Não Há Tempo Para Chorar escrita por Countess Dracula


Capítulo 1
Capítulo único




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Não há tempo para chorar

Cheguei a Londres depois de ter recebido um telegrama de meu discípulo Jack. Sua jovem paciente, Lucy, perdia sangue constantemente, de forma inexplicável. Depois de examinar a adorável jovem, fiz a seguinte pergunta a Jack:

–E para onde foi o sangue?

–A cama estaria coberta de sangue- ele respondeu. - Então alguém apareceu, sugou o sangue e saiu voando, suponho!

É, ele estava irritado comigo. É uma pena que um aluno tão brilhante não use a cabeça! Ele de fato não vê e não ouve aquilo que não pode explicar. Ah, os males da juventude!

–Sim – contestei-o. - Porque não?

Os jovens ali – Jack, Quincey e Arthur- não parecerem sequer querer entender. O que era, sem dúvida, muito perigoso. Mais do que por uma vida, eu temia pela inocência da Srta. Westenra. Apelei a meu jovem amigo:

–Jack, você é um cientista! Não existem coisas no universo que não entende, mas que são reais?

Começamos então uma discussão, na qual eu tentei fazê-los ver que não estávamos enfrentando uma doença e sim algo indizível. As marcas no pescoço de Lucy provavam isso! Mas ao que tudo indicava, eu ainda não seria ouvido. Tudo bem. Temos de beber águas amargas antes de beber as puras e cristalinas. Eu iria provar a eles. Só rezo para que não seja tarde demais para salvar aquela pobre alma.

Passei horas na biblioteca, procurando uma resposta para a enfermidade de Lucy. E a encontrei: É Drácula! O inimigo que tenho perseguido durante minha vida toda!

Tarde demais. Descobri tarde demais. Lucy havia morrido de uma forma horrível.


Ou não havia morrido? Era uma questão de honra não permitir a esse monstro tamanha vitória. Insisti em irmos ao cemitério, para desagrado dos jovens amigos. Ao removermos a lápide minhas suspeitas se confirmaram: o corpo de Lucy não se encontrava ali. Ela vivia, mas além da graça de Deus. Drácula a havia transformado em vampiro, nosferatu. Mal tive tempo para lamentar: logo ouvimos passos. Era Lucy. Trazia consigo uma criança que havia mordido.

Erguendo a cruz conseguimos fazer com que ela fugisse para o seu túmulo. Depois um horrorizado Arthur cravou uma estaca em seu coração e cortamos sua cabeça. Imagino o quanto isso deve ter doído no pobre noivo. Mas era necessário. Só assim a alma dela poderia descansar.

Era o seu fim real e definitivo! Mas não havia tempo para chorar. Sabia que a batalha estava apenas começando. Que Deus nos ajude...


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