As duas Faces do Amor. escrita por Jéss mS


Capítulo 1
Palavras.


Notas iniciais do capítulo

Criei este capítulo hoje. Eu não estava realmente certa sobre o que queria postar, então enquanto pensava uma borboleta branca rodeou meu corpo e eu sabia que este era um pedido de Deus, para que eu criasse uma história original.



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Sexta feira, 20:20:01.
Estávamos em uma brincadeira entre amigos e amigas. Todos em círculo no chão. Uns com cervejas entre os dedos. Ou Vodka. Por tanto que fosse alguma bebida com álcool estava ótimo. Era nosso último ano da faculdade e, estávamos todos conversando sobre mulheres e relacionamentos.
Entrávamos em diversos assuntos um atrás do outro e gargalhávamos com as histórias daquela quantidade de homens, prontos para seguirem suas vidas. Contamos sobre nosso primeiro beijo; nossa primeira namorada; nossa primeira vez; sobre quantas realmente amamos.
E finalmente contamos sobre nossos amores verdadeiros. Como o primeiro amor; O amor à primeira vista; O amor conquistado e por fim sobre o amor de infância. Todos estavam intrigados com a história de Louis sobre seu amor de infância. Acontecera em outra cidade com uma menina perfeita aos seus olhos, mas que com sua mudança, todos os encantos foram obrigados a ter um ponto final.
– Sua vez. - Soou a grave voz de Brad, outro colega de classe. Levantei os olhos encontrando os dele e, logo sabia que teria de contar sobre Lexie. Sobre minha Lexie. Ela já foi minha, mas oportunos do destino separou nossas vidas. Eu gostaria de tê-la comigo novamente. Eu ainda a vejo todos os dias passeando com sua mãe de braços dados. Vejo seus sorrisos por fotos na internet. Vejo-a passear com suas amigas pela praia. Nós não temos o mesmo ciclo de amizades, mas estudamos na mesma faculdade. Não cursamos a mesma universidade, mas há uma relação entre os cursos.
Levantei os olhos para Louis que transmitia um sorriso irônico para mim.
– Conta, pô! - Disse ele. Afirmei com a cabeça e, molhei os lábios com a língua me preparando para o que viria a seguir.


“Nos conhecemos desde seus seis anos e, eu com meus oito anos. Minha prima e seu tio eram casados. Quando estavam namorando saíam juntos e nos levavam para acompanhar ambos. Eu estava com minha prima na praia esperando a chegada de seu namorado. Até que ele surgiu de mãos dadas com uma menina morena e pequena – até demais para sua idade de seis anos. Nós brincamos na praia. Eu tentava manter distância, mas ela vivia firme ao meu lado. Propunha brincadeiras de apostar corridas ou de montar um castelo na areia. E, eu nunca pensei que aquilo prosseguiria. Um dia nós fomos ao cinema também. O casal de adultos sentados ao meu lado e ela do meu outro lado enquanto assistíamos a um filme infantil qualquer.
Eu não lembro o nome do filme simplesmente pelo fato de estar prestando atenção em seu modo gracioso de colocar mexas de seu cabelo atrás da orelha e de capturar várias pipocas para levar até sua boca. Eu sorria com a cena, pois com isso ela sujava todos os dedos com manteiga e ainda conseguia sujar seus cabelos lisos e negros.
Continuamos saindo, mas não tenho nenhuma memória forte de outros acontecimentos. Ela sempre marcou minha memória, não que eu tenha me apaixonado por ela naquele instante, mas algo dela captou minha atenção por inteiro. Eu era criança, então não entendia muito o sentido das coisas boas. De se apaixonar, de beijar e de querer realmente alguém. Mas, voltamos a nos encontrar por ironia do destino. Uma tragédia ocorreu com o casal. O tio da graciosa menina se foi e deixou minha prima para trás, ela com mágoa não quis continuar na casa em que compartilharam e acabou se mudando para uma casa próxima à minha, na mesma rua para ser exato. Com isso, sempre avistava uma moça adentrado a casa e, saindo tarde da noite. Certa vez precisava ligar para minha namorada atual e fui até a casa de minha prima pedir seu telefone emprestado, afinal o meu havia sido cortado, pois eu gastava muito. Sai da minha casa com o número gravado na mente e, toquei a campainha. Ouvi uma doce voz berrar ‘
’Tá!’, logo o barulho de uma porta feita de madeira sendo aberta chegou aos meus ouvidos e, foi quando vi sua figura linda novamente. Seus cabelos negros ao vento, compridos eles chegavam até a cintura. Algumas mexas em franja cobriam seus olhos escuros. Seu rosto redondo e, sua estatura baixa. Sua pele morena e, seu corpo muito bem delineado em suas roupas. Ela me olhou e consegui ver suas bochechas se ruborizarem, ela sorriu apertando os cantos dos olhos devagar, e aguardou eu dizer algo.
– Minha tia está? - Consegui perguntar por fim, após aquela visão maravilhosamente perfeita. Naquela noite não consegui dormir direito, seria ela? Aquela pequena travessa que me irritava e me encantava ao mesmo instante? Seria meu amor de infância? Seria a pequena que perdi de chamar de minha? Eu a queria para mim; a queria comigo. Dividindo as dores junto a mim. Eu acho que comecei a pensar nela de um modo diferente e começamos a nos aproximar. Conversas vieram e foram. Risadas e brincadeiras.
Lembro do dia em que ela estava em minha casa - graças as nossas mães que se conheceram através de minha prima - sentada com os braços cruzados sobre os seios, a deixando mais linda do que era. Minha prima dizia que eu me casaria com minha atual namorada. Mas, eu achava aquilo um absurdo, muita coisa poderia acontecer de um dia para o outro. Meus olhos pousaram sobre a reação de Lexie, ela - com um olhar cabisbaixo - manteve seus olhos negros sobre a imagem de minha prima. Ao pronunciar as palavras de que muito poderia vir a acontecer, sua pose de durona suavizou-se. Ela disse que não sentia vontade de se casar no papel e entrar de noiva na igreja e, ela foi completamente sincera com suas palavras. Eu concordei, não para puxar assunto ou impressionar ela, mas porque era uma verdade que eu carregava comigo depois de ver tantos casamentos em meu torno chegarem ao fim tão fácil. Uma união estável estaria ótima.
Logo depois ela com as sobrancelhas unidas, disse que também não gostaria de ter filhos. Talvez para - provavelmente - não estragar seu corpo; ou por medo de dor. Mas, em algum canto do meu coração, eu sabia que ela dizia aquilo por dizer, sabia que em um momento predeterminante ela iria sentir vontade de ver uma continuação de sua família. Naquele instante eu tive de discordar, não só por minha opinião, mas para fazer ela enxergar que a construção de uma família é algo importante para um homem e uma mulher."


