O Deus Sem Nome e o Galho de Álamo escrita por Luiza


Capítulo 19
Lutamos com o Deus do Esquecimento Eterno


Notas iniciais do capítulo

Oie, gente! Desculpem a demora de alguns dias para postar, mas eu tive que resolver uma coisas, então... Você acreditam que depois desse só tem mais dois capítulos? Eu nunca pensei que terminar uma fic me daria tanta dor no coração (e olha que eu sei que tem continuação). Falando em continuação, o próximo "livro" vai demorar mais tempo para ser atualizado, já que com as aulas tudo fica mais difícil, mas eu vou dar o meu melhor.
Aproveitando que é o final, vou pedir umas coisinhas para vocês: Recomendações! Bom, se vocês gostaram até aqui, porque não me fazer feliz deixando uma recomendação bem linda para a minha pessoa? E vamos fechar essa fic com, pelo menos, 100 reviews? O que acham?
De qualquer forma, esse capítulo ta bem grande, e eu acho que vocês vão gostar. Ou não, né porque... quer saber, eu vou calar a minha boca. Aproveitem!
*Gostando da fic? entre no "blog" oficial do Deus Sem Nome: http://melrosing.tumblr.com/



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Só fui abrir os olhos depois que senti uma mão em torno da minha. Eu estava pendurada. Era Tanner quem havia me pegado, e os três me puxaram para cima, apesar de ele ser forte o bastante para me puxar sozinho.

Escorei-me no concreto, quase me fundindo à construção, e olhando para cima, ofegando como se houvesse ido correndo de Nova York até Washington. Tentava ao máximo não olhar para baixo.

–Rose, está tudo bem- disse Tanner, colocando a mão em meu ombro- Você não caiu.

–Eu sei. É só que é muito... -minha voz falhou- muito alto.

–Você tem medo de altura?- preguntou, a compreensão tomando conta de sua voz.

–Ridículo, certo? Consigo combater monstros mas não encaro uma simples altura!

–Não é uma simples altura- comentou Will- Uns cinquenta, sessenta metros. Talvez mais.

Tanner lançou um olhar gelado para ele, como se dissesse “Não está ajudando, cale a boca!”.

–Tudo bem- falei- Vamos subir. Tan, você primeiro, vai conseguir nos puxar para cima.

Ele não discutiu, escalou a parte arredondada do teto e se apoiou no mastro para chegar até a ilha.

Aliás, acho que não expliquei de que tipo de ilha estou falando. Se você está imaginando um monte de areia com meia dúzia de palmeiras está enganado. Completamente enganado. Depois de chegar mais perto da ilha entendi como Leto conseguiu se esconder lá por tanto tempo de Hera. Era uma floresta ainda mais densa que a do Acampamento Meio-Sangue, com uma variedade incrível de árvores e rodeada de terra preta. Tanner me puxou para cima logo em seguida, para uma pequena parte desmatada da floresta, onde havia apenas terra. Enquanto ajudávamos os outros a subir, tentei ao máximo não olhar para o chão lá em baixo, agora ainda mais distante. O sol já começava a se por no horizonte.

–Deveríamos entrar mais fundo na floresta. Montar um acampamento para passar a noite- eu já havia me levantado e começado a me afastar da borda da ilha, na direção da floresta, quando caí de joelhos.

Minha cabeça doeu mais intensamente, um lampejo passou por meus olhos. Um riacho. Um rio pequeno e uma mata de palmeiras. O trono vermelho. E, por último, uma bússola, indicando o Oeste.

–Rose?- Will havia se abaixado a meu lado- Está tudo bem? O que aconteceu?

–Oeste- falei- Oeste, palmeiras, riacho. É lá que ele está.

–O que?- eu sabia que estava parecendo paranoica, ou louca, mas eu tinha certeza.

–Dárion- tentei explicar- Sei onde ele está.

–Como?- Tanner também se abaixou.

–Eu não sei! Eu só... eu só sei! Foi como um lampejo, ou sei lá.

–Você teve uma visão- murmurou Tyler.

–O que?

–Uma visão. Você é filha de Apolo, não é?

