As Crônicas De Aly escrita por L Snow


Capítulo 4
Capítulo 4 - Acampamento Meio Sangue?


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pela demora :3 mais ai está um cap fresquinho (falando assim, parece até que é pão u.u)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/282986/chapter/4

Eu acordei com uma grande dor de cabeça, meu corpo todo doía, meu braço direito estava enfaixado e eu tinha a sensação que minhas pernas tinham sido esmagadas por uma bigorna.

Olhei ao redor, sem ousar mexer um musculo, estava em uma cama de hospital, com lençóis e travesseiros brancos, a minha direita estava uma mesinha delicada de mogno, sob ela repousava um copo com um liquido dourado.

– Que bom que você acordou. – disse uma voz familiar – Não demorou muito para se recuperar, mas você sempre foi forte.

Virei-me na direção da voz, do lado esquerdo da cama, sentado em uma cadeira, estava Larry.

Não contei a vocês não foi? Larry era um amigo do Orfanato Sweet Dreams. Ele tinha cabelos negros encaracolados, olhos castanhos e estava sempre com o habitual boné surrado e as muletas (ele tinha um problema muscular e não conseguia andar direito), Larry tinha alguns hábitos esquisitos, era bem desastrado e adorava enchiladas de queijo quase tanto quanto adorava maçãs.

– Larry, onde estão suas muletas? – Foi a única coisa que eu consegui perguntar. Com milhares de outras coisas importantes que eu precisava saber, como o que aconteceu ontem, eu fui perguntar justo sobre muletas, eu devia ter batido bem forte com a cabeça.

– Hmm, digamos que eu nunca precisei delas. – Ele disse desconfortável – Mas, como você esta se sentindo Aly?

– Como se eu tivesse sido esmagada por um caminhão, minha cabeça esta estourando. – Eu disse.

Ele pegou o copo que estava na mesinha e colocou na minha mão.

– Aqui, tome isso, vai ajudar. – Ele falou sorrindo.

Olhei para o liquido, tinha uma aparência nojenta, e eu nunca havia provado nenhuma comida dourada. Fechei os olhos e dei um gole na bebida.

Ah, meu deus, foi o meu pensamento de imediato, o gosto era exatamente o mesmo do bolo de chocolate da minha mãe. Ela sempre fazia para mim, quando eu era pequena.

Minha mãe, mesmo depois de tantos anos, pensar nela doía. Uma lagrima rolou pela minha bochecha antes que eu pudesse limpa-la.

– Eu sei que é difícil, mas seu pai fez o que pode por ela. - Larry disse.

Com um sobressalto percebi que ele falado de minha mãe.

– Eu disse em voz alta? – Perguntei.

Ele me olhou confuso, depois riu.

– Não Aly, nós sátiros podemos ler emoções.

– S... Sátiros? – Exclamei.

Ele assentiu e levantou, revelando pernas peludas de bode.

Tharaaam – Larry disse.

Deixei o copo cair, alguém em algum momento havia virado meu mundo uns 180 graus sem me avisar, não me contive, eu dei um grito de estilhaçar janelas.

– Calma, calma, não vou te fazer mal algum. Esta tudo bem sou o Larry de sempre. Está tudoo bem. – Ele gesticulava nervoso.

Respirei fundo e assenti.

– Larry... Você é um monstro.... – Falei em um fio de voz.

– Não! Eu sou um sátiro, um protetor de semideuses que ainda não sabem quem são, eu guio eles para o acampamento. – Larry gesticulou fazendo uma pose de quem acaba de descobrir a América.

– Você é meu protetor? Que acampamento? – Eu exclamei, a tontura começava a voltar.

– Não necessariamente só seu, eu já protegi alguns outros semideuses. Quanto ao acampamento, estamos nele! – Ele sorriu.

– Puxa, eu... Posso ir lá fora? – Perguntei, apesar de tudo que me aconteceu a curiosidade ainda me vencia.

