Roses And Demons: Extra escrita por JulianVK


Capítulo 1
A Mitologia de Roses and Demons




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No primórdio dos tempos existiu a primeira mulher, cujo nome era Prima, que dizem ter sido enviada de um reino superior para um mundo desabitado, a fim de dar a ele vida. Graças a seus poderes divinos, Prima gerou os seis elementos fundamentais: vento, terra, água, fogo, luz e trevas e, com eles, deu forma à natureza.

Para governar o planeta que não possuía qualquer vida além das plantas e dos organismos mais simples, Prima usou seu poder para trazer ao mundo dezenove filhos. O primogênito recebeu o nome de Vitae, o primeiro homem, e recebeu de sua mãe uma missão muito importante. Ele deveria projetar todos os outros seres vivos que habitariam o mundo e escolher, dentre eles, uma raça para dominar o planeta.

Vitae utilizou os elementos que sua mãe havia criado para cumprir com sua missão, moldando assim todas as criaturas existentes. Para formar a raça dominante, os seres humanos, o deus combinou todos os seis elementos, o que gerou uma capacidade dormente de manipular estas mesmas energias elementais. Os humanos que conseguiam utilizar elementos mais tarde passaram a ser chamados de manipuladores.

O desejo de Prima era que seus filhos instruíssem os ainda primitivos humanos com sabedoria e os guiassem, mas permitindo que mantivessem sua individualidade e seu livre arbítrio. Porém, para guiar a conduta tanto da humanidade como dos deuses, Prima solicitou a seu segundo filho mais velho, Adriel, para que escrevesse a Sacra Regulamenta, um código de leis e regras que deveriam ser seguidas por todos os seres dotados de consciência.

Contudo, ainda na aurora da humanidade, catorze dos filhos de Prima foram tomados pela ganância e pela soberba, chegando à conclusão de que deveriam dominar a humanidade como legítimos regentes. Os outros cinco irmãos, que discordavam desta atitude, iniciaram um confronto, trazendo grande desgosto para a mãe. Ela então resolveu apartá-los, criando os mundos paralelos Utopia e Pravus, ambos planos espirituais. Prima destruiu as formas físicas de todos os dezenove e separou suas almas entre os dois planos.

Para Pravus foram enviados os catorze traidores, cujos nomes são desconhecidos. Os outros cinco passaram a viver em Utopia e cada reino foi moldado de acordo com a vontade de seus habitantes. O primeiro se tornou um lugar de maldade e sofrimento, um verdadeiro inferno, e foi povoado pelos demônios criados pelos deuses caídos. Já o outro virou um paraíso regido pelas leis definidas por Adriel, que passou a ser servido, assim como seus quatro irmãos bondosos, pelos anjos gerados por Vitae.

Pravus foi dividido em catorze domínios, cada um moldado de acordo com a vontade do deus-demônio regente, os quais se apropriaram cada qual de um aspecto negativo da existência, algo que somente os adoradores de demônios conhecem. Por sua vez, os moradores de Utopia também a dividiram, mas mantendo um padrão único por todo o plano, uma vez que as regras eram as mesmas. Os deuses de lá também se apropriaram de certos aspectos da existência: Adriel nomeou a si mesmo deus supremo da justiça e líder; Vitae é adorado como deus da vida, da saúde e da agricultura; Argenta tornou-se a deusa da lua, da noite e a juíza da morte, que pesa os pecados e virtudes dos mortos; Aneth tomou para si o título de deusa do conhecimento, da sabedoria e da escrita; Nobile, por sua vez, assumiu o posto de deus do sol, do clima e das estações.

Embora as formas espirituais impedissem que os deuses interferissem no mundo diretamente, eles ainda assim eram capazes de influenciar os humanos que lá viviam. Isso fez com que a família retomasse seu confronto, desta vez de uma forma mais sutil, entristecendo ainda mais Prima, ao ponto que ela decidiu exilar a si mesma, escondendo-se no interior da terra e adormecendo. Desde então ela permanece inconsciente, talvez para nunca mais acordar.

A única deusa a lamentar este destino foi Argenta, que decidiu realizar uma última homenagem à sua mãe enfeitando os céus de Realia com as estrelas. Dizem que elas são as lágrimas da própria deusa da lua que cintilam com uma beleza sem igual.

Com o sumiço dos deuses os humanos passaram a ser senhores do próprio destino, comandados por bravos heróis, em sua maioria detentores de poderes elementais. Alguns seguiam os desígnios de Utopia e sua Sacra Regulamenta, outros vendiam suas almas aos demônios para conseguir mais poder e influência. Foram tais batalhas que eventualmente formaram os reinos como viriam a ser conhecidos hoje, embora muitos tenham sumido com os anos e as fronteiras mudem de tempos em tempos.

Nesta época começaram a surgir mulheres que, guiadas pela crença em Argenta, buscavam entrar em sintonia com a natureza e com a consciência dormente de Prima, agora presente em todo o mundo. Essas mulheres, divididas em clãs, receberam a denominação de bruxas.

Foi graças às tais bruxas que, ainda nos tempos antigos, a humanidade pôde sobreviver à ameaça dos espíritos terrenos. Antigamente guardiões do equilíbrio do mundo, tais criaturas forram corrompidas pela influência de um dos senhores de Pravus e passaram a causar apenas morte e destruição. Para combater essa ameaça, Argenta ensinou às suas adoradoras artes místicas capazes de prender tais seres. Muitos acreditam que até os dias de hoje as bruxas guardam com muito cuidado em seus esconderijos os espíritos capturados.

Várias outras histórias existem sobre lendários heróis e vilões que receberam grande fama por suas ações. Lamentavelmente, os manipuladores já não são mais vistos como prova da ligação entre a raça humana e a natureza, mas sim como armas com enorme potencial bélico. Os reinos recrutam todos que despertam este tipo de força para agir em prol de seus interesses, muitas vezes valendo-se de métodos totalmente contrários às leis de Adriel.

Ainda assim, os manipuladores ainda são o centro de muitas lendas de Realia. Profecias contam sobre um futuro em que o mundo se tornaria dominado pelos demônios, onde cada humano aprenderia a usar algum elemento para poder combater os invasores, gerando uma conexão generalizada com a natureza que culminaria no despertar de Prima e, consequentemente, na derrota e punição final dos habitantes de Pravus.


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