James estava jogado em uma das cadeiras de praia em frente à piscina. Que diabos tinha acontecido naquele quarto? Parecia que tudo estava rodando e nada se encaixava no lugar. O garoto queria deitar naquela cadeira, dormir e apenas acordar quando tudo fizesse sentindo. Ele não podia culpar ninguém, nem Carlos e nem Sarah, ele que criou aquela imensa bola de nele que tinha caído em sua cabeça. Primeiramente, por que ele tinha dito que amava Carlos? É claro que ele amava o latino, afinal ele era seu melhor amigo, mas naquele momento realmente pareceu outra coisa. James não podia gostar de seu melhor amigo de outra forma, podia? Ele tinha que admitir que quando estava perto dele seu coração batia mais forte, ele tinha esse instinto de proteger Carlos do mundo como se fosse a coisa mais preciosa de sua vida, James podia se imaginar cada segundo de sua vida ao lado do rapaz mais baixo, coisa que ele nem consideraria com Logan, Kendall ou... Sarah. James admitia uma coisa, sua namorada nunca o faria sentir como seu melhor amigo faz. Ele sempre queria impressionar a namorada, aparentar ser o melhor cara do mundo (mesmo que ele tivesse que contar algumas mentirinhas pra isso), parecia que nada era o bom suficiente para a garota. Já com Carlos as coisas simplesmente fluíam de um jeito natural. O latino nunca tentou impressioná-lo, agradá-lo, ser alguém melhor para ele e mesmo assim James achava o rapaz a melhor pessoa do mundo. Não importava quantas piadas Sarah contasse para ele, o garoto sempre tinha que forçar uma risada. Já com Carlos, era apenas o latino abrir um leve sorriso que James sorria de volta e os dois caiam na gargalhada sem motivo nenhum. Ele podia ser ele mesmo com o amigo, dizer coisas idiotas, fazer coisas idiotas. Com Sarah, se ele dissesse uma coisa errada se sentia tão desconfortável e envergonhado que queria sair correndo, não queria que a menina pensasse que ele era um bobalhão (que na verdade ele era mesmo).

            James não podia dizer que estava dividido entre dois amores, porque ele não amava Sarah, ele nunca amou. A pessoa que faz seu coração disparar, que ele pode rir sem motivo, que ele pode ser ele mesmo é Carlos. Como ele não tinha percebido antes? Sarah era apenas uma garota bonita, já Carlos era... Quem ele amava. Mas será que Carlos o amava de volta? Com certeza! Pela reação do menino quando... Então James se lembrou, do latino que ele tinha deixado sozinho e de coração partido no apartamento. O garoto saiu correndo pela piscina na intenção de ir de volta para o 2J, mas lembrou que precisava passar em outro lugar antes.

            O rapaz bonito bateu na porta 4K, de uma pessoa que ele bem conhecia.

            - James! – sua namorada Sarah praticamente gritou quando abriu a porta – O que esta fazendo aqui, bebê?

            Argh, esse apelido. James odiava ser chamado por nomes melosos (como bebê), mas nunca disse isso à moça, pois poderia magoá-la.

            - Hun, oi Sarah. – respondeu desconfortável com suas mãos nos bolsos. – Eu queria falar com você, posso?

            James realmente não queria fazer isso, mas precisava. Ele não podia ir falar com o latino sem terminar com sua namorada antes, James não queria ser esse tipo de cara, então enfrentar Sarah era mais que sua obrigação.

            - Claro amoreco! Entra. – respondeu a garota gesticulando para ele entrar no apartamento.

            - Sarah eu... Não sei como te falar isso. – disse James passando pela porta.

            - Vai terminar comigo? – ela chutou com uma expressão de tristeza.

            James fez um rosto de surpreso e um choque o bateu. Como ela sabia?

            - Sarah eu-

            - Nenhum cara chega à casa da namorada de repente, com uma cara triste, dizendo que quer falar com ela então suspira e diz “Não sei como te falar isso”. – a garota o interrompeu, dizendo tudo rapidamente que quase foi difícil para seu namorado (ex, em um futuro bem próximo) acompanhar.

            - Eu realmente não sei, Sarah me desculpa eu-

            - Por favor, não fala mais nada! – interrompeu a garota – Eu não quero ouvir o discurso “Eu realmente gosto de você, mas...”. Foi porque eu te pressionei, não foi?

