Mine escrita por Ana Luíza Garcia


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oooi, o prometido capítulo 5 !!



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Um barulho extremamente irritante me tirou dos meus devaneios. Abri meus olhos e vi meu celular tocando em cima da minha cômoda. Olhei na tela para ver quem me ligaria numa hora daquelas. Effie.

-Alo? – atendi receosa.

-Vá pegar as correspondências agora. – ela ordenou.

-Hey, bom dia pra você também- comecei a brincar –Eu estou no apartamento ainda. Tenho mesmo que descer?

-Sim, imediatamente.

Parecia muito nervosa

-O que aconteceu? – perguntei saindo do apartamento correndo e indo pegar o elevador para ir até o lobby verificar a correspondências.

-A carta da NYU chega hoje, querida! – ela disse e eu pude sentir que ela estava sorrindo.  

Eu gelei. Senti meu coração batendo muito rápido e comecei a tremer. Tive vontade de voltar para o apartamento. Entenda: entrar em uma universidade sempre foi uma coisa que mamãe e eu planejamos. Apesar dos apertos econômicos que passávamos, ela criou uma conta no banco para quando essa hora chegasse. Ou não. Não sabia se eu havia passado.

Você deve estar se perguntando: como? Acontece o seguinte: eu sempre considerei me mudar pra NY, e então eu me inscrevi para NYU antes da morte da minha mãe, porém, nem estava mais lembrando disso.

 -Katniss, você ainda está ai? – Effie chamou minha atenção de novo.

-Hã? Sim, estou. Só estou um pouco nervosa- disse pegando o elevador.

-Querida, eu tenho certeza que você vai conseguir. Onde está Prim?- impressão minha ou ela estava tentando me distrair.

-Quando eu sai do apartamento, ela ainda estava dormindo. – Droga de elevador que anda muito devagar. –Olha Effie, eu estou dentro do elevador. Quando eu pegar minha carta, eu te ligo de volta, ok?

-Tudo bem, querida. Vou esperar.- ela disse e eu desliguei o telefone

“Calma Kat, se não for essa, terá outras. Calma.” De alguns dias para cá, esse estava sendo o meu mantra. Repetia isso o dia inteiro. Tadinha das minhas unhas, que estavam recebendo todo o castigo por causa de tanto nervosismo.

Finalmente, depois do que para mim pareciam séculos, a porta abriu. Sai correndo para o balcão.

-Darius, tem alguma coisa para hoje?- perguntei

Darius era o recepcionista e segurança do prédio.

-Sim sim, Katniss. – ele se abaixou no balcão e me entregou algumas cartas- Aqui estão. Você parece aflita aconteceu alguma coisa?

-Não. Só a resposta da NYU. De todo jeito, obrigada- Voltei para o elevador conferindo aquele bolo de cartas.

Senti o olhar de Darius em mim enquanto a porta do elevador se fechava.Conta. Conta. Conta. Conta. Cartão de Crédito. Uma carta de NYU. Opa. Volta. Peguei a carta e abri o lacre. Abri a carta e meus olhos percorreram todas aquelas palavras e foram parar no final da carta, em uma palavra que fez meu coração dar um pulo. APROVADA.

Comecei a pular no elevador igual a uma louca não me importando com a câmera em cima da minha cabeça. Peguei o meu telefone e disquei o número de Effie correndo mesmo tremendo muito. Ela me atendeu no primeiro toque.

-PASSEI- gritei deixando algumas lágrimas escorrendo.

-Ah, querida isso ótimo. Temos que ligar pro seu pai e contar a novidade. Ele provavelmente vai querer comemorar. – Ela disse rápido. Muito rápido

-Sim, acho que nós poderíamos sair para fazer alguma coisa. – sai do elevador e corri para o apartamento.

-Olha, podemos pensar nisso depois. Agora eu tenho que voltar para o trabalho. De um beijo em Prim para mim, por favor. – ela disse e desligou o telefone.

-PRIM, PRIM, PRIM. Cadê você? – entrei em casa gritando

Como ela não me respondia, fui até seu quarto e ví que ela ainda estava dormindo. Não me importei em acorda-la.

-Katniss não. Deixa-me dormir mais um pouco, vai! – ela disse sonolenta

-Eu tenho uma notícia para te dar. Vamos você precisa acordar. – tirei sua coberta.

-Ok, eu me rendo, o que foi? – ela finalmente levantou.

Parecia brava, mas quem liga? Eu olhei para ela e comecei a rir.

-Passei na NYU- disse.

Pulei em cima da cama dela e comecei a pular. Estava parecendo uma retardada mental.

-Sério? Que ótimo. – Prim se juntou a mim, e ficamos pulando alguns minutos e gritando.

Quando eu cansei, deitei na cama dela e ela logo se juntou a mim.

-Fico feliz que você não vai ter que mudar de novo- ela disse começando a me fazer cosquinha.

Depois de ficar me rebatendo igual um peixe fora d’agua, ela parou e eu consegui respirar.

-Eu também Patinha- ela odiava esse apelido que eu havia dado para ela.

-Para Kat, eu to falando sério. Sei lá, quando tudo parecia estar dando certo, se você partisse eu ficaria muito triste. – Prim estava com o olhar fixo no teto. –Por incrível, que parece, eu gosto de você, sua chata.

Prim me mostrou a língua e eu apertei seu nariz.

-Patinha, eu sei que sou irresistível, mas como assim te abandona ?- perguntei esperando por uma história dramática.

-Como se você não soubesse. - Ela bufou – Quando meus pais se separaram, eu tinha 5 anos, e como minha mãe trabalhava o dia inteiro, eu ficava muito com minha avó, mas ela morreu e me deixou sozinha. Então eu tinha que ficar mais em casa. Foi uma época que meu pai estava desempregado, e então, eu comecei a ficar muito com ele. As brigas entre ele e mamãe estavam ficando cada vez mais insuportável.

“Um dia, eu acordei mais cedo e vi que ele estava com uma mala e estava saindo de casa. Eu o chamei ele me disse que infelizmente tinha que ir, porque as coisas com a mamãe não estavam mais dando certo. Ele me prometeu que ficaria sempre ao meu lado, e que sempre que eu quisesse vê-lo era só eu ligar.

Com nove anos eu me mudei para cá, e eu sempre tive a esperança de encontrar ele de novo, porque desde aquele dia, eu nunca mais havia falado com ele. Até hoje a situação não mudou. Aquilo me machucava, e ainda me machuca, mas acho que eu percebi que ele não me ama...”

-Esquece isso- interrompi sua narrativa.

Sentia que se ela dissesse mais uma palavra, eu iria chorar ali mesmo. A semelhança entre nossas histórias era absurda e me fazia ficar até assustada. Sabia exatamente o que ela estava sentindo. Merda de vida.

-Eu te amo, e isso vale, né? – tentei fazer uma brincadeira

-Sim, claro. – ela disse rindo.

Ficamos abraçadas e conversando até Effie chegar do trabalho. E então começamos a planejar uma festa de comemoração pela minha aprovação na NYU. Estava começando a ficar animada com aquela história.


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Notas finais do capítulo

Sejam boazinhas(os) e deixem muuitos comentários e quem sabe antes do feriado eu poste mais. Beeeijos meus amores.



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