Tsuruko POV

Depois de termos nos “conformado” com o fato de que estávamos sozinhos, nos trocamos e sequer fazíamos contato visual.

Claro que depois que ele tirou blusa dele, metade da população feminina do planeta Terra o encarava descaradamente... Era mais do que óbvio... Não esperava menos.

Yukiatsu: Vamos nadar? Ou prefere ficar tomando sol? – Perguntou enquanto se alongava

Tsuruko: O que você prefere? – Respondi o mais calma possível

Yukiatsu: Preferiria ir nadar. – Disse apontando para a imensa piscina

Tsuruko: Então eu vou tomar sol. – Sentei e troquei meu óculos de grau pelo de sol.

Yukiatsu: Ok então, se divirta sozinha então. – Consegui irritá-lo, com certeza.

Tsuruko: Ótimo! – Retruquei com um tom sereno.

E assim foi feito, ele mergulhou belamente, não que eu tivesse reparado em cada músculo dele, olhei devido ao fato que queria xingá-lo por ter espirrado água em mim!

Resolvi esquecer que ele existe por um tempo e deitei, precisava realmente tomar sol... Minha pele já estava tão branca...

Por um segundo levantei meu óculos e vi o Yukiatsu do outro lado da piscina, rodeado por cerca de meia dúzia de garotas... Droga... Acabei de falar que ia esquecê-lo e estou aqui o vigiando.

Vou acabar com a graça dele agora mesmo! Primeiro ele me convida pra nadar e depois fica de conversa com seis garotas? Mas espere... Eu que não quis nadar com ele... AH Que se dane.

Joguei o óculos em um lugar qualquer da bolsa e me levantei. Dei a volta na piscina e me aproximei dele, agarrando seu braço esquerdo.

Tsuruko: Quem são suas amigas, Atsumu? – Ai meu Deus, eu o chamei pelo nome... Mas disfarcei sorrindo o mais docemente possível.

Yukiatsu: T-Tsuruko? – Me olhou com certo espanto, nunca imaginaria que agiria assim, né?

– É sua namorada? – Uma das seis perguntou, uma loira de farmácia do cabelo longo.

Tsuruko: O que você acha?  - Fiz uma cara ironicamente inocente que até eu cairia na minha própria mentira.

– Eles parecem bem próximos, melhor a gente... - Uma delas cochichava para a outra, quando é interrompida pelo Yukiatsu.

Yukiatsu: Não entendam errado, ela é apenas uma prima que veio junto comigo. Não é, Tsuruko?

Cretino... Larguei os braços dele e saí. Cobri o meu rosto com a franja, afinal não queria que ninguém me visse com essa expressão de decepção e mergulhei na piscina.

Ele realmente é um idiota... Um completo idiota. Ou talvez eu seja mais idiota que ele. O que deu na minha cabeça em dar uma de “namorada ciumenta”? Eu nem sou a namorada dele... Muito menos estou com ciúmes.

Saí da piscina no sentido oposto ao que se encontrava Yukiatsu, mais precisamente onde eu estava tomando sol. Dei uma leve enxugada no meu corpo e peguei o protetor solar, até que aparece um homem na minha frente.

– Quer que eu te ajude? – Era um rapaz muito bonito, seu cabelo era loiro e seus olhos tinham um tom de verde que nunca vi igual. Como era alto, levantei minha cabeça e quase perdi minha voz ao vê-lo.

Tsuruko:...D-Desculpe, mas não te conheço. – Deixei de encará-lo e continuei passando o protetor em meu braço.

– Desculpe não ter me apresentado, meu nome é Takahiro Tooru. – Sorriu enquanto dizia

Tsuruko: P-Prazer em conhecê-lo. – Tinha como eu estar mais corada? – Você está sozinho, Tooru?

Takahiro: Chame apenas de Takahiro, e sim, eu venho aqui com muita frequência, moro aqui perto.

Tsuruko: Perto? Mas aqui fica no meio da estrada! – Olhei para ele espantada enquanto ele sentava ao meu lado.

Takahiro: Eu tenho uma chácara aqui perto, se formos a pé, não dura dez minutos. – Pegou o protetor da minha mão e despejava em sua palma.

Tsuruko: Ah sim... Que incrível. – Com o produto na mão direita, fechou a embalagem com a esquerda... Ele realmente queria passar aquilo em mim?

Ele se levantou e sentou bem atrás de mim, passando o protetor em toda a minhas costas... Arrepiei-me no começo por estar gelado, mas logo acostumei, até que...

Yukiatsu: Chiriko, minha querida, estava te procurando. – Chiriko? Desde quando ele me chama pelo nome?

Tsuruko: O que você quer, Yukiatsu? – Continuei olhando para frente e meu tom saiu bem frio.

Yukiatsu: Que frieza é essa? O que foi que aconteceu dessa vez? – Como é cínico...

Takahiro: Quem é ele? – Parou de passar o produto e tentou olhar para mim

Yukiatsu: Chiriko – Ignorou totalmente a presença do Takahiro – Você perdeu isso enquanto nadava.

Yukiatsu me entregou um anel de prata, na verdade era uma aliança. Eu olhei aquilo e quase disse a ele que não me pertencia, até olhar que dentro dela estava gravado o nome dele.

Certamente Takahiro viu o que estava escrito também, e isso era ruim...

Yukiatsu POV

Takahiro: Por que não me disse que já tinha namorado? – Ele perguntou a ela, inconformado.

Tsuruko: Mas eu não tenho – Não TINHA você quer dizer.

Yukiatsu: Que cruel Chiriko... Só porque tivemos uma pequena discussão não é motivo de nos separarmos. – Eu sei jogar esse jogo de ciúmes bem melhor que você Tsuruko, apesar de não estar com ciúmes, só quero ver mesmo até onde isso vai.

Tsuruko: Você é apenas um garoto que estuda na mesma sala que eu, nada mais! Vamos embora, Takahiro. – Devolveu-me a aliança.

Ela estava arrumando suas coisas, colocando tudo dentro da bolsa. Deu as costas para mim e pegou na mão do infeliz que acabara de conhecer. Eu não ligava de estar vendo aquela cena... Quer dizer, não deveria estar ligando... O que há de errado comigo?

Meus punhos automaticamente se fecharam e meus dentes se roíam. Comecei caminhando, quando me dei conta estava correndo atrás deles e a puxei pelo braço esquerdo.

Yukiatsu: Desculpe Takahiro, mas eu conheci esse tesouro bem antes de você.

Saímos correndo para qualquer direção daquele imenso parque.  Acabamos entrando na fila do rio em correnteza, aquele que se sobe em uma bóia e a correnteza vai te levando. Por pura e imensa sorte não havia ninguém na nossa frente e éramos os primeiros da fila, no aguardo de alguém chegar e ceder a bóia.

Enquanto esperávamos, Tsuruko tentava soltar seu pulso, no qual eu segurava firmemente, sem contar os xingos que eu tava levando.

Depois de uns dois minutos, um casal chegou e uma bóia dupla estava disponível... Melhor, impossível. Mas na hora de subir na bóia...

Tsuruko: Não vou ir com você nem que me pague! Solta meu pulso seu... – Enquanto ela dava seu show, o monitor esperava com a cara do tipo: Ok, vão logo que a fila está aumentando.

Não tive escolha a não ser empurrar a Tsuruko, ela caiu no “assento” de trás e logo pulei no da frente e assim o monitor deu um impulso .

Começamos a percorrer o caminho e encostei minhas costas nela.

Tsuruko: O que você acha que está fazendo? – Apenas chiou, sem tentar me afastar dela.

Yukiatsu: Só estava pegando o que era meu. – Coloquei minha mão sobre a dela, entrelaçando nossos dedos.

Tsuruko: Desde quando eu sou sua? – Ela não sabia, mas eu conseguia sentir seu coração pulsando como louco depois da minha última frase.

Yukiatsu: Desde agora – Coloquei a aliança no anelar direito – Se você aceitar, é claro.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos, e logo se manifestou.

Tsuruko: Você ainda tem dúvidas? Claro que aceito – Finalmente havia aceitado, e me abraçou – Mas, e a sua aliança?

Mexi no meu bolso e tirei a aliança que seria a minha. Entreguei a ela.

Tsuruko: E você? Será que você aceita ser meu namorado? – Colocou-a no meu anelar direito

Yukiatsu: Com toda a certeza do mundo.

Virei para tentar beijá-la, mas foi um desastre. Essas bóias eram do tipo “não se mova” e os poucos movimentos que fiz para tentar alcançar seus lábios, foi o suficiente para virar a bóia e nos despejar no “rio”.

Rimos de minha atitude logo saímos antes que o monitor nos visse nadando na correnteza.

Passamos o dia inteiro nos divertindo, como um casal realmente apaixonado e graças a Deus não havia ninguém para nos atrapalhar. O tal de Takahiro havia ido embora e nenhuma garota se aproximava de mim afinal, agora eu usava uma aliança.

Havia planejado pedir Tsuruko em namoro depois do parque, mas aconteceu tanta coisa que tive que mudar meus planos.

Era engraçado ver a gente junto, nós dois éramos cabeças-duras, mas no fim, não é que um amava o outro?

Quando estava entardecendo, nos trocamos e fomos embora em um táxi qualquer. Nunca desejei mal a ninguém, mas a gripe do Poppo nunca me fez tão bem.