Entre Livros E Maldições escrita por Witch


Capítulo 17
Confessoras


Notas iniciais do capítulo

Owwwn, ainda tem pessoas lendo??
Eu fiquei muiiito surpresa com os comentários! Obrigadaaa =****



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Passaram-se dois dias desde que Emma quase morreu.

Henry só se desgrudou dela quando Graham prometeu que a acompanharia dali em diante. August, que tinha ouvido toda a história de diversas fontes, estava louco para ouvir a versão de Emma dos acontecimentos, mas ninguém a deixava sozinha tempo o suficiente.

Snow e David forçaram Emma a ir ao hospital, onde Belle estava em observação. Emma argumentava que estava bem, que Regina a tinha salvo e não tinha nem um arranhão, mas suas pernas ainda estavam bambas e ela ainda estava meio em choque, então Dr. Whale a deixou em observação também.

Ela saiu na manhã seguinte e nunca soube da fada e da bruxa que tentaram visita-la mais tarde – Regina dizia que iriam ver Belle e se desse tempo veriam Emma. Mal só riu e nem fingiu acreditar.

Ficou decidido que Emma andaria sempre com alguém ao seu lado. Graham, Snow, David, Ruby e até mesmo August. A xerife achava aquilo tudo uma perda de tempo, mas ninguém a ouviu.

Para Emma, a situação inteira foi meio surreal. Ela se lembra de correr atrás de Belle, de ver o caminhão e até do beijo – ela até hoje não se atreveu a olhar para Regina. Ninguém mencionou o ocorrido, embora ela tivesse certeza de que havia pessoas falando atrás de suas costas, mas eles atribuíam o ato ao seu choque. Um momento de insanidade. Ninguém perguntava por que tinham medo da resposta... Ou talvez não ligassem. Ninguém queria ouvir que o beijo foi totalmente lógico – poucas coisas pareciam mais lógicas do que aquilo e se alguém perguntasse, Emma já saberia o que responder.

Eu quase morri. Eu juro que tudo que eu queria fazer passou como um filme na minha cabeça. Houve a chance de fazer uma dessas coisas e eu fiz.

Era simples, realmente.

Só que não tanto assim. Ela era filha de Snow White com Prince Charming, ela era a salvadora e ela tinha roubado um beijo da Rainha Má, que não só tentara matar Snow diversas vezes como também era quem Emma deveria derrotar.

Uma confusão.

O maior dos problemas era o seguinte: Emma queria beijá-la de novo.

Um suspiro cansado e August estava do seu lado como um raio.

– Finalmente, um momento a sós.

Os dois estavam na delegacia, que parecia nunca ficar vazia. Graham saíra para patrulhar, David foi ajudar Snow a resolver alguns problemas da cidade – Emma achava que tinha a ver com Regina e Mal. E finalmente, ela estava sozinha... Com August.

– Eu estou bem, August. – ela respirou cansada.

– Eu sei. – respondeu o escritor – mas eu estou muito curioso com o que aconteceu naquele dia.

Ela a olhou desconfiada.

– Você sabe o que aconteceu. Todo mundo sabe.

– Mas eu quero detalhes!

Ela suspirou novamente e reclinou na cadeia.

– Eu não sei que detalhes você quer. Quando eu penso no que houve, tudo fica meio embaçado, como se tivesse acontecido com outra pessoa. Eu não sei o que mais você quer.

Ele abriu um sorrisinho.

– Eu sei que Mal tirou Belle do caminho e sei que a Rainha te salvou. – disse August. Emma concordou. – E eu sei que você... recompensou a Rainha de uma forma bem... eu diria, inusitada para você.

O beijo. É claro que a única pessoa que perguntaria sobre isso era August.

Ela sorriu, coçou seu queixo e se inclinou para ele.

– O que estão falando sobre isso?

Ele se inclinou também.

– Que foi um ato decorrente do choque. Basicamente, você teria feito o mesmo com qualquer um.

– Bom. – voltou a se reclinar na cadeira. – Bom saber. – mordeu os lábios e ignorou o olhar sábio do homem – Você... Você tem a visto ultimamente?

– Quem? – perguntou com inocência. Emma o olhou com pouca paciência. Ele riu. – Elas estão tentando chegar a Belle, mas as fadas estão impedindo a passagem. Ela não quer falar com ninguém. Belle entrou num tipo de choque pior do que o seu.

