Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 33
Doi - primeira parte


Notas iniciais do capítulo

Oiee!
Sim, eu não morri.
Queridas(dos) leitoras(res), já faz mais de um mês e tudo isso se justifica com uma grande bagunça em meu calendário universitário. Era pra ser postado no domingo de páscoa, mas obviamente, não foi assim. Eu dividi em duas partes, por que ele ficou com quase 25 mil palavras, então não rolava. E finalmente consegui revisar a primeira. Só falta a segunda que não vai demorar a sair, já que já está digitada. Peço mil desculpas pela demora, vou entender se o número de comentários cair ou coisas assim, mas não tive culpa mesmo. Uma coisa é que eu nunca abandono uma fic, pode demorar, mas sai.
Obrigada pelos comentários, irei respondera todos em breve.
Iana Salvatore, obrigada pela recomendação ^^
E pra quem acompanha rainha... estarei postando amanhã. Beijos! Boa leitura, por que cheia de coisas.



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-Bem, agora que voltamos, devo dizer que não estou nenhum pouco empolgada  pra rotina do colégio. – reclama Sofia suspirando pro pai.

-Acredite, nem você quer voltar ao colégio nem Elena e eu a Salvatore. Pode agradecer ao seu tio por isso. – ele me olha, estou me sentindo cansada. Um pouco cansada demais na verdade.

-Eu vou subir pra um banho. Vejo você logo Len? – ela me olha sorrindo.

-Claro. – sorrio e ela se despede.

Damon está me olhando confuso do outro lado da sala. Ele atravessa o cômodo e vêm até mim, estou sentada no sofá.

-O que foi? – sua voz está grave, ele me abraça e prende-me contra seu peito, eu suspiro.

-Estou cansada. Você não me deixou voltar ao apartamento. Não desde que chegamos, eu tenho uma miga que está me esperando lá e bastante brava. –ele sorri contra meu cabelo, enquanto beija o local repetidas vezes. – Eu estou começando a achar que você está com medo de me afastar e eu não voltar.

-Bem, você tem um ponto. – ele diz e me aperta.

-Damon, sabe que não vou a lugar algum. – ele não reponde. – Você teve pesadelos ontem. Ficava repetindo: ‘me solta!’

-Tenho estes sonhos às vezes.

-Você comentou alguma vez com Lionel?

-Sim, por que?

-Quantos anos este seu médico tem?

-Pouco mais de sessenta. – me remexo incomodada. – Que é?

-Bem, ele é um pouco velho. Nunca considerou uma segunda opinião?

-Ele é um excelente profissional Elena.

-Não duvido, só acho que ele pode desconhecer alguns métodos e bem, quem sabe uma segunda opinião te aponte outra perspectiva.

-Hum... Talvez. Quando vai viajar para a sítio de seus pais? – Wol! Mudança brusca de assunto. Melhor não forçar.

-Ahn... Na sexta.

-Sofia irá com você. Alaric e Stefan irão comigo na sexta. Sabe por que não poderemos ir antes, mas chegaremos a tempo pra festa. – sorrimos.

-Mal posso esperar para ver o papai.

-Mal posso esperar para jogar uma boa rodada com ele o Ric e meu irmão. Será outro sonho.

-Poderei ir pra casa hoje?

-Quer fugir de mim?

-Damon...

-Estou apenas brincando. Eu vou te deixar no seu apartamento e nos vemos amanhã na empresa.

Ficamos mais um pouco abraçados até o Damon decidir que já era tarde o suficiente para irmos.

 Como me prometeu me levou até em casa onde encontrei uma Bonnie bem nervosa. A convenci a pelo menos me deixar tomar um banho e então eu estaria nova.

-Agora vamos lá, me fale... Qual é o problema da vez? – ela me conhecia bem o suficiente e eu realmente precisava comentar com alguém, podia fazer isto com minha amiga. Então comecei a lhe contar sobre esta turbulenta viagem.

-Damon me deixou cuidar dessa parte e eu vou começar a buscar alguns especialistas.

-Nossa Elena, eu não posso deixar de concordar com o medo do Damon. Outra o teria deixado sem demora com esta descoberta.

-Eu sei... Mas sabe, eu lembro bem de como começamos tudo entre nós. Foi um risco, uma aposta, sabemos que muita coisa poderia dar errado, que um de nós poderia se envolver mais que o outro e se caso tudo acabasse... Bem, o fato é que eu amo o Damon. E eu realmente quero que comigo funcione, quero derrubar estas muralhas, quero retirar dele este trauma ou seja lá o que for, quero ele inteiro pra mim. Eu não vou parar. Eu apostei alto Bonnie, e agora se eu desistir, sei que eu que vou sair perdendo, por que não tem como eu ser feliz em um mundo sem ele.

-Nossa. Você além de mais determinada ficou mais romântica também. Nunca imaginei que a veria assim. Mas e aí? Vamos mesmo pro aniversário de seu pai? Vamos colocar a fazenda abaixo.

-O Jeremy vai?

-Você acha que eu iria deixar meu gato fora dessa?

-Bem vai ser realmente uma loucura. Tanta gente em uma casa com dois quartos.

-Adoro me aventurar. Como vamos?

-Acho que Damon irá mandar o Mason nos levar e depois ele irá com o irmão e amigo.

-Hum... Não vejo a hora. Agora continua a me contar do entardecer em Roma...

A conversa foi bem longa, mas eu agradeci, por que no final eu estava cansada o bastante para apagar na minha cama como não conseguia a dias.

...

-Sabe você continua mesmo um esbanjador.

-Eu sei que você me adora Ric. Acha que ela vai gostar?

-Bem se ela dispensar este presente pai, pode me dar. Afinal só falta um ano mesmo pra você me dar o meu. Menos que isso. – Sofia nunca perde a oportunidade.

-Vai ser de muita serventia pra Elena. Mesmo ela tendo o carro da empresa a disposição ela ainda faz muitas saídas com amigos e eu não gosto de vê-la pegando ônibus ou metrô pela cidade. É meio perigoso.

-Então vai dar um carro a ela?

-É Alaric, pelos seus vinte e seis anos, vou.

-Uau! – debocha e minha filha sorri.

-Tem certeza sobre a cor?

-Ai pai, vai por mim, vermelho é a cor das mulheres e esse escarlate então... Nossa!

-Hum... Eu me lembrei de perguntar sobre o seu namorado. – Alaric fala fazendo minha filha sorri empolgada.

-Ela não tem um namorado. -Rosno.

-Sério pai?

