Sam pulou e eu peguei a mão dele e o puxei para dentro do helicóptero. Ele começou a chorar. Eu também fiquei assim quando os meus pais morreram, mas o coitado só tinha sete anos, não conseguiria viver sem a mãe. Natasha, mesmo prestes a virar um zumbi, começou a ser devorada pelos zumbis que chegaram e assim, partimos, sem mesmo poder se despedir.

Sam ficou chorando a viajem inteira. Eu estava no último assento do helicóptero, enquanto Sarah e Bryan pilotavam e Sam ficava em um canto chorando. Pude ver lágrimas nos olhos de Bryan, ele era tão corajoso que até esquecia que era a mãe dele que havia morrido. Olhei para as ruas pelas janelas, estava infestada de zumbis, a maioria olhava o nosso helicóptero voando e seguiam como se conseguissem chegar a tempo.

Ficamos seis horas no helicóptero quando Sarah avisou que a gasolina já estava no fim. Ela pousou, foi um pouso pesado, mas não foi tão ruim. Ela pousou no local certo, havia postos de gasolina para veículos aéreos ande estávamos, sem contar que as lanchonetes e algumas lojinhas estavam abertas e sem ninguém. O lugar onde pousamos me parecia desconhecido, não por causa das rachaduras, mas era por que eu não conhecia mesmo. Devíamos já ter saído de estado, mas pelo visto, o próprio que estávamos também ficou em estado ruim.

- Podemos ir à lanchonete comer um pouco – falei.

Todos concordaram, estávamos bem famintos. Comemos um lanche e guardamos um pouco no helicóptero. Havia um pequeno lago perto do posto onde deixamos nosso veículo. Sam foi brincar lá um pouco, só para se divertir, mas não esqueceria o que aconteceu com a mãe. Sarah ficou preocupada, então foi junto. Bryan e eu começamos a abastecer o nosso helicóptero, botamos o máximo possível de gasolina e ainda colocamos o mesmo no helicóptero, não só para abastecer nosso veículo, como para no caso precisarmos tacar fogo em algo.

- Eu sinto muito pela sua mãe – falei e logo depois descobri que não era bom eu ter aberto a boca.

Ele se sentou em um banco. Será que ele ficou com raiva de mim?

- Eu sei que não devia falar nada.

- Não, tudo bem – Bryan me interrompeu – agora que “nosso mundo” está assim, acho que não é mais como dizem na escola.

Fiquei em dúvida.

- O que quer dizer com isso? – perguntei confusa.

- Na escola dizem que devemos pensar antes de agir, mas agora não é mais assim, não temos mais tempo para pensar, se pensarmos, nossa vida vai estar em completo risco e podemos até morrer, eu acho que agora não tem mais esse negócio de pensar antes de agir e nem agir antes de pensar. Ou é pensar ou é agir, sendo que os dois trazem prejuízos.

Refleti nas palavras dele, era completa razão que Bryan tinha, nós completamente estávamos sem tempo. Nós não podemos nem mais respirar antes de agir.

- Bom, é melhor chamarmos logo Sarah e Sam antes que comecem a chegar zumbis – avisei.

E fomos para o lago, não só chamar Sam e Sarah, mas para nos divertimos também.

É bom aproveitar quando ainda há tempo, porque depois será só ação e morte.