Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 58
Com Ele: dos dois lados


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Obrigada pelos comentários, comecei a responder alguns... Farei o mesmo com todos, assim que der.
Boa leitura!



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Como eu estava te dizendo no outro dia, preciso de sua ajuda no meu casamento. - Alaric fala enquanto estamos em meu escritório, em casa.

–E no que exatamente você acha que eu posso ajudar você?

–Primeiro quero que você e Elena sejam meus padrinhos, - sério? - depois quero que você volte a velhos hábitos e toque no meu casamento, - sorrio, não mesmo. - e por último, tem que ser com a Hayley, por sorte vocês são amigos agora. O que é bem raro, já que você não é do tipo de cara que te muitas amizades femininas.

–Primeiro, você poderia ser menos previsível, - ele revira os olhos e cruza os braços, esperando meu discurso - segundo não tem quem me faça voltar a tocar, eu só fazia isso pela minha mãe, e ela não está mais aqui, - ele ia começar a protestar, mas eu continuei - terceiro, Elena odeia a Hayley, por algum tipo de cisma que eu não quero descobrir de onde vem, e eu não faria nada pra aborrecer ainda mais minha mulher.

–Ele vai tocar, é óbvio. - Sofia entra nos interrompendo.

–De onde você tirou esta mania horrenda de ouvir atrás das portas e interromper conversas, garota? - reclamo e ela dá de ombros, indo dar um beijo em Alaric e outro em mim. - Você fez uma boa viagem? - ela assente. - Heitor vem pro jantar?

–Sim, ele vem. Você vai ficar tio? - ela pergunta sentando ao lado de Ric.

–Já fui devidamente convidado pela dona da casa. - ele diz.

–Falando nela, onde está? - ela quer saber, e me olha.

–Subiu pra um banho.

–E a semana, por aqui, como foi? - ela me pergunta num tom sugestivo, é importante manter as aparências diante de Ric, ele não sabe que Sofia sabe e muito menos que me contou, mas Sofia me disse que ele está ciente de todas as intenções de Elena. Eu fiquei um bom tempo desta semana querendo matar este traidor, mas Sofia me disse que as intenções dele foram tão nobres quanto as de minha adorada esposa.

–Foi normal. Elena vai começar a se exercitar em casa, contratou um personal, eu não sei bem. A médica recomendou exercícios leves.

–E como está meu irmão, ou irmã?

–Saudável, ao que parece.

–Ótimo! - ela fala e dá um pulo do sofá - Antes que eu esqueça pai, April está vindo com o Heitor - meus olhos arregalam, eu acho. - Ela está na minha equipe do projeto e nós iremos fazer algumas revisões, ela vai passar o fim de semana aqui.

–Deveria ter me contado antes. - Alaric me olha confuso, eu dou de ombros. - Elena odeia essa menina, cismou que dá em cima de mim. É um inferno. - ele sorri.

–E ela dá mesmo. Mas eu sei como domá-la. Eu ia avisar, mas eu esqueci deste fato. - ela sorri faceira e eu sei que está mentindo, ela arma algo.

–Tudo bem, então. Avise a Janet pra que ela providencie as coisas.

–Certo. Vou subir e me aprontar pra janta. - fala risonha e sai.

–Você não gostou disso, certo? - Alaric pergunta ainda sorrindo.

–Não. - falo.

Sofia prometeu me ajudar, mas não falou uma palavra sequer de como. Ela me contou muita coisa, que está me ajudando a ver toda esta situação por outro ângulo. Mas tem a parte que ela me contou que ia precisar de reforço, isso eu não entendi, e ela não se preocupou em explicar. De qualquer forma esta menina me causa medo. E prevejo um fim de semana agitado.

.....

–Alaric nos convidou para sermos seus padrinhos. - digo assim que iniciamos nosso cafezinhos pós janta, ou melhor, no meu caso, chá pós janta.

Nem preciso dizer que o clima ficou super pesado desde que Elena pôs os olhos em April, a garota chagou falante e simpática e se manteve assim, já minha esposa... Ela se esforçava, mas era nítido seu desconforto.

–Ah... Ric, será uma honra. - Elena diz sorrindo. - Gosto muito de você e da Meredith.

–Eu sei, acredite, é recíproco. - ele fala e me olha, sua expressão é engraçada. - Sabia que Damon vai tocar no meu casamento, Elena? - ela me olha confusa e estou a ponto de fuzilar esse homem.

–Oh, você toca Damon? - April pergunta.

–Não que eu me gabe. - digo encarando minha mulher.

–Eu não sabia. - ela diz.

–Sim, ele toca, não que eu tenha visto alguma vez. - diz minha filha.

