Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 49
Por Ele: minha vez.


Notas iniciais do capítulo

Pronto! Deu tempo.
^^



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– Ninguém sabe onde estamos. A vizinhança foi evacuada do prédio, a meu pedido e patrocínio, para um fim de semana aminado em um Risort sem igual. – ela arregala os olhos pra mim -Não tiveram como recusar. Cada funcionário deste prédio, ao menos os que ficaram aqui, estão para a simples manutenção do que venhamos a precisar. – eu sento ao seu lado no sofá e ela congela -Ah! Eles foram advertidos a ignorarem gritos, pedidos de socorro, ou qualquer coisa do tipo. – ela parece que vai correr a qualquer momento e eu estou adorando a visão -Eles relutaram, mas convenhamos, não há nada no mundo que dinheiro não pague. Certo, querida? - eu aceno pra que ela tome um gole de sua bebida, e ela faz, muito devagar, mãos tremendo – Bem, e agora estamos aqui... Aconchegante, não?

–O que é tudo isso? – ele fala assim que consegue fazer o líquido descer por sua garganta.

–Nossa lua de mel. Obviamente. – sorrio e depois me inclino e falo bem perto dela, que está acuada e sem ter pra onde correr, praticamente deitando no sofá. -E uma vingança, muito bem elaborada, que me custou muita paciência, calma. Frieza. – ela apenas me escuta enquanto continuo falando, paralisada -Mas vamos concordar nisso também, minha querida, eu sou muito bom no último quesito. – ela engole em seco -Você está confortável? – ela não responde nada -Há algo que eu possa fazer pra melhorar? – ela acena negativa -Sempre há, certo?- levanto e ando até a mesa de canto, onde uma fita adesiva me espera -Vejamos... – pego ela e me livro da taça com champanha e então vou até Rose. -Que tal isso! – aceno pra fita e solto um pedaço dela, em seguida a coloco da boca dela e seus olhos arregalam, antes que possa se debater, tom de volta a taça e prendo seus pulsos também, sem esquecer dos tornozelos – Agora está bem melhor. -Não quero que me interrompa com suas perguntas e estou enjoado com sua voz. – vejo uma lágrima escapar de seus olhos -Então... Do começo! – sento outra vez ao seu lado -Vou te contar uma história muito agradável. Você vai adorar. Desempenhamos o papel principal, você e eu. É assim:

“Há uns anos atrás, um jovem conheceu uma linda garota. Nossa! Ela era a mais popular e cobiçada do colégio. O garoto sabia que não teria chance nenhuma com ela. Ela não ia se apaixonar pelo cara mais esquisito e calado do mundo.

Esse garoto tinha um amigo. Dois, na verdade. Um deles vivia dizendo que ele estava perdendo tempo, a menina não ia dar bola mesmo. O outro dava a maior força, embora não gostasse da menina. Mas o garoto ignorava o amigo que dava força, porque ele sempre fazia isso, em todas as situações.

Daí depois de um tempo ele passou a crer que realmente não tinha chances e mentiu que estava nem aí pra ela.

Um belo dia, a garota, do nada, vem na sua direção e puxa assunto com ele. Só que ela estava esquisita e meio grogue. E no meio disso ela acabou beijando o garoto que nunca tinha se permitido ser tocado assim por ninguém e ele achou incrível. Mas ela estava parecendo bêbada e ele logo quis cuidar dela e proteger alguém que o fez se sentir tão bem assim com seu toque, com seu beijo. Porque ele pensava que isso nunca iria acontecer. E então ele soube porque havia gostado dela antes mesmo que uma explicação coerente ser formulada. Ela era diferente.

Então surgiu o problema: Ela não estava “normal” naquele dia e no outro só conseguia lembrar que o garoto a tinha ajudado, e assim passou a o tratar bem e vez ou outra lhe dava uns beijos e o garoto achava que aquilo era um namoro, ou algo assim. Ele não tinha experiência com isso, sabe? Foi meio que uma aprendizagem.

Deixando o papo furado de lado, ele recebia instruções de um amigo sobre como agradá-la: rosas, chocolate, enfim. Já o outro só fazia zombar. Até que um dia o garoto pegou seu amigo, o zombador, beijando a garota e ficou com muito ódio. O que ele estava pensando? Ela era dele. Não vou entrar nos detalhes. Você sabe o que aconteceu afinal. Foi algo... Perturbador.

Com o amigo deixando de flertar com sua garota, o garoto passou a ficar um tanto mais cômodo, porém ninguém poderia chegar perto dela e ela por vezes adorava provocar. Flertando com todos a sua frente. Mas ela gostava do que causava nele. De ver como ele estava disposto a tudo por ela e com o passar dos anos isso só aumentou. Ela deu a ele uma forma de se relacionar com alguém.

