Eu Poderia Usar Alguém escrita por Cassie V


Capítulo 9
9- Era apenas um prédio abandonado.




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Quando cheguei no meu quarto, joguei minha bolsa perto da cama, liguei o computador e sentei no chão para tirar os sapatos.

- Precisa de algo, Hayley?

- Não, não. Mãe. Pode ir dormir. - ela me mandou um beijo e se virou.

Coloquei meus tênis em baixo da cama com as meias que eu usava dentro deles, fui até a cadeira do computador e me sentei nela. Entrei no MSN e vi que havia um convite em aberto. Um convite do Tommas. O aceitei e nós conversamos.

Tommas diz:

Oi, Hayley. Como se sente?

Hayley diz:

Me sinto ótima, e obrigada mais uma vez por ter me salvado.

Tommas diz:

Era o certo a se fazer, eu acho. E eu acho que tive sorte...

Hayley diz:

Sorte? Porque?

Tommas diz:

Porque eu consegui usar de auto-defesa pra te salvar. HAHA

Hayley diz:

Ah, claro. Tom (posso lhe chamar assim?), eu acho que vou sair um pouco de casa, quer me acompanhar?

Tommas diz:

É claro. Me dê seu endereço e eu lhe encontro na frente da sua casa, não quero que ande sozinha.

Eu dei meu endereço que por sinal era perto da casa dele. Nós iríamos nos encontrar em uma hora. Me levantei, tomei banho e pela primeira vez em muito tempo, eu achei um vestido vermelho no meu armário e o vesti. Passei lápis nos olhos, e pus um all star vermelho de cano alto. Saí do quarto e fiquei sentada na escada na frente da minha casa, com os cotovelos apoiados nos joelhos, e a cabeça apoiada nas mãos, esperando Tommas chegar.

Vi um carro vinho parando na nossa garagem, e eu já conhecia aquele carro fazia muitos anos. Era meu pai chegando do trabalho. Ele andou até o meu lado, me deu um beijo na bochecha e entrou pra dentro de casa. Eu não tinha tanta intimidade com meu pai quanto com minha mãe. Algo relacionado à ele ser homem e não entender certamente minha cabeça louca de adolescente.

Quando avistei Tommas Dew saindo da casa em frente à minha, levei um susto. Como ele poderia morar na minha frente sem que eu nunca tivesse notado? Ele se aproximou lentamente, em passos curtos, estendeu a mão e me ajudou a levantar. O encarei por um momento. Ele estava com uma mão escondida atrás das costas, ele a tirou e estendeu-a pra mim. Estava segurando uma rosa vermelha. Muito bonita.

- Para a senhorita. - Ele me olhou de cima a baixo e sorriu - Uma senhorita que está muito bonita vestida assim.

Eu corei, e logo em seguida peguei a rosa da mão do Tommas. Ele coçou a cabeça meio sem graça e apontou pra casa.

- Acabei de me mudar, nós morávamos em Seattle. Está vendo as caixas na varanda? Sim, faz umas três semanas que nos mudamos e minha mãe demora pra organizar as coisas! Na verdade, pra essa casa. Nós morávamos no centro, um lugar horrível. Agora, sou seu vizinho.

- Isso é bom, né? A gente vai se ver mais. - Peguei a rosa e a coloquei atrás da minha orelha, pra segurar o cabelo. Tom me olhou por um momento, e juro que vi seus olhos brilharem.

- É... eu acho que sim. Bom, er, eu queria te levar pra um lugar. Ou a senhorita já tinha planos?

- Hm, na verdade não. E Tom, me chame de Hay, não de senhorita.

- HAHA Ok, Hay. Então venha, vou te levar pro meu lugar preferido em Franklin. - ele me puxou pela mão e nós descemos a rua. Após alguns quarteirões eu via meio de longe um prédio abandonado, ele apontou pro prédio e disse - É pra lá que vamos.

Eu estava pensando que ele me levaria pra um lugar daqueles por qual motivo? Sabe, era apenas um velho prédio abandonado.

Quando chegamos, o portão do prédio estava lacrado com grandes tábuas de madeira, Tom se aproximou delas e afastou uma que estava solta e apontou para que eu entrasse. Foi o que fiz.

Era incrivelmente diferente visto de dentro. Havia plantas por todos os lados e alguns gatos deitados numa cama improvisada num caixote de madeira. Tommas andou até os gatos e afagou um preto.

- Esse aqui é o Teddy. Aquela laranja é Betina e a pequena laranja e cinza é a Pandora. Eu os acolhi numa noite fria e os trouxe pra cá. Já que na minha casa não posso tê-los.

Eu me aproximei e peguei a pequenina no colo, ela começou a ronronar enquanto eu a afagava.

- Ela gostou de você. Mas venha. - ele se levantou, pôs a pequena de novo na caixa e me puxou para a escada. Nós subimos uns quatro andares até que entramos numa sala grande, com uma janela de vidro enorme. Nas paredes haviam vários desenhos pendurados. Na maioria deles, uma garota de olhos verdes e cabelos vermelhos. Alguns deles pareciam comigo.

Ele caminhou até um único móvel que havia naquela sala e tirou de uma gaveta um livro. Eu me aproximei e ele entregou-me.

- É um livro que eu gosto de ler. Chama-se "Os cabelos vermelhos da menina verde." Não é conhecido nem nada, acho até que nenhuma editora o imprimiu, pois é manuscrito. Achei num sebo aqui em Franklin. Mas queria que lesse, me lembra muito você.

E realmente, o desenho da menina da capa, parecia comigo. Mas com cabelos vermelhos, e os meus eram loiros. Só que de alguma forma, parecia comigo. Abri a primeira página só para espiar e o primeiro parágrafo me deu mais vontade de ler o livro. Dizia assim:

"Eu nunca imaginei que entre todos os homens que ali haviam ele iria me chamar a atenção. Nunca que eu imaginaria que pelos meus cabelos vermelhos ele se apaixonaria. Eu nunca pensei que pelos seus gestos mágicos e lentos que eu ficaria gamada nele. Mas a vida é estranha, e eu só sei que ele é o motivo para eu continuar vivendo."

Era bonito, e parecia um pouco com o que eu sentia. Eu olhei pro Tom e sorri, como um agradecimento. Sussurrei:

- Obrigada. Por tudo.

- Espero que sejamos grandes amigos.


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