–E o que você toca, Damon? - April novamente. Abro a boca pra responder, mas é meu amigo que o faz.

–Piano. - a boca de minha esposa abre.

–Piano? - me olha com um riso lindo e sincero.

–Faz muito tempo. - digo.

–Nada que ensaios não resolvam. - Sofia diz.

–Atrapalhamos? - ouço meu irmão chamar na entrada da sala de jantar.

–Tio Robert, Hayley. - Sofia fala indo ao encontro dos dois. Elena se remexe na cadeira. Perfeito!

–Chegaram no fim do jantar. - Elena fala.

–Que pena, adoro a comida da Janet. - ele diz sorrindo. Levanto.

–Hey! - Hayley fala e estende os braços pra mim.

–Hey! - digo recebendo seu abraço carinhoso. Ela me abraça firme e eu suspiro. Quando nos afastamos ela me olha e te receio em seus olhos.

–Tudo bem? - ela sussurra só pra que eu ouça, de alguma forma quero ser sincero com ela e gesticulo que não. Ela franze o cenho.

–Cunhada. - Robert diz e cumprimenta minha esposa, que estava sentada me encarando feio.

–A casa está cheia hoje. - Sofia fala.

Migramos todos pra sala e nos dividimos em grupos de conversas. Elena segue falando com Ric e minha filha, April está distraída com Heitor e um celular, Robert está se divertindo sozinho na sala de jogos e eu fiquei conversando com Hayley.

–Qual o seu problema Salvatore?

–Nem sei, é tudo. - ela franze o cenho. - Quer falar no meu escritório? - pergunto encarando Elena ao longe, ainda distraída com Ric.

–Claro. - ela diz e me segue meio insegura. Quando fecho as portas atrás de nós eu sento no sofá e respiro fundo.

–Ta bom... Me conta. - ela fala e senta ao meu lado.

–Esse marca-passo, o meu casamento, minha vida de uma forma geral.

–O que tem?

–Tá uma droga. - ela arregala os olhos.

–Você tem uma esposa linda, que até onde eu lembro é o amor da sua vida, ela está grávida e vocês são perfeitos juntos, e essa marca-passo não é tão ruim assim, você está vivo. Então o que é uma droga? - me inquieto, não sei se devo falar.

–Eu não sei, eu... Falta alguma coisa.

–É algo na empresa? - nego - Com seu irmão? - nego novamente - Seu passado meio louco conturbado? - a olho e ela sorri dando de ombros - Não sei qual o problema, só estou tentando descobrir. Você vai me contar ao menos?

–Eu... Droga! - meto o rosto em minha mãos e ela segura meu ombro.

–Hey! Calma aí bonitão, o que foi? - estou frustrado - Ela me sacode e quando a olho ela me puxa pra um abraço. - Você parece uma criança mimada, sua filha tem a quem puxar.

–Isso foi um insulto? - pergunto e ela sorri.

–Pareceu um? - suspiro.

–Pareceu. - ela sorri - Porque eu fico tão mole perto de você?

–Deve ser pelo mesmo motivo que sinto esta necessidade horrível de te ver bem, sempre.

–Necessidade horrível? - me afasto e a encaro.

–Sim, ela é horrível pois você vive me frustrando, pois parece que nunca está. Nunca vou conseguir suprir essa necessidade?

–Acredite sinto-me muito mais frustrado que você. - sorrio e ela me puxa novamente. - no meio do nosso abraço ouvimos a porta e minha esposa está nos encarando.

–Robert está te procurando, Hayley. Acho que ele já quer ir. - fala cruzando os braços.

–Então eu já vou. - diz e eu assinto, ela se inclina e beija meu rosto -Bom, até logo, Elena! - passa por minha esposa e quando chega a porta ela pisca pra mim. - sorrio.

–Tudo bem por aqui? - Elena quer saber.

–Sim. Tudo bem. - digo e ela assente, muito séria, olhos quase cerrados.

–Rum! Alaric também está indo.

–Certo, vamos lá.

...........

A primeira noite foi tensa, com a visita da Hayley com meu irmão, a presença da April, mas nada foi comparado com o dia seguinte, nada. Nunca vi Elena tão aborrecida, agitada, inquieta. April estava sentindo em casa, até demais. Desfilava pela casa como bem queria e não perdia a chance de provocar Elena. Chegou a um ponto que eu tive seriamente que fazer algo ou minha mulher ia adiantar seu trabalho de parto.

Puxei a garota até meu escritório e fiz um verdadeiro discurso com ela,ela ficou muito constrangida e eu realmente pensei que tinha resolvido a questão e relaxei, mas devo dizer que relaxei demais.

