A Life Time escrita por Lu Falleiros


Capítulo 26
Sentirei sua falta.


Notas iniciais do capítulo

É a contagem regressiva. Novamente espero que gostem do capítulo, e que comentem!
Obrigada por me acompanharem! ^.^
(Bom vamos ao que interessa... Mais um capítulo!)



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-Meninas, venham aqui! – Gritei para Tanina e Elina, estava na hora de nos despedirmos. Será que elas estavam no meu tempo, como Alois? Ou realmente jamais às veria novamente? – Tenho um pedido para vocês.

- Sim senhorita... – Disseram as duas sorridentes. Jamais me esquecerei, Tanina com seus cabelos pretos e sardinhas, com o lindo rostinho branco e apenas as bochechas rosadas. Se não fosse por isso, eu a consideraria uma fantasma. Aquilo me fez rir por entre o olhar triste. As meninas ainda esperavam meu comando, então pedi:

- Vocês poderiam me abraçar? – As duas pareceram surpresas, mas vieram correndo, como se soubessem que algo iria acontecer. Por que todos pareciam saber de tudo que aconteceria? Menos eu?

- Nós te amamos. – Disse sussurrando Elina, como esse sentimento poderia não ser recíproco, com seus lindos cabelos ruivos e carinha de anjo. Sempre que ela sorria, seu rosto mudava, ela parecia maior e mais madura. – E sempre estaremos ao seu lado, só é nos procurar corretamente e verá.

- Está bem... – Eu disse com olhar triste. Não eu não choro. Mas não quer dizer que eu não sinta tristeza. Quando as meninas me soltaram voltaram às suas ações corriqueiras, eu não poderia culpá-las, afinal eram suas funções. – Vamos Izadora, cumpra com sua missão.

- O sonho foi esclarecedor Jovem Mestra? – Ela não olhava para mim e sem saber por que, eu não estava nem um pouco surpresa com sua dedução.

- Nada mais do que o esperado da mordomo da família Willian. – Ela agora sorria, ainda olhando para baixo. – Vamos ao Phantomhive.

Seguimos pela enorme casa, seria a última vez que passaria por aqueles corredores, feitos todo em uma cor bem clara e esperançosa, mármore rosado. Tão lindo. Ao chegarmos no andar de baixo, eu continuava à sentir o cheiro de pão recém tirado do forno, feito pelas crianças, do outro lado, o cheiro de livros novos, invadiam minha mente e a vontade de passar o dia naquela biblioteca me contagiava. Saímos para o jardim, para pegar mais uma vez a carruagem. Um pouco antes de entrarmos, eu olhei para as rosas pálidas que cobriam todo o jardim, elas eram iguais às da casa de minha avó. Eu sabia o porquê, eu às plantara.

- Adeus. – olhei novamente para a casa e para Izadora, que estava finalmente séria. E antes que ela dissesse algo eu completei – Por enquanto. – O sorriso agradável que ela sempre fazia retornou ao seu rosto como um raio, ela parecia pela primeira vez, orgulhosa ou feliz.

Enquanto íamos à casa de Ciel, eu percebi que jamais teria que andar de carruagem novamente. Afinal o meu Jaguar XJ ULTIMATE estava me esperando no estacionamento do hospital. Onde meu motorista me levaria para casa. Eu realmente deveria saber pelo menos alguma coisa deste tempo eu não sentiria falta, pelo menos isso. Eu sorri ao pensar em entrar no meu carro, que eu poderia algum dia dirigir, sentir o motor ranger e o volante em couro claro genuíno. Mas logo que a mansão de Ciel entrou no meu campo de visão, a tristeza voltou ao meu rosto. Eu sabia o que tinha que fazer, ele mesmo havia me alertado e explicado. Mas, seria eu capaz de nunca mais vê-lo? Izadora parecia ter lido minha mente, pois ao abrir a porta da carruagem, assentiu:

- Confie nas palavras dele, eu também estava lá. Escute-o. – Ela estava séria novamente, era como se todos soubessem o que eu tinha que fazer, mas estavam com medo. Até mesmo Izadora estava com medo. Mas eu não deveria ter medo. Eu iria cumprir com minha promessa. Iria cuidar de Ciel.

- Olá Sebastian. Como vai? – Eu estava na porta da frente da mansão de veraneio de Ciel, aonde tinha passado o visitando pelos últimos dois meses.

- Senhorita Willian. – Sebastian não parecia feliz, como se o que eu fizesse afetaria até mesmo ele.

- Lucy! – Escutei o grito de Ciel vindo da escada. Ela não estava nada formal, e parecia muito cansado, como se não tivesse dormido na noite passada.

- Senhor Phatomhive. – Ao ouvir minha voz, ele pareceu perceber, que na verdade, não poderíamos demonstrar nenhuma intimidade. Não éramos um casal.

- Estou curioso, - seu olhar ainda casado, parecia incrivelmente feliz. – o que veio fazer aqui?

- Eu gostaria de terminar aquela luta... – Eu agora sorria, pensando em como tudo que passara com ele fora interessante, sempre surpreendente Ciel jamais me tocara. Mas eu ansiava pelo seu toque, eu o desejava. Será que de algum modo ele poderia pensar assim de mim? Estaria meu sonho correto?