Parei estático, olhando todos ao meu redor com olhos arregalados de surpresa. O único que conhecia aquela história por inteiro era Louis. Eu nunca havia contado ela completa para todos os meus outros amigos, ou colegas. Eles a conheciam, mas não conheciam nossa história completa.


"Sempre a via na minha casa. Conversando furtivamente com sua mãe enquanto riam de acontecimentos. Berrando por ver baratas ou quaisquer outros bichos e, aquilo foi me encantando. Comecei a fazer uma amizade com sua mãe e acho que aquilo a encantava, pois via em seu olhar o modo como me olhava enquanto eu conversava com sua mãe. Ela também tinha uma relação boa com a minha mãe, melhor do que a de Amber - minha namorada. Não que minha mãe não gostasse de Amber, mas podia ver que ela era muito mais solta e, mais alegre junto à Lexie, assim como meu pai. Nós dividíamos a mesa, enquanto almoçávamos em silêncio. Eu lhe oferecia - vezes por educação - o que eu estava comendo e ela nunca aceitava. Em um momento decidi terminar com Amber, aquilo com certeza não estava mais dando tão certo quanto antes. Não sei de onde estes pensamentos surgiram, mas nós não nos completávamos. Ela simplesmente não atendia as minhas expectativas. E então terminei. "


Louis dirigiu seu olhar curioso para mim, pois ele sabia o que viria a seguir.


" Convidei-a para uma festa que organizei na minha casa. E estava esperançoso de que ela iria. Mas, ela não foi. Eu não soube o real motivo, não soube mesmo. No dia seguinte sua mãe estava na minha casa, ajudando a minha mãe a arrumar toda a bagunça enquanto colocavam o papo em dia. Saí de meu quarto e a avistei sentada no chão com as costas apoiada contra a parede. E um livro no colo, era algum romance. Sempre soube que ela gostava de romance e, por vezes observava ela enquanto lia e soltava sorrisos furtivos. Por vezes, marcava as pontas de algumas páginas e ia para a próxima. Aproximei-me e me agachei para que ficássemos na mesma altura, seus olhos negros causaram sensações diferentes dos olhos de Amber. A intensidade deles era maior, muito maior.
– Porque não veio? - Indaguei brincando.
Com um sorriso e o rosto ruborizado ela respondeu: - Houve um ocorrido e não pude vir.
Fiquei nervoso. Não sei qual o motivo, mas aquilo me soou como uma mentira para tentar encobrir o real motivo pelo qual ela fugiu. Pelo qual ela não foi. Eu a convidei e tudo poderia ter começado lá. Levantei-me às pressas.
– Ah! Arranja uma desculpa melhor da próxima vez. - Resmunguei enquanto dava as costas seguindo em frente. Antes de entrar na cozinha, consegui escutar o som de sua risada suave enquanto jogava a cabeça para trás, divertida ou provavelmente com vergonha."