No fim do dia quando eu estava saindo da esteira na área de ginástica e pronto pra voltar à casa e tomar um bom banho pro jantar ela me surpreende.

–Malhando? - pergunta chegando perto.

–Terminei na verdade, você pode ficar à vontade. -falo dando as costas enquanto arrumo as coisas pra sair.

–Mas eu já estou. - ela diz e a sinto em minhas costas. Reviro os olhos e me volto para lhe alertar.

–April eu pensei que... - ela me interrompe.

..........

–Sofia, onde está seu pai? - pergunto enquanto a vejo no notebook.

–Ele saiu pra malhar.

–Já deveria ter voltado. - falo e me dou conta de algo. - Onde está April?

Ela estava aqui comigo a um minuto. - fala confusa. Sinto um frio percorrer minha espinha.

Caminho determinada para fora da sala sabendo exatamente pra onde ir.

–Elena? - ouço Sofia confusa às minhas costas.

Atravesso a área da piscina e vejo a longe que a luzes da academia estão acesas. Chego perto, e é o tempo suficiente pra ver algo que faz meu estômago embrulhar. April com as mãos enroscadas na nuca de meu marido, e os lábios dela colados nos dele.

–Damon! - grito e ela se retrai atordoado.

–Elena... - dou as costas - Elena, espera! - grita e vem trás de mim, segura meu braço o me faz o encarar. - Calma, eu posso explicar.

–Deixa eu adivinhar e te poupar, ela te agarrou!

–Exato! - bufo e me solto de seu toque. - Não, Elena! - ele vem atrás de mim eme prende outra vez, desta vez mais próximo. - Sabe que não faço isso, eu não faria nada disso com você, por Deus!

–Quero ela fora da minha casa, agora. - grito.

–Tudo bem, mas fique calma. - ele pede, apenas me sacudo até ele me soltar e erguer as mãos.

–Eu vou subir pro meu quarto e vou tomar um bom banho e descer pro jantar e quando eu estiver na mesa, ela tem que estar fora daqui. - ele assenti novamente e lhe dou as costas. Caminho a passos largos e encontro na entrada da casa uma Sofia confusa. - O que foi?

–Pra mim chega. - falo e passo por ela que me segue.

–O que foi?

–Eu acabei de pegar seu pai agarrado com aquela garota. - ela arregala os olhos.

–Com a April?

–E tem outra?

–Como assim agarrado?

–Eles estavam se beijando, se beijando. - subo as escadas com ela no meu encalço.

–Não seria ela beijando ele?

–Nem vem Sofia, sei que vai defender seu pai.

–Vou mesmo. É tão óbvio, ela saiu daqui e foi até lá e agarrou meu pai.

–Ele nem reagindo estava. Porque não a empurrou? Sei lá.

–Olha eu não sei se você sabe, mas às vezes, certos beijos são difíceis de evitar. - é eu sei.

–Não justifica.

–Você está com raiva.

–Muita! - ela se encolhe.

–E morrendo de ciúme.

–Ele tem que me respeitar.

–Ele respeita.

–De que lado você está?

–Do lado dos dois.

–Argh! - grito abrindo a porta do meu quarto, ela a fecha depois que passa.

–Melhor você se acalmar.

–Eu não quero cruzar com essa garota de novo, eu sou capaz de esfolar ela viva, com minhas unhas.-Desculpa, isso poderia ter sido evitado, mas eu achei que ela não seria tão descarada.

–Bem, ela foi.

–Papai me falou com conversou com ela ainda hoje.

–É, ele me disse também, mas pelo jeito não adiantou.

–Elena não fica brava com ele, você sabe que ele não tem culpa.

–Me deixa sozinha. Me deixa tomar um banho e tentar não matar alguém.

Ela ergue as mãos rendidas e sai do meu quarto. Meu corpo está tremendo. Que ódio dessa garota.

.....................

–Como ela está? - encontro Sofia descendo as escadas e sei de onde ela vem.

–Uma fera. Eu vou falar com aquele vaca mirim. - diz determinada e sai em direção a piscina - Se eu fosse você não ia falar com ela.

–Mas eu tenho que falar. - ela para de andar e se volta pra mim.

–Não, pai. Ela está com muita raiva e nervosa, deixa ela esfriar a cabeça e daí vocês conversam.

–Mas...

–Mas nada. - ela grita e eu a olho, daí ela suspira e cruza os braços - Por favor...

–Ok. Eu vou tomar um banho. E você se livra daquela maluca.

–Com prazer.

Resisto a tentação de entrar no quarto da Elena quando passo por lá. Era tudo o que eu queria, como se já não tivesse muitos problemas.


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Notas finais do capítulo

beijos!