Sem A Primavera. escrita por Helo


Capítulo 5
Conheço melhor minha nova amiga.


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora



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Estava fascinada por aqueles grandes olhos verdes me fitando.Devo ter ficado fora do ar por alguns minutos porque quando "acordei",Nico me sacudia pelos ombros.

– Jessie?Jessie?Está me ouvindo?-ele lançou um olhar mortífero a Percy que desatou a rir.Tentei dizer um 'oi' mas saiu mas como:

– O-oo....eiqq?

Os dois começaram a rir descontroladamente da minha expressão e Zeus sabe lá porque eu os acompanhei.Ficamos lá rindo como se fôssemos velhos amigos por...quanto tempo mesmo?poderiam ser segundos,minutos ou até mesmo horas.

Quando a algazarra cessou,eu e Percy trocamos um aperto de mãos.

– Jessie,quer treinar primeiro comigo ou com Nico?-perguntou Percy com um sorriso...um sorriso...Bom,aquele sorriso.

– Eu...

– Percy,chega de diversão pra você.Minha vez-disse Nico enquanto desembainhava a espada.

Girou a espada negra como a noite com incrível habilidade.

Tentei copiá-lo e acabei derrubando a adaga.Nico descreveu sua espada como 'ferro estígio',feita da água de um rio do Mundo Inferior e que caso alguém se banhasse no rio veria o corpo e a alma virar pó.

Deu um sorriso sarcástico à Percy como se eles compartilhassem algo.Também disse que quem se concentrasse e sobrevivesse ao Estige ficaria indestrutível como Aquiles.

Fiquei bastante impressionada,mas deixamos a conversa de lado e fomos à luta.Percy me mostrou alguns movimentos com a espada .Pratiquei até que ele os avaliasse como aceitáveis.

Nico e eu nos posicionamos.Percy deu o sinal mas Nico ficou apenas me olhando.

Então fiz uma coisa que mais tarde descrevi como muito idiota e ataquei-o.

Ele esperou o tempo certo e se esquivou de meu golpe.Segurou minha mão e jogou minha adaga longe.

Quando já estava desarmada,Nico me jogou contra a parede e pressionou a espada contra minha garganta.

Fiquei sem ar,não porque estava prestes a perder a cabeça (literalmente),mas porque sua boca estava a 5 cm da minha e eu não parava de ofegar.

Uma gota de sangue escorreu por meu pescoço me despertando de meus devaneios e Nico me soltou...infelizmente.

Ele foi até a extremidade da arena e pegou um recipiente com algum líquido dentro.Caminhou até mim e jogou um pouco sob meu pescoço.Na mesma hora o ferimento se fechou para meu incrível espanto:

– Como?-perguntei.

– Isso é néctar-disse Nico chacoalhando o vidro-Ambrosia e néctar são a comida e a bebida dos deuses.Curam,mas se forem ingeridos em grande quantidade o corpo é incinerado até virar cinzas.Bom,acho que já chega de treino por hoje.

– Vamos ver Quíron e...quem sabe descobrir quem é a sua mãe-disse Percy.

Adentramos àquela construção azul de três andares.

Chegamos e um homem com chinelos havaianas e camisa com estampa se leopardo.

Conversava com Carol,a garota simpática que conheci no arsenal.Ela tinha lágrimas nos belos olhos roxos e jogava pinoche com o tal homem.

– Mas....pai!Eu não posso!

Finalmente me dei conta de quem era aquele homem.No arsenal,a garota mencionara algo como ser filha de Dioniso,mas...será possível?Aquele cara era um deus?

Quando notaram nossa presença ,pude ver que seus olhos não passavam de órbitas vazias com chamas púrpura queimando como brasas.

Fiz o mais sensato e me ajoelhei diante do deus do vinho.

– Tá,tá,chega de reverências e blá blá blá-disse o deus com uma cara de 'fala com a minha mão'.

Me levantei envergonhada pois Nico e Percy simplesmente me olhavam como se eu tivesse vomitado no carpete e comido tudo de volta.Dioniso prosseguiu:

– Petter Jonathan....

– Percy Jackson.

– Tá,que seja-disse com indiferença-Quem é a bajuladora?-disse apontando para mim.

– Jessie Poisen-Nico disse.

– Tá,tá,filhote do capeta-dizia enquanto um sátiro descascava e lhe entregava uvas,uma por uma.-O que devo dizer?Seja Bem-vinda ao acampamento e tals,Jane Potter...

– Jessie Poisen-corrigi.

– Como vocês jovens dizem hoje em dia "tanto faz".

– Onde está Quíron?-disse Percy como se já estivesse acostumado com o comportamento do deus.

– 'Onde está quíron?'-disse o Senhor D em tom de deboche imitando a voz de Percy-Está lá em cima com todas as garotas do acampamento.

Percy estava saindo da sala quando o Senhor D o barrou.

– Oops,você não pode passar,Anniebell...

– Annabeth-corrigiu Percy entre os dentes.

– Anniebell só quer meninas lá.

– Mas...-disse Nico sendo interrompido pelo Senhor D.

– Já disse,vão dar uma volta com aqueles pégasos xexelentos e deixe que Carol leve Jane...

– Jessie´-corrigi.

– Filha,você leva Jane até Quíron?Devem estar precisando de você por lá.-perguntou o deus para Carol.

– Tudo bem-disse ela enxugando rosto com as mãos-Vamos?

Subimos as escadas em silêncio e adentramos a um longo corredor.Só agora notara realmente sua beleza angelical.

Tinha a minha idade e a minha altura.Sua pele era branca com um leve bronzeado saudável.Tinha longos cabelos negros cacheados cujas pontas eram de um roxo vivo e tinham um caimento perfeito sobre a cintura fina.

Usava roupas divertidas e básicas:

Um colar de bigode adivinha de que cor?É,roxo mesmo.Tênis de cano longo,calças jeans folgadas e uma camiseta preta com os dizeres "I LOVE PANDAS".

Não resisti ao intuito de perguntar:

– Por quê está chorando?

– É uma longa história.

– Acho que temos algum tempo.

Ela deu um suspiro longo e triste e piscou para evitar as lágrimas que insistiam em rolar sob seu rosto.

– Bom,sempre vivi com minha mãe no Brasil.Eu sempre senti alguma carência de meu pai ou algo do tipo.Há uns dois meses,uma semana antes de chegar ao acampamento,tive uma briga feia com minha mãe e fugi de casa.Sileno me encontrou e me trouxe até aqui onde descobri meu pai e então tudo ficou perfeito.Mandei uma Mensagem de Íris pra minha mãe dizendo que estava bem e que decidi morar com meu pai-Carol fez uma pausa-ela aceitou tudo normalmente...até agora.

– O quê houve?-perguntei.

– Meu pai soube que minha mãe...surtou,ficou louca e foi internada.Queria correr para lá agora mesmo,mas todos só ficam me dizendo para "ser forte",como se eles entendessem.

Enxugou as lágrimas que voltaram a cair parando em frente à uma porta com uma gritaria animada lá dentro.

– Vamos?-perguntou ela.


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Notas finais do capítulo

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