– Teremos que interroga-la. Ela tinha informações, August e estava escondendo de nós. Se Regina não a tivesse visto, nós nem saberíamos!

– Eu concordo. – disse August – Mas ela não está falando, então vamos voltar ao assunto: o beijo.

Emma lambeu os lábios.

– Qual beijo?

– Com a Rainha! – August não se importava com o outro beijo.

Aparentemente, Graham, furioso com os boatos, tinha beijado Emma no meio da Granny’s naquela manhã. E esse beijo superou rapidamente o outro. Só Emma que não pareceu muito feliz.

– O que você quer saber? Foi o choque!

August riu. Emma logo fez o mesmo.

– Eu só quis. – repetiu Emma. – Sei lá, pareceu o óbvio a se fazer. Ela estava tão furiosa comigo. Eu acho que eu nunca a vi tão nervosa! – depois balançou os ombros – Eu só fiz o que eu queria fazer há algum tempo.

Ela não sabia o que esperar da reação de August, mas certamente não era ele exclamando: “eu sabia!”.

– O que você sabia?

– Que vocês tinham uma coisa. – respondeu August. – Ah, Em, o jeito que vocês se olham... Sério, mesmo. Como você disse: era óbvio.

– E você está confortável com isso? Você sempre esteve confortável com ela, não é?

Ele balançou os ombros.

– Somos escritores. Temos uma conexão, mas nada comparado a vocês duas.

– Acho que tem algo mais aí.

Ele abriu um sorriso.

– Tem. – ele finalmente admitiu. – Mas eu acho que agora não é o momento de falar sobre isso. Você vai saber logo, eu prometo, mas não agora. Pode ser?

– Eu estou sendo paciente, August. Estou mesmo. Mas, está difícil.

– O segredo não é só meu para contar, Emma. Ela...

– Ela? Regina?

– Ela vai te contar tudo. É só esperar um pouco mais.

– Eu já esperei demais.

August sorriu e se levantou.

– Eu estou faminto. Vamos comer algo?

Emma suspirou, mas fez o mesmo.

– Vamos. Eu estou com fome também.

–--

Belle estava lá e assim que Emma entrou, ela estava de pé e foi se desculpar.

– Rumpel me ligou. – admitiu – Ele disse que já estava voltando e que eu deveria queimar alguns arquivos. Era o que eu fazia quando a Rainha apareceu.

E o resto era história.

Emma a guiou para uma das mesas e August se afastou por uns minutos.

– Por que você correu? – perguntou Emma. – O máximo que faríamos era ver os arquivos.

Belle fechou os olhos com pesar.

– Eu não queria saber se tinha algo suspeito nos arquivos. – respondeu a mulher. – Ele me disse que explicaria tudo quando voltasse. Ele prometeu. Eu acreditei.

Emma tocou as mãos de Belle na mesa.

– O que tinha nos arquivos?

– Nomes.

– Que nomes?

– De crianças. Havia milhares de nomes com datas de nascimento.

– Só?

Belle mordeu os lábios e fechou os olhos tentando se decidir.

– Alguns estavam circulados... Ele estava procurando por alguém.

– Muito bom. – disse Emma com a voz mais suave que conseguiu. Lembrou-se de conversar com Henry no mesmo tom várias vezes. – Eu quero ver esses arquivos.

Ela abriu os olhos.

– A Rainha pegou hoje de manhã, mas acho que ela não vai gostar do que tem lá. São só nomes, eu juro.

Parece que o seu tempo de evitar Regina tinha chegado ao fim.

– Ela não te machucou, não é?

– Ela quis. – confessou Belle. – Mas Maleficent não deixou. “Ela não vai gostar disso, vai?”

– Ela quem?

Belle não soube responder.

– Obrigada. – agradeceu Emma. – Foi de grande ajuda.

Belle se desculpou novamente e depois apontou com a cabeça as pessoas que entravam na Granny’s. Graham, David e Snow. Os três estavam sorrindo e conversando.

Emma grunhiu.

– Boa sorte, xerife. – e piscou.

Belle se levantou, certamente mais leve, e com a impressão de que as coisas melhorariam.

Mas não.

Quando Snow, David e Graham se sentaram junto a Emma, a porta se abriu num estrondo e Belle olhou imediatamente para a entrada. Emma fez o mesmo e se levantou.