– Por isso aquela festa repentina. - Berrou Brad, como se houvesse adivinhado algo.
– Continue... - Disse alguma menina com a voz embargada.


"Depois mantemos um leve contato, simplesmente por ela estar em casa quase sempre, mas sua frequência começou a diminuir e as saudades apertaram. Eu não sabia ao certo porque eu sentia aquilo. Como era possível? Sentir saudades de alguém que eu nunca tive? Como isso poderia ocorrer? Decidi criar um contato novamente. Comecei a arrumar as coisas de sua casa, profissão minha é claro. E começamos a conversar. Certo dia fui a sua casa e avistei a quantidade de livros em sua estante. Aquilo era incrível. Puxei assunto sobre livros dizendo que eu adorava ler.
Ok, não era exatamente essa adoração, mas eu gostava. E gostei de ver o sorriso que surgiu em seus lábios quando ela ouviu meu comentário. Fiz perguntas sobre seus livros e ela me contava a respeito deles com felicidade nas palavras. Começamos a nos encontrar pela rua; em festas; em casas de amigos em comum. Um dia a vi na entrada de sua escola, ela me olhou profundamente nos olhos, mas desviou o olhar. Por quê? Nunca vou saber responder.
Depois de muito tempo, começamos a realmente sair juntos. Por vezes passava no ponto em que ela estava com a mãe para pegar o ônibus rumo à escola e a levava até a porta. Na primeira vez foi pura coincidência. Nas outras vezes foram intencionais. Nossos encontros começaram tímidos, mas com o tempo ganhamos a intimidade necessária. Ela saía do meu carro e suas amigas soltavam olhares furtivos enquanto ela apenas cobria o rosto com as duas mãos e ria jogando a cabeça para trás e eu saía com o carro enquanto sorria estupefato, com os acontecimentos.
As amigas pensavam que algo estava realmente acontecendo. Rolavam apenas faíscas. Apenas entreolhadas, indiretas e assuntos de casal mesmo. Até que um dia tomei uma atitude inesperada e roubei um selinho seu ao sair do carro. Eu queria aquilo e pude ver pelos seus olhos que ela gostou da minha atitude.
Depois, sempre quando ela saía do carro, ao em vez de me dar um beijo no rosto ela me dava um leve selinho e começamos a gostar verdadeiramente um do outro.
Nós namoramos durante três anos. Eu a amei e podia sentir em nossos momentos únicos que ela me amava também. E, eu pensava comigo
’Tive de esperar anos para encontrar meu verdadeiro amor’. Tive de terminar um relacionamento para me entregar de corpo e alma. "
Nós discutíamos sobre o que o futuro nos guardava e discutíamos sobre nossa relação. Tínhamos discussões de ciúmes e discussões típicas de casais, mas nada que afetasse profundamente o nosso relacionamento.
Até que em certo dia chego ao meu quarto pronto para tomar um banho depois de um longo dia e avisto algo luminoso sobre a cama, acendo a luz com receio e avisto uma aliança prata com detalhes em dourado com um papel branco logo abaixo.
Todos pensarão que foi doloroso demais, mas depois de uma ligação sei que ela fez deste modo porque não conseguiria me explicar o real motivo.
Li aquele bilhete enquanto segurava a aliança que lhe dei com força entre os dedos. O mesmo dizia:
'Você sabe que isto chegaria um dia, não é? Eu lhe amo muito e sei que também me ama, só não posso mais continuar... Sei que vai vir atrás de mim procurando explicações - eu faria a mesma coisa - mas, infelizmente não estou pronta para lhe contar o porquê de fazer isto.
Sinto muito, L.'
Eu fiquei enfurecido com o fim, procurei ela por dias a fio. Tentei conversar e entender o motivo. Perguntei para suas amigas próximas, mas nenhuma nunca soube me dar a resposta que ela tinha que me dar. Ninguém nunca me disse o porque do fim."
21:20:59.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Me contem o que acharam e se realmente está boa. Gosto de críticas. Beijones!!!