mais sedutora com sua expressão de “poucos amigos”. Os lábios cerrados era como ela se controlava para não continuar falando, seus olhos azuis estreitos e mais azulados ainda, como uma chama azul, e os vincos em sua testa que eram causados quando ela arqueava as sobrancelhas ao ouvir os argumentos da morena.

Um pequeno sorriso nasceu nos lábios de Sara diante da lembrança de Catherine, mas logo se desfez, não daria o braço a torcer que sentia falta de falar com a loira sobre algo que não fosse o trabalho, mas ela estava com tanta necessidade de ouvir a voz de Catherine que não se importaria em ouvi-la falar sobre qualquer maldita teoria sobre as gotas de sangue.

A morena soltou um pequeno suspiro e voltou a se concentrar no trabalho.

- É um parque temático familiar. Eu acho que não servem álcool aqui, ela deve ter trazido o seu. – Sara virou o pequeno pedaço de vidro verde que se encontrava em cima do balcão pra poder ler o que estava escrito no rótulo. – Malte puro, 30 anos.

- Sadomasoquismo é esporte de homem rico. Parece hóquei, vários equipamentos. – O tom de naturalidade que Catherine falou não passou despercebido a Sara, era como se nada tivesse acontecido, como se a briga de dias atrás não estivesse existido.

- Quanto você acha que uma noite como essa custa? – A morena matinha uma expressão de curiosidade, sua sobrancelha estava arqueada e seu olhar estava na evidência que ela embalava.

-Heather me disse, cinco anos atrás, que tirava 20 mil por semana. E isso foi antes do Ladyheather.com. – Catherine tinha um olhar vago ao se lembrar da noite há 5 anos, na qual tivera uma conversa com a Dominatrix.

- Como ela é? – A curiosidade tomou conta de Sara.

-Bonita... Inteligente, intensa... Charmosa. – A descrição lisonjeira que Catherine fez de Heather provocou ciúmes na morena, que parou de fotografar e olhou intensamente para a loira que ainda estava concentrada em colher evidências em um pequeno monte de feno que se encontrava ao lado do piano.

A morena deixou a máquina em cima do balcão, respirou fundo, estava tentando tomar consciência do que ela estava pretendendo fazer, mas estava sendo completamente impossível. O ciúme liberava a adrenalina que ela precisava para ter coragem.

E foi decidida ao encontro de Catherine, que fotografava um pequeno pedaço de pano que havia encontrado no meio do feno, parando somente quando se encostou ao piano para esperar que a loira a olhasse.

-Algum problema, Sara? – Os olhos azuis de Catherine encontram os castanhos de Sara, a loira aguardava pela resposta da pergunta que fizera a morena.

A única resposta de Sara foi à mão estendida, Catherine, ainda um pouco confusa segurou na mão da morena que ao sentir o toque a puxou para cima, fazendo com que a proximidade entre elas fosse grande.

Sara puxou Cath delicadamente pela mão para um corredor que levava aos banheiros, a loira olhava tudo sem entender, mas não cogitava a possibilidade de parar e perguntar a Sara o que estava acontecendo e para onde ela estava a levando.

Quando chegou ao banheiro feminino, Sara, abriu a porta rapidamente e puxou Cath para que entrasse juntamente com ela.  O tempo de uma porta se fechar foi o que a morena levou para encostar Catherine na parede e olhar profundamente em seus olhos azuis, que transmitiam confusão, desejo e um leve medo.

Ao fundo uma torneira pingava incessantemente, mas o barulho era abafado pelas respirações rápidas das duas mulheres que se encaravam e pelo som do ritmo frenético que o coração de ambas emitia.

Sara diminuía distância entre ela e a loira, esperava que Catherine falasse algo sobre a atitude que ela estava tendo ou até pedisse para parar. Mas nada foi dito, o que fez com que Sara continuasse com a louca ideia que teve ao sentir ciúmes.

O beijo que veio a seguir foi calmo, não havia motivo para se apressar nada, a cena do crime fora do banheiro era ignorada e a única coisa que importava a Sara era o sabor que encontrava nos lábios de Catherine através do beijo quase que casto.

Era tudo diferente do que ela pensava, as sensações eram mais intensas do que ela esperava, o beijo era melhor do que ela mesma havia imaginado em várias manhãs quando chegava do trabalhado e tentava dormir.  Era quase que gritante o desejo que ela sentia de querer provar mais a fundo o sabor dos lábios de Catherine e ela não o ignorou, apenas continuou, sem se importar com as consequências.

