War Of The Union escrita por GreenTop


Capítulo 13
O único jeito de vencermos


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Tudo bem?

Então... Eu sei exatamente tudo o que vai acontecer na fanfic até o final, ela está completamente planejada, mas ando meio que travada nessa parte atual, rs, por isso não sei se o capítulo ficou muito bom. Mas, enfim...

Boa leitura!



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O peso do seu próprio corpo pareceu pesado demais para ser suportado. Ainda assim, era mais leve do que a culpa que carregava em seu coração. Permitiu-se ceder e caiu no chão frio, encostando a cabeça no tronco da árvore plantada atrás de si. Não que fosse exatamente uma opção permanecer em pé, já que não aguentava dar nem mais um único passo, tamanha era a fadiga. Não somente um cansaço físico, mas também emocional.

Por que coisas ruins sempre acontecem com pessoas boas? Era a dúvida que mais perturbava a mente da capitã de equipe, mais conhecida no antigo acampamento como “Titânia”. Todos daquele grupo, seus amigos, eram pessoas boas, não mereciam passar por tudo o que estavam passando, não mereciam sofrer; e Erza não conseguia se conformar com o fato de que, por culpa sua, três deles podiam estar mortos naquele instante.

Sim, sua culpa, afinal, ela era quem deveria guiá-los e ajudá-los, se algo havia dado errado era porque ela não foi uma boa capitã.

Os cabelos escarlates recaiam sobre seus ombros e rosto, cobrindo as lágrimas quentes que já não conseguia mais segurar. Sempre fora tão forte, mas naquele momento, com a possível morte dos amigos, estava mais frágil do que nunca. Eles eram sua única fraqueza, seus amigos, sua única família.

― Erza, está tudo bem? ― Perguntou o garoto de cabelos azuis. Após fugir e depois de muito andar, os sobreviventes haviam parado para descansar, somente quando pensaram já estar longe o suficiente do acampamento.

Erza e Jellal estavam distantes do resto do grupo. A garota havia se afastado, usando a desculpa de que procuraria por água. Uma desculpa que todos identificaram rapidamente, afinal, conheciam aquela floresta como a palma de suas mãos e sabiam exatamente onde encontrar rios ou lagos, não precisavam procurar. Já ele, preocupado com ela, a seguiu.

― Como poderia estar, Jellal? ― Disse, reunindo todas as suas forças restantes e se levantando. ― Natsu, Lucy, Lisanna, por minha culpa os três podem estar mortos agora.

― Erza...

― Se eu tivesse agido de modo diferente...

― Erza, pare. ― Jellal murmurou, dando alguns passos e se aproximando mais da ruiva.

― Se eu tivesse sido uma líder melhor...

― Erza, pare! ― Ordenou, segurando a garota pelos ombros. ― O que aconteceu com eles não é sua culpa!

― É claro que é! Eu era responsável por eles! ― Gritou, as lágrimas caindo com ainda mais intensidade.

― Não, não é. Erza, escute, você fez o que era melhor para o grupo. O que poderia ter feito a mais?! Esperado por eles e colocado todos os outros em risco?! Você agiu como um líder deveria agir, prezando a segurança da maioria.

Erza virou o rosto, não aguentava olhar para Jellal. Encarou o riacho ao lado. A água corria tão tranquilamente, os peixes nadavam em paz, nem ao menos parecia que aquele era um cenário de guerra.

― Não... Mais do que líder, eu era amiga deles, e como amiga, não deveria tê-los abandonado.

― Eles também eram meus amigos! Assim como todos aqui são! Você foi muito corajosa, se não tivesse feito o que fez, muitos outros poderiam ter morrido, e estaríamos chorando por ainda mais perdas. Isso é uma guerra, pessoas morrem todos os dias, pessoas próximas ou não, ninguém pode controlar isso. Erza, olhe para mim. ― mesmo com dificuldade e relutância, a titânia atendeu ao pedido do garoto, olhando diretamente para seus olhos verdes. ― Você é muito forte, e está fazendo de tudo para manter todos aqui vivos, eu sei disso, mas, escute bem, ninguém, nem mesmo você, consegue ser forte o tempo todo!

