Água E Óleo ( Drarry) escrita por Emily Zhang


Capítulo 1
Água e Óleo


Notas iniciais do capítulo

Nao me condenem, é meu primeiro yaoi D: kkk espero que gostem.



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Draco estava prostrado em frente à floresta proibida. Era a hora do crepúsculo, e sabia que estaria em uma encrenca se Filch o encontrasse ali, mas não se importava. Ele estava novamente em Hogwarts, mais um natal que passava preso àquela maldita escola estúpida.
Poderia voltar para casa agora mesmo, ele pensava, mas então recuava, Não, prefiro encarar o Santo Potter e sua horda de seguidores estúpidos a ter que suportar aquele lugar.
Santo Potter.
Ele havia intercedido pela família Malfoy após o fim da guerra. Contara a todos, numa declaração formal publicada no profeta diário, sobre a permanência forçada de Draco e de seus semelhantes ao lado do Lorde das Trevas. Harry contara que a família era apenas uma vitima, presas encurraladas pela serpente que era Voldemort, e que desejava que Narcisa e o filho pudessem reconstruir suas vidas, sem olhares tortos ou reprovações vindas de outras famílias de bruxos. Quanto a Lucio, ele que apodrecesse em Azkaban.
Draco quase sorriu com o canto dos lábios como costumava fazer, saboreando as palavras incomuns para um santo saírem da boca do Potter. Ele queria tê-las dito ao Profeta pessoalmente. Desde pequeno fora criado ao lado de Lucio Malfoy, sem afeto algum, aprendendo a odiar os trouxas e os sangue-ruins. Ele se vira, um pobre garoto magricela e amedrontado, escondido num canto qualquer da Mansão Malfoy enquanto o pai esbofeteava a face da mãe, que suportava tudo calada por medo de perder seu filho. Agora que Narcisa estava bem, e distante do monstro que era seu marido, Draco poderia quase agradecer ao Potter. O Santo Potter. Sempre o centro das atenções, sempre O Eleito, o garoto que surgia das sombras e salvava a todos com suas orbes verdes e corpo magricela.
Maldito Potter.
De tempos em tempos, lembrava-se das palavras de sua mãe: Você deve voltar, Draco. Deve mostrar a todos eles que é melhor que as aparências. Era por ela que havia voltado àquele nauseante lugar para repetir, juntamente com todos os septuanistas, o ano que haviam perdido durante a batalha. Começar de novo. Longe dos fantasmas de sua infância, longe dos vislumbres das torturas às quais tiveram como palco o salão da mansão. Tentar cumprir seu sétimo ano, por ela. Era o mínimo que podia fazer. Ela sorria, mas a vontade de Draco era sumir, adentrar naquela floresta e ser comido pela primeira criatura que encontrasse. O receio que as pessoas nutriam pelo loiro acabou tornando-se medo.
Seus dois unicos amigos estavam mortos.
Ele estava sozinho.
Sem nem ao menos correr os olhos pelo perímetro, para certificar-se de que não estava sendo observado, pôs a mão no bolso da calça de linho e retirou um maço de cigarros. O artefato trouxa houvera seduzido-o desde a primeira vez que o havia visto em Londres. Não ligava muito para os problemas que poderia desenvolver depois, apenas queria desestressar, esquecer que todos à sua volta o odiavam.
A nuvem de fumaça que saía de sua boca não o fez perceber quando alguém aproximou-se e parou a seu lado.
Draco nem deu-se ao trabalho de saber a identidade da pessoa que o observava, apenas virou o rosto com sua melhor expressão Malfoy, que fazia qualquer um querer correr e sair de perto dele. O loiro havia utilizado muito essa expressão durante os poucos meses daquele ano que estivera em Hogwarts. Sempre funcionava para que o deixassem em paz.
Não funcionara daquela vez.
Era ele.
Santo Potter.
Harry fitava o cigarro já pela metade na mão do loiro com uma expressão de descontentamento e apreensão. Os olhos verdes arregalados viraram-se para o rosto de Draco.
- Não devia usar esse tipo de coisa.
- Não me diga o que devo ou não fazer, Potter.
Ele se calou por alguns segundos.
- O que está fazendo aqui, Potter? Seus amigos ruivos não deveriam estar lutando pela atenção do eleito, há esta hora? Onde está sua horda de cães fiéis? - o Loiro provocou. Por mais que deixasse claro o seu descontentamento ao ter que conviver com o menino que sobreviveu durante aquele sétimo ano em todas as situações, o grifinório ainda tentava manter algum tipo de contato, o que aborrecia Draco. Harry mediu as palavras do sonserino e respondeu, sem nenhum traço de irritação na voz:
- Você não sabe nada sobre meus amigos.
Draco revirou os olhos.
- E não tenho intenção nenhuma de saber o que acontece naquele lugarzinho, ou o que acontece com aquelas pessoas desprezíveis.
