37 edição dos Jogos Vorazes escrita por bruno


Capítulo 10
Descobrindo a Arena


Notas iniciais do capítulo

Hey hey o/
Eu quero agradecer a patriciapt que leu like a ninja, comentou em todos os caps e ainda favoritou :o Muito obrigado!
Eu fiz esse capítulo super rápido depois que li os comentários. Fiquei muito motivado :D
Bom, aí está. Boa leitura!



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CRAC! era o som que ouvíamos quando eu cortava as raízes que apareciam a nossa frente. Em alguns pontos da arena as árvores eram tão próximas e as raízes tão duras que não havia modo de passar entre elas senão tirando-as do caminho. Eu ia na frente com o meu machado, Arany ia no meio e Kala ia logo atrás, de guarda. Caminhávamos há horas procurando por outros tributos, mas a cor dos trajes era a camuflagem perfeita em meio ao lodo e às árvores, o que dificultava a nossa visibilidade. O Sol já começava a se esconder no horizonte, e o escuro só viria a tornar nossa situação ainda pior.
Depois de alguns minutos os galhos aéreos foram ficando mais escassos e pude guardar meu machado de volta no cinto que tinha improvisado com um pedaço de corda. O solo também passava do lamacento ao arenoso, facilitando a caminhada. Mesmo assim, resolvemos parar para descansar.
Sentamo-nos em círculo e nos escoramos em troncos de árvores. Abri a mochila, comi um biscoito e tomei um gole d'água. Arany e Kala fizeram o mesmo. Às vezes olhávamos ao redor, atentos a ruídos e movimentos estranhos. Ouvimos um canhão.
– Onze mortos. Nada mal. - Comentou Kala, com a boca cheia de frutinhas.
– Será que são eles? Os do 2? - Perguntei.
– Provavelmente. - Ela respondeu, indiferente - Os outros tributos devem estar correndo ou se escondendo a essa hora. A arena desse ano oferece várias formas de camuflagem, teremos um longo caminho pela frente.
Arany mantinha os olhos baixos e não falou se quer uma palavra. Resolvi descobrir o que acontecera.
– O que houve, Arany? Algum problema?
Ela demorou a olhar para mim, como se estivesse em transe. Pensou um pouco antes de responder e, por fim, disse:
– Eu estava pensando no Haken. Por que será que ele brigou com Mursten aquele dia? Você sabe de algo, Kala?
– Eu nunca falei com ele direito. - Ela falou, bebericando sua água - Era muito irritante. Não vai fazer tanta falta.
Aquele comentário me pegou de surpresa, já que ela parecia ser meiga e tímida antes dos Jogos começarem. Seus olhos cinzentos iluminaram-se quando o símbolo da Capital apareceu no céu e o hino começou a tocar. Levantamo-nos e olhamos para cima, esperando as fotos dos tributos mortos aparecerem.
A primeira imagem foi a da garota do 3. Percebi algo semelhante nela e, depois, lembrei-me de que era ela a menina que ficara presa ao lodo. Minha primeira vítima. Sua imagem desapareceu do céu e o próximo foi facilmente reconhecido. Haken. Depois pude ver o tributo masculino do 5. A menina do 6. O garoto do 7. A garotinha de 12 anos tinha sobrevivido, então. Ambos do 8. Lá estava a menina que fora morta por Kala. Shmulz, o garoto do 10 que eu havia matado, e a menina de seu Distrito. O tributo feminino do 11. A menina do 12. O céu escurece e voltamos a ouvir o barulho dos grilos.
– Os únicos casais restantes são dos Distritos 1, 2 e 9. Os do 9 são irmãos, não? Talvez sejam aliados. - Sugeri.
– E sobreviveram juntos à Cornucópia. Talvez sejam bons adversários. - Acrescentou Kala.
– Quem são os restantes? Eu, Verizon, Cihla, Mursten, o menino do 3, você - Arany disse, olhando para Kala - a garota do 5, o menino do 6...
