Cotidiano escrita por Léo Cancellier
Junho estava chegando, e com ele, os exames finais. Mas o que deixava os alunos do último ano ansiosos era a formatura. Em breve haveria o baile. E a festa. Mônica e suas amigas eram do comitê de baile. Estavam escolhendo as músicas e os temas.
De repente, Amber soltou uma exclamação:
- Mô! Já sei qual vai ser o tema da formatura! Você!
- O quê? Amber, boiou? O tema não pode ser “eu”.
- Eu concordo. – disse alguém, entrando na sala de reunião do comitê de baile.
- Ah, é você, Luiza. – disse Amber, sem emoção.
Luiza era uma garota que não simpatizava com ninguém, muito menos com as líderes de torcida, a quem ela chamava de “patricinhas esnobes e nojentas”. É claro que Luiza não era muito popular. Andava vestida de preto e com os cabelos despenteados.
- Luiza, sabe qual é o seu problema? – perguntou Claire.
- Sei. É estar falando com você. – “coiceou” Luiza.
E, virando-se, saiu andando calmamente.
- O quê eu fiz para ela? – perguntou Mônica.
- Nada. Ela só está com inveja, porque acha que não consegue ser como nós. É claro que a gente já tentou, mas ela simplesmente não quer se enturmar. – explicou Amber.
- Eu falarei com ela. – Mônica levantou-se e foi na direção em que Luiza tinha ido.
- LUIZA! LUIZA! – chamava Mônica.
Luiza parou e se virou.
- O que quer, Mônica? – e descarregou todo o veneno nessa última palavra.
- Eu queria conversar com você. Posso?
- Pode. Não tenho mais nada de interessante para fazer mesmo.
- Por que você não gosta de mim? – perguntou Mônica.
- Não é isso. É que eu acho que eu não me encaixo em nenhum lugar. Não sou bonita, não sei fazer acrobacias, não sou popular e muito menos inteligente. – respondeu Luiza.
- Ah! Claro. Inteligente você não é mesmo, para pensar assim. A Amber me disse que as garotas já tentaram te ajudar.
- Sim, já tentaram. Mas eu não queria a ajuda delas. Queria ser reconhecida pelos meus méritos.
- Já sei por onde começar. – disse Mônica, estalando os dedos.
- Por onde?
- Você vai pedir desculpas para as garotas. Vai te fazer sentir melhor.
- Bom, já que você diz que isso vai fazer eu me sentir melhor... Não custa tentar. – a contragosto, Luiza seguiu Mônica de volta para a sala.
- Garotas, a Luiza quer falar com vocês.
Todas se viraram, surpresas.
- Eu queria pedir desculpas a todas. Não era a minha intenção esnobar vocês. Eu só queria vencer pelos meus méritos. – disse a garota.
Amber caminhou até ela.
- Acho super bacana essa sua iniciativa. – disse Amber, colocando as mãos nos ombros de Luiza.
- Bem que a Mônica falou que eu ia me sentir melhor. – Luiza sorriu.
- Luiza. – chamou Claire. – Contaí. O que você sabe fazer de melhor?
- Bom, eu sei desenhar. Na verdade, o meu sonho sempre foi ser estilista.
- Jura? E por que você anda tão pra baixo?
- É que, depois que a minha mãe morreu e eu fui morar com o meu pai, tudo mudou.
- O que o seu pai fez? – Amber tapou a boca com as mãos. – Te bateu? Abusou de você?
- Não! Que horror! – Luiza a encarou. – Longe disso. Ele queria até que eu voltasse a desenhar e fazer roupas, porque era isso que eu fazia antes de a minha mãe morrer. Ela também era estilista.
- Brincou que você fazia roupas? – Magali espantou-se.
- Não é brincadeira. Mas depois que a minha mãe morreu, eu cai em depressão.
- Como era o nome da sua mãe, Luiza? – perguntou Clair.
- Se eu falar o sobrenome dela, vocês matam de primeira. – respondeu Luiza, dando um sorrisinho.
- E qual é? – perguntou Amber.
- Fassropaz. – respondeu Luiza.
. - Brincou? Você é filha da Fassropaz? – espantou-se Clarie.
- Sim, eu sou.
- Então você deve ser talentosa. O único problema é que esse talento se prendeu nessa sua depressão. – disse Amber. – O que temos que fazer é... Colocar para fora! – ela gesticulava com o corpo.