Eram Regina e Maleficent. Mal carregava um espelho quadrado e bem ornamentado, e sorriu quando seus olhos acharam Belle. Regina, por outro lado, estava – por falta de melhores palavras – puta. Ela nem olhou para Emma ou Snow, seus olhos focaram em Belle.

Você.

Cada célula no corpo de Belle gritava para ela sair correndo, mas suas pernas não se mexiam!

Ruby pulou do balcão e Mal a olhou.

Afaste-se.

E ela o fez. Desesperada, percebeu que mesmo sem ser lua cheia, seu corpo se recusava a ficar contra Maleficent, que sabendo disso, só riu e segurou melhor o espelho.

Regina avançou para Belle como uma criatura furiosa. Algumas pessoas se levantaram para atacar, mas com uma palavra, Mal fez todos ficarem imóveis.

– Vocês só se mexerão quando eu deixar. – e assim foi atrás de Regina, que já tinha uma Belle assustada entre os braços.

– Eu sabia que você não estava do nosso lado! – gritou Snow sem conseguir se mexer. Seus olhos se encheram de lágrimas.

Regina e Mal reviraram os olhos. Regina retirou da cintura uma adaga com punho de osso e puxou uma das mãos de Belle.

– Isso não vai doer.

O corte não foi grande nem muito profundo, foi apenas o suficiente para produzir uma gota de sangue. Depois Regina a empurrou para uma das cadeiras.

– Pronta?

Maleficent pegou a adaga e derramou a gota de sangue no espelho, que pareceu absorver o liquido.

– Funcionou? – perguntou Regina ainda irritada. Mal a olhou com pouca paciência.

– Vai funcionar.

O espelho brilhou e imagens começaram a se formar. O feitiço que forçava todo mundo a ficar imóvel perdeu efeito e Emma foi imediatamente para o lado da bruxa, seus olhos fixos no espelho.

– Rumpel.

E era o homem. Andando tranquilamente numa rua movimentada. Ele estava com roupas de inverno e conversava com alguém.

– Com quem ele está conversando? – perguntou Emma.

Regina trincou os dentes, mas não respondeu. Emma a olhou com confusão.

– Com quem lançou a maldição. – respondeu Mal. – Mas é claro que o sangue de Belle não irá nos mostrar mais do que isso. – olhou para Regina. – reconhece o local?

– Sim. É Nova York.

Snow tinha a besta pronta, enquanto David e Graham se questionavam se deveriam puxar as espadas. Mas só eles pareciam armados, o resto estava observando o que acontecia.

– Ele está nessa Nova York, então. – disse Mal. – como você suspeitava.

– Precisamos de mais.- resmungou Regina e tomou a adaga de Mal. – Muito mais.

Ela cortou a própria mão e jogou mais do que uma gota no espelho. Ele voltou ao normal por um segundo, depois brilhou e lá, claro como o dia, estavam duas mulheres.

Regina quase caiu e Emma a segurou em pé.

– O que aconteceu?!

Eram duas mulheres. Uma delas era nova, com um sorriso arrogante e um casaco verde a protegia do vento frio de NY. A outra era uma mulher mais velha, vestida num terno feminino, ela conversava com uma terceira pessoa – que nem Regina nem Mal duvidavam ser Rumpel. Entretanto, ela parou de falar e olhou atentamente para frente... Como se ela soubesse que estava sendo vista, depois ela sorriu e Emma arrepiou.

Mal arremessou o espelho contra a parede e houve alguns gritos surpresos. Ninguém se machucou.

Emma ainda tinha os braços ao redor de Regina e ainda estava confusa. Mal olhou para a bruxa com medo. Emma conhecia o medo e era isso que ela viu nos olhos de Mal.

– Você não me disse que a sua mãe estava aqui também.

Emma olhou para Regina, que olhava para o nada, seu rosto pálido e seus olhos aterrorizados.

– Eu- eu não sabia. – ela respondeu num sussurro. – eu não imaginava... Eu achei que ela estava...

– Como ela conseguiu sair do País das Maravilhas?! Deveria ser impossível! - continuou Mal. Suas asas tremiam. – E ela soube que a víamos. Como ela soube?!

Regina continuava olhando para o nada, depois como se lembrando de quem era, soltou-se dos braços de Emma. Mal continuou.