–Sim, mas... Agora eu sou vidente também? Legal, quadruplamente esquisita.

–Você não entendeu- ele riu- Você rezou para seu pai antes de fazer aquela coisa louca que te jogou para cima? Pediu por ajuda?- eu assenti, então ele continuou- Essa foi a ajuda que ele mandou. Está tentando nos dizer onde Dárion está.

Como eu amava aquele menino! Tão pequeno e tão inteligente. Como ele sabia tudo aquilo? Sorri e soltei um suspiro de alívio.

–Tudo bem. Obrigada Tyler. Vamos procurar amanhã pela manhã. Agora vamos descansar um pouco.

___________

O nosso acampamento improvisado foi montado pouco tempo depois. Fizemos uma fogueira, mas como não tínhamos sacos de dormir teríamos que simplesmente usar as mochilas como travesseiros. Will e Tyler caíram no sono em cinco minutos.

–Você pode dormir também- disse Tanner- Eu chamo quando ficar cansado.

Fiz que não com a cabeça.

–Não estou com sono.

A noite estava tão fria que quase não se podia acreditar que era meio do verão, e a fogueira quase não fazia diferença. Vi que ele começou a tirar a jaqueta, então fiz um sinal com a mão para que parasse.

–Nem pense nisso- falei.

–Mas você está tremendo.

–Não mais do que você vai estar se me der sua jaqueta.

Ele riu e concordou.

–Você parece cansada. Mas sei por que não que dormir- olhei para ele e ergui a sobrancelha- Está com medo de que agora que estão próximos os sonhos fiquem piores.

–Você pode ler mentes, Adams? Como sabe disso?

Ele deu de ombros.

–Eu conheço você.

–Isso é uma grande mentira! Você só me conhece há dezessete dias.

–É, tem razão. Mas eu sou bom em observar as pessoas. E de qualquer forma, se você não vai dormir, vou ficar acordado com você.

___________

Acordei no outro dia sem saber como tinha ido dormir, apenas que Tanner e eu ficamos falando avulsidades durante um bom tempo. Senti cheiro de carne, e sentei-me para ver o que estava acontecendo.

–Por favor, me diga que isso não é um coelho- pedi a Tyler, que cozinhava um pedaço de algum animal cravado em um graveto sobre o fogo.

–Não é um coelho- ele me garantiu sem tirar os olhos da fogueira- É um esquilo. E, a propósito, tive que usar uma de suas flechas, mas já a coloquei de volta na aljava.

–Mas como você...?

–Não pergunte- eu o obedeci.

–Eu me recuso a comer um coelho, Tyler!- disse Will.

–Isso não é um coelho! Acabei de dizer que é um esquilo!

–Não faz diferença nenhuma! É um ser vivo.

–Ou pelo menos era, né- murmurou Tanner, e eu ri.

–Vocês são muito maldosos.

–Prefiro ser maldosa a passar fome. Não sei você, Will, mas nenhum de nós vive de latas.

Ele fechou a cara e abriu sua mochila, tirando de lá o copo de café do dia anterior e dando uma mordida.

Surpreendentemente, esquilo não tem um gosto ruim. Na verdade, até que era bom, e também era a primeira coisa de verdade que eu comia em dias.

Depois que comemos, eu pude perceber que estavam todos se enrolando. Tyler apagava o fogo como se estivesse fazendo uma cirurgia, Will esvaziava a mochila de dois em dois minutos, como se estivesse se certificando de que estava tudo lá, só para recolocar tudo de volta logo depois, e Tanner fingia polir a ponta de bronze de sua lança a, mais ou menos, uns vinte minutos.

–Temos que ir- falei e eles me olharam como se fossem três crianças cuja mãe acabara de obriga-los a comer um prato cheio de legumes. Neguei com a cabeça, dando a entender de que aquilo não ia funcionar comigo. Eles pararam de fingir estarem fazendo algo e se arrumaram.