― Jellal...

Ela instintivamente o abraçou, soluçando ainda mais; e ele retribuiu, tentando passar-lhe um pouco de sua força. Se ele não estivesse ali, o que seria dela? Era assim que funcionava naquele lugar, com aquele pequeno grupo. Cada um dava forças ao outro, a sua maneira, alguns com amizade, outros com amor, e assim conseguiam se manter em pé e sobreviver ao terror. E essa, era a maior e mais poderosa arma da qual dispunham contra aquele massacre chamado guerra.


“Qualquer coisa que encoraje o crescimento de laços emocionais tem que servir contra as guerras.”

Sigmund Freud


― Não podemos seguir em frente! E se eles ainda estiverem vivos?! Vamos simplesmente abandoná-los ― Gritava Gajeel, inconformado com o plano que Erza pretendia seguir. A titânia pretendia guiá-los para o Sul, onde estava montado outro abrigo para sobreviventes, e onde teriam maior chance de sobreviver.

― Ainda pode haver soldados do país do Norte no acampamento, não podemos voltar lá. ― Argumentou Jellal, que, aparentemente era um dos únicos que apoiavam a decisão de Erza.

― E daí?! Não me importo de enfrentar alguns caras, minha irmãzinha está lá! ― Disse Elfman.

― Alguns soldados? Acha mesmo que são apenas alguns?! E mesmo se fossem, eles portam as mais poderosas armas, está sonhando se acredita que teríamos chances contra eles.

― Concordo com o Gajeel e com o Elfman! ― começou Gray ― O Natsu pode ser um idiota ás vezes, e podemos brigar durante a maior parte do tempo, mas precisamos tentar, e não há só ele, também tem a Lucy, e a Lisanna, precisamos tentar salvá-los, se ainda pudermos.

― E quem vocês pensam que são para tomar decisões por todos aqui? ― Disse Loke para Jellal e Erza, se juntando à discussão.

― Pessoas que querem apenas ajudar. Vocês querem morrer? Por que não vão lá então e se expõem para os soldados do país do Norte?!

― Melhor isso do que ser um covarde que não se importa com seus amigos.

― Diz isso porque nunca viu as crueldades que homens como aqueles podem fazer. E acha que não me importo com eles também? Eu adoraria pensar que estão vivos e que poderíamos simplesmente encarar soldados do país do Norte, salvar os três e sair vivos, mas isso é apenas um sonho infantil.

― E daí? Pelo menos tentamos.

― Parem! ― Gritou Erza, interrompendo a discussão. Os que ainda não haviam se manifestado ou apenas observavam quietos, ou choravam em um canto, como era o caso de Levy, que chorava por Lucy, Mirajane, que despejava suas lágrimas pela sua irmã caçula, e Juvia, que apesar de não ter uma ligação tão forte com os três, também sofria pelas perdas. ― Brigar não vai resolver nada! Eu odeio pensar nisso tanto quanto vocês, mas eles provavelmente estão mortos agora, e é suicídio voltar para verificar. Temos que seguir para um lugar seguro.

― Estávamos em um lugar dito como seguro, e olhe como estamos agora. ― Disse Gajeel.

― Gajeel, Loke, Elfman, Gray, Erza está certa. ― Levy se manifestou, enquanto enxugava as lágrimas ― Lucy foi a melhor amiga que eu já encontrei, e dói tanto pensar que ela pode estar morta. Eu só sei que... Não quero perder mais ninguém, não quero aguentar a morte de mais ninguém; e se voltar para lá significa que corremos esse risco, prefiro seguir em frente.