Ela engravida, e mesmo surpreso ele assume tudo. Briga com todos só pra estar ao lado daquela que o fez sentir... Vivo! Então ele descobre os problemas dela. Por que havia dias que ela estava feliz e outros que estava como um vegetal imprestável: Drogas!

Por mais que o garoto tentasse ajudar ela não o ouvia. Só pedia pra ele a deixar em paz. Não a atormentar. O garoto que já estava um homem, tentava fazê-la ver que aquilo a destruía. Dentro dela um ódio por este controle foi crescendo e crescendo. Cada vez mais. Ele era estúpido, ciumento, violento.

Sabe, o que ela não via é que toda a revolta dele era pelo fato dela nunca tê-lo deixado cuidar dela. Proteger como um dia ele quis ser protegido. Ela era preciosa pra ele, mas não conseguia se sentir assim. E então, cada vez mais o mundo das drogas a pegou e ela acabou atrás de uma porta, numa clínica de reabilitação, longe dele. Longe da filha. Mas tudo bem, porque ela nunca quis a nenhum dos dois. Só ao vício.”

–Fim da história. – a encaro e dou um risinho. Você vai me pagar por tudo -Mas aí começa outra. Uma nova. De quando ela resolveu sair da clínica e tentar se aproximar dos dois. – chego mais perto dela, dou quase um beijo em sua face e falo ao seu pé do ouvido -Tudo mentira. – me afasto novamente - Tudo uma vingança. Porque ele foi o culpado pelos anos de tortura naquele lugar. – seguro o queixo dela – Você voltou pra me destruir e quase conseguiu. – solto -Eu não sou mais aquele garoto. Você não fez absolutamente nada por mim. Eu não te devo nada. Você foi apenas a vadia que beijou um nerd enquanto estava de porre e nunca mais conseguiu se livrar da fissura dele. No entanto, ele sabe de tudo agora. – levanto e vou atrás de minha taça novamente, colocando a fita de volta no lugar – Sabe Rose, você vai mal... – ela não fala nada, absolutamente, nada. – O mundo das drogas é um mundo bastante perigoso. E quando você é viciada, você sai por aí comprando sem poder, prometendo o que não tem. – coloco todo o tom insinuativo que a conversa exige e ela apenas me observa, atenta – Encontrei cada um de seus credores, falei com cada um deles e descobri sua barganha final: Eu. – começo a andar ao redor dela, percorrendo a sala -O casamento comigo seria perfeito para conseguir dinheiro e pagar a todos eles. – paro nas costas dela e me inclino para falar perto de sua face outra vez – Eles ficaram surpresos quando eu apareci diante deles e falei quem era. – - ela se vira bruscamente, surpresa - Ficamos amigos rapidamente, porque eu dei a eles uma oferta que eles não poderiam recusar. – dei de ombros – Eu não pagaria tudo o que você deve. Não que eu não pudesse, se eu quisesse de fato. – tomo um gole da bebida -Aliás, se você apenas me pedisse o valor, eu te daria. Se isso fosse significar um recomeço pra você. Mas depois de tudo o que eu descobri... – completo a volta e paro diante dela novamente - Sobre as minhas pílulas, Andie. Segunda tentativa de me matar. E depois ainda a Elena... Eu vi que não havia nada mais para ser salvo em você. Então apenas decidi que você deveria pagar por tudo. Sendo assim, ofereci ao Rico. – nessa hora ela se encolhe, sabendo muito bem o que significa - Ficamos bem amigos. A liquidação de metade de suas dívidas. Ele não ia receber nada, porque você não tem mais nada. Sua herança está liquidada. Apresentei a eles todas as provas que mostravam que eles só veriam esse dinheiro através de mim. A única coisa que eu pedia em troca era que, quando finalmente você estivesse presa, com a ajuda do meu irmão recém descoberto, o Robert, você iria ser colocada numa penitenciária, onde, com toda certeza, estariam presentes uma ou duas de suas antigas amigas, e é claro que eles não hesitaram em me falar com detalhes as muitas que foram vítimas da ... Como eles chamam mesmo? X9 Delamarick. – sento outra vez ao seu lado, passando o braço por seu ombro -Você. Que coisa, não? – ela acena negativamente com a cabeça -Eles acharam razoável, lamentando não receber o valor total, mas pelo menos não seria nada. E que de certa forma seria muito mais gratificante ver você ser bem cuidada por suas colegas de tráfico. – eu acaricio seu ombro e a sinto vibrar – Chegamos num acordo bem razoável no fim de tudo, você não acha? – ela nega novamente, sem poder falar nada – Pronto. – então arranco a fita de sua boca -Agora você pode falar, querida.