– Eu e você contra Zelena e Rumpel... Não seria fácil, mas, talvez, daria certo se jogássemos bem. Mas eu e você contra Zelena, Rumpel e Cora... É impossível. Você sabe disso, certo, Regina?!

A bruxa não respondeu. Ela abriu a boca algumas vezes, mas no fim, só concordou.

– O que está acontecendo!? – perguntou Emma sendo a porta-voz do resto da lanchonete.

Para falar a verdade, Emma também estava com medo. Mal era assustadora com todo o seu tamanho, chifres e asas, mas vê-la tremer e se desesperar dessa forma, era horrível; mas, o que incomodava Emma era que uma imagem foi o suficiente para fazer Regina – a bruxa arrogante que acha que todos são inferiores – balbuciar e empalidecer daquela forma. Aquilo sim era totalmente desesperador.

Regina arregalou os olhos e examinou a lanchonete até achar August perto do balcão ao lado de Ruby. Ela transportou para o lado dele e o pressionou no balcão.

– O postal! – ela disse ignorando os olhos azuis temerosos – Foi você?!

– Que postal?

– No evento! Quando a maldição quebrou! Foi você?

August balançou a cabeça negativamente.

– Depois da nossa última conversa, eu não te contatei mais. Eu juro. Não fui eu.

– Eu tinha esperanças. – sussurrou Regina o soltando e recuou. Mas como o Grannys estava num silêncio mortal, suas palavras foram ouvidas. – Poucas, mas eu tinha. – olhou para Mal. – Eles sabem sobre mim. Devem saber sobre você também. Com ela aqui, não há nada. Ela vai acabar com tudo... – arregalou os olhos e olhou para Emma. Se Cora descobrisse... – Eu tenho que pensar. Eu tenho. – e assim sumiu numa fumaça roxa.

Mal, ainda com as asas tremendo, sentou-se na cadeira em frente a Belle.

– Eu gostaria de um chá, por favor.

Emma bufou e saiu correndo da lanchonete.

Snow se aproximou de Mal.

– O que está acontecendo?

Mal começou a rir.

– Isso, querida Snow, é o começo do fim.

–-

Emma a encontrou no mesmo lugar de antes. Perto da barreira e encostada no capô do carro olhando para o nada. Diferentemente daquela vez, Regina estava miserável e tremeu toda quando Emma bateu a porta do bug.

– Será que dá para me explicar o que foi aquilo? – perguntou a loira andando até a bruxa. – Por que todos nós estamos muito confusos. Mais confusos do que eu quando a maldição quebrou. – encostou-se no capô ao lado de Regina. – Estou sentindo falta da bruxa que aterrorizou todo mundo da Granny’s.

Foi ligeiro, mas Emma jurou ter visto um sorriso cruzar a face de Regina, mesmo que ela ainda não a tivesse encarado.

– Mesmo, xerife? É assim que você espera conseguir respostas?

– Eu espero conseguir com o meu charme natural. Nós duas sabemos que deu muito certo no passado.

Regina revirou os olhos, mas não respondeu. Suspirou e olhou lentamente para Emma, que com um sorriso a esperava falar.

– Você devia pegar o Henry e sair daqui.

E não era isso que Emma esperava ouvir. O sorriso sumiu.

– O quê?

– É o que você ouviu, xerife. Pegue o seu filho, vá para bem longe e se esqueça de Storybrooke.

– Eu não posso fazer isso.

– Então, estamos todos mortos. – Regina soltou uma risada e prosseguiu. – Eu estava pensando em pegar o carro e sumir também. Ir para bem bem longe. Mas, elas podem me achar, então, no fim, daria em nada. Eu só estaria adiando o inevitável.

Emma colocou as mãos na jaqueta.

– Eu ainda não entendo o que está acontecendo. Até hoje mais cedo, você estava confiante, não é? Cadê o discurso “eu posso morrer, mas não antes de me vingar”? Por que eu deveria correr com o Henry? Nós fazemos parte disso aqui ou algo do tipo, mas eu só quero uma explicação. Regina, o que está acontecendo?