-É senhor esperto. O que mais seria?

-É um pretendente, que está sob meus testes. Por hora ele apenas estará sendo o meu mais novo estagiário. – eles rolam os olhos pra mim e eu ignoro finalizando a compra. – Agora vamos voltar pra casa, estou começando a ficar com fome.

...

Os dias correram muito e eu já estava pronta pra minha viagem, no final do expediente. Estávamos saindo de uma reunião. Meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo. Eu estava decidida a ajudar o Damon nessas suas exigências por hora, pelo menos aqui na empresa eu tentava agir mais ou menos de acordo com o agrado dele. No elevador, voltando para sua sala ele me olha e estou notando isto perifericamente.

-Sabe, eu não sei quanto a você, mas sinto uma energia estranha quando estamos trancados em um ambiente tão pequeno e fechado e você fica me olhando assim. – escuto sua risada.

-Demorei muito tempo pra dividir o elevador com alguém, mas então com você tudo ficou mais leve. Lembro de você e eu trancados enquanto estava prestes a ter um ataque de pânico por detestar este local e lembro de você meio bêbada em Paris. Não são boas lembranças, mas não me sinto sufocado com você aqui.

Eu o olho, ele ficou bastante sério de repente.

-Não gostava de dividir o elevador com os outros por que ficava tenso? – estou incrédula.

-Me sentia intimidado e não gosto da sensação. – ele fala num tom um pouco rude e eu sorrio. – Qual a graça? – está ficando irritado.

-Bem, acredito que as pessoas tinham pavor de dividir o elevador com você. Lembro que foi uma das primeiras instruções da Caroline. Você não dividia elevadores. Quando acenou para que eu entrasse em um com você todos me olhavam como se eu fosse muito maluca. – as portas se abrem e ele sai imediatamente, me deixando pra trás.

-Bem, eu precisava disso.

-Você assusta as pessoas para elas não te assustarem? – ele me olha com uma expressão meio divertida, mas confusa também.

-Bem, ouvindo desse jeito é idiota, mas é isso sim. – dou uma risada. – Vejo que você achou isso divertido.

-É irônico.

-Explique! – seus olhos estão me inflamando, enquanto recolhe algumas pastas de sua mesa.

-Bem, você é a pessoa mais temida em todo este prédio, e, no entanto, é a mais assustada. É defesa. – ele encolhe os ombros. – Deus! É trapaça, lembro de nem conseguir encarar seus olhos na primeira semana sem estar prestes a enfartar.

-Cada um usa as armas que tem Elena. E, no entanto, pra você só durou mesmo a primeira semana. Logo depois eu que fugia do seu olhar, por que ele... Me inquietava. – ele pigarreia.

-Como te inquietava?

-Você me encarava. Duro, não desviava o olhar do meu, tinha uma raiva de mim que se notava a metros.

-Você era um chato. – ele me encara incrédulo. - Bem, ainda é. – sorri. Termina de recolher as pastas e eu estou na entrada da sala o esperando. Só estamos nós dois aqui.

Damon avança contra mim e com as pastas em uma das mãos me estende a outra.

-Venha minha diretora executiva, tenho algo para você. – seu tom é bastante enigmático.

Descemos juntos até o estacionamento interno da empresa e paramos diante de um carro. Damon me encara sorrindo e eu estou confusa.

-Você gosta?

-Do que? – estou perdida.

-Deste carro, o que acha?

-Ah... É um belo carro. Você comprou?

-Comprei.

-Muito bonito.

-É, eu tive uma ajuda pra escolher o modelo e a cor, embora eu já houvesse decidido a marca.

-Foi uma bela escolha.

-Você gostou mesmo? – ele está sorrindo torto.

-Sim, ele é um carro e tanto.

-Ótimo, por que ele é seu. – fala num tom leve e natural e me encara no fim da frase sorrindo.

-Como?

-Presente de aniversário.

-Não está falando sério.

-Por que não?

-Não pode me dar um carro de presente de aniversário, além do mais meu aniversário é daqui a seis dias e eu não aceitaria de você nada maior que minha mão. – ele sorri divertido e parece esnobar totalmente meu ataque. Ele não pode estar me dando um carro.

-Achei que você tinha gostado.

-Achei que era seu.

-Elena é apenas um presente.

-É um carro.

-Eu quero que você tenha um carro. Confortável, seguro. Você precisa de um veículo. O da empresa lhe serve muito bem durante seu expediente, até mesmo meu motorista quando preciso que vá me ver, mas preciso que você tenha um carro. Pode viajar com ele hoje pra fazenda de seus pais. Na verdade, Sofia está esperando viajar neste carro hoje.

-É um exagero.

-Você é uma diretora executiva, competente e se vai lhe fazer sentir melhor pode considerar como uma espécie de salário.

-Certo, você vai descontar do meu salário o valor então?

-Não...

-Só aceito se fizer isto.

-É um presente.

-Exagerado.

-Você é uma mulher estranha. Qualquer outra estaria pulando agora. Sofia, por exemplo, me falou mil vezes que se você dispensasse ela aceitaria correndo.

-Não ligo pra estas coisas. É demais.

-Este sou eu Elena. Te dando um presente pelo seu aniversário, como seu namorado. Aceite!

-Mas...

-Alaric agilizou todo os papeis, está no seu nome. Foi uma surpresa preparada com carinho... – está fazendo um bico irresistível.

-É injusto. – ele franze o cenho.

-O que?

-Não posso te dar nada igual. Não posso te dar nada na verdade. Você parece já ter tudo.

-Não ainda... – ele aperta os lábios de maneira divertida. – Fique com o carro.

Eu gemo revirando os olhos e ele sorri sacando as chaves de seu bolso e as agitando pra mim.

-Você dirige até a minha casa, então você pega a Sofia e eu sigo vocês até seu apartamento, na minha moto. – está tão jovial e empolgado. Eu agarro as chaves e dou meia volta encarando o veículo, sinto seu braço forte me puxar contra si e sua boca está na minha orelha direita. – Feliz aniversário! – ele beija meu pescoço e sinto um arrepio, me coloco de frente pra ele.

-Você é tão imprevisível. – falo envolvendo seu pescoço e de repente ele fica tenso, me encarando confuso. – Obrigado! – ele sorri forçadamente e eu o beijo sem medo, estamos sozinhos aqui e sinto que posso ousar um pouco. Damon luta com as pastas pressionadas contra minha cintura, o empurro contra o carro e quando suas costas se chocam com o veículo ele geme contra meus lábios e solta todos os documentos no chão, começando a correr as mãos por meu corpo e passando pelos os meus ombros me livra de minha bolsa que também vai ao chão. Agarro seus cabelos o fazendo se curvar mais contra mim, nossas respirações quentes e desiguais deixam tudo mais intenso.

