Roses And Demons: Extra escrita por JulianVK


Capítulo 12
O Frio do Inferno




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Os seres de Pravus são nascidos do caos, da maldade e de uma miríade de aspectos negativos. Assim sendo, a única forma de mantê-los sob controle é a força bruta. Conceitos como respeito e lealdade são simplesmente incompreensíveis para um demônio, mas eles entendem o temor perfeitamente. Eles temem ser destruídos pois, diferente dos humanos, a morte significa deixar de existir. O mesmo vale para os regentes, eles apenas obedecem aos desígnios do imperador porque o reconhecem como o mais poderoso dentre os quatorze deuses caídos.

Engana-se, porém, quem pensa que jamais houveram rebeliões na dimensão das trevas. É fato conhecido em Pravus que um dos lordes demoníacos ousou desafiar o imperador pouco depois que os reinos foram estabelecidos. Embora não tenha sido eliminado, esse deus foi ferido de maneira irremediável e sepultado nas profundezas de seu próprio domínio. Ele ainda vive e reina, servindo como eterno exemplo do que significa contrariar o maior dos senhores malignos.

O nono domínio infernal se chama Anthartos e pode ser considerado o oposto exato do anterior. As cavernas de magma dão lugar a imensas planícies e profundos precipícios totalmente cobertos de gelo e neve. O frio sobrenatural deste lugar, que supera em muito até mesmo os recônditos mais gelados de Realia, literalmente congela até a alma, prendendo rapidamente qualquer condenado em caixões disformes de gelo cristalino.

Os demônios do nono domínio são os únicos seres realmente capazes de suportar o rigor, justamente por serem feitos do mesmo gelo cruel que permeia o plano. Contudo, diferente daqueles que vivem em outros reinos, eles não são encarregados de torturar os mortos. Eles existem simplesmente para impedir que as almas sejam roubadas por outros demônios.

Mesmo que possa ser dito que o simples fato de estar presente num domínio infernal já é um suplício para um humano, em Anthartos esta afirmação tem um significado especial. É a própria vontade do regente, manifestando-se através dos flocos de neve e das superfícies congeladas, que fustiga os condenados. Uma vez envolvidos por uma camada cristalina e gélida, eles sofrem eternamente enquanto o ódio infinito do lorde demoníaco invade e consome suas existências.

Conhecido como aspecto da crueldade, Glafiros cometeu o erro de enfurecer o imperador de Pravus em tempos esquecidos. Desde então, ele permanece oculto nas profundezas de Anthartos, o único lugar capaz de manter íntegra sua alma irreparavelmente danificada. Mas apesar disto, ele ainda é um ser de imenso poder, capaz de manifestar sua presença odiosa, tal qual um fantasma, em qualquer lugar de seu domínio e até mesmo fora dele, embora neste último caso sua influência seja bastante reduzida.

Que contencioso levou Glafiros à sua infeliz situação é algo que somente os outros regentes sabem e eles próprios evitam comentam o ocorrido. Também não se sabe se um dia ele será capaz de emergir de sua tumba congelada e o que ele faria caso isto acontecesse. Uma coisa é provável, contudo: que seu ódio tenha apenas aumentado após tantos séculos e que este desprezo esteja completamente voltado para o imperador.


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