Eu tomei a frente, com o arco armado em mãos, e nós todos seguimos em direção ao oeste. A mata era espessa e escura, além de cheia de insetos, principalmente mosquitos, tão grandes que mais pareciam aranhas. A propósito, aranhas também estavam em grande quantidade, o que fazia com que Tyler se coçasse mais que um cachorro com pulgas. Ele não parava de olhar para todos os lados, as mãos e os lábios tremendo e sua respiração era pesada e rápida, como se estivesse perdendo o ar. Parei de andar em um certo ponto e me virei para ele.

–Tyler, o que foi?- preguntei, na voz mais compreensiva possível.

–A-a-a-aranhas- gaguejou ele, as mãos trêmulas em torno do próprio corpo- Muitas! Muitas aranhas.

–Você tem medo de aranhas?- me arrependi da pergunta logo que a fiz. Era tão óbvio! Ele estava em pânico.

–É um problema de Atena com Aracne- disse Will- Todos os filhos dela têm medo de aranhas.

Afirmei com a cabeça.

–É, eu sei. Ahn, Tyler, está tudo bem. As aranhas não vão fazer nada.

Mas mesmo assim, ele tremia.

–Eu vou atrás- ofereceu Tanner- Vou ficar vigiando.

–Ótimo- falei- Já estamos quase lá de qualquer maneira.

–Como sabe?- perguntou, tirando o desodorante spray do bolso do casaco.

–Escutem. Tem água por perto, e a floresta de palmeiras começa logo ali. Já, já estaremos lá.

Eu não sabia se ficava nervosa, ansiosa ou com vontade de fugir, então fiquei com os três. Andamos por toda a floresta de palmeiras, e se não fosse pelo Tanner, eu teria caído direto no “Covil” de Dárion. Nos abaixamos atrás das árvores para observar melhor.

Separando-nos do trono vermelho, estava uma pequena queda d’água, como uma mini cachoeira, de águas tão cristalinas que poderiam ter sido confundidas com um espelho e, entre algumas folhas, lá estava ele. Era a primeira vez que eu podia ver seu rosto. Seus cabelos negros na altura dos ombros eram sedosos e bem-cuidados, e seus olhos da mesma cor eram tão brilhantes que podiam cegar alguém, sua túnica era de linho branco, com uma bainha para a adaga e ele não usava sapatos. Sentava-se no trono com imponência, segurando o setro de madeira, um pouco mais alto que ele no momento. Era o homem mais bonito que eu já vira na vida, e empunhando o Galho de Álamo, que era tão bem-talhado que dava a impressão de que tinha raízes enroscando-se nele, e com a suave luz vermelha que tremeluzia em sua ponta em forma de estaca, Dárion parecia perfeitamente... assustador.

A luz na ponta do galho me fez bocejar, e eu tive que resistir ao impulso de ir até lá e tirar uma soneca.

–Podem sair daí- disse o deus, o que fez com que minha cabeça explodisse e latejasse, em uma dor extrema e incontrolável- Eu sei que são vocês.

A dor me deixava tonta, e eu não fui a seu encontro, até que ele chamasse de novo:

–Vamos, semideuses. Eu não mordo.

Fiquei de pé, segurando-me no tronco de uma das árvores, e Tanner segurou minha mão.

–Rose, você não pode ir.

Apertei sua mão, como se tentasse pegar sua força para mim.

–Não tem um outro jeito, tem? Eu o distraio e vocês pegam o galho. Levem-no até o Olimpo e depois o Tyler para o Acampamento. Vai ficar tudo bem- virei-me para Will- E você foi muito corajoso, menino vaca. Obrigada por tudo.

Tyler levantou-se e andou até mim.

–Eu não acho que você vai morrer, Rose. Nem perder a memória, mas se a faz sentir melhor, quero que saiba que é a pessoa mais corajosa que já conheci. Se você não me tivesse deixado vir com vocês eu provavelmente estaria morto agora- Ele me abraçou, e eu retribuí.

–Obrigada- falei- Você também é muito corajoso.

–É, eu sei- ele sorriu- Nos vemos depois, então. Boa sorte.

Soltei a mão de Tanner e adentrei a clareira. Apenas o rio me separava de Dárion.

Acho que ele sorria, mas mais parecia um escárnio.

–Rose Leonards- falou, como se fosse uma grande piada- Venha e morra lutando.

