- Ai meu Deus – as únicas palavras que consegui dizer para expressar meu medo.

Corri para dentro do carro, mas passou uma coisa pela minha cabeça. Posso conseguir ligar e dirigir bem um carro, mas como vou conseguir passar se a rua está completamente quebrada por causa do terremoto? Não tive outra escolha, saí do carro, tranquei e fui para baixo do automóvel. Depois de um minuto, os zumbis começaram a passar por mim e eu me encolhi o máximo possível. Pude ouvir os “gemidos” dos zumbis passando e comecei a chorar. Tive que me controlar, o medo era muito grande e pior, comecei também a ouvir pessoas gritando e enquanto isso tentei formatar um plano.

Eu poderia correr para longe dos zumbis enquanto eles estavam ocupados comendo pessoas. O único plano que tive pareceu ser o ideal. Quando percebi que os zumbis pararam de passar, correria para o lado oposto que eles estavam andando. Corri o mais rápido possível, passando por zumbis perdidos. Até que bati contra uma pessoa que parecia estar fugindo também, a menina estava com uma mochila e levava um taco de beisebol na mão.

- Ai – gemi de dor.

- Desculpe – desculpou-se a garota – até que eu poderia me apresentar, mas não temos tempo. Vamos!

Ela me pegou pelo braço e correu para a mesma direção que eu estava correndo. Ela parou rapidamente e pegou uma faca grande na mochila dela.

- Acerte eles – ordenou.

Foi o que fiz, o primeiro que chegou, acertei no meio do tórax, mas ele continuou tentando me pegar.

- O que eu faço? Ele não morre! – avisei desesperada.

Quando ela terminou de matar o zumbi dela, ela deu quatro pancadas com o taco na cabeça dele, fazendo o zumbi ficar imóvel.

- Deve acertar na cabeça – e continuou andando.

Enquanto andávamos, fomos matando os zumbis, mas eram mais do que eu imaginava.

- Não vamos conseguir matar todos – avisei à garota.

- Eu sei disso – ela disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, o que parecia ser mesmo.

Corremos para um prédio e subimos até o terraço. Quando chegamos, parecia que iríamos ter pelo menos dez minutos de paz. Cobrimos a entrada para o terraço com qualquer coisa pesada para impedir a passagem dos zumbis.

- Vamos acampar aqui? – perguntei.

- Sim, nós vamos – respondeu ela.

Ela pegou um binóculo de dentro da mochila e foi olhar para fora. Eu vi também, mas sem o binóculo, só conseguia ver montes de zumbis.

- Eles estão mortos ou vivos? – perguntei.

Ela revirou os olhos.

- Provavelmente mortos-vivos – respondeu ela, sarcasticamente.

É, com certeza num mundo agora com zumbis, vou ter uma inimiga, poderia acontecer algo pior? Sem contar que meus pais morreram.

Ouvimos barulhos de tiros na rua, um bom exemplo de que tinha alguém que se estava protegendo.

- Podemos descer e ver quem está com armas, para podermos ter mais gente no nosso grupo – comentei.

- Nosso grupo? Para mim nem gostaria de ter você perto de mim – reclamou.

Decidi uma coisa, em um mundo com mortos-vivos não vou discutir e nem me estressar com uma garota inútil, não vou receber ordens dela.

- Se você não quiser ir comigo, então não vá, mas eu vou querer um grupo para mim.

Respirei fundo e saí do prédio.