–Tanto esforço e tempo gastos pra se vingar. Eu feri seus sentimentos mesmo, não foi? – ela sorri, embora trema ainda encontra audácia de tentar me provocar -Você me ama tanto...

–Vadia iludida. – digo com todo gosto -Desde o começo foi pena de você. – ela gargalha.

–Oh, eu vejo. Seguro seu pescoço e seus olhos saltam.

–Talvez não veja. Eu mesmo não via isso. Mas sendo verdade ou não, eu pago um cara muito bom pra me dizer que é. Isso é muito útil pra ferrar com você. – solto sua garganta e ela tosse -Quando sairmos daqui, seu destino será uma viatura e eu não vou ver você por muito tempo.

–E até lá o quê? – ela provoca novamente -Vai me torturar até eu confessar que um dia amei você. Isso é perca de tempo, eu só sentia nojo, medo e pena.

–Não querida. Nada de tortura. Mas sua pergunta é interessante. Eu passei meses planejando isso. Eram tantas as possibilidades. Então no fim eu só decidi sentar aqui e esperar a visita de alguns amigos seus. – ela me encara especulativa -Eles estavam ansiosos por uma visitinha, antes de... Você sabe... Você ficar presa em alguma penitenciária, limitada a um número pequeno de amizades. – ela sufoca a respiração -Eu achei muito atencioso da parte deles. Não pude recusar.

–Típico de você, Damon. Não é homem pra fazer por si mesmo. – dou-lhe um tapa – Ah! – então ajeito sua postura no sofá, já que de mãos e pés atados ela não consegue.

–Apenas decidi que não quero mais me sujar com você. Essa foi a última vez.

–Vai deixar baterem numa mulher grávida? – gargalho.

–Você é uma cadela muito doente e burra. Depois de tudo isso você acha mesmo que eu não sei da sua farsa? Me poupa.

–Não custa tentar. Eu sempre terei fé na sua falta de inteligência. Já contei que foi sempre o que mais me atraiu em você? Tão fácil de manipular e convencer. Fora o humor de cão, com sua estupidez você era até toleravelzinho.

–É. Me falaram que quando cachorros estão acuados eles começam a latir. Pode latir. Alto! Ninguém vai te ouvir. E logo logo, teremos nossa primeira visitinha. – eu começo a e livrara da gravata para ficar mais cômodo -Eu vou te contar... A sua agenda está cheia querida. Quase não consegui um horário pra todos durante nossa lua de mel. Você é de fato muito amada.

–Aproveita, enquanto sua hora não vai chegar. Eu sempre vou estar um passo a sua frente Damon. Esse ponto é seu. Mas meu contra ataque já está armado.

–Que medo! Uma novidade: sua hora não vai chegar. Por que essa é a minha vez. E ela só vai acabar quando você cumprir seus anos de cadeia, obedientemente. Garanto que a clínica vai te fazer falta Rosalie. Muita falta.

–Você aí agindo como se você não tivesse mais nada a perder. Ambos sabemos que isso não é verdade, certo? – a voz dela me causa uma mistura de sensações inquietantes, eu poderia matar essa mulher -Meu projeto mal acabado de filiação e a sua insuportável e chorona paixão, Elena... – eu nem a deixo terminar, aperto novamente sua garganta – Ah!

–Pode latir. A verdade é que não pode me fazer nada. Qualquer amiguinho seu, programado, induzido a machucar qualquer uma das duas, pode ser facilmente convencido a desistir. Basta oferecer a quantia certa, que ninguém fará nada por você. Isso contando que eles derrubem a segurança em torno daqueles que eu amo. – e solto.

–Que poético. Agora você conseguiu me deixar com medo.

–Não quero te deixar com medo. Você não sente isso. Não tem nada a perder, ninguém com quem se importe, ninguém que te ame ou que você ame. Então não tem porque te inspirar medo. Quero apenas te deixar sem perspectivas. Sem saída. E quando você estiver no fundo de todas as suas angústias, sem ter como fugir. Um conselho? Se mata! – os olhos dela arregalam - Nada mais justo. – a campainha toca –Opa! Bem no horário. Quem diria que essas pessoas são de cumprir horários, não? – levanto e caminho até a porta...

–Damon... –ela choraminga.

– Vamos começar, minha querida.


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Notas finais do capítulo

O outro sai amanhã!
beijos!