-Estamos no meio de um estacionamento, cercado de câmeras. – ele dispara contra nosso beijo, ofegante.

-Eu sei. – respondo não querendo parar o que fazemos e ele volta a se concentrar muito mais no que faz.

Invertendo nossas posições em um movimento ágil, Damon me coloca contra o carro e busca com desespero a minha perna esquerda a colocando em sua cintura enquanto crava os dedos em minha coxa e quadril, sinto todo o seu desejo e vontade por mim, estou tremendamente excitada. Suas mãos sobem até meu cabelo preso o soltando, ele solta minha perna e agarra minha nuca, enfiando ainda mais sua língua em minha boca.

-Temos parar com isso agora. – diz agitado.

-Hum...

-Você tem hora pra viajar e... – o beijo novamente. Luto contra seu terno e ele se fasta. – Elena, estamos no meio de um local público.

Reviro os olhos e desativo o alarme de meu ‘novo carro’ Damon está confuso e respira arrastado. Abro a porta traseira e agarrando seu colarinho o puxo para o banco do carro voltando a o beijar. Ele sorri.

-Elena...

-Para com isso.

-É loucura.

-Você me dar um carro também, no entanto, olha onde estamos.

-Que comparação grotesca.

-Não, não é. – e novamente o beijo e ele reluta.

-É o estacionamento da minha empresa.

-É o meu carro. – ele sorri e então não reluta mais e estamos nos amassando no banco de trás do carro.

Eu subo no seu colo, Damon agarra minha nuca, me beija, beija meu colo. Puxo seu cabelo, rebolo contra seu colo e me deleito o ouvindo gemer.

-Não acredito que vou fazer isto... – reclama contra minha pele.

-Estou adorando a ideia.

Solto sua gravata, abro sua camisa, desfruto do contato com sua pele com beijos e pequenas mordidas que praticamente o fazem urrar, ele aperta minha coxas, desliza as mãos por minhas costas e me faz arfar quando uma delas invade minha calcinha, deixando minha libido a mil. Gemo. Ele está ofegante e me encara de uma forma indecifrável.

Voltamos a nos beijar e eu agora me vejo lutando contra seu cinto, enquanto Damon ergue minha saia, ele me solta de repente e fecha a porta do carro e a atmosfera muda, estamos num ambiente fechado, quente e extremamente excitante. Vamos transar em um carro. Meu carro. Uau!

-Você vai me matar Elena. Sou um velho com problemas no coração. – ele brinca ofegando contra o meu pescoço. Desço seu zíper, acaricio seu membro. – Ah... –ele geme, fecha os olhos e os abre em seguida com vontade renovada, me ergue um pouco de seu colo e despedaça minha calcinha nas mãos, em seguida surge com seu membro pronto e o sinto roçar contra mim, e logo me penetrando com urgência, fazendo nós dois praticamente gritarmos. – Que delícia. É tão quente. – estou me deleitando em sua voz grave e seus movimentos torturantes, cravo as unhas em seu ombro quando ele me penetra com mais força, mais fundo.

-Ah... – gemo jogando a cabeça para trás, fechando meus olhos, sinto sua boca em minha garganta, sua pele quente e molhada, suas mãos urgentes apertando meus seios e eu estou amolecendo. – Amor...

-Estou aqui. Quero você. Vem Elena.  – fala cravando a mão em meus cabelos e me fazendo o olhar enquanto aumenta seu ritmo me deixando cada vez mais perto, tudo está se apertando, meu corpo gritando e gritando. – Eu te amo – ele diz num tom desesperado e o sinto tencionar, ele geme rouco e agoniado e isso me joga alto, e eu convulsiono contra seus braços, fortes. Damon me beija e me morde até encontrar sua libertação e descansar sua cabeça em meu ombro. Santo Deus! Isto foi maravilhoso. – Você me enlouquece. – ele fala entorpecido, beijando-me de leve o queixo e acariciando minha nuca, minha cintura, ainda estou em seu colo rebolando com ele dentro de mim. Damon me sobe devagar e eu gemo quanto o sinto sair de mim.

-Não resisto a você. - falo e o beijo.

-Algo que dividimos. Você me faz perder qualquer noção. Eu jamais faria o que acabei de fazer. – sorrio e ele responde da mesma forma. – Precisamos sair daqui antes que você resolva me atacar novamente. Você tem que viajar.

Fala e me beija, me jogando pro seu lado no banco, nos recompomos e saímos do carro, recolhemos nossas coisas no chão do estacionamento e Damon abre a porta do motorista para que eu possa dirigir. Quando entramos no carro eu o observo passar o cinto e tentar dar um jeito no cabelo pós sexo, ele para ao notar meu olhar.

-O que?

-Você está encrencado Damon.  – ligo o veículo.

-Por que?

-Por que eu nunca mais vou me separar de você. Nem vou desistir de você caso você queira se separar de mim.

-Eu não acho que vou querer isto nunca.

-Bem, você está avisado. – ele gargalha e eu saio do estacionamento rumo a sua casa.

...

Durante toda viagem até a casa de meus pais ficamos conversando, revezando a direção, menos a Sofia é claro. Bonnie, Jeremy, Sofia e eu chegamos logo no inicio da tarde, mamãe nos esperava empolgada e passamos um resto de dia divino, comendo muito bem e nos divertindo como nunca. E eu mal via a hora de ter Damon aqui com meu pai outra vez.

-A Sofia adorou a fazenda. – falo pra Damon pelo celular.

-Sabia que não seria diferente. Seu pai está lidando bem com toda esta invasão?

-Acho que sim. Na verdade até suspeito de que ele está muito feliz por ver a casa tão cheia e agitada. No geral, só ele e minha mãe estão aqui... – ele concorda. – Resolveu as coisas com as Stark?

-Finalmente. Johnny é um cara legal. Não quis recisão de contrato e Stefan já levou umas boas puxadas de orelha. Estarei aí amanhã como combinamos. Devemos chegar na hora do almoço.

-Alaric virá mesmo?

-Sim. Stefan também. Acredito que Ric tenha chamado a namorada, mas não tenho certeza se a doutora irá conosco. Há um problema com os horários dela no hospital.

-Estou com saudades.

