Mulher América escrita por Lady Snow


Capítulo 23
Tudo como deve ser


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente!
Eu sei que sumi, mas creiam que eu tive razões, eu sinto muito e vamos lá.
Ano que vem começo a vida universitária e esse ano foi bem turbulento, eu sinto muito por ter abandonado a fic, mas eu realmente não tinha como dar atenção a ela.
Em férias, eu poderia atualizá-la então e aqui vou eu, porém...
Esse é o último capítulo. Sinto muito. Eu perdi o foco, comecei escrevendo e sem muita direção, acabei me vendo em um beco sem saída.
Enfim, sinto que precisava dizer isso e pedir desculpas por qualque desconforto, nada foi proposital e agradecer a cada review que eu acabei não lendo até agora. Mas peço perdão. Vocês merecem uma autora mais presente, digo isso de coração e agradeço por terem alimentado a minha imaginação, não imaginam o quanto isso fez bem a mim.
Talvez um dia eu a revise e a torne bem melhor com tudo que aprendi no ramo literário, então, não percamos as esperanças!
Mais uma vez, peço perdão e agradeço por tudo.
Boa leitura, uma última vez.



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Lucy via o caos e seu coração queria explodir. Sua mente, tonta, acusava-a por ser a responsável por aquele show de horrores.
Sentia-se a pior das egoístas.
"O que eu fiz?"
Alimentara até ali um ódio infantil e egoísta, aliara-se ao lado do mal e agora colhia os frutos de suas péssimas escolhas.
Era hora de tentar, pelo menos o quanto pudesse, reverter toda aquela situação.
Levantou-se dolorida e correu, correu o quanto suas pernas e sua convicção aguentavam e saiu atrás da única pessoa que podia ajudá-la.
Sentiu os olhos arderem e o coração falhar uma batida.
Culpada. Culpada. Culpada.
Sua razão fazia de tudo para acusá-la de todos os seus erros.
Desviou rapidamente de destroços compostos por pedaços de metal e concreto.
Uma criança gritava no meio do alvoroço, correu até ela, abraçou-a e entregou à mãe dele aos prantos, do outro lado, em um abrigo seguro.
Correu até o seu antigo emprego. Suas espionagens, enfim, mostravam-se úteis. Adentrou ao esconderijo do Rogers, onde ele depositava seus equipamentos de combate.
Um escudo reluzia pendurado na parede, pegou-o determinada e correu.
Não tinha muito tempo, Loki formava um furacão de magia negro de proporções descomunais, ao passo que seus monstros destruiam o que alcançavam, sem qualquer piedade.
Lucy ofegava, mas jamais desistiria. Essa, talvez, fosse a última coisa que faria. E ela não se importava da iminência das garras da morte.
Encontrou, mais à frente, os Vingadores em um árduo combate.
Por um momento, o Capitão a viu e perdeu a concentração, sendo jogado para longe. Lucy berrou e o ajudou, os amigos dele não poderiam socorrê-lo naquele momento.
Ajudou-o, ele a olhava confuso com seu escudo nas mãos dela.
Culpada. Culpada.
Chorou um pouco enquanto o reerguia.
"Rogers, é Loki, ele não parará."
Sem explicações. Ele não precisava saber mais que aquilo, o olhar culpado dela já explicava.
A palavra "traidora" pendia nos belos lábios do Capitão, mas, acima disso, ela o ajudaria a acabar com aquilo. Depois, bem, não se sabia ao certo se haveria algum depois.
Correram juntos, procurando freneticamente pelo deus da mentira, os olhos percorriam atentamente enquanto seus corpos, reagindo às enormes cargas de adrenalina, desviavam dos perigos, destruiam monstros e empurravam pessoas para lugares seguros.
Uma palavra masculina e foi o suficiente: "como?"
Ela entendeu.
"Ele está invisível aos olhos de Odin. O furacão concentra toda sua magia. Se parado e destruído, ele morrerá."
Capitão usou sua escuta e pediram para que contatassem, com urgência, Thor, assim ele poderia correr ao pai e pedir reforços. Assim foi feito.
"Como parar?"
Ela o olhou nervosa. Uma saída.
"Ele confiava em mim, vou interromper o fluxo enquanto vocês os destroem."
Rogers hesitou um pouco. Mas não havia tempo nem escolhas. O nível de energia era palpável, Loki devia ter concentrado tudo o que poderia para realizar seus sonhos macabros de destruição e vingança.
O amargor na boca dele o incomodava. Aprendera a nutrir algo por Lucy, ela o lembrava de sua agridoce Peggy.
Corriam e aproximavam-se do furacão.