            - Não exatamente, é só que-

            - Eu sabia! – ela interrompeu de novo. Meu Deus, ela não me deixa completar uma frase, pensou James – Eu sabia que você era virgem. Um cara que já tivesse dormido com outra garota teria aceitado transar comigo na hora. Não é verdade? – o rapaz apenas assentiu – Olha, eu compreendo. Perder virgindade também foi difícil pra mim, mas eu quero que você saiba que eu estou disposta a esperar você estar pronto. – ela sorriu falsamente, como sempre.

            - Sarah, esse não é o problema, é que eu-

            - Então me fala!!! – ela gritou o interrompendo, de novo. Naquele momento o garoto pensou como tinha aguentado namorar todo aquele tempo a moça – Eu pensei que nós éramos um casal perfeito, temos absolutamente tudo pra dar certo.

            - Não somos um casal perfei-

            - Somos sim!

            - SARAH! CALA A BOCA E ME DEIXA TERMINAR! – James gritou, calando a menina. – Eu nunca me achei bom o suficiente pra você, sempre queria te impressionar e algumas vezes eu até menti para parecer ser o cara certo. Mas, primeiramente, se eu gostasse mesmo de você eu nunca teria mentido. Eu queria que nossa primeira vez fosse perfeita e que você gostasse, mas eu nunca pensei que uma garota experiente como você fosse gostar de dormir com um virgem como eu. Eu não sei como te dizer isso, mas... Eu te trai.

            A garota soltou um leve gritinho e cobriu a boca com as mãos. Balançou a cabeça, como se não acreditasse no que estava ouvindo.

            - Foi por um bom motivo. – tentou explicar o rapaz.

            - Como uma traição pode ser por um bom motivo? – ela perguntou engrossando a voz e quase a beira das lágrimas.

            Aquilo quase partiu o coração de James. Mesmo sendo insuportável e irritante, Sarah ainda era uma garota e uma garota não merecia ser tratada assim.

            - Eu dormi com outra pessoa pra nossa primeira vez ser perfeita. Eu sinto muito mesmo, foi uma ideia idiota. Não estou pedindo pra você me perdoar e a gente voltar a ser namorados, porque eu não quero isso. Se você me desculpar, já vai ser o suficiente para mim.   

            - Q-Quer dizer, q-que mesmo eu te perdoando, você n-não quer voltar comigo? – ela perguntou soluçando.

            - Não. Porque eu descobri que gosto de outra pessoa. Quer dizer, eu sempre gostei dessa pessoa, mas eu nunca me dei conta.

            A garota ficou em silêncio, não sabia como reagir a isso. Ela nunca tinha sido dispensada antes e era uma sensação horrível.

            - Você pode me dizer quem é essa pessoa? – perguntou de um jeito arrogante e autoritário.

            - Desculpa, ainda não.

            - Não somos mais namorados? – a voz de Sarah saiu fraca, quase como um sussurro.

            - Eu sinto muito. Mas eu queria te agradecer.

            - Como assim me agradecer? – perguntou indignada. – Como você tem a coragem de me trair, terminar comigo, dizer que prefere outra pessoa e ainda me agradece?

            - Se não fosse por você eu nunca descobriria que amo essa pessoa, que sempre amei.

            O silêncio tomou conta da sala, nenhum dos dois sabia mais o que dizer. Então Sarah foi até a porta, a abriu e disse friamente:

            - Obrigada por sua sinceridade, você pode ir agora.

            James saiu sem dizer uma palavra e ouvir a porta bater atrás de si. Foi dramático, mas foi mais fácil do que ele imaginada. Com certeza existiria uma mágoa entre James e Sarah a partir de agora, mas eles iriam superar. O importante agora era encontrar Carlos, pedir mil desculpas e rezar para que algo bom aconteça. O garoto praticamente correu de volta ao 2J e quando chegou lá, encontrou uma visão que não esperava encontrar. Kendall e Logan, ambos de braços cruzados o esperando no meio da sala.

            - Hun, oi gente. Como foram os encontros? – tentou disfarçar James.

            - Sem essa de “Como foram os encontros?”, James! – cortou Kendall – Agora nos diga, o que você fez pro Carlos?

