Rockers - Associação De Caçadores escrita por Diva


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Beleza, Caçadores. Eu demorei, mas cheguei, e com um capítulo duplamente gigante o/ Acho até que vai dar preguiça em vocês, mas em fim XD



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Eles já estavam chegando até São Francisco, estavam prestes a atravessar a ponte que ligava a cidade.

Ela não precisou nem saber que já tinham chegado, aquela sensação de estar de volta ao ponto de tudo, deixou ela de um jeito que não ficava a muito tempo... Dominick podia sentir o frio no corpo, ainda que seu corpo estivesse quente como fogo, seus dentes trincavam,  ela abraçava os próprios joelhos, e já não era mais como se ela estivesse dentro daquele carro.

A única coisa que passava diante dos seus olhos era aquela imagem, a tarde chuvosa, o tempo frio, o clima fechado... E as duas meninas, sua irmã morta, arranhada, cortada, e ensanguentada, e sobre o seu corpo, ela mesma, quando ainda era só uma criança.

Liam achou estranho aquele jeito todo de Dominick, parecia que ela estava vendo um fantasma.

-Nick, você tá be..

Liam tinha estendido á mão para tocar em seu rosto, mas se assustou, o rosto de dela estava queimando.

-Nick, você tá queimando!. - Ele disse preocupado, com a mão na testa dela.

Mas ela se quer estava ouvindo ele, coisa que deixou Liam intrigado, ele a sacudiu, e chamou por ela diversas vezes, mas ela não respondeu. Samuel dirigia, enquanto escutava tudo aquilo, de certo modo aquela situação era preocupante.

-Samuel! Ela tá queimando em febre, a gente tem que levar ela pra um hospital. - Liam quase berrou, enquanto abraçava ela de lado, numa tentativa de conter os calafrios.

-Ah, meu Deus... - Samuel suspirou.

Pegou o celular, e mandou uma mensagem para Nolan, na esperança de que ele soubesse o que fazer, por que até mesmo Samuel sabia que aquilo não tinha nada haver com uma doença.

Apesar de ser madrugada, Nolan respondeu á mensagem em alguns minutos, e a recomendação que ele deu foi para que ele desse um calmante damasiadamente forte pra ela, era melhor que ela dormisse, e por muito tempo, antes que ela ficasse agressiva.

Já Lestat, que estava no carro com eles, estava achando que aquela situação não iria tomar um rumo muito bom

Enquanto tudo aquilo se passava, Dominick estava longe, e a voz da sua falecida irmã atormentava sua cabeça dizendo;

-Foi sua culpa... Você não fez nada... Covarde...

As lágrimas começaram a descer por seu rosto, ela já estava soluçando, foi aí que Liam começou a ficar mais preocupado ainda com ela, o mesmo acontecia com Samuel, que estava terminando de cruzar a ponte, para procurar uma farmacia, e Lestat.

Mas já era tarde pra calmantes... São Francisco, e as lembranças, já tinham feito sua mágica, Dominick começou a arranhar o próprio o joelho, e o seu olhar estava escarlate, e era de pura raiva. Lestat percebeu o que estava para acontecer, e ficou mais apreensivo ainda.

-Samuel, para esse carro, ela não pode ficar aqui dentro. - Lestat disse.

Samuel estava ficando preocupada, mas antes de qualquer coisa, faria o que Nolan disse.

-Samuel!. - Liam chamou sua atenção, concordando com o que Lestat tinha dito.

-Calma!. - Samuel berrou.

Mas não teria calma... Dominick abriu a porta do carro enquanto ele ainda estava em movimento, ela saiu de dentro dele numa velocidade inacreditável, Liam se apressou e fechou logo a porta antes que houvesse um acidente na pista.

Samuel fez uma manobra rápida, e parou num acostamento da rua, ainda chovia, e eles saíram do carro preocupados, procurando por ela pelo horizonte.

-Eu vou procurar por ela, me esperem aqui!. - Lestat disse.

Depois disso, ele saiu correndo na mesma velocidade que ela. Não demorou, e Aaron chegou lá com a moto de Lestat, sem entender buiufas do que estava acontecendo.

-Cadê Dominick?!. - Aaron perguntou nervoso, enquanto tirava o capacete.

Liam subiu os ombros, e deu um olhar decepsionado para Aaron, estava tão preocupado com ela, quanto ele.

Lestat procurava por Dominick, tentando achá-la pelo seu calor, ou por seu cheiro, mas aquela chuva dificultava tudo. Lestat estava em cima do edificio mais alto da cidade, procurando por ela com os olhos, a visão dele era melhor que a de uma águia,  felizmente, de tanto procurar, ele finalte viu alguma coisa, pulou do edificio, e correu atrás daquilo.

Enquanto isso tudo, Dominick estava numa construção antiga da cidade, que tinha sido abandonada pela prefeitura, ela estava reduzindo aquele lugar simplesmente á ruínas. Ela dava chutes e socos no concreto, e ele se quebrava em pedaços. Ela pegou uma barra de ferro enferrujada, e a lançou contra uma arvore velha e sem vida, a arvore se partiu.

Aquele tipo de coisa já tinha acontecido algumas poucas vezes enquanto ainda morava em São Francisco depois da morte de Edeline, mas com um índice muito menor, o máximo que ela poderia fazer era quebrar o abajur do quarto, jogar o criado mudo no chão, quebrar pratos, copos de vidro, e vasos em casa [...]