― Levy... ― Murmurou Gajeel. Já não era novidade para ninguém que o moreno carregava fortes sentimentos pela pequena garota, e que suas palavras possuíam um grande poder sobre ele.

― Vamos decidir de forma justa, como um grupo. Uma votação. Quem acha que devemos voltar para o acampamento e procurar Natsu, Lucy e Lisanna, erga a mão. ― Apenas Elfman, Loke, Gray e Mirajane se manifestaram, a decisão estava tomada. ― Partiremos em meia hora em direção aos refúgios do Sul, é tempo suficiente para descansarmos, quanto antes partirmos, melhor. Iremos pela floresta, é um caminho mais seguro e assim a chance de nos encontrarmos com soldados é menor.

O grupo se dispersou, porém ainda mantendo-se à vista uns dos outros. Erza segurou a manga da blusa de Jellal quando o garoto começou a andar, chamando sua atenção. Ele, que sempre era tão calado, tomara as rédeas e assumira o controle quando ela quase entrara em colapso como líder. Ele a manteve sob controle.

― Jellal, obrigada.

― Não há porque agradecer, Erza.

― É claro que há! Se não fosse por você-

― Você teria dado um jeito e resolvido o problema de qualquer jeito. ― a interrompeu, sorrindo timidamente.

De uma coisa Jellal tinha certeza, se Erza fraquejasse novamente, como fora naquele dia, quando o peso da falsa culpa que sentia quase a esmagou, ele estaria mais uma vez ali, para erguê-la, e mais do que isso, para protegê-la, como não fora capaz de fazer na triste infância de ambos.

(...)

― Precisamos de um plano, Natsu. Para onde ir, qual a melhor forma de encontrar os outros.

O “plano” de Natsu consistia em apenas andar, com o máximo de atenção a qualquer coisa que pudesse indicar que o resto do grupo passou por ali. Não era nada eficiente, na minha opinião, ou pelo menos, estava mostrando não ser.

― Certo, e o que você sugere? ― Perguntou, parando de andar e me encarando. A verdade era que eu também não fazia a mínima ideia do que poderíamos fazer, não tínhamos nenhuma pista dos outros, de como encontrá-los.

― Eu não sei. Só acho que andar não será muito útil, só iremos nos cansar.

― Ficarmos parados também não ajudará em nada.

― Eu sei, mas... Se ao menos soubéssemos de algo que pudesse ajudar. No acampamento, Erza não comentou nada sobre para onde deveríamos ir em uma situação como essa? Tenho quase certeza de que sim.

― Deve ter comentado, porém não consigo me lembrar.

Nós deveríamos ter prestado mais atenção às instruções de Erza. A verdade era que, em um acampamento julgado como totalmente seguro, nunca pensamos que algo do gênero poderia realmente acontecer. Infelizmente, outra grande verdade era que, em uma guerra, não existe lugar totalmente seguro, e muito menos coisas possíveis de serem previstas.

― Acha que deveríamos voltar para o acampamento? ― sugeri.

― Seria loucura voltar lá. Correríamos muitos riscos. ― Ele estava certo, era uma opção tola buscar pelos outros no acampamento, quase suicídio. ― Lucy, posso fazer uma pergunta? ― assenti, permitindo que continuasse a falar. ― O que tem nesses papeis que você carrega na sua mochila?

― Por que quer saber?

― Parecem muito importantes para você, caso contrário não teria arriscado sua vida por eles. Fiquei curioso.

― Não é nada de mais. Somente algumas cartas. Elas tem um valor muito grande para mim sim, não poderia deixá-las para trás. ― Natsu murmurou um simples “hum”, antes de continuar a andar. ― Natsu, eu estava pensando, o que faremos a noite?

― Como assim? ― Perguntou, novamente parando de andar e olhando para mim. Seu rosto estranhamente adquiriu um tom avermelhado, o qual não entendi a razão de ter aparecido, e também não tentei procurar por uma.