            - Como assim?

            - Acontece James – começou Logan – é que chegamos em casa, ele estava trancado no quarto chorando e quando perguntamos o que tinha acontecido ele simplesmente respondeu: “Pergunta pro James”.

            O rosto de James caiu. Carlos ainda estava trancado no quarto, chorando e magoado? Ele queria voar para lá naquele instante, mas teria que explicar para os amigos primeiros.

            - Gente, por favor, sente-se pra eu poder explicar.

            Os dois rapazes se sentaram no sofá laranja e esperam uma explicação. James ficou de pé, porque se eles decidissem sair correndo atrás dele para surrá-lo pelo menos ele teria uma leve vantagem, já que ele já estava direcionado para a porta.

            - Tudo bem, lá vamos nós. Mais ou menos três dias, minha namorada Sarah pediu para nós darmos um passo na nossa relação, vocês sabem, que a gente transasse. O engraçado é que... Olha essa parte é muito boa. – James fingiu uma risada.

            - Conta logo! – os dois quase gritaram.

            - Ta bom. Eu meio que disse pra ela que não era mais virgem.

            - Por que você disse isso, seu idiota? – interrompeu Logan.

            - Não sei! Ela é mais velha, mais madura e experiente, não queria que ela pensasse que seu namorado era um menininho virgem. E também eu estava em pânico quando ela tocou no assunto. Enfim, eu pedi ajuda pro Carlos.

            - Como assim pediu ajuda? – perguntou Kendall.

            - Eu perguntei se a gente podia perder a virgindade juntos pra quando eu for ficar com a Sarah, eu pelo menos saber alguma coisa.

            Os dois rapazes o encararam em choque. O queixo de Kendall caiu e Logan ainda parecia estar processando a informação. Depois que um tempo sem esboçarem nenhuma reação, o garoto loiro finalmente disse alguma coisa.

            - Ele negou, não é? Por isso ele estava chorando? Por que você fez uma proposta indecente dessas?

            James balançou os pés, ele não sabia como dizer isso. Como se fala para seus melhores amigos que você dormiu com seu outro melhor amigo?

- Não exatamente... Na verdade ele disse sim.

            O garoto de cabelos arrepiados parecia estar paralisado e o loiro tão chocado que parecia que iria desmaiar. Quando percebeu que nenhum dos dois iria falar nada, James continuou:

            - Hoje, enquanto vocês estavam fora nós transamos e aparentemente no meio disso eu falei uma coisa que eu realmente não pretendia falar.

            - O que você disse? – Logan perguntou, depois de sair de seu “transe”.

            - Eu... Eu disse que... Hun... Disse que eu o amava. – o garoto bonito olhos para seus pés que estavam esfregando no tapete, não querendo encarar seus amigos.

            - James? – chamou o garoto loiro, fazendo o rapaz bonito levantar os olhos – Você ama ele?

            - E-eu... Amo. Percebi isso a pouco tempo, mas eu tenho certeza que amo ele.

            Os três rapazes ficaram em silêncio, James esperava uma resposta e seus amigos não sabiam o que dizer. Kendall e Logan se entreolharam e depois fitaram o rapaz a sua frente. O garoto de cabelo arrepiado suspirou e perguntou:

            - O que você acha que vai acontecer agora?

            - Eu não sei. – confessou – Eu fiz uma burrada e to tentando concertar, já até terminei com a Sarah. Só não quero que o Carlos fiquei bravo comigo, isso me mataria.

            - O que esta esperando, idiota? – perguntou Kendall.

            - Hãn?

            - Vai falar com o Carlos!

            - Espera! Vocês não estão incomodados com isso? – James não podia negar que estava surpreso, seria mais que perfeito se seus dois melhores amigos não se incomodassem com isso.

            - Pra ser sincero, foi uma surpresa. – respondeu Logan – Mas tudo bem se você gosta do Carlos. Você ainda é o nosso James e vamos apoiar se vocês ficarem juntos.

            O garoto bonito abriu um sorriso que mal cabia em seu rosto. Seria o fim se eles não aceitassem ou ficassem bravos com ele, era uma das coisas que ele não queria.

            - Com certeza! – completou o loiro – Quer dizer, vai ser estranho você não sair paquerando todas as meninas que ver pela sua frente, mas acho que vai ser até melhor.