Mas agora que tinha toda aquela força, as coisas eram diferentes, e a raiva também era maior, em outras palavras, Dominick era mais perigosa ainda naquele estado.

Ela já estava toda encharcada pela chuva, e continuava a destruir tudo o que tinha sobrado daquela construção abandonada. E quando não sobrou mais nada pra quebrar, partir, ou destruir, ela parou, e olhou para tudo o que tinha feito, mas antes que pudesse pensar, ou fazer outra coisa, ela sentiu alguém envolvendo os braços por seu corpo de trás dela.

-Você ainda vai me dar muito trabalho, pelo visto. - Ele disse calmo, e com a voz baixa.

Então, ela caiu de joelhos, e baixou a cabeça, deixou que algumas lágrimas escorregassem fracas, e imperceptíveis por seu rosto, se sentiu culpada por tudo aquilo, não poderia deixar que aquilo tomasse de conta dela pra que agisse como um animal descontrolado.

-Me tira daqui... - Ela pediu, passiva. - Por favor...

Lestat olhou pra ela, tão declinada, e lhe parecia tão indefesa, e vulneravel no momento, ele suspirou de leve, se abaixou, e pegou ela pelo colo.

-Eu acho que só te tirar daqui não vai resolver. - Ele falou calmo, e suave.

Então ele pulou alto com ela, e saiu de lá, pulou de prédio em prédio, de casa em casa, numa velocidade em que ninguém conseguiria ver ele direito.

Ele parou com ela em um lugar um pouco afastado da cidade, era um parque florestal para alguns animais, Dominick olhou em volta, e não conseguiu entender o por que de estar ali.

-Mas não era aqui que os outros estavam esperando. - Ela falou baixo, e melancólica, com o olhar distante, porém olhando tudo no local.

Ela viu Lestat mexendo no celular, parecia que estava escrevendo alguma coisa.

-Se vamos ficar juntos por algum tempo, eu preciso entender o que foi aquilo que aconteceu ali. - Lestat falou objetivo, encarando ela.

Dominick suspirou pesado, e foi até um tronco de madeira caído que estava perto dali, e se sentou. Lestat caminhou até lá, e se sentou perto dela.

-Eu esperava não ter que contar essa história de novo pra outra pessoa. - Ela falou com um tom cansado, e desapontado, enquanto passava a mão pela testa.

Lestat olhou pra ela, curioso, confuso, e intrigado, queria entender o por que daquela situação tão dramática.

Dominick suspirou longa, e lentamente, até que começou a contar tudo pra Lestat, ela contava tudo devagar, sem pressa, e tentando manter a máxima calma.

Era engraçado pra Lestat, eles terem alguma coisa em comum, terem perdido pessoas tão importantes, e quando eram tão jovens, mas ela pelo menos ainda tinha os pais.

Quando ela terminou de contar tudo pra ele, ele respirou, tomou o fôlego, e colocou o braço em volta dos ombros dela.

-Olha, as perdas são dificeis, mas não dá pra deixar o mundo quebrar por causa disso. - Lestat falou, numa tentativa de fazer ela se sentir melhor.

-Eu sei... Mas eu não consigo ficar um dia sequer sem pensar nela... Sabe, ela nem era totalmente minha irmã, o pai dela foi um namorado que minha mãe teve na faculdade. - Ela falou dando um sorriso fraco. - Mas... Ela era 'a' pessoa no mundo por quem eu morreria.

-Sabe, a minha irmã Amanda, ainda sofre muito também... Ela só tem a mim, e não me deixa sair de perto dela tão fácil. - Ele esboçou um sorriso fraco. - Mesmo com tudo isso que aconteceu, eu quero que ela seja feliz outra vez, e 'eu' quero ser feliz daquele jeito pelo menos uma vez antes de morrer. - Ele falou sereno, enquanto mantinha seu olhar distante, com um sorriso no rosto.

Dominick olhou pra ele com uma certa admiração, ele passou por tudo aquilo, mas não se fechou pra tudo, como ela fez... Ele pelo menos ainda estava tentando a felicidade, coisa que ela se quer tinha considerado, e por isso ela se sentinha envergonhada.

-Então... - Lestat falou baixo enquanto se levantava. - Vamos? Eu acho que eles estão loucos com a nossa demora. - Ele riu.

Lestat segurou a mão dela, e a ajudou a se levantar, ele fez uma menção de pegá-la no colo, mas então ela se esquivou dele, e deu um sorriso acanhado.

-Eu quero que você me ensine a fazer isso. - Ela falou.

-Outra hora, vamos.

Ele pegou ela, e a levou até onde os outros estavam. Assim que viu ela, Liam correu, e abraçou ela forte, parecia até uma criança que tinha visto a mãe pela primeira vez em dias.

-Próxima vez que você me der um susto desses... Eu jogo suas balas fora. - Ele falou birrento.

Dominick revirou os olhos, e quando se soltou de Liam, viu Samuel, ele não estava com uma cara nada boa, parecia que estava tentando ser compreensivel com o que aconteceu. Já Aaron, parecia neutro, não demonstrou nenhuma emoção, e não falou com ela.

Lestat voltou á sua moto, e seguiu o carro até a casa dos pais de Dominick, que seria lá, que eles ficariam durante a breve estadia em São Francisco.


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