-Eu também. Estou muito dependente de você senhorita Gilbert. – ouço sua risada.

-Venha logo e chegue com segurança.

-Já estou chegando... – eu desligo e ao me virar pra porta de meu quarto vejo minha mãe. Ela sorri pra mim.

-Nunca achei que fosse acontecer isto com você, assim tão depressa... – senta ao meu lado na cama e me deixa confusa. – Você e o Damon. Se amam demais. Você se envolveu de verdade. – baixo a cabeça sorrindo.

-Ele é muito especial pra mim.

-Querida ele á mais que especial.

-Preciso falar algo sobre ele. Duas coisas na verdade.

Ela me olha curiosa.

-Fala logo então...

-Bem, quando voltarmos a New York na segunda eu vou visitar o Matt em Los Angeles. Foi uma guerra com o Damon.

-Ciúmes. – ela fala sorrindo.

-Sim, mas o ponto não é esse. – suspiro, sei que vai ser difícil falar com ela sobre as tendências dele. – Damon além de ciumento perde o controle quando é contrariado. - a olho de lado e ela está com o cenho franzido.

-Como assim perde o controle?

-Ele fica meio agressivo. – arregala os olhos.

-Quer dizer que te bate?

-Não mãe, isso nunca aconteceu, mas ele já perdeu a medida da mão uma ou duas vezes.

-Elena...

-Mãe eu sei. Ele faz tratamento pra isto, na verdade voltei a remarcar pra ele. Voltará na semana que vem. É algo com seu passado, mas realmente não vou deixar isso ficar entre nós.

-Bem, dá pra ver que ele te ama muito. E agora obviamente você me dá provas que o ama ainda mais. Não deixe seu pai saber disso, não por agora. – afirmo. – Você vai me manter informada? – concordo. – Ele te faz bem, também quero que vocês deem certo. - Sorrimos e depois de mais alguns minutos de conselhos e uma boa conversa, me sinto mais motivada em minha nova missão.

Na manhã seguinte meu pai estava pra lá de ansioso pela chegada de Damon, eu também, é claro. Quando ele finalmente ligou avisando que havia chegado na cidade papai correu e ficou de plantão no portão da fazenda. Minha mãe e Sofia só faziam rir.

Finalmente avisto o carro. Está bem lotado, posso ver ao longe. Quando estaciona de frente pra casa eu desço as escadas. Damon salta do banco do carona e Alaric sai do volante. Quando alcanço meu namorado para um braço, vejo seu irmão descer de uma das portas traseiras e levo um susto ao ver Heitor saltar do outro lado. Olho imediatamente pra Sofia que sorri e desce para encontrar o rapaz e Damon revira os olhos diante de mim.

-Você trouxe ele? – ele dá de ombros.

-Ideia do Alaric. – sorrio e olho pra Ric que está indo ajudar a namorada a descer do carro. Uol! Casa cheia.

-Finalmente você chegou Damon. – grita Bonnie saindo de dentro da casa. – Ninguém mais aguentava a Elena e o senhor Grayson. – Damon sorri sem jeito e vai cumprimentar minha mãe, logo depois minha amiga e seu namorado, bem do lado.

-Adoramos o novo carro da Lena. – Jeremy fala. – Revezamos direção. É muito bom dirigir aquela máquina.

-Sim. Com segurança... – Damon me olha e acho que fiquei vermelha.

Finalmente meu pai chega na sacada.

-Meu jovem genro. – Damon desce ao seu encontro e eles trocam um abraço apertado.

-Lembra do meu irmão? –meu pai confirma e cumprimenta Stefan. – Alaric e sua namorada e um amigo de minha filha. Trabalha pra mim na empresa. – explica e todos se cumprimentam.

-Vamos entrem. A casa é pequena, mas dá pra acolher a todos.

Damon vem até mim sorrindo como um menino e vamos pra cozinha desfrutar do belo lanche que minha mãe, Bonnie e eu preparamos durante toda manhã. Tanta coisa que vamos demorar a sentir fome pro almoço.

-Depois temos que tirar todas as malas do carro. Nos fundos da casa há uma pequena acomodação que mantemos para alguns empregados. Na época das colheitas eles tem que passar um tempo aqui. Demos um jeito e cabem quatro pessoas lá. – minha mãe começa.

-Isso significa que ficaremos divididos. – explico e olho pra Damon insinuativa, ele franze o cenho.

-Damon, Stefan, Alaric e o rapaz vão ficar por lá. O Jeremy está muito bem no sofá. Bonnie Meredith, Sofia e Elena vão ficar no quarto juntas e os donos da casa em seu devido lugar. – mamãe termina.

-Por que não posso ficar no mesmo lugar que da outra vez e o Jeremy vai pros fundos? – Damon pergunta meio contrariado.

-Ordem de chagada. Não vão me afastar mais da minha namorada. – Jeremy defende e Damon serra os olhos pra ele.

-Você é bem espertinho pra sua idade. – Alaric brinca e todos sorrimos.

-Pelo menos eu sei que Grayson será hospitaleiro a altura pra você. – Damon fala e pisca pro meu pai, eu o bato com meu cotovelo. – Au! O que foi?

-Não tem graça. – digo, meu pai sorri e Damon está esfregando as costelas.

-Bem, antes do grande dia da festa amanhã, eu preparei uma bela fogueira lá fora. Então, mais tarde depois do jantar todos podemos nos divertir um pouco. Chamei alguns vizinhos que vão tocar umas músicas caipiras pra gente. – papai está radiante e feliz como eu não via a anos. Olho pra mamãe que sorri pra mim.

Depois do nosso lanche fomos acomodar os rapazes do quarto dos fundos, Damon continuava com uma enorme carranca por ter que ficar tão longe de mim, era engraçado de se ver.

Quando estavam acomodados, foi a hora do banho antes de um almoço longo e divertido e no final da tarde, meu pai propôs um tour pela fazenda e os casais foram se formando, eu realmente estava com pena do Stefan o único solteiro entre nós, mas Damon me pedia pra relaxar, por que ele sabia que o irmão não era de muito romance. E por um momento eu lembrei de como achei meu cunhado atraente quando o vi na empresa pela primeira vez. Por que ele não namora?

-Pai! – Sofia chamou de cima de um cavalo. Damon e eu estamos sentados debaixo de uma árvore, ele levantou o olhar pra filha. – Gray falou que há um rio não muito longe daqui. Eu vou dar uma explorada com o Heitor. – Damon não escondeu sua surpresa, ele abriu a boca, estava pronto para protestar, eu sei disso, mas Heitor foi mais rápido.

