TOM RIDDLE

    O ar cheirava a pinhos e terra.

    Olhou para cima, o céu estava negro como breu, salpicado de estrelas luminosas aqui e acolá. Quieto, sombrio e magnifico. Assim como ele.

     Estava deitado nos jardins de Hogwarts, num canto pouco visitado sob as arvores.

     Era um lugar perfeito para ele. Um lugar onde podia pensar. 

     Ainda não tinha seu plano totalmente formado sobre o que faria a seguir, precisa dar uma lição aos seus comensais, mostrar quem manda. Principalmente para Abraxas Malfoy. 

     Malfoy era como uma vizinha velha e fofoqueira.  O garoto tinha o péssimo habito de falar mais do que devia. Havia contado para Druella Rosier como seria grandioso sendo leal a Riddle em sua nobre causa, tendo ainda a audacia de dizer que ela poderia se juntar a eles tambem.

      Teria contado tudo a garota se Tom não tivesse intervido, lançando um feitiço no garoto que caiu desmaiado em pleno salão principal.

     Não que Malfoy realmente gostasse dela. Rosier era muito bonita e bem nascida, de uma linhagem longa e orgulhosa.     Era apenas a única que não caia nos charmes de Malfoy,oque lhe conferiu algo a mais aos olhos do garoto, queria provar para si e a quem mais fosse que podia ficar com qualquer uma.

    Abraxas era absurdamente rico e bonito, o galã das fantasias de todas garotas romanticas a procura de um marido, assim como o proprio Tom, muitas garotas corriam atras dele. Apesar de não ser rico, todos tinham certeza que teria um futuro brilhante e chegaria alto na vida. Nisto estão certos, mas não do jeito que imaginam. Estes estúpidos.Mas logo Malfoy terá o que merece e a garota tambem.

     Sabe-se lá o que o rapaz havia contado a garota. Era só uma questão de tempo até a garota contar para as amigas e a historia sobre as atividades extra curriculares de Tom e seus comensais cair nos ouvidos errados.

      Não podia se arriscar a ser pego. Não permitiria.

      Mas não era apenas isso que lhe turvavam a mente.

      Havia também os três alunos novos.

      Muitas coisas sobre eles ainda eram icognitas que não faziam sentido. Tinha total certeza que sabiam de algo muito importante e perigoso. Sabia que mentiam.

      Pareciam sempre cochichar num canto qualquer, quando ninguem estava por perto. Por três vezes Tom tentou ouvir o que tanto falavam. Nas duas vezes notaram sua aproximação com um misto de preocupação e nervosismo. Tom só pode supor que ou era uma coisa muito importante da qual discutiam ou falavam dele, ou ainda pior, notou com assombro poderia ser as duas coisas? 

       Na terceira vez que ouviu a trio aos cochichos fora na boblioteca, conseguindo apenas ouvir pequenas frases desconexas e sem sentido aparente.

       Não acreditava naquela historia sobre como foram parar em Hogwarts, era suspeita e cheia de falhas. Não. Há algo a mais. E eu vou descobrir.

       Levantou-se abruptamente e olhou para o céu uma vez mais, aspirando profundamente.

       Chega de desvaneios. Já estava na hora de entrar e se arrumar, naquela noite era a reunião do professor Slughorn e ele iria com a garota nova. 

        Ela não era de uma beleza estonteante, possuia um rosto comum. Comum e ao mesmo tempo diferente das outras garotas, era mais do tipo inteligente. Um atributo excepcional. Seria um tedio torturante aguentar qualquer outras garotas e sua tagarelice inutiu sobre roupas, acessorios, sonhos infantis e quaisquer outras coisas fúteis e sem importancia. Uma conversa inteligente é extremamente estimulante, o único problema para min é achar a outra pessoa inteligente.  Agradeceu mentalmente seu professor, que o intimou a acompanha-la, não permitindo recusa. Riu com escárnio. Ele nunca saberia como isso o ajudaria no plano que bolava em sua mente. 

        Entrou para dentro a passos rápidos. Tinha muitas coisas para descobrir esta noite.