Draco esperou. Pela censura, pela resposta, até mesmo pela simples mesura de briga. Mas Harry apenas se calou, observando o ponto na floresta o qual Draco estava fitando há minutos atrás. Não era do feitio do moreno não reagir a uma provocação do sonserino, muito menos se esta fosse ligada a seus queridos amiguinhos. A noite estava fria. Não tanto quanto o coração sonserino de Draco Malfoy. Não tão fria quanto o olhar que o eleito sustentava fixo nas arvores. E com toda certeza não tão fria quanto as palavras que o loiro proferia.
- Eu já lhe avisei. Isso faz muito mal para seus pulmões.
- Vá se catar, Potter.
- Não há mais ninguém aqui, você sabe, não é?
Draco olhou ao redor, lentamente, procurando alguma alma viva, tentando escutar algum ruído vindo de alguma das torres. Não havia sinal de ninguém.
- Todos devem estar se entupindo em suas famílias felizes agora. Você esperava o que¿ É a véspera de natal, Potter. Até um estúpido como você sabe que este castelo fica praticamente vazio. Dessa vez esperava ao menos um comentário. Nada. Ao invés disso, Harry aproximou-se dele e disse, com uma voz amena:
- Draco... porque não entra e come alguma coisa? Está frio aqui fora, e ficar sozinho na noite de natal não me parece muito certo.
- É o que você está fazendo, Potter. E não me chame de Draco. É Malfoy pra você o sonserino deu mais uma tragada em seu cigarro e expeliu outra nuvem de fumaça para o céu. Você não deveria estar com os traidores de sangue?
Harry respirou fundo e pôs as mãos nos bolsos da calça jeans que usava.
- Acho que eu não estava pronto para abandonar esse lugar. Não de novo. Alem do mais, os Weasley precisam de um momento família depois de tudo que aconteceu. Quer dizer... realmente em família, apenas eles.
O cigarro de Draco estava quase no fim. Porque Potter dizia aquelas coisas? Porque seguia em silencio? Não respondia a nenhuma provocação do loiro. Isso o irritava profundamente. Deixou-o falando sozinho novamente enquanto tomava os restos do cigarro nas mãos e o jogava o mais longe que podia.
- Draco, eu realmente sinto muito pelo que aconteceu. Espero que algum dia... não sei, você consiga superar tudo isso. Harry se virou, indo em direção à escola Feliz natal.
O sonserino se viu preso numa onda de fúria imensa. Era por piedade e compaixão que o famoso bruxo que derrotara o Lorde das Trevas não respondia a nenhum de seus insultos.Seu estômago se agitava freneticamente. Naquele momento, esperava uma boa briga, talvez alguns xingamentos e feitiços, mas o grifinório apenas agia com aquela pose de... santo. O loiro pode ouvir a pena enrustida em todas as palavras de Harry. Ele sentia pena de Draco, por finalmente conhecer sua história, por tudo o que havia passado. E isso era o que mais enfurecia-o. Ele não precisava do eleito, e não precisava de ninguém que pensasse que o compreendia.
- Potter! Malfoy gritou, enquanto corria para alcançar o garoto, que já se encontrava em frente à entrada do castelo.
Enquanto Harry virava o rosto na direção da voz, um furioso Draco Malfoy avançou sobre ele, os olhos ardendo de desprezo e violência, e o empurrou contra a parede.
- Eu NÃO preciso da sua piedade, garoto. Draco cuspiu entredentes enquanto o grifinório recuperava-se do susto. Você acha que é o melhor agora? Por ter ajudado minha mãe¿ Acha que eu iria correr até você como um de seus cãezinhos fiéis e dizer: Oh, Harry Potter, você é mesmo o máximo! Obrigada!? Você está muito enganado. Eu não quero nada que esteja relacionado a você perto de mim. Não passa de um bruxo estúpido e famoso.
Draco avançou mais um passo, ficando frente a frente a Harry, a dez centímetros do rosto dele. Ele tentava decifrar a feição do garoto, mas o mesmo continuava com aquele olhar de piedade e conformidade. A cena o enfureceu mais ainda. O sonserino cerrou o punho e o levantou, pronto a acertar o rosto do grifinório.
Uma grande cratera na parede ao lado de Harry foi a única coisa que denunciava a fúria de Draco quando o mesmo abriu os olhos. O sonserino ainda estava prostrado em sua frente. O corpo tremia. Nem mesmo Harry sabia porque estava ali, porque advertira ao sonserino sobre o cigarro, porque ainda insistia que este fosse para o interior e comesse alguma coisa.
Harry apenas sentia que Draco precisava de alguém.
Porém, as palavras do loiro passavam pela sua mente.
Eu não quero nada que esteja relacionado a você perto de mim. Não passa de um bruxo estúpido e famoso.
Não me diga o que devo ou não fazer.
Ora, ora, se não é o Santo Potter.
Eu não preciso de você, Harry Potter.