-Prometo que ficarei de olho nela Damon. Sofia apenas está curiosa. – meu namorado processa a informação por um tempo, mas não parece relaxar.

-Vocês vem ou não? – Alaric pergunta pro jovem casal diante de nós, também montado em um cavalo e ao seu lado Meredith. Acho que sou a única E.T. que nasceu em uma fazenda e não monta.

-Damon está fazendo doce. – Sofia diz revirando os olhos e Damon a encara feio.

-Podem ir com o Ric. – ele diz sério.

-Aleluia! – Sofia quase grita, fazendo Alaric gargalhar e é a vez de Heitor revirar os olhos.

-Um advogado e uma médica, você deve ficar bem. – Damon fala olhando pra Heitor que dá um meio sorriso abafado e Damon sorri de lado. Eles parecem ter algo em comum.

-Bem, vamos logo, está prestes a escurecer. – reclama Ric e eles se vão.

-Onde está o Stefan? – pergunto e Damon volta a prestar atenção em seu celular, checando alguns e-mails.

-Com seu pai. Estavam falando sobre negócios da última vez que eu vi.- fala distraído.

-Negócios? – pergunto em tom confuso e ele não me olha.

-Sim, eu estou propondo uma sociedade com seu pai e encarreguei Stefan de ver os detalhes. Ele é melhor nisso do que eu. – o que?

-Sociedade? Você e meu pai? – ele me olha e dá de ombros.

-Bom, eu lido com tecnologia agrícola também Elena, e seu pai tem uma bela propriedade  aqui. Então eu propus que nós começássemos um negócio e estamos considerando montar uma cooperativa. Ele ficou feliz, pois tem um monte de nomes em mente que ele adoraria beneficiar com a ideia. – estou perplexa.

-Quando exatamente você iria me contar sobre isso?

-Bem, eu acho que em primeiro lugar eu deveria resolver tudo com seu pai e uma vez que as coisas estivessem andando, nós decidiríamos como falar. Sua mãe ainda não sabe, então não vamos falar muito sobre agora, mas seu pai aceitou e eu estou realmente feliz com isso. Foi um processo, mas eu realmente queria o ajudar. Ele faz um bom trabalho aqui e as pessoas que trabalham com ele também. Não vejo mal algum na Salvatore investir nesse tipo de coisa, não é minha praia, mas pra isso eu tenho um irmão formado em administração. – ele termina voltando a olhar pro celular.

-Você tem feito as coisas nas minhas costas ultimamente. Como o carro e esta sociedade. Não gosto disso. – cruzo os braços e encosto na árvore. Damon se aproxima de mim.

-Ei. Não sou do tipo que pede permissão. O dinheiro é meu. – diz, mas seu tom é suave, atencioso.

-Certo. Entendi. – estou aborrecida.

-Elena, por favor, não fique chateada. O carro foi uma surpresa e este assunto da sociedade é entre seu pai e eu. Eu ia te contar. Eu contei. – ele está bem perto agora, se inclina e beija meu pescoço. Fecho os olhos com o contato.

-Certo. Quero falar com você sobre suas sessões com o Maximus. – Damon se afasta e me olha confuso.

-Maximus?

-Seu novo terapeuta. – ele ergue as sobrancelhas.

-Você chama ele de Maximus?

-O doutor Calldowell é um ótimo profissional, eu fiz uma pesquisa e o nome dele está entre os melhores entre a América e Europa.

-Ele se chama Calldowell Maximus? – ele está se divertindo.

-Na verdade, Maximus Calldowell. – sorriso de Damon se desfez na hora, sua testa franziu.

-Você está chamando ele pelo primeiro nome? – eu dou de ombros e ele serra os olhos pra mim.

-O que? – pergunto.

-Nem sequer chegou a vê-lo e o chama pelo primeiro nome?

-Bem, na verdade eu fui até o consultório dele no início da semana, para uma conversa e ele me pediu para chamá-lo assim. – falo me levantando, não é nada demais.

-Você não me contou sobre isso. – reviro os olhos.

-Você não me contou sobre o negócio com o papai. – ele levanta-se irritado.

-Da última vez que tentei fazer uma parceria com seu pai você ficou no caminho. Não queria você se metendo nisso. – fala num tom carrancudo.

-Bem, como eu ia dizer... – eu ignoro seu tom. – Suas sessões começam na terça. Serão toda terça e quinta, das cinco da tarde às sete da noite.

-Determinou horários sem mim?

-Era os que ele tinha vago. Eu não queria outro profissional.

-Ficou mesmo impressionada com ele a ponto de esquecer que toda quinta temos reunião do conselho?

-Damon você vive dizendo que não responde ao conselho.

-Bem, mas eu gosto de ouvir o relatório de cada uma das gerências, assim como um bom empresário.

-Bem, todas as terças e quintas. Confirmado. – dou as costas a ele e sinto um puxão forte no meu braço. – Ai! Damon!!! – o olho com surpresa e fúria. Puxo meu braço bruscamente de sua mão. – É exatamente disto que estou falando. Você vai a essa terapia pra parar de fazer estas merdas comigo! – falo esfregando o braço e ele me olha confuso e assustado.

-Eu não queria...

-Esse é o problema, não quer, mas mesmo assim... – ele suspira, leva as mãos a cabeça e solta um gemido que é quase um grito.

-Você me tira do sério. O tempo todo. – está exasperado. – Se pelo menos você pudesse admitir que passou dos limites fazendo isso sem me consultar, mas ao invés disso... Não gosto de ninguém me dizendo o que fazer. Que droga! – ele me dá as costas e eu percebo o que fiz.

Droga! Estou tão ansiosa por resolver estes problemas dele, querendo chegar ao fundo de tudo, para que eu possa ter um relacionamento saudável com ele e toda esta ansiedade me fez agir sem pensar, por um impulso. Ele tem razão deveria ter falado com ele antes. É a vida dele.

Suspirando eu corro e tento o alcançar antes de chegarmos na casa outra vez;

-Espera! – seguro seu braço, ele se volta pra mim, mas evita me olhar. Suspiro implorando que ele me entenda, perdoe e então o abraço. Ele não retribui. – Me perdoe, eu sei que agi errado, mas eu quero tanto que você fique bem, que resolva todos os seus problemas, eu só... Oh meu amor, por favor...

-Terminou? – me pergunta com frieza. Oh! Por favor...

-Damon... – me afasto e tento o olhar, mas ele já se soltou de meu abraço e me deu as costas indo até a casa. Não!