Não havia motivos para esconder, havia? Regina respirou fundo. Ela sabia que Cora voltaria logo e com ela, Zelena e Rumpel, depois disso haveria mais nada. Só morte... Se ela fosse sortuda o suficiente para tal, mas conhecendo Zelena... Balançou a cabeça. Se fosse para morrer, ela morreria lutando. Não culparia Mal se ela escolhesse trocar de lado, mas Regina se recusava a ficar a mercê deles. Não havia mais planos, nada daria certo, nada seria forte o suficiente. O seu destino nunca foi mais certo: a morte. E se fosse para morrer, era melhor fazê-la sem arrependimentos, não é? É assim que procurou viver, sendo ela mesma, fazendo o que quisesse.

Ela aceitava morrer.

– As duas mulheres são a minha mãe e a minha meia-irmã.

Emma assentiu. Ela tinha ouvido Mal comentar.

– E eu acho que você não se dá bem com elas.

– Zelena me odeia desde o dia em que ela ficou sabendo da minha existência. Nos enfrentamos constantemente durante anos na Floresta Encantada. Ficávamos dias lutando. Foi por isso que eu perdi constantemente a localização da sua mãe no passado.

– E a sua mãe?

Regina respirou fundo e se forçou a falar.

– Eu tenho medo da minha mãe. Mais do que de enfrentar Rumpel com todo seu poder de Dark One, mais do que enfrentar Zelena, mais do que qualquer coisa. Eu a temo. Eu sei do que ela é capaz. Acredite, xerife, ela me faz parecer um Ursinho Carinhoso.

– E você não a esperava aqui?

– Ela deveria estar no País das Maravilhas. Eu a enviei para lá e ninguém deveria ser capaz de sair daquele lugar. – abriu um sorriso e tentou conter as lágrimas. Nunca gostou de falar sobre Cora. – Zelena deve tê-la tirado de lá. Na cabeça dela, a nossa mãe é uma pessoa incrível, gentil e sei lá mais o que. Ela me inveja por ter crescido com ela. – outro sorriso e Emma sentiu seu coração arder. – E uma parte de mim a inveja por ter crescido longe dela, outra parte se sente orgulhosa por ter sido escolhida. É patético, eu a temo mais do que tudo, mas eu a amo também.

– Não é patético. – respondeu Emma se aproximando. Os seus lados estavam quase colados. – Foi essa Zelena que usou da maldição que trouxe todo mundo aqui?

– Eu idealizei a maldição. Eu fiz tudo, exceto a parte final. Eu tinha o coração do meu pai nas minhas mãos, mas eu iria devolver e tentar outra alternativa. Mas Zelena apareceu com um pequeno exército e continuou a maldição por mim. Foi tão rápido e é claro que Rumpel tem um dedo nisso. Ele sempre se intromete em tudo.

– Okay. – disse Emma pensando em tudo que tinha descoberto nos últimos dias. – Então, temos três poderosos inimigos. Okay. Okay. Você achávamos que tínhamos dois, então você lidava com um e Mal com outro certo?

Regina concordou.

– Agora com Cora no meio. Não tem quem lide com ela e vocês não conseguem lutar com mais de um. Em outras palavras, vamos ter que achar mais uma pessoa ou criatura poderosa o suficiente. É isso?

– Não existe essa pessoa aqui, xerife. Eu tenho alguns nomes na cabeça, mas eles não estão em Storybrooke.

– E eu?

Regina a olhou.

– O que tem você?

– Eu tenho magia, certo? Então, eu pos-

Absolutamente não.

– Por que não?

Regina se virou para ela completamente.

– Estamos falando de um imortal e duas bruxas que usam magia há anos. O pensamento de você, que nem sabia que tinha magia há poucos dias, vai ter poder o suficiente para enfrentar alguma delas é... Suicídio, Emma.

– Você pode me ensinar!

– Não é questão de ensinar ou de talento. É questão de experiência. A minha mãe faz deuses tremerem. O Dark One desperta medo em todas as dimensões. Zelena tem poder o suficiente para me desafiar e isso quando eu era forte. No mínimo, eu teria que te ensinar tudo o que eu sei e por anos para que você tivesse força o suficiente para enfrentá-los.

– Eu posso tentar.

– Não pode.

– Por que não?

– Por que você vai se matar! – Regina estava ficando com raiva e isso era Óbvio pela veia em sua testa – Eu não vou poder te proteger, Emma.

– Você não tem que me proteger!

– Eu tenho!

– Por quê?

Regina não respondeu. Cruzou os braços e começou a olhar novamente para o nada.

– Você não faz sentido. – comentou Emma. – Nenhum. – suspirou – E a Blue?