Revirei os olhos. Ele falava de um jeito pomposo que até seria engraçado se eu não estivesse prestes a morrer. E eu sabia que estava, não tinha chance nenhuma contra um deus.

–Ou,- respondi- você pode me entregar o galho e nos deixar fugir como um vilão bonzinho.

Não custava tentar, né?

–Claro, venha até aqui que eu lhe entrego o galho. Logo que apagar sua memória e a de seus amiguinhos- ele fez um gesto rápido com os dedos e Tyler, Will e Tanner foram puxados de trás das árvores. Eles pegaram suas armas: Lança, flauta e uma faca de churrasco que Tyler deve ter roubado de alguma loja- Agora venha até aqui. Talvez eu até os deixe viver, mas não sem uma luta.

–Nós vamos com você, Rose. Vamos lutar todos juntos- disse Tanner, se aproximando para ficar ao meu lado.

–Ah, mas isso não seria justo-exclamou Dárion, levantando-se do trono- Quatro contra um? Pode dizer ao seu namorado que vai lutar sozinha.

Eu tive que resistir à tentação de dizer que ele não era, em hipótese alguma, meu namorado.

–Mas você é um Deus! Isso sim não é justo.

–Ora, vamos! Você matou um dos meus monstros modificados. Você é mais forte do que parece. Eu geralmente não admitiria isso, mas em alguns minutos você nem vai lembrar. Agora venha até aqui, e que ganhe o melhor!

Eu sabia que ele havia usado charme nessa última frase, então atravessei o rio de águas frias e me juntei a ele.

–Ótimo. É assim que se faz.

–Se vamos lutar- falei- Deixe o Galho de lado. É espada contra espada.

Dárion coçou o queixo, como se ponderasse a hipótese.

–Sinto muito, não posso fazer isso.

Ates que eu pudesse perceber, ele me deu uma rasteira com a parte inferior do cetro, me fazendo cair de cabeça na terra macia. Não, isso não amorteceu a queda.

Desembainhei a espada e me pus de pé, desferindo um corte em seu braço. Eu sabia que aquilo não seria nada, e que logo ele estaria curado. O Ícor Dourado, o sangue dos imortais escorreu pela sua túnica.

–É só isso que consegue?- ele perguntou, com a voz fria e cheia de ódio. Raios iluminaram o céu nublado, mas eu não saberia dizer se fora Zeus ou o próprio Dárion que o produzira.

Ele tentou me acertar com o Galho, e eu o bloqueei com a lâmina do florete. Eu tinha esperanças de que a madeira rompesse, se partisse no meio ou algo assim, mas pelo jeito era mais resistente do que pedra. Dárion segurou meu braço e o torceu não me dando escolha a não ser cair de joelhos, na beira do riacho.

Eu sabia que meus amigos estavam logo do outro lado, assistindo a luta, mas eu não queria olhar para eles. Não queria ver o pavor em seus olhos. Ele podia ter acabado comigo ali mesmo. Poderia ter me feito esquecer tudo, ou me matado, mas não o fez. Ele chutou minhas costas, fazendo-me cair na água que parecia mais, e mais fria a cada instante.

Dárion ajoelhou-se ao meu lado, sorrindo como se tudo fosse muito divertido. Minha respiração estava falhando, a água batia em meu rosto sem piedade. Acho que era ele quem fazia isso.

Novamente, ele poderia ter me matado! Mas acho que tortura era melhor. Ele me prendeu no fundo do lago com os joelhos, deixando apenas minha cabeça e meu pescoço para fora, e ergueu a adaga. Eu nunca havia visto nada do tipo. Eu pensei que fosse prata num primeiro instante, mas era tão reluzente que seria impossível. A lâmina parecia mudar de cor, de prata para bronze, então para ouro, e para algum tipo de metal preto, e para ferro, e então todos juntos.

Dárion sorriu de novo, e segurou meu queixo.

–Seria uma pena estragar esse rostinho. Seu pai fez um belo trabalho com você, hein?

Consegui juntar um pouco das forças que ainda me restavam para cuspir no rosto do deus. Ele apenas limpou a bochecha e colocou a ponta da lâmina em minha testa, pressionando-a e descendo-a pelo meu rosto, contornando minha boca e me fazendo ver estrelas.