Sua mão ainda segurava a da loira, a outra se apoiava na parede e seus lábios roçavam os de Catherine. Seu corpo já prendia o da loira contra a porta de madeira, seus olhos estavam concentrados na boca a qual ela havia provado o mais excitante dos sabores. E o desejo a impulsionou a querer mais, fez com que ela beijasse novamente aqueles lábios a qual não retribuía o mesmo desejo.

Catherine estava inerte, era apenas uma boneca de pano nas mãos de Sara e isso não deixava a morena frustrada, apenas a fazia se sentir mais segura para continuar. Para ela aquele silêncio estava sendo o consentimento silencioso para que ela continuasse. Ela sabia que Catherine era uma mulher de atitude e quando algo não estava do jeito que ela gostava ela se impunha, até que tudo ficasse exatamente do seu jeito.

O beijo agora foi um pouco mais longo, a língua de Sara já pedia passagem em meio aos lábios da loira, o hálito quente que saia da respiração entre cortada de Catherine fazia com que a morena se excitasse cada vez mais, tirando a mão da porta e passando pela cintura da loira, Sara, a puxou ainda mais para si.

Sem quebrar o contato entre sua boca e a de Cath, as mãos da cintura percorreram as costas e o efeito deste toque resultou em um abafado gemido que saiu dos lábios da loira. Sara estava entorpecida com o tanto de sensações que pudera notar que Catherine a fazia sentir, era tão surreal e excitante.

Ela soltou sua mão da de Cath e a colocou na nuca da loira, fazendo com que o beijo se aprofundasse, não de uma forma desesperada, e sim de uma forma ao qual ela pudesse sentir ainda mais o sabor doce que o beijo de Catherine tinha.  A mão que percorria a curva da costa da loira passou por baixo do fino pano de malha da camiseta e entrou em contato com a pele quente de Catherine.

O arrepio que percorreu o corpo da loira foi seguindo por um de frio, já que as mãos de Sara estavam um pouco gelada. Mas aquilo só fazia com que o prazer aumentasse e agora era a vez da loira fazer algo para sair do papel de passiva e ir para o papel de ativa.

Ela passou uma de suas mãos pela cintura da morena e com a outra ainda livre começou a retirar o colete, que era um tanto quanto incomodo, ainda mais pressionado contra seu corpo. Sara vendo que a loira já se rendi ao desejo resolveu provocar ainda mais descendo seus lábios pelo pescoço da mesma.

O cheiro de perfume que ela sentiu ao dar o primeiro beijo era o mesmo que ela sentia sempre que ia pegar café no meio da madrugada ou até mesmo quando entrava na sala de Catherine, era tão delicado o cheiro, era tão CATHERINE.

Ela sentiu a mão da loira passar por suas costas e ir para sua barriga subindo até seus seios por baixo de sua blusa, a reação do seu corpo foi se arrepiar e soltar um gemido, já por sua mente foi desejar mais.  Sua mão saiu da nuca de Catherine e foi para a blusa que ela usava, ela estava retirando-a com toda a calma, seus olhos voltaram a encarar os olhos azuis da loira.

- Catherine, Sara, onde vocês estão? – A voz de Brass ecoou do fundo do corredor fazendo com que Sara soltasse um gemido de frustração e que Catherine voltasse a se arrumar, separando-se da morena.

- Estamos aqui no banheiro, já estamos indo. – A voz da loira quebrou o silêncio existem ali naquele pequeno banheiro. E quando Sara olhou novamente para Catherine viu que ela já estava fechando a porta atrás de si e indo em direção ao salão. Mas antes que a porta se fechasse por completo ela ouviu quase um sussurro da loira.

- Te espero em minha casa depois do turno.  – E a única coisa que Sara conseguiu ver foi a porta de madeira em tom avermelhado desbotado se fechar por completo, sem nenhum baque, de forma silenciosa e calma.

Soava tão insano o que ela acabara de fazer após sentir ciúmes, era como se tudo tivesse sido apenas uma pequena alucinação, mas o cheiro doce que estava em suas roupas dizia o contrário. E era como se Catherine ainda estivesse ali.

Um sorriso apareceu em seus lábios com a ideia do que poderia acontecer mais tarde, ela se arrumou e voltou à cena do crime. Catherine conversava com um moço moreno vestido de Cowboy  e estava de costa para si. A morena tratou aquilo com um bom sinal, não sabendo como olharia para a loira após tudo isso.

E a única coisa agora que a morena queria era o final do turno, não importava mais o que levara Heather ali, quem fizera aquilo com ela, como ela estava... Nada disso. Somente a ideia de ter Catherine novamente em seus braços era o que importava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!