– Sem pó de fada, sem magia. Blue não é uma opção.

– E agora?

Regina balançou os ombros.

– Nós esperamos o fim. Eu acho que você deveria colocar Henry num carro e não olhar para trás. Você não quer seu filho crescendo num lugar dominado pela minha mãe.

Emma olhou para a estrada. Seria o mais fácil a ser feito, certo? Entrar ali e sair dirigindo pelo mundo...

– E se não for de Storybrooke? – indagou Emma abrindo um sorriso – E se for algo do nosso mundo? Aquele tal senhor Alice!

Regina negou.

– Eles não se intrometem em algo que não faça sentido. Se eles vierem aqui, é muito provável que a minha mãe o convença a ajudar na minha caçada. Alice não é confiável.

– Mas ele te deu um presente, não é? Não é nada que possa nos ajudar?

– É uma chave de portal. – respondeu Regina não entendendo como aquilo poderia ser útil. – Ele abri portais para outras dimensões.

– Podemos usar isso!

– O usuário tem que querer mudar de dimensões e eu não acho que seja o caso aqui.

– Ele te deu essa chave por algum motivo.

– Para comprar meu perdão.

– Nada faz sentido! – exclamou Emma passando as mãos pelos seus cabelos. – então é isso, nós só podemos esperar pelo pior?

Regina concordou.

– Não há nada a se fazer. Eu vou lutar, até o último segundo, mas você deveria fugir.

– Henry nunca me perdoaria. Eu não me perdoaria.

– Mas vocês estariam seguros.

Emma suspirou.

– Por que você se importa?

Verdade, certo? Se fosse para morrer, que fosse leve.

– Emma.

A loira a olhou.

– Eu soube sobre você pelo August. Você devia uns 5 anos na época. Ele me achou ou eu o achei, não sei. Eu não te procurei na época, mas olhei por você do jeito que eu pude.

Emma não a respondeu imediatamente.

– Os presentes.

Regina concordou.

– Todos?

– Não. – respondeu a bruxa. – August enviava alguns também, mas a maioria era eu.

– Por quê?

Regina balançou a cabeça. Aquele mesmo sorriso triste em seus lábios.

– Eu não sei.

– Nós nos conhecemos antes?

– Não. A primeira que eu te vi, você tinha acabado de ter o Henry. Depois, talvez eu te vi na rua algumas vezes. Eu te procurava às vezes para ter certeza de que você ainda estava viva.

– Por que eu iria quebrar a maldição.

Regina assentiu.

– Eu não planejava te conhecer. O meu plano foi sempre encontrar Mal e enfrentar Rumpel e Zelena. Só.

Emma passou as mãos pelo rosto.

– E eu te beijei. Que coisa mais bizarra!

– Sobre isso...

Regina se virou rapidamente. Emma se sentiu sendo puxada e depois sentiu lábios quente e macios quase tímidos sobre os seus. Os lábios da escritora tinham gosto morango e isso fez Emma sorrir enquanto levava seus dedos até os cabelos curtos de Regina, se perdendo neles. Seus lábios se movendo em sincronia. Emma sentiu uma mão em sua cintura e a outra viajava pelas suas costas.

Alguém gritou.

As duas se afastaram e olharam ao redor assustadas.

– O que foi isso?

Outro grito, seguido por mais um.

Emma olhava ao redor com receio.

– Quem está gritando?

Regina a agarrou pela cintura antes que Emma pudesse procurar a origem do som.

– Confessoras.

– O quê?

– São Confessoras.

E olhando para o céu, Emma entendeu.

Havia uma coisa planando, coberta por uma capa negra e velha e um capuz que obscurecia suas feições. Outras coisas se juntaram a primeira e logo, o céu estava coberta por elas.

Curiosamente, todas olhavam para Emma, que engoliu seco.

– Me fala que essas coisas não são tão perigosas quanto parecem.

– Sinto te desapontar.

Regina as transportou para o centro de Storybrooke. Pegou a mão de Emma e a puxou para dentro da Granny’s, que ainda estava cheio com cochichos e discussões.

– Emma! – exclamou Snow quando as duas entraram na lanchonete.

Henry a abraçou com força e perguntou se tudo estava bem.

Mal se levantou da cadeira e olhou para fora da lanchonete. Depois, olhou para Regina, que assentiu.

– Confessoras.


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