Aquela espada era da Camila, ela não havia morrido.

– Espere – falei para Owen e ele parou imediatamente.

Fui até a espada e a peguei. Era igual a de Camila mesmo, fiquei me perguntando como ela perdeu a espada, fui até Owen.

– É para mim? – ele perguntou arregalando os olhos.

Eu revirei os olhos e ele bufou, provavelmente já sabendo a minha resposta, deixei a espada comigo. Por que ela deixaria a espada? Tinha uma razão para isso, mas eu não sabia qual era. Saímos de perto da escola o mais rápido possível, os zumbis já estavam na nossa cola.

– De quem é essa espada? – perguntou Owen enquanto corríamos dos zumbis.

– Da minha amiga – falei, mas ela não era minha amiga, bem ao contrário, mas eu não tinha tempo para responder.

Owen ficava olhando para a espada de Camila muitas vezes.

– Você quer essa espada? – perguntei para ele.

Ele balançou negativamente, o que eu achei estranho já que ele não parava de olhar para ela.

– Então por que tá olhando?

Ele me encarou, para mim, tinha duas alternativas, ou ele achava que a espada era bem afiada ou que ele achava que era de um conhecido meu, em compensação as duas estariam corretas.

Continuamos correndo para os zumbis não verem a gente, paramos em uma loja aberta e entramos, parecia que o lugar havia sido usado em pouco tempo, estava quase tudo limpo e tinha um balde de água perto da loja, comecei a ficar apavorada, era para eu ficar feliz que tinha mais um sobrevivente, mas eu quase que já sabia quem era ele.

– Owen, fique atrás de mim – eu disse a ele.

– Por quê? Sou eu quem deve proteger você – ele reclamou.

Eu não queria discutir com ele, mas também eu não o deixaria na minha frente.

– Olha, você vai ficar atrás de mim e ponto final – eu disse e não lhe dei escolha.

Entrei lentamente na loja, Owen foi logo atrás de mim, tinham zumbis mortos da loja e alguns pareciam ter sido queimados.

– Olá? – falou Owen e eu fiz um gesto para ele calar a boca.

A última coisa que eu queria fazer era atrair zumbis e, principalmente, a sobrevivente.

– Olha quem está aqui – disse uma garota atrás de mim, eu virei e vi Camila – Sentiu minha falta?

Owen sacou sua arma e apontou para a cabeça de Camila.

– Seu amiguinho parece estar nervoso, tem um ótimo jeito de acabar com isso – ela falou, mas antes que pudesse fazer alguma coisa, olhou para a espada na minha mão – onde achou isso?

Owen quis responder por mim.

– Perto da escola no litoral, por quê? É sua?

Ela chegou perto de mim para pegar a espada, mas eu não deixei.

– Me devolva! – ela berrou e me deu um tapa.

Mesmo com o tapa eu não soltei a espada, mas caí no chão. Camila chutou a espada da minha mão para pegá-la, mas Owen pegou a espada primeiro. Camila olhou para Owen com ódio. Eu aproveitei para me levantar. Owen parecia estar com ódio de Camila, ainda apontando a arma e a espada para ela, chegou perto de mim.

– Você está bem? – eu assenti.

Camila ficou me olhando e olhando para Owen, ficamos muito tempo parados nos entreolhamos, mas mais rápido do que passa um segundo, Camila empurrou Owen, que caiu no chão e pegou a espada da mão dele. Ela me chutou e eu caí também, Camila tentou enfiar a espada em mim, mas rolei para longe. Camila começou a ir em sua direção, mas ele se levantou e segurou seu braço que estava segurando a espada, ela tentou cortar Owen, mas ele a deteve, chutou a espada para o alto, soltou Camila e recuou. A espada caiu na perna de Camila e ela gritou, mas eu e Owen não saímos do lugar. Camila puxou a espada de sua perna e jogou em mim, tentei jogá-la para o lado, mas ela furou meu antebraço, passando direto. Meu braço começou a arder, a dor foi muito grande, tentei tirar a espada de meu braço, mas eu não conseguia. Owen pegou a arma e mirou em Camila.

– Esse é o fim – ele disse e atirou em Camila e correu para perto de mim – Bethy, vai doer um pouco.

Ele colocou um pano em minha boca para eu não gritar e tirou a espada de mim, mesmo com o pano em minha boca, não consegui ficar sem fazer barulho, meu grito foi tão alto que nem consegui ouvi-lo.

– Calma Bethy, calma – ele disse e pegou um kit de remédios.

Owen fez um curativo em mim, mas meu braço não parava de sangrar. Ele retirou um pouco de seu sangue e colocou em mim. Eu estava perdendo tanto sangue que comecei a ficar tonta. Owen me deitou em um amontoado de colchões para eu descansar e sentou-se ao meu lado, ainda terminando meu curativo. Comecei a fechar meus olhos, mas ouvi ruídos na loja. Levantei-me mas quase caí se Owen não tivesse me segurado.

Camila levantou-se e vi seus olhos brancos. Ela começou a mancar em nossa direção, Owen pegou sua arma, mas antes de ele atirar, eu o detive, eu queria vê-la, queria vê-la de modo anormal, ela não podia fazer nada, era a mesma Camila, só que até um pouco melhor, mas já que nada dura sempre, vou matá-la, quer dizer, mais ainda.

– Posso? – perguntei para Owen e ele me entregou a arma – Adeus Camila, não te vejo lá no inferno – depois, atirei nela.

Ouvi barulho de helicóptero e fui para fora da loja, havia um helicóptero dos Estados Unidos aqui, provavelmente procurando sobreviventes.

– Ei – chamei – aqui, nós estamos aqui!

E assim foi, Owen e eu fomos para os Estados Unidos, que tinha poucos zumbis e ficamos com um grupo grande de pessoas, consegui até falar Inglês para me comunicar com os outros e criar amigos.

Sim, há esperança para tudo, só não é do jeito que queremos.

FIM