            Os três riram. Claro, não podia faltar um comentário desses pra quebrar a tensão.

            - Valeu mesmo gente. Agora, vou falar com o Carlos. Me desejem sorte! – disse James indo em direção ao quarto.

            - Vá atrás do seu homem, Jamie! – gritou Kendall, fazendo os rapazes na sala caírem na risada.

NOTHING ELSE MATTERS ~ NOTHING ELSE MATTERS ~ NOTHING ELSE MATTERS

            Depois de se vestir e arrumar o quarto, Carlos se deitou na cama, querendo se enrolar no lençol tão fundo que seria capaz de sumir. O latino não chorava mais, pois não tinha mais lágrimas para derramar, apenas soluçava em uma tentativa de aliviar a dor, mas de que nada adiantava. No fundo o latino sabia que isso iria acontecer, ele iria acabar com o coração partido e com e risco de ficar sem um de seus melhores amigos. Seu idiota, o que você pensa que fez quando perguntou aquilo? Foi uma das coisas mais idiotas que ele já fez, o latino já estava preparado mentalmente para não criar esperanças! Mas ouvir aquelas palavras acendeu uma chama em seu coração, o fez sentir uma esperança que nunca sentiu antes, quase como uma luz no fim do túnel. Aquelas palavras... O que realmente aquilo significou? Provavelmente um “eu te amo cara, valeu por estar me ajudando”. Ele devia ter entendido errado, mas também James poderia ter escolhido um momento melhor para dizer aquilo. O pior é que ele gritou com o rapaz, fez um drama e o expulsou do quarto, como se ele fosse culpado de alguma coisa. Não era culpa de James se o latino era apaixonado por ele, não era culpa de James se o latino tinha entendido errado e não era culpa de James se o latino surtou, brigando com o amigo e partindo o próprio coração. Carlos nunca teve nenhuma chance com o rapaz mais alto e se tinha, arruinou completamente. O latino apenas soluçou, com um nó na garganta e uma rachadura no coração. O pior, como ele iria explicar para James? O que não deve ter passado pela cabeça do rapaz quando Carlos começou a chorar desesperadamente. O latino se odiava naquele momento, odiava o que ele fez, odiava tudo ao redor... Menos James. Era impossível, mesmo que ele era tecnicamente o responsável pelo coração partido do latino e toda aquela sensação de agonia, era impossível, impensável parar de amá-lo. Não Carlos! Pare de pensar isso! Não é culpa do James, é sua! O latino gritou mentalmente para si mesmo. Um soluço engasgado saiu de sua garganta, ele tinha feito aquilo para ele mesmo, agora tinha que lidar com isso. Mas como? Ele tinha a sensação que iria morrer a qualquer momento.

            Seus pensamentos foram interrompidos com alguém batendo na porta, provavelmente Kendall e Logan de novo.

            - Vão embora! Eu já disse que não quero falar com ninguém!! – tentou gritar o latino, mas sua voz saiu tão rouca e fraca que parecia mais um resmungo.

            - Não quer falar nem comigo? – uma voz leve e paciente disse através da porta.

            James! O coração do latino parou por um momento. O que ele estava fazendo aqui? Provavelmente gritar com ele e perguntar que diabos tinha acontecido.

            - Por favor, vai embora. Não me faça ficar pior.

            Com isso o menino no corredor pode perceber que o latino estava chorando. Seu coração de partiu. Ele queria arrombar a porta e entrar gritando que não estava chateado e amava o amigo.

            - Carlos, por favor. Eu quero falar com você.

            O latino também queria dizer várias coisas para o rapaz mais alto, mas apenas sentir na vergonha e humilhação de abrir a porta, como enfrentar o amigo sem parecer um completo idiota?

            - Eu não sei se consigo abrir essa porta. Não sei se consigo olhar pra você de novo... Tipo... Nunca mais.

            James entendia completamente que o latino estava com vergonha, então tentou pensar em um jeito de fazê-lo abrir a porta.

            - Você provavelmente deve estar deitado na cama. Então, o que você acha de levantar, destrancar a porta e depois voltar pra cama? Eu entro quando você já estiver deitado. – o rapaz mais alto mordeu o lábio, rezando para dar certo.