E, batendo palmas, começaram a fazer um tratamento de animação em Luiza. Depois de alguns dias, Luiza nem parecia a mesma garota de antes. Fazia vestidos sem parar.
- Mônica! – chamou Luiza, certo dia. – Eu queria lhe agradecer. Se não fosse por você, nada disso teria acontecido.
E Mônica tinha ganhado uma amiga nova.
O grande dia chegara. As garotas estavam desesperadas com os vestidos, mas Luiza dera um jeitinho. Confeccionara vestidos na velocidade da luz. No final, as garotas estavam maravilhadas.
- Agora você provou que é uma filha da Fassropaz. – exclamavam as garotas.
Luiza estava ajudando Mônica e Magali a se vestirem. Mônica usava um deslumbrante vestido vermelho, cheio de rubis. Magali usava um vestido amarelo estonteante, com detalhes em ouro de verdade.
- Antes que vocês falem alguma coisa sobre as pedras e o ouro, eu vou dizer: são verdadeiras. A minha mãe adorava pedras preciosas. Essa é a vantagem de ser filha de estilista famosa. O céu é o limite. Com relação ao resto, é só usar o cartão de crédito. Era o que a minha mãe dizia. – disse Luiza.
As três riram. Depois que Luiza terminou, as duas se olharam no espelho.
- Essas cores sempre vão nos seguir, não é? – disse Mônica.
- Sempre. – riu Magali.
As três se abraçaram.
- Ei, Luiza. Você não vai se arrumar? – perguntou Mônica.
- Eu não vou, Mô. – respondeu Luiza.
- Por quê? – Mônica a encarou.
- Não tenho par. Vou me sentir deslocada lá. – Luiza encolheu os ombros.
- Quéisso? Nada a ver. Anda! Vai por um vestido e vamos. Ainda faltam duas horas para o baile. Nós ajudamos você a arrumar o cabelo. – ordenou Mônica.
Uma hora e meia depois, Luiza estava maravilhosa, com um vestido azul cheiro de safiras. Ouviram uma buzina.
- É a limusine, mas ainda falta meia hora. – disse Magali.
Amber e Claire entraram. Amber usava um vestido verde, cheio de esmeraldas e Claire, um vestido prata, cheio de diamantes.
- Afe. Os garotos estão demorando. – bufou Claire.
- Nem me fale. – disse Amber.
Dez minutos depois, Richard e Cascão chegaram, acompanhados por Ned, Joe e Drew, que eram do time de futebol também. Ned e Joe namoravam Amber e Claire, respectivamente. Drew estava sozinho. Então, virou-se para Luiza e perguntou:
- Ei, Luiza. Você tem par?
Luiza o encarou e corou.
- N-não. – gaguejou. – Eu não tenho...
- Então, não gostaria de ir comigo? – Drew não a deixou terminar.
- Adoraria, Drew. – a confiança de Luiza começou a aumentar. Usando um tom comicamente sedutor, ela o encarou. – A propósito, pode me chamar de Luh.
- Ok. E a propósito, você está linda com esse vestido. – Drew sorriu para ela.
- Mesmo?
- Mesmo. Ah, e os nossos nomes combinam. Luh e Drew.
Amber, Mônica, Magali e Claire deram risadinhas. Luiza fuzilou-as com os olhos, após rir em um tom descaradamente falso da piada de Drew.
Quando chegaram à escola, colocaram as roupas e os chapéus de formatura. Eram azuis e prateados, da cor da escola. Receberam os canudos, agradeceram e se prepararam para a festa.
Todos dançavam. Quando Mônica ia beijar Richard, reparou que alguém estava entrando, mas não viu quem era. Sem ligar, Mônica continuou o caminho para beijar Richard.
- Esse é o meu presente de formatura para você, Richard. – disse Mônica.
- Então, considere o presente retribuído. – disse ele, beijando-a.
De repente, sentiu que alguém trombara com ela. Quando virou-se para dar uma bronca, olhou nos olhos da pessoa:
- Você?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Gostaram? Façam review. Não gostaram? Façam review. O importante é mostrar a opinião =D
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E se gostaram dessa, leiam as minhas outras fanfics, garanto que gostarão também. =)
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@leocancellier