Acorrentados escrita por Arwen
–Isto é... - Meu pai pegou a corrente entre os dedos. Seus olhos brilharam, como se não acreditasse no que via.
– Mas eu pensei que Ryuzaki tinha entregado as algemas para Watari assim que as removeu - Mogi quase não falava, o que fez todos virarem para ouvi-lo - Se Watari está morto, como elas foram parar ai?
– Talvez ele tenha deixado seus pertences para algum herdeiro, incluindo as algemas - Matsuda indagou.
– Como seria possível se L está morto? - Aizawa afirmou - Já pesquisei todo o histórico de Watari, Ryuzaki era a única pessoa com a qual ele tinha contato.
– Talvez um segundo herdeiro...
– E quem seria? - Aizawa desafiou com segurança e todos ficaram em silêncio.
– Raito - Ide virou-se para me encarar, e rapidamente todos fizeram o mesmo - O que acha disso?
Segundo herdeiro? Então quer dizer que Watari tinha um testamento? Mas porque ele faria um testamento se L era a única pessoa com a qual ele tinha contato? A não ser que...
É, isso seria possível. Em todo o tempo que convivi com L, ele tinha a péssima mania de prever meus movimentos. Era inteligente o suficiente para se pôr em meu lugar e deduzir o que eu, no caso "Kira", faria a seguir. Isso significa que ele poderia ter previsto que sua morte estava próxima, e induziu Watari a deixar seus pertences para outra pessoa. Mas quem seria?
E porque diabos Near veio diretamente à minha cabeça?
– Watari fundou uma instituição, não foi? - Indaguei, olhando imediatamente para Aizawa.
– Sim, uma instituição para pessoas capazes de suceder o L, se não me engano.
– Mas você não acha que o possível herdeiro está na Wammy's House, não é? - Perguntou Matsuda - A maioria de lá são menores de idade!
Ele tinha razão. Existia várias crianças na instituição. Mas com certeza as pessoas que estavam lá tinham habilidades cognitivas fora do comum, e qualquer uma seria capaz de enviar as algemas. Mas qual seria o propósito disso?
– Por acaso há históricos de alguém que tenha se retirado da instituição? - Perguntei, e parecia que Aizawa já pesquisara tudo.
– Sim - Aizawa abriu um arquivo no computador - Tem até um histórico de suicídio.
Suicídio? Me dirigi para o arquivo aberto. A maioria das informações eram desconhecidas, mas o arquivo dizia que havia uma média de 7 que sairam da instituição, e uma que se suicidou, por nenhuma causa eminente.
– Matsuda, poderia me passar a caixa? - Estendi a mão e ele rapidamente me entregou. Ao mesmo tempo, o celular do meu pai tocou e ele atendeu.
– Deve ser sua mãe.
Eu devia ter pensado nisso antes. Não fazia sentido nenhum alguém me entregar as algemas, muito menos em uma caixa tão grande. Então provavelmente o propósito era entregar alguma mensagem, algo que estivesse oculto.
A caixa não tinha selos nem carimbos. Aparentemente era apenas uma caixa de papelão comum. Rasguei as abas da caixa e iluminei o fundo com uma luminária.
– Como eu pensei...
O símbolo do L estava perfeitamente desenhado no fundo da caixa, porém havia um detalhe a mais. O símbolo estava incrementado com um "B" feito à mão. Passei o dedo por ele, e Aizawa se assustou quando viu a cor avermelhada que saiu no meu dedo indicador.
Aquilo era sangue!
"LB"? O que isso significava?
Meu pai desligou o telefone e o deixou cair no chão.
– Raito! - Ele gritou, suando, com olhos arregalados - Sayu foi sequestrada!
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