― Não é bom andar pela floresta durante a noite. Além do que, durante a noite a temperatura cai muito, ainda mais estando aqui, e tudo fica muito escuro. Acender uma fogueira poderia chamar a atenção de soldados, por causa da fumaça e da claridade, então, o que faremos?

― Hum, temos um ao outro ― respondeu, sorrindo timidamente e ainda com o rosto corado ―. Calor humano é o melhor para se manter aquecido. E quanto ao problema de iluminação, temos a lua para nos iluminar.

― Isso teria soado romântico se não estivéssemos no meio de uma guerra.

Me aproximei mais de Natsu, passando a caminhar ao seu lado. A única coisa que poderia atrapalhar nossos passos calmos, era o som dos soldados se aproximando logo a frente. Som este que não foi notado por mim. Mas, por sorte, tinha Natsu ao meu lado.

Ele me puxou bruscamente para trás do grosso tronco da árvore ao nosso lado, tapando minha boca com sua mão, para evitar que qualquer barulho saísse de lá, enquanto espiava discretamente o local onde estávamos antes, atento a qualquer detalhe.

― Acha que alguma mosca de Fiore pode ter sobrevivido?

― Nunca se sabe, mas duvido muito, o ataque foi muito bem planejado para que alguém conseguisse sair vivo de lá.

― Tem razão. ― o homem que falara antes concordou rindo ― Fiore é um país fraco, com forças armadas de qualidade abaixo da média. Escute o que eu digo, esta guerra já está ganha.

― Com certeza está.

Os dois homens, altos, fortes, vestindo o uniforme oficial do exército do país do Norte, passaram ao nosso lado rindo. Meu sangue gelou, e Natsu abraçou minha cintura com ainda mais força. Deveriam estar patrulhando a floresta, a busca de algum civil refugiado. Para nossa sorte, executavam sua tarefa muito mal. Nossa presença poderia ser facilmente percebida se apenas olhassem para o lado, porém não o fizeram. Só relaxamos quando os dois já não podiam mais ser vistos ou ouvidos.

Natsu me soltou e caiu ao chão, ofegante, com o coração acelerado e suando. Medo era tudo o que aquelas figuras transmitiam a nós, muito medo. Calafrios era o que sentíamos somente por vê-los.

Sentei-me ao lado de Natsu na grama, em estado semelhante ― senão pior ― ao seu.

― Essa foi por pouco. ― disse a ele, tentando livrar-nos da tensão criada no ar iniciando uma conversa.

― Temos que ficar mais atentos. Se algo acontecer a você, Lucy...

― Está tudo bem agora. ― O interrompi. Não queria que terminasse aquela frase. “Se” algo acontecesse expressava uma dúvida, uma possibilidade. A possibilidade de perdê-lo para mim era extremamente dolorosa, e imaginei que o inverso também seria para ele. Portanto o melhor era usar o “nada” vai acontecer, mesmo que possa não ser verdade.

― Não, você sabe que não. ― tentei novamente interrompê-lo, porém dessa vez foi ele quem não permitiu que eu falasse. ― Mas estamos juntos, e isso é o suficiente para mim, mesmo que nada esteja bem. Vamos achar os outros, e vamos continuar juntos, todos juntos, porque esse é o único jeito de vencermos.


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Notas finais do capítulo

Então, como eu disse, não sei se ficou bom, mas...

Pessoal, por favor, deixem reviews! Eu preciso/necessito/imploro pela opinião de vocês. Eu preciso muito mesmo que me digam se gostaram ou não do capítulo, pode ser só uma palavra, mas digam, ok?

Uma coisa que não tem a ver com a fic, mas senti vontade de perguntar mesmo assim. Alguém aí assiste Supernatural? rs. Eu literalmente viciei na série, por isso a pergunta.

Enfim, até o próximo o/
Vejo vocês nos reviews (ou espero ver).
Beijos. Amo vocês ♥