            Alguns segundos ele ouvir a porta sendo destrancada e a fraca voz do latino dizendo “pode entrar”. James entrou e suspirou com a visão. Carlos estava deitado de bruços no colchão, com a cabeça enterrada no travesseiro e soluçando. O rapaz mais alto queria correr até o latino, abraçá-lo, beijá-lo e repetir mil vezes para ele não chorar. Mas eles precisavam conversar antes. James se sentou na beirada da cama e passou a mão pelas costas do latino, sentindo ele tremer sobre seus dedos.

            - Você esta mesmo chateado comigo, não esta? – perguntou o rapaz mais alto.

            Carlos apenas assentiu coma cabeça.

            - Foi o que eu disse, não foi?

            Outro aceno.

            - Você vai falar alguma coisa?

            - Não sei. – respondeu com uma voz manhosa.

            James ainda não estava satisfeito com essas respostas, então decidiu ser mais direto.

            - Por que você começou a chorar quando eu não respondi nada?

            - Porque... – um suspiro. O coração de James parou por um segundo. Será que ele iria dizer aquelas palavras? – Porque eu te amo.

            O peito de James inchou. Carlos sentia a mesma coisa que ele, mesmo se alguma coisa acontecesse e eles não ficassem juntos, o rapaz já estaria feliz.

            - Desde quando?

            - E-eu n-não sei. – o garoto deitado começou a gaguejar. – Só s-sei que q-quando percebi e-eu já te a-amava.

            O rapaz mais alto respirou fundo e continuou.

            - Por que você agiu daquele jeito, sendo que eu nem respondi nada?

            - Eu fiquei com raiva de mim mesmo por pensar, mesmo que por um segundo, que você me amava de volta. – com isso Carlos desabou, se ele achava que era impossível chorar mais, mudou de ideia.

            - Você acha mesmo que eu não te amo?

            - Claro! – respondeu amargamente – O que você iria querer com alguém como eu? Um cara! Seu melhor amigo!

            - O que eu não iria querer? Carlos, eu não sei como eu não percebi isso antes, mas eu te amo. Eu fui um idiota por propor aquilo só pra eu dormir com a Sarah, mas valeu à pena! Se não fosse por isso eu não iria descobrir que eu te amo. Que eu sempre amei. Carlos, por favor, olha pra mim.           

            O rapaz deitado virou seu corpo e se sentou. Seu rosto estava inchado, lágrimas secas pelo seu rosto e uma expressão de confusão e dor ao mesmo tempo. James se inclinou e selou seus lábios, fazendo o latino dar um leve salto de surpresa.

            - Carlos, por favor não chora mais. Eu te amo. – sussurrou entre os lábios do outro rapaz.

            - Ama?

            - Amo. E eu fui um idiota por não perceber isso antes e por te fazer sofrer. Me desculpa.

            - Não se desculpe. – Carlos deu um leve sorriso – Não é sua culpa eu ser completamente louco por você.

            - Na verdade é. Eu sou irresistível. – brincou James, ganhando um leve soco no ombro do outro rapaz. – Esta tudo bem entre a gente agora?

            - Como assim tudo bem? Você quer ficar comigo?

            - É o que eu mais quero no mundo, Carlitos.

            - Mas e a Sarah?

            - Foda-se a Sarah! – Carlos ficou surpreso, o que isso queria dizer? – Eu terminei com ela... Pra ficar com você.

            - Sério? – o rosto do rapaz mais baixo se iluminou.

            - Com certeza.

            Os rapazes selaram seus lábios novamente. Era possível eles estarem mais felizes? Carlos estava espantado com o que James fazia com ele. Em um momento estava tão triste que parecia que iria morrer e no outro estava tão feliz que parecia que seu coração iria saltar de seu peito. O rapaz mais alto o tinha como ninguém mais no mundo. James separou seus lábios e disse:

            - Lembra do eu disse? Que queria que minha primeira vez fosse com alguém que eu amasse?

            - Lembro – respondeu Carlos risonho.

            - Então, foi com alguém que eu amo muito. Muito mesmo.

            - Eu também te amo James.

            Voltaram a se beijar e assim continuaram como se não houvesse amanhã. Era possível um amor tão forte e verdadeiro se revelar tão rápido? No caso dos dois, era totalmente possível.