E Harry se viu furioso, assim como Draco estava. Depois de alguns segundos, não respondia mais por si mesmo, tremia de fúria, os movimentos tornaram-se mais bruscos. Ele levantou os olhos, preparando-se para o duelo e fitou os olhos cinzentos que o encaravam, cada vez mais perto, que denunciavam que por mais que o corpo do sonserino tremesse e parecesse implorar por uma briga, sua mente estava confusa, ele estava solitário. Harry desarmou-se totalmente.
Draco diminuiu a distância entre os dois lentamente, de forma uniforme, centímetro por centímetro, até que Harry conseguiu sentir os lábios frios e a respiração descompassada do sonserino em sua orelha esquerda.
- Acha realmente que pode fazer isso, eleito¿ Pode simplesmente demonstrar depois de todos esses anos algum afeto por mim, sem que eu saiba que não passa de pena¿ Se acha tão superior que quer ser capaz de perdoar alguém que fez dos seus dias um pesadelo¿ - Draco recuou para encarar Harry novamente, agora a cinco centímetros de distância. Quatro. Três. O sonserino se munia de mais provocações, mas o moreno também estava farto de fingir.
- Nunca poderia sentir pena de você, Draco. a afirmação fez o loiro recuar, mas Harry prosseguiu. Nunca houve espaço para remorso entre nós dois, e você sabe disso. o moreno respirou fundo - Eu nunca te odiei, Draco Malfoy. Você é frio, calculista, difícil de compreender, ambicioso e de certa forma cruel. Mas ainda assim, mesmo com toda essa gama de defeitos, você consegue ser uma das pessoas mais... fascinantes que conheço.
A mão direita do sonserino escorregou da parede.
- Eu sei que precisa de alguém. Sei que se sente só.Eu posso cuidar de você, Draco. Se você permitir.
Os olhos verdes e cinzentos se cruzaram outra vez.
- Não precisa ser desse jeito. Tudo pode ficar bem. Me escute, Draco.
A mão de Harry escorregou para pegar a do loiro.
- Eu sei que você é mais que essa máscara que construiu para si. Vamos, Draco. Está na hora de acabar com a farsa.
Draco tinha a súbita sensação de ter sido desnudo naquele momento. Em algumas palavras, o homem que pensara odiar em toda a sua vida, definira toda a sua existencia. Fingir. Pôr sua máscara de frieza, permanecer alheio às situações. Sempre fora o melhor jeito para o pequeno Malfoy. Como conviver sem um artefato que lhe acompanha desde sempre?
Os olhos de Draco arderam, e ele sentiu sua armadura ruir. De repente, era novamente aquele garoto magricela escondido nos cantos da mansão, procurando por alguém.
De repente, precisava de alguém mais que tudo.
- Me ajude... Harry. Me ajude. Harry pode sentir a raiva do sonserino diminuir gradativamente, transformando-se em desespero. O corpo do garoto à sua frente chacoalhava no ritmo dos soluços intensos acompanhados de lágrimas que insistiam em rolar por sua face. Eu não consigo mais fingir. Não consigo mais ser um Malfoy.
Harry, deixou que o loiro encostasse a cabeça em seu peito, e, involuntariamente, levou os braços ao tronco de Draco, segurando-o num abraço.
- Não precisa ser um Malfoy. O bom e velho Draco já é suficiente para mim.
Draco afundou naqueles braços, sentindo toda a raiva se esvair completamente. Suas mãos descreveram pequenos arcos pelas costas de Harry até entrelaçarem-se em volta do moreno. A respiração dos dois acelerava rapidamente, e, num impulso, Harry puxou-o para si para que ficassem mais juntos, fazendo Draco virar o rosto para ele. Face a face, coração com coração, os dois aproximaram-se cada vez mais. Draco deu um de seus sorrisos com o canto da boca quando os narizes se tocaram, o que fez Harry sorrir também. Quase no mesmo instante, os lábios dos dois estavam encaixados, ligados num beijo ardente e apressado.
Sem tirar seus lábios dos do Sonserino, Harry entrelaçou uma das mãos nos cabelos platinados dele. Sentiu a pele de Draco formigar ao seu toque, e estremeceu quando o loiro o beijou com mais urgência, segurando-o pela cintura. Seus lábios eram apressados, mas quentes e macios, e davam a Harry uma sensação nunca dantes experimentada, e os dois se encaixavam de forma tão meticulosamente perfeita que Draco perguntou-se por que não havia feito aquilo antes. Harry tinha um gosto tão bom, que o sonserino não queria parar. Dane-se se fosse errado, dane-se o que as pessoas diriam se vissem aquilo. A única coisa que importava para Draco agora era o sabor dos lábios doces do grifinorio, e o modo tão bom com que ele brincava com a língua do sonserino, enquanto puxava levemente os cabelos loiros do garoto.
Eram como açúcar e sal, água e óleo, dia e noite. Mas se completavam de um jeito tão sincero e tão natural que nenhum dos dois desejava que aquele momento acabasse.

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Notas finais do capítulo

gostaram? se acharam meio confuso, ou se a historia precisar de mais historia, por favor me avisem, quero aprender a fazer essas fics Drarry, kkk