Vejo Stefan se aproximar dele e ser ignorado ao comentar algo. Damon passa pelo irmão como um foguete e Stefan se volta pra mim confuso.

-O que deu nele? – ergue as sobrancelhas.

-Eu. - Stefan arregala os olhos.

-Deixa eu ir falar com ele.

-Certo, eu vou seguir o resto de pessoal até o rio. Seu pai falou que é pra trazer todos de volta, pois vai escurecer. – ele explica e eu assinto, ele vai na direção dos estábulos e eu sigo pra casa. Encontro mamãe na sala.

-Alguém subiu bem irritado. – fala a eu suspiro.

-Estou indo falar com ele. Acho que fiz uma besteira. – ela sorri solidária e eu subo as escadas.

Chego no andar de cima, sei onde ele está, entro no quatro de meus pais e escuto o som do chuveiro. Os homens ficaram de tomar banho nele e as mulheres no do meu. Eu alcanço a porta rezando para estar aberta e assim a encontro. Abro devagar e vejo as roupas dele largadas no chão.

-Damon...

-Quero tomar banho em paz Elena. Ou será que não posso fazer isso?

-Pare com isso, eu já expliquei.

-Não quero conversar agora.

-Amor, por favor...

-Não! – suspiro vencida e saio do banheiro. Decido esperar no quarto e depois de uns minutos ele sai, vestido com a mesma roupa de antes, eu levanto. Ele finge não me ver.

-Por favor, não me ignore.

– Preciso descer e me trocar. – fala frio e sai.

Eu não o sigo. Preciso arrumar um jeito de falar com ele, ficar sozinhos agora com a casa cheia será difícil, mas teremos a fogueira. Eu decido então aproveitar enquanto não voltam do rio e vou tomar um banho. Me visto e desço, encontrando apenas minha mãe na cozinha.

-Ainda não voltou ninguém? – ela nega.

-Viu o Damon?

-Com seu pai, terminando de preparar as coisas pra fogueira.

-Precisa de ajuda aí?

-Temos que começar a levar esta comida até onde eles estão. Logo o pessoal vai chegar.

-Quem virá?

-O senhor Finn, os empregados e os músicos que seu pai citou. – assinto e começo a ajudá-la. No meio de nossa tarefa vemos todos voltar e uma guerra sobre quem vai tomar banho primeiro. Agradeço por já estar pronta.

Enquanto todos estão se aprontando, Damon continua ajudando meu pai e eu minha mãe, embora estejamos próximos ele não me olha, estou me sentindo mal. Fico mal quando estamos assim. De alguma forma, quebrada.

- O que o aborreceu tanto? – mamãe me pergunta me trazendo de volta ao mundo real.

-Eu confirmei as consultas com o terapeuta sem o falar e ele não gosta dessas coisas. Bem, eu  deveria saber, mas é que quero tanto me livrar dessas coisas que... Agi sem pensar.

-Entendo... Bem, ele é meio orgulhoso, mas o olhar dele é mais triste que irritado, acho que ele não gosta muito de discutir com você.

-É um sentimento compartilhado.

-O Kol está na casa do pai. Já pensou se ele resolve aparecer?

-Não o vejo a um tempo. Da última vez que ele cruzou com o Damon o clima ficou meio tenso.

-Imagino. Você parece encrencada.

-Mais que encrencada.

Sorrimos em cumplicidade e logo estamos todos reunidos, os convidados do papai quase todos já conosco, faltando alguns empregados e Kol e seu pai, talvez. Estou conversando com Meredith e Bonnie, Sofia curtindo seu namorado e o restante confraternizando com o meu pai e mamãe dando um jeito em tudo. Já rola música ao nosso redor e eu estou observando Damon ao longe. Jeremy chega até nós, Meredith decide ir até Alaric e eu me vejo sozinha e então sinto alguém sussurrar perto de mim.

-Quanto tempo. – diz Kol me fazendo saltar e eu o olho sorrindo meio tensa. Imaginando que Damon pode surgir a qualquer momento por que Kol está praticamente colado em mim.

-Oi! – digo tensa.

-Fazia tempos que seu pai não dava uma dessas.

-Verdade.

-Quem é todo este pessoal aqui? – ele senta ao meu lado e eu olho pra Bonnie que está com Jeremy um pouco próxima de nós.

-Meus amigos e do Damon, alguns parentes também.

-Ele trouxe a família desta vez? – afirmo, ele está surpreso. – Gostou mesmo daqui, hein?

-Sim.

-Você não me ligou mais depois da festa. Você estava meio mal naquela noite, porque não me ligou?

-Estava... meio envergonhada. A bebedeira e tudo mais. – ele sorri. Ergo o olhar incomodada e encontro o de Damon, nos olhando com expressão séria.

-Você está com ele? – Kol pergunta de repente e me faz o encarar.

-S-sim. – não sei por que gaguejo.

-Eu vejo. – diz em tom frustrante. Tenho que mudar de assunto.

-Você não conhece a Bonnie, minha amiga, e o namorado dela o Jeremy. – Falo olhando pra Bonnie com um grande “me ajude” no olhar e ela entende. Se aproxima de nós trazendo Jeremy e cumprimentam o Kol, estamos os quatro conversando até que minha mãe chega até nós.

-Vocês estão bem afastados do resto da turma, venham, vamos começar com as cantigas que seu pai gosta. – ela sorri e nós a seguimos.

Nos juntamos a uma imensa roda que se formou ao redor da fogueira, sento ao lado da minha mãe, ela está bem perto do papai, Damon do outro lado, com Stefan, seguido por Ric e Meredith, Kol está perto de mim e Bonnie, Sofia do outro lado em meio aos empregados do papai com Heitor. Quero ir até o Damon, mas me contenho. O som da música entra em meus ouvidos, é familiar, gostoso, eu olho pra Damon, ele parece não estar aqui, pensativo.

-Lembro quando seu pai fazia estas fogueiras e nós aproveitávamos esse momento que estavam todos distraídos saíamos de fininho e íamos nos pegar embaixo das laranjeiras. – Kol fala perto do meu ouvido.

-Nós éramos dois malucos.

-Verdade. Mas era uma boa fase. – não respondo, sorrindo desconfortável. Quero estar com Damon.

A noite segue animada, para os outros pelo menos, os casais abraçados curtindo, comendo e bebendo, até dançando. Meu pai dançou com minha mãe, o que eu não via a tempos e eu realmente estou radiante por ele. Parece muito jovial e feliz.