– Claro! Consegue levantar? – Larry estendeu sua mão para mim.

Me apoiei no ombro dele e levantei. Fiquei muito feliz em saber que eu vestia minha habitual calça jeans e uma camiseta branca.

Saímos da enfermaria, e entramos em uma sala com uma decoração extravagante. Mas antes que eu pudesse comentar, Larry me puxou dali.

– Foi o diretor, o Sr.D que escolheu a decoração. – Ele falou, enquanto passávamos por uma porta espaçosa que dava em uma varada.

Arfei, a vista era linda, a leste era possível ver uma grande colina, e no topo um pinheiro balançava seus galhos ao farfalhar do vento. A oeste campos de morangos cresciam em abundancia, a minha frente mais sátiros como Larry jogavam vôlei em uma quadra improvisada, bem mais a frente eu podia ver o que parecia ser uma ala de chalés, eram 13 no total, formando "U".

– Meu Deus, Larry, é lindo - Eu falei acrescentando em seguida - E enorme...

– A partir de agora, fale meus Deuses. - Ele disse piscando para mim.

– Como assim? – Eu perguntei enquanto passávamos por pelos sátiros, Larry cumprimentava alguns.

– Bem me deixe lhe explicar, o que você sabe sobre a mitologia grega?

– Algumas coisas, mais, são apenas lendas, certo? - Perguntei.

– Aly, Aly, todos os monstros que você viu até agora são mitos? - Ele cantarolou.

– Não, mas...

– Eles existem, e os Deuses também.

Arregalei os olhos - O que? Tipo Zeus, Hades, Poseidon...?

– Não vamos esquecer-nos dos outros, não é mesmo? - Ele falava em uma calma angelical, como se já tivesse explicado isso a milhares de outras pessoas, o que não era tão difícil.

– Mas o que EU tenho a ver com isso? - Perguntei incrédula.

– Calma eu já estou chegando ai, os Deuses, se apaixonam por mortais e tem filhos, esses filhos são chamados de semideuses. - Larry explicava enquanto chegávamos na ala dos chalés.

– Ainda não entendi. – Confessei.

Ele parou e olhou nos meus olhos - Aly, você é uma semideusa.

Sabe a sensação de quando te da uma noticia avassaladora, e você sente que tudo que você sempre acreditou era mentira? Do tipo "Você é adotada", nem chega aos pés do que eu senti naquele momento.

Eu queria Larry risse e dissesse "brincadeirinha Aly!", mas ele continuou ali, com um olhar solidário.

– C... Continue... - Eu consegui dizer.

– Hmm, se isso te consola, existem milhares de crianças como você, a dislexia, hiperatividade e TDA, fazem parte disso tudo. Os semideuses vem para o Acampamento Meio Sangue, onde são treinados e aprendem a lutar com os monstros e outros perigos que existem fora daqui. O acampamento é protegido por uma fronteira magica, portanto, nenhum monstro entra.

– Se eu sou uma semideusa, meu pai é um Deus? - Por mais estranho que pareça, eu podia encarar tudo isso, se eu pudesse ter um pai.

Ele assentiu – Mais ainda não sabemos de quem se trata, ele deve reclamar você hoje a noite na fogueira.

– Certo, me deixe adivinhar, os 13 chalés correspondem a cada Deus Olimpiano, se você é filho de um Deus, vai para o respectivo chalé. – Falei apontando paras as graciosas casinhas que pareciam ter seu próprio jeito.

– Isso mesmo. – Ele sorriu.

– Ok, vamos logo, eu quero conhecer esses chalés. – Eu falei correndo com Larry nos meus calcanhares.

Pela primeira vez em muito tempo, eu me sentia livre, feliz e finalmente não excluída nem diferente. Acho que ia gostar dessa nova realidade.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixem reviews pra uma autora atrasada....



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Crônicas De Aly" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.