– Esse também pode ser um problema. Ele é forte. - Interrompeu Kala.
– A garotinha do 7, os irmãos do 9 e os garotos do 11 e 12. Esqueci de alguém?
Pensei um pouco e, por fim, concluí:
– Não, estão todos aí.
– Está ficando muito escuro. Que tal cortarmos algumas raízes para usarmos como lenha e fazer uma fogueira? - Perguntou Kala, levantando-se.
– Eu... Espere. Ouviram isso?
Todos ficamos em silêncio e ouvimos vozes e passos. Faço um sinal com os dedos para elas ficarem em silêncio e pego meu machado. Caminhamos lentamente até as vozes, e então o barulho parou.
– Ouviu isso? - Perguntou uma garota.
– Não. O quê? - Indagou um menino, desconfiado.
– Eu também ouvi. Pareciam vozes. Vamos sair daqui, podem ser os carreiristas. - Sugeriu uma terceira voz.
Olhei para trás e vi que Arany estava rindo baixinho. Pude ouvir as vozes se distanciando e, então, fiz sinal para que corrêssemos. Um deles ouviu nossos passos e gritou:
– Corram!
Pensei em pegar uma das minhas lanças, mas estava muito escuro e provavelmente erraria a mira. Peguei meu machado e corri o máximo que pude. Já conseguia ver três silhuetas a minha frente. Dois garotos e uma garota. Um dos meninos estava ficando para trás, provavelmente cansado da corrida. Estávamos indo em direção oposta à Cornucópia, o que me deu um pouco de insegurança. As árvores ficavam cada vez mais escassas, o que logicamente significava que algo de diferente apareceria. Eu estava a cinco metros de um deles e resolvi tentar a lança. Continuei correndo, tencionei os músculos e atirei. Acertei seu ombro esquerdo. Vi quando os outros dois olharam para trás e, rapidamente, o pegaram nos braços e continuaram correndo. Eu os tinha atrasado. Se eu corresse um pouco mais rápido, pegaria os três. Estava acelerando quando ouvi um grito. Era de Arany. Parei de correr por um momento, deixando a oportunidade escapar. Os três já estavam longe, então decidi voltar e ver o que havia acontecido. Encontrei Kala ajoelhada no chão com as mãos estentidas para o escuro.
– Ajude-me! - Ela gritou.
Cheguei mais perto e vi Arany em um buraco. Não, não era uma depressão qualquer. Parecia um lago... Areia movediça! Corri até lá e segurei a outra mão da Arany. Ela já estava mergulhada até a cintura e fazia força para sair de lá.
– Arany! Pare de se mover! Você só está piorando as coisas! - Gritei, angustiado.
– No três nós puxamos. - Disse Kala, olhando em meus olhos - Um, dois, três!
Fizemos força e senti que estava dando certo. Olhei de volta para Arany e suas coxas já estavam para fora. Fizemos o mesmo processo por mais duas vezes até retirá-la completamente de lá. Deitamos os três, exaustos, na beira do poço. O susto tinha disparado meu coração e, o esforço, apenas piorado a sensação. Abracei Arany, beijei sua testa e, olhando em seus olhos, disse:
– Eu nunca mais vou te deixar para trás. Nunca.
Ela apenas assentiu e, fraquejando, afastamo-nos de lá. Procuramos uma clareira com solo seco e deitamos. Abracei Arany novamente e ela lançou um sorriso fraco. Kala limitou-se a nos olhar de longe e também deitou, usando sua mochila como travesseiro. Eu estava do lado de Arany mas, mesmo assim, meu coração ainda estava batendo rápido. Por um momento, achei que fosse perdê-la. O problema é que eu sabia que uma hora ou outra aquilo viria a acontecer.


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Notas finais do capítulo

Será que a aliança que o Verizon encontrou na Arena é forte? Quem faz parte dela? :o
Gostaram? Comentem! Não gostaram? Comentem também! :P



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