Os músicos dão uma pausa na cantoria, são quase onze da noite, eu me afasto tentando me refrescar e vejo Damon ao longe, falando com Ric.

...

-O que foi que eu perdi? – pulo com a voz de Ric.

-Sobre o que?

-Você e a Elena não se desgrudavam durante toda a manhã e no final da tarde, do nada ficaram distantes. E agora você está aí se mordendo por causa do amigo dela.

-Não fala besteira. – rosno olhando pro outro lado, por que o idiota do Kol voltou a se aproximar dela. Por que ela não dá um fora nele?

-O que aconteceu?

-Nada Alaric.

-Qual é?

-Elena está me chateando por conta das novas terapias, ela marcou sessões sem me consultar.

-Vocês não tinham conversado em Roma e decidido que ela cuidaria disso?

-Sim, mas ela prometeu procurar um novo terapeuta e íamos conversar sobre.

-Qual o problema?

-Ela encontrou um tal de Calldowell, marcou uma entrevista, saiu de lá o chamando pelo primeiro nome e com tudo resolvido, só me falando que eu deveria ir na terça e quinta.

-Você está mais preocupado pelo lance do nome ou...? – eu o olho e ele assenti.

-Entendi. Realmente foi um pouco demais pra alguém como você.

-Ela sabe que detesto isso, no entanto, ela sente prazer em tentar se impor pra mime eu não me sinto a vontade com isto.

-Eu sei. Mas Damon, você não está olhando por outro lado.

-Tem um?

-Claro! Ela quer te ajudar, quer te entender, que vocês deem certo e tal. Se as outras tivessem tido esta mesma vontade e preocupação talvez...

-Eu sei o que você quer dizer, mesmo assim não justifica. É a minha vida caramba.

-E vocês vão ficar assim? Todo mundo está notando. Vocês são tão grudados.

-Neste momento ela está grudada com outra pessoa. – falo enquanto vejo o idiota ainda a cercando, eles sorriem juntos, embora Elena esteja um pouco retida e as vezes me olha. O que está tentando fazer? Me provocar?

-Você precisa escutar aquele cara. – diz Stefan se aproximando de nós e se referindo ao Kol.

-O que? – pergunto irritado.

-Cara ele não para de encher a Elena com papinho de lembra da gente nisso e naquilo. – Alaric me olha, estou fervendo por dentro, engulo minha bebida de uma só vez.

-Idiota. – rosno.

-Ele namorou com ela? – Ric afirma por mim.- E por que você está aí parado, deixando eles sozinhos toda a noite? – me pergunta Stefan, quase em um grito.

-Elena sabe o que faz. Estou concentrado na Sofia. – Alaric rola os olhos.

-Estou percebendo. Onde ela está mesmo?

Então eu paraliso com sua fala e não encontro minha filha. Ric sorri de mim.

-As vezes acho que ela é minha filha, soube aproveitar bem sua distração. – eles sorriem juntos.

-Vou procurar.

-Deixa ela Damon. Heitor não fará nada demais. Ele tem mais medo de você que diabo da cruz. – Alaric gargalha da fala de meu irmão.

-Não quer dizer nada. – rolo meus olhos.

-Eu acho que você deve focar em outra pessoa. – Stefan fala acenando e quando olho pra direção, lá está o Kol, insistindo pra levar a Elena pra dançar, ela reluta.

-Ora Damon, vá acabar com a tortura da Elena. Livre ela daquele mala. – Ric pede.

-Ela sabe se virar. Além do mais ela deve está gostando, fica me olhando toda hora, como quem diz, olhe pra mim.

-Pedindo socorro, você é o namorado dela não? – é Stefan.

-Me deixem em paz. – saio de perto deles. Quero encontrar minha filha.

...

Certo, Kol está conseguindo me irritar, e estou ficando bêbada com tanto ponche, eu acho. Não vejo mais Bonnie, Sofia sumiu, Stefan com meu pai e Alaric, do seu lado Meredith, nada do Damon e estou começando a passar mal.

-Vou voltar pra casa. – falo assim que encontro a mamãe, num breve momento livre do Kol.

-Você está bem?

-Exagerei no ponche.

-Elena, sabe que é fraca com bebida.

-Se o papai perguntar, diga que estou com Damon, ele sumiu também. – ela assenti.

-Vai acertar o caminho? – afirmo com um soluço.

-Mantenha o Kol longe, ele está me enchendo sobre o passado. – ela quase gargalha.

-Claro. – me afasto devagar, tentando passar despercebida e me saio bem. Quando estou chegando na sacada da casa vejo Sofia e Heitor abraçados e sentados na rede olhando o céu, muito estrelado.

-Oi! – digo risonha.

-Olá! – Sofia faz uma cara divertida. – Está bêbada? – nossa! Tão na cara assim?

-Médio. – respondo e eles sorriem. – Viu seu pai?

-Ele não deve estar longe. Nos caçou pela fazenda e nos fez vir até aqui e disse que estaria perto, caso eu precisasse de ajuda. – ela revira os olhos e Heitor prende o riso.

-Entendi.

-Ele estava na sala. – ela fala.

-Bem, desfrutem da folga. – sorrio e elas acenam um tchau enquanto entro na casa procurando meu namorado emburrado. – Damon!? – chamo e acho que foi um grito alto.

-O que? – grito com o susto. Porra! Ele estava bem atrás de mim, sentado na poltrona do papai, perto da lareira, como não o vi? A sala está escura, apenas com a luz do fogo da lareira e ele bem perto, esfregando uma mão na outra.

-Que susto! – engasgo.

-Você está bêbada.

-Não deve ser tão explícito assim.

-Acredite, é. – sua voz é reprovadora e fria. Que se dane.

-Bem, eu vou assumir meu lugar na cama, antes que não me sobre espaço. Já que você me ignorou a noite inteira, eu acho que só o que tenho a fazer agora é dormir. – dou meia volta.

-Espera! – ele quase grita e levanta, vindo até mim. Eu não tinha notado ainda, não tive chance de perceber como estava cheiroso, seu cheiro me deixa mais embriagada que a bebida.

-O que é? – digo já começando a ofegar.

- O que estava fazendo com seu ex?

-Ele estava me enchendo com um papo desconfortável durante toda noite, enquanto eu tentava me aproximar de você pra me desculpar sobre o terapeuta e enquanto você me evitava. – falo rápido demais, puxando a respiração no final.