Ele sorriu para mim e pegando minha mão, guiou-me até o salão onde eu e ele quase perdemos nossas roupas da outra vez. Sua mão não soltara a minha, ele parecia relutante em fazê-lo. Como se soubesse que logo, tudo aquilo acabaria. Ele pegou os dois sabres me deu um deles e ainda segurando minha mão olhou em meus olhos, sorriu e disse:

- Nós sempre daremos um jeito. Você agora sabe disso. – Seu olhar estava sereno, embora eu soubesse que ele estava preocupado. Afinal de contas, ele parecia saber o que eu tinha que fazer, será?

Concordei com a cabeça, e ainda hesitante ele soltou minha mão. Cada um em sua posição, olhando sempre um para o outro, começamos os movimentos, entre alguns golpes e outros eu dizia algo como:

- A galeria está quase pronta, tomara que goste de seu espaço. – Eu sorria enquanto contra-atacava seu último movimento.

- Eu sei que irei. Afinal foi você que o fez. – Seu olhar estava ainda pesado, cansado. Mas ao me olhar, mesmo sem demonstrar nenhum sentimento eu enrubescia. Ele era uma pessoa muito importante... Agora eu sabia.

- Você ficou com o meu tapa-olho? – Ele não olhava mais para mim, parecia estar concentrado na porta, como se soubesse que algo aconteceria.

- Sim, ele sempre está comigo. – Eu disse apontando para a saia do meu vestido, onde o tapa-olho estava trançado com o resto do vestido. Ainda lutando eu com uma das mãos desamarrei o nó que o prendia e fiquei segurando-o, sentindo-me como se ele me deixasse mais próxima do Ciel. – E você, ficou com o pedaço do meu vestido? – Eu olhava para o chão agora, enquanto lutávamos tentava não ficar vermelha. Ele parou. Abaixou seu sabre e puxou o meu, colocando-me próximo dele.

- Eu tenho um pedaço de seu vestido. Mas eu quero muito mais do que isso. – Ele disse ainda segurando o sabre com uma das mãos, enquanto com a outra contornava minha cintura, colocando-me mais perto dele, ao mesmo tempo em que me deixava sem fôlego.

- Cieeeellll... – Escutei a voz de Eliza rompendo pela mansão, logo ela abriria a porta e veria seu noivo, com outra mulher em seus braços. Não, aquilo não poderia acontecer. Ciel, eu tinha que protegê-lo. Ninguém poderia pensar que ele era um infiel, ninguém poderia julga-lo mal, eu não permitiria, embora eu estivesse pensando em tudo aquilo, o olhar de Ciel estava concentrado no meu, parecendo totalmente centrado em terminar o que começara. Eu não deixaria aquilo acontecer. A porta começara a se abrir, então peguei a primeira coisa que vi o sabre, que estava nas mãos de Ciel e o cravei em minha barriga. Assim ninguém jamais pensaria que ele estava tentando me beijar.

- O que você fez?!? – Ciel perguntou em prantos pela primeira vez eu o vira sendo totalmente sincero com ele mesmo e comigo. Lágrimas caiam de seus olhos ele estava realmente triste. Mas eu fizera o que eu tinha que fazer, enquanto a porta se abria, mas antes que qualquer um pudesse entrar Sebastian a fechara. Dando-nos mais alguns minutos a sós.

- Eu fiz o que tinha que fazer para que você... – Minha voz começara a falhar, eu sentia um frio incontrolável em minhas mãos, eu tremia. Mas não sentia dor, eu não sentia quase nada, mesmo assim, meu rosto ardia, as lágrimas escorriam, e novamente eu tremia. Abri a boca novamente e completei minha frase – Eu só queria... – respirei. Em breve eu não conseguiria mais falar. – cumprir minha promessa, eu tinha que te proteger, te proteger de mim... – Ciel que me olhava preocupado, pela primeira vez demonstrava seus sentimentos. Agora sorria.

- Você, você teve o sonho. – Ele sorria. Mas estava triste, ainda chorando. – Eu sei... Sempre nos encontraremos. Nós daremos um jeito eu sei disso. – Eu escutava essas palavras como um sussurro, nada mais... Eu não tinha mais com o que me preocupar, Ciel estava seguro. Pelo menos naquele instante e Sebastian cuidaria dele.

Meus olhos estavam pesados, e eu já não sentia a mais nada. Eu os fechei e com um sorriso, eu disse – Não conte para ninguém, que me viu chorando. – Ele riu e em resposta disse:

- Eu te amo... – Ele sussurrava, mas eu senti, em minha mão esquerda, sua mão tocara a minha, aquela que estava com o tapa-olho. Ele não soltara a minha mão. E com os olhos fechados eu me entreguei à escuridão. Não sentia medo. Ciel estaria comigo, algum dia. Não conseguia mais saber onde estava e meu corpo estava gelado. Mas por um instante, antes de ser tomada completamente pela escuridão eu senti, algo quente tocando meus lábios já gélidos, algo doce e amigável. Mas o que era aquilo? Isso foi a última coisa que senti, antes de voltar.


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