Minha visão começava a embaçar, mas ainda assim pude ver que ele levantava o Galho acima da cabeça. O sangue esquentava meu rosto, mas a água estava congelando todos os meus músculos. Eu quase ansiava para que Dárion apagasse minha memória

Ouvi um grito ao longe. Acho que era meu nome. Dárion não pareceu se importar, até que uma massa escura saltou por cima dele.

–Tyler!- mais gritos, e mais uma sombra. Havia alguém ajoelhado ao meu lado.

–Rose? Rose, está me ouvindo?- Senti duas mãos sob meu corpo, me tirando da água e me envolvendo, para me soltar logo depois na terra, com sol batendo em meu corpo.

Isso, é claro, já me fez sentir melhor. Minha visão voltou ao normal. Tanner. Era só o Tanner.

–Garoto estúpido!- agora era Dárion quem falava.

Ouvi alguém chorar. Não um choro contido, mas sim desesperado, como o de um bebê, apesar de a voz ser grave de mais para pertencer a um.

–Preciso levantar- murmurei- Preciso...

–Não, não. Fique deitada. Vai ser melhor- sua voz estava embargada, e ele alternava o olhar entre mim e algo à minha direita.

–Me deixe levantar, Tan. Por favor, eu preciso.

Ele suspirou e me ajudou a me erguer.

A cena em que me encontrei era tão desesperadora que eu mal me lembro. Dárion tinha a faca pronta para atacar Tyler, que chorava. Will estava mais distante, congelado. Paralisado. Algum impulso tomou conta de mim, como se meu corpo trabalhasse sozinho. Juntei a espada caída no chão e corri até o deus, que estava virado de costas e, antes que alguém pudesse entender o que eu estava fazendo, fiz um corte profundo em sua nuca, empapando sua túnica de líquido dourado. Ele caiu de barriga na terra negra.

Acho que iria desmaiar. Will finalmente voltou ao normal e me segurou, mas eu não queria ajuda.

Tyler.

Ele ainda horava desesperadamente, o que me fez tomar um choque de realidade e começar a chorar também. Meu rosto ardia como se tivessem derramado ácido sulfúrico nele, e minha cabeça ainda explodia. Meu coração parecia estar sendo espremido por mãos de pedra. Ajoelhei-me ao lado do menino loiro.

–Não, não, não! Tyler? Tyler, me escute. Está tudo bem- mas eu sabia que não estava. Ele havia sido atingido, e sua memória era irrecuperável.

Limpei as lágrimas, o que não ajudou em nada, apenas deixou-me ainda mais suja de sangue.

Tanner abaixou-se ao lado de Dárion e tirou o Galho de Álamo de suas mãos, enrolando a própria jaqueta na ponta “intocável” e dando um nó, para que não corrêssemos riscos, depois botou a mão em meu ombro.

–Eu vou leva-lo- disse ele.

–Não- falei entre as lágrimas- Eu o levo. Você leva o Galho.

Botei meus braços sob o corpo doentiamente magro de Tyler e o ergui. Eu não podia acreditar que havia falhado com aquela criança.

–Você é meu herói- sussurrei- Salvou a minha vida.

Eu sabia que ele não podia ouvir, ou pelo menos, não podia entender, mas aquilo pareceu acalma-lo.

Á uma certa distância, Dárion se mexeu, acordando.

–Corram- disse Will, e nós saímos a toda a velocidade da clareira, pegando nossas mochilas e correndo até o ponto em que havíamos passado a noite.

Chagando lá, e no desespero do momento, fizemos a coisa mais estúpida do mundo: Pulamos da ilha sem pensar duas vezes, lançando-nos na imensidão do espaço entre o topo do Capitólio e o chão lá em baixo.


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Notas finais do capítulo

Desculpa, desculpa, desculpaaa! Eu não sei como o Tio Rick consegue. Fazer essas coisas com os personagens é horrivel, eu me sinto tão mal! Espero que tenham gostado, tirando a parte em que eu faço todos sofrerem... Comentem!