-Qual era o papo desconfortável? – ele pergunta, voz grave, olhos no meu, se inclinando e está soprando bem perto de meu rosto. Deus! Quero beijá-lo.

-Falando do... nosso namoro. – arrasto a voz no final e engulo, por que não posso parar de olhar sua boca.

-O que? – pergunta se aproximando mais, voz provocante. Não quero jogar este jogo.

-Eu preciso de um banho e dormir. Não estou passando bem. Eu quis conversar com você durante toda a noite, mas não tive chance, agora não tenho condições de organizar nenhum pensamento sequer, eu... – ele me para segurando meus braços com força, não doi, mas me assusta.

-O que ele estava falando?

-Sobre quando nos pegávamos escondidos pela fazenda nas noites que meu pai fazia fogueira. – disparo me soltando. Ele franze o cenho. – Agora me deixe subir.

Antes de qualquer reação dele eu fujo para as escadas, me arrastando, tonta e com a cabeça prestes a explodir, bem no meio da escada meu estômago revira. Oh não!

-Não... – choramingo. Encosto no corrimão e escorrego até os degraus.

-Que foi? – é Damon, sua voz suave, preocupado? Suas mãos tocam meu ombro.

-Acho que vou vomitar. Argh!

-Bebeu tanto assim? – pergunta reprovando e me ergue devagar.

-Não, Damon...

-Shh, vou levar você pro quarto. – ele fala e me pega no colo. Está tudo girando, que calor infernal e meu estômago... Oh não... Não.

-Damon... – reclamo sentindo a bile em minha garganta, ele se apressa e entra em meu quarto, eu acho.

-Aqui. – ele me põe no chão com os braços ao meu redor e eu vejo o meu alvo. Vomitando tudo no vaso a minha frente. – Isso, põe pra fora. – sugere me segurando ternamente, me sinto fraca, cansada. Droga, de novo... E mais uma vez.

-Odeio isso. – reclamo.

-Não deve beber se é tão fraca. Além do mais você fica agressiva. – não sei dizer bem, mas tenho certeza que seu tom não foi acusatório, ele parece divertido.

Acabando minha crise de bebedeira eu relaxo em seus braços e ele vai pro chão, me levando junto, ergue meu queixo, mal consigo vê-lo.

-Melhor? – eu nego, minha cabeça. Damon me pega novamente e devagar começa a me despir.

-Não. – eu brigo com ele, me ignorou a noite toda e agora isso?

-Quieta, vou te por embaixo de uma boa ducha gelada. – fala mandão.

-Eu não quero. – me debato e ele me ignora me deixando apenas de roupa íntima, abusando de sua força e minha bebedeira.

-Vem! – fala e me puxa até a banheira.

-Eu falei que não, para. – e então eu sinto a água fria contra meu corpo tão quente. – Ah! – grito. –Está muito fria.

-Eu sei. – ele diz frio e entra na banheira com roupa e tudo. Me prendendo contra ele, para evitar que eu caia, eu acho. – Senti tanta raiva de você hoje.

-Sentiu? Ou está com raiva?

-Devia ter me consultado. – evita me responder, sua voz é um sussurro.

-Eu me desculpei.

-Eu sei. – suspira - Eu só não gosto que tentem mandar em mim e você faz isso o tempo todo. É muito dominadora Elena, mas eu também sou e isso é um problema.

Apenas o encaro, confusa. A água que escorre entre nós me cegando enquanto ele encosta a testa na minha.

-Me beija logo. – eu falo e ele sorri.

-É disso que eu estou falando. Quando ficou tão mandona?

-É o que se faz com pessoas complicadas. Tenta-se ser práticos. Você é complicado. Está louco pra me beijar, me perdoar, mas não o faz. – ele fecha os olhos, os apertando forte.

-Estava prestes a avançar no pescoço dele.

-E eu a vomitar nele. – Damon sorri e me aperta mais contra si.

-Elena... – está diante de mim, tenso, testa na minha. Droga, me beija!

-Tira esta roupa. – falo e subo sua camisa, ele me ajuda. – Calça. – falo e ele sorri e se livra da calça e também dos seus sapatos. – Bom, agora me beija, antes que vomite outra vez e... – não termino a frese e sinto meu corpo pressionado contra a parede, suas mãos apertando minha nuca, as minhas segurando seus braços.

É um beijo quente, cheio de desejo. Meu coração quer saltar de meu peito. Como posso o amar tanto?

-Eu amo você. – ele diz ofegante, respirando contra a água.

-Te amo mais. Muito mais Damon, me faz mal quando brigamos, eu me sinto... Perdida.

-Me sinto incompleto. Não vamos brigar mais. Me promete. – ele pede me encarando sério.

-Não posso, você é muito chato.- sorrio, mas ele não retribui.

-Promete! – me aperta contra a parede, as mãos em meu braço com força.

-Damon... – é um aviso.

-Apenas me prometa. Não vamos brigar, não vai me trair.

-Eu jamais faria... Ah... – eu paro, por que ele aperta ainda mais forte.

-Promete! – vejo lampejos de fúria nele. Não!

-Para Damon. Me solta!

-Não me dê ordens. Quero que prometa e não dê ordens. – céus! Isso doi.

Meus olhos estão cheios de lágrimas agora, ele desliga o jato de água e insiste em seu pedido.

-Eu já falei que jamais faria isso. – soluço e ele para perdido, sacode cabeça e se afasta. Eu abraço a mim mesma em defesa, meus braços doendo. Estou tremendo, um tanto mais sóbria.

Eu desço, sentando na banheira enquanto começo a chorar descontroladamente.

-Eu não...

-Sai daqui Damon. Me deixa terminar este banho. – ele não discute e sai. Demoro a me levantar, mas depois que faço, tomo uma ducha rápida e já me sinto mais sóbria. Voltando pro quarto, para me vestir o vejo na cama envolto por uma toalha, me olhando em silêncio.

-Eu não queria te machucar. – sussurra.

-Você nunca quer. Diga que vai as sessões com Maximus.

-Doutor Calldowell.

-Por favor...

-Eu vou. – ele levanta vindo pra cima de mim. – Me perdoe.

-Eu tenho que me vestir, então eu vou descer e pegar sua roupa. – ele não fala nada, não se aproxima e respeita meu espaço.

Termino de me vestir e Damon apenas me observa da cama. Ainda ouvimos o som das pessoas na fogueira. Desço sem falar mais nada. Sofia parece ter voltado pra festa, sigo direto pro quarto dos fundos e vasculho a mala de Damon. Pego o necessário, jeans, roupa íntima e camiseