Beauty And The Beast escrita por Maria C Weasley


Capítulo 19
Capítulo 19




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/284861/chapter/19

Eu havia enviado minhas notas para o Ministério na manhã seguinte a festa de formatura, mas eles só divulgavam nossas seções em nosso primeiro dia, que por coincidência é hoje, dois dias depois de eu ter voltado para casa. Além disso, consegui manter a minha palavra, ninguém com exceção de Ink e de meu irmão sabia sobre o emprego ou sequer sobre o noivado.

Então para que as coisas continuassem assim acordei duas horas antes do meu pai para ter tempo de me arrumar, comer e ainda sair de casa antes dele.

- Bom dia senhorita. – Ink comentou quando me viu descendo as escadas.

- Ink eu disse que não precisava acordar cedo para preparar o meu café. – Reclamei notando o lugar para um que ele já arrumara na mesa. – Eu mesma teria preparado alguma coisa.

- Ink não queria ver a casa pegando fogo.

- Muito engraçado, Ink, morri de rir. Sabe acho que estou sendo uma péssima influencia para você.

- Ink só estava brincando, mas Ink gosta de fazer as coisas para a senhorita. – Ele falou puxando a cadeira para que eu sentasse. – Está bonita.

- Obrigada. – Agradeci olhando para minha saia preta que ia até o joelho e a blusa branca de botão que eu nem sabia que tinha até encontrá-la no fundo do meu armário ontem à noite.

Eu comi as panquecas que ele havia feito para mim, e que por puro acaso eram o meu café da manhã favorito, mas em poucos minutos não havia mais nada para fazer, chegara a hora de ir.

- Mirach, o que Ink diz caso o senhor e a senhora perguntem pela senhorita?

- Diga que eu já havia saído quando você percebeu. – Eu o instrui enquanto pegava a minha bolsa. – Mas eu duvido seriamente que eles venham a perguntar.

Com isso aparatei para o Ministério, claro que eu poderia ter ido via pó de flu, mas ao contrário da maioria dos bruxos eu gostava de aparatar, na verdade, foi um coisa que sempre gostei de fazer desde criança quando Ink aparatava comigo para me levar aos lugares.

- Respire Mirach, apenas respire. – Falei para mim mesma.

Então seguindo o meu próprio conselho respirei fundo uma última vez, entrei no imponente prédio do Ministério e me encaminhei para a sala que fora indicada em minha carta de aceitação.

- Bom dia, o que posso fazer por você? – Uma senhora me perguntou de maneira solicita assim que entrei.

- Meu nome é Mirach Prewet e eu fui aceita para estagiar no Ministério, me disseram que eu precisava vir até aqui.

- Você está no lugar certo, deixe-me apenas pegar a sua ficha. – Ela falou já começando a mexer em uma pilha de papéis que estavam na sua frente. – Como disse que se chamava mesmo?

- Mirach, Mirach Prewet.

- Então é você, todos do departamento tem falado sobre a sua ficha, parece que é uma das melhores que eles vem em anos. – Ela falou enquanto abria a pasta que presumi ser a minha. – E parece que não estavam exagerando. Meus parabéns senhorita, o chefe dos aurores em pessoa pediu por você.

- Aurores, eu estou mesmo na seção dos aurores? – Perguntei sem conseguir conter minha surpresa, uma vez que os aurores eram o departamento de maior influencia dentro do Ministério.

- Difícil de acreditar, não é? – Ela perguntou e me limitei a concordar com a cabeça. – O senhor Kipling está esperando por você na sala 1975.

- Obrigada...

- Mary, Mary Wikiman.

- Bem, obrigada Mary.

Eu olhei para o pequeno mapa que ela havia me dado, muito embora eu soubesse como chegar ao departamento dos Aurores sem ele, mas durante o caminho não pude deixar de notar como eu tinha tido sorte. Qualquer um pode trabalhar no Ministério, para isso basta apenas realizar uma prova, mas quando se entra como estagiário, que é o meu caso, você passa os primeiros três anos como assistente do chefe de algum departamento e só recebe seu emprego oficial ao fim desse prazo. Sendo que todos aqueles que desempenham bem a sua função contam com a perspectiva de conseguir cargos mais altos ou até mesmo serem mantidos com a função que receberam a principio, e para um novato ser assistente de chefe de departamento é muita coisa. Então descobrir que nos próximos três anos eu trabalharia como assistente do chefe de aurores era quase a realização de um sonho e com certeza muito mais do que eu esperava, coisa que tem acontecido bastante ultimamente.

- Pode entrar. – Escutei a voz após dar apenas uma batida na porta.

- Bom dia senhor Kipling, eu sou Mirach Prewet.

- Então você é a famosa senhorita Prewet, estava realmente curioso sobre a senhorita. – Ele falou sem sorrir, o que considerei agradável, pois sempre achei estranho as pessoas distribuírem sorrisos para alguém que sequer conhecem. – Agora feche a porta e sente-se. Perdoe-me pela bagunça, mas não a esperava tão cedo.

- Estava ansiosa. – Respondi enquanto fazia o que ele mandara, além de não querer encarar o meu pai completei em pensamento.

- Imagino que sim, agora como a senhorita já deve saber eu não costumo ter assistentes embora o Ministro me mande a ficha dos candidatos todos os anos, dessa vez, entretanto, eu achei algo muito interessante, a sua ficha. – Ele falou me encarando. – Aluna modelo, monitora, notas mais do que excelentes e cartas de recomendação de seus professores, nada que eu já não tenha visto antes, então poderia saberia me dizer qual foi a razão que me fez chamá-la, senhorita Prewet?

- Posso imaginar pelo menos uma. – Respondi sem nem pestanejar.

- Eu já vi milhares de fichas ao longo desses anos, milhares de alunos que possuíam pais influentes e ficaram páginas e páginas falando sobre eles, ou então casos em que pais subornaram seus colegas para que os filhos consigam um cargo. Você é filha de Kristan Prewet, mas não cita o nome dele uma única vez e também não me lembro de tê-lo visto tecer nenhum comentário sobre você, na verdade eu nem sabia que ele tinha uma filha até agora, então me explique à razão de todo esse anonimato.

- Quero ser reconhecida por quem eu sou e não por causa de quem meu pai é, somente dessa forma poderei ter certeza de que minhas conquistas partem exclusivamente de minha dedicação e competência, não porque meu pai me colocou no cargo. – Eu falei o encarando nos olhos, coisa que pelo seu espanto as pessoas não deviam estar acostumadas a fazer. – Quanto a não saber da minha existência, isso provavelmente se deve ao fato de na minha família vir trabalhar no Ministério não condiz com os deveres de uma dama. Então sim eu uso meu sobrenome com muito orgulho, mas não porque quero me beneficiar dele, mas para provar que da mesma maneira que meus irmãos também posso traçar o meu próprio caminho. Tem mais alguma pergunta?

- Não senhorita, você deixou tudo bem claro para mim. – Ele comentou com um sorriso se formando no canto da boca. – Parece que não me enganei a seu respeito, finalmente encontrei alguém com opinião própria digna de trabalhar comigo.

- Fico grata que pense assim, já que a maioria das pessoas não aprecia isso em uma mulher.

Ele soltou um pequeno riso com o meu comentário e soube que eu e meu chefe nos daríamos muito bem. Passei o resto da manhã me familiarizando com a burocracia e os acontecimentos que cercavam o meu novo emprego, afinal trabalhar com a burocracia era a minha função.

- O senhor precisa de mais alguma coisa? – Perguntei embora já houvesse dado a hora do almoço.

- Per Merlin, menina, você pode ir almoçar, já disse que está tudo sobre controle, mas quero você de volta as duas. Tenho uma reunião com o Ministro e quero você nela.

- Tem certeza?

- Está aqui há quatro horas e deu conta de grande parte dos relatórios que eu levaria dois dias para analisar, nada mais justo do que uma pequena recompensa. – Ele respondeu como se achasse graça da minha pergunta. – Caso não saiba, há um restaurante no terceiro andar.

- Obrigada pela dica, mas já marquei de almoçar com uma pessoa no Caldeirão Furado.

- Namorado?

- Noivo na verdade.

- Divirta-se então.

Apenas concordei com a cabeça e aparatei, ao entrar no bar logo encontrei Tom sentado em uma mesa no canto do salão e corri para me juntar a ele.

- Como foi? – Nós dois perguntamos ao mesmo tempo.

Passamos o resto do tempo compartilhando nossos dias no trabalho, por mais incrível que possa parecer Tom estava gostando de trabalhar na loja e se eu deixasse ele passaria horas falando apenas dos objetos que está analisando, eu só não sei se posso considerar isso como algo saudável, partindo do principio que estou falando de Tom Riddle.

- Eu tenho que ir, minha querida.

- Eu também, vejo você hoje à noite?

- É claro que sim, não vou deixar você passar mais um dia sem contar aos seus pais que aceitou.

- Admita, você acha tão engraçado quanto eu vê-los tentando descobrir o que eu disse. – Comentei antes de aparatar e vi o característico sorriso irônico de Tom.

Eu voltei para o Ministério e encontrei Kipling sentado a mesa como se nem houvesse se mexido desde que eu saíra, o que não me surpreenderia se fosse verdade, mas como era apenas o meu primeiro dia resolvi permanecer quieta.

- Sua pontualidade me espanta.

- Depois de sete anos em Hogwarts, onde, os professores nos matariam se chegássemos atrasados, acaba sendo uma coisa bem natural.

- Você tem um bom ponto, agora vamos, temos que mostrar ao Ministro como o nosso departamento pode ser pontual.

Eu revirei os olhos enquanto o seguia pelos corredores até um andar onde se encontrava o escritório do Ministro e ao contrário de toda a formalidade que eu esperava Kipling simplesmente abriu e foi entrando fazendo sinal para que eu o seguisse.

- Hector, que bom que veio, tenho que falar sobre uma denuncia que escutamos, mas primeiro meus parabéns, parece que finalmente encontrou uma estagiaria que o agradasse.

- De fato encontrei. – Ele comentou enquanto eu entrava. – Senhores deixem-me apresentá-la.

Vi o Ministro se ajeitando na mesa para me ver melhor, mas a reação do meu pai é que foi verdadeiramente impagável, parecia que ele havia acabado de se deparar com um dementador e não com uma garota de 18 anos.

- Mira? – Ele acabou soltando.

- Ministro. – Comentei com um sorriso enquanto inclinava minha cabeça em sinal de respeito. – Papai.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sei que o Tom não apareceu muito nesse capítulo, mas espero que tenham gostado mesmo assim.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Beauty And The Beast" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.