"Vou precisar de um grande impulso."
Rogers parou, concentrou toda sua força, Lucy correu, pulou e com as mãos, Steve a lançou enquanto gritava pelo esforço, ela sentiu o vento cortar-lhe a face e berrou:
"LOKI!"
O deus, flutuando, parou de rir e olhou sua subordinada.
"Desgraçada, está viva!"
Lá embaixo, os Vingadores reuniam-se aguardando a interrupção do fluxo, enquanto o portal era aberto para Thor, mas Loki estava tão cego que não conseguia perceber.
"Estou, e é hora de acabar com isso!"
Não sabia como se mantera tanto tempo no ar, mas quando se viu caindo, mergulhou para dentro do furacão.
"NÃO!" Loki entendeu a estratégia e, a todo custo, tentava retirá-la de lá, mas seu poder já não era páreo para a sua grande obra. Por um momento, cogitou que nem ela aguentaria, pois era apenas uma mortal com habilidades pouco tecnológicas.
Lucy via-se no meio da energia, objetos voavam com forças estupendas e ela desviava como podia, levando algumas pancadas e arranhões. Mas sua culpa a consumia, e ela não cederia até conseguir.
Encontrou ao centro uma pedra verde, tal como os olhos de Loki, ela incandescia sua visão, mas podia perceber que estava com fissuras, se ela explodisse, o furacão se expandiria e acabaria com Deus sabe quantas vidas.
Lembrou-se de seu amigo que tanto amava, lembrou de toda sua vida inutilizada, e do quanto, indiretamente, Rogers tentara salvá-la de seu ódio estúpido. Seu rancor a havia transformado em uma vilã, quando pretendia salvar tantas vidas.
Essa era sua última chance de redimir seus pecados.
Para interromper a energia, precisava mudar o foco dela, mas objetos não aguentariam e ela também não tinha como pegar um deles, se não se concentrasse, entraria no meio do pandemônio e seria sufocada.
Respirou fundo aquele ar pesado. Tal como sua consciência.
A América dependia da sua vida.
Aliás, de sua morte.
Não somente ela, mas o perdão também só existiria com seu fim.
Empurrou-se até perto da pedra, dela saíam incansáveis correntes elétricas, em um impulso, agarrou a pedra e berrou.
Gritou.
Gritou.
Gritou.
A dor insuportável dilacerava-a, ao passo que ativava o soro da iniciativa super-soldado.
Sentia que racharia ao meio. Que cada célula sua fosse desprender de seu corpo e viraria pó.
Mas não soltou. E jamais soltaria. Era sua redenção.
O fluxo começava a ser interrompidot sua pele rasgava em fissuras que jorravam sangue, a eletricidade tornara seu corpo insuportavelmente quente.
Pode ter um vislumbre do portal reabrir e Thor sobrevoar com um grande exército, lutando com os monstros e gritando aos Vingadores que pegassem Loki.
Dali, já não sabia o que ocorria a sua volta. Concentrara-se em amar. Amar todos e tudo aquilo que não amou.
A amar a si mesma. A perdoar quem não tinha culpa. A perdoar seus erros.
Ouvia gritos, longíquos, a energia a envolvia cada vez mais, mas seu corpo estava tão cansado e dormente, que já não sentia as dores tão profundamente.
Em algum momento, o furacão dissipou, o que só significava que Loki estava morto e que a energia já não era o suficiente para manter o próprio furacão.
E, vendo parcialmente o horror de seu corpo dilacerado, sentiu-se em paz.
Ela era a mulher que havia condenado a América, enquanto era aquela que a salvou.
Sorriu fracamente.
Em outras circunstâncias, poderia ter sido, em toda sua glória, a Mulher América. Mas, por ora, ela era quem ela sempre quis ser: aquela que morreria por amor.
Naquele momento, seu corpo se dissipou em pequenas cinzas brilhantes, sua consciência já não existia mais. Mas naquele momento de fim de todo o mal, o mundo ficou estranhamente em paz. E Rogers, olhando para cima, soube que ela fora vingada: levou consigo toda a admiração que um dia ele poderia depositar a alguém.
Fim.


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Notas finais do capítulo

Então! Aí está, espero ter feito um final digno, senão, eu peço perdão mais uma vez.
Eu me esforcei muito, quero que tenham entendido que a Lucy era um personagem de auto-sacrifício e entendia que somente assim, ela seria a heroína que um dia sonhou ser.
Obrigada a todos, de coração, espero que tenham gostado.
E quem sabe, até uma próxima.
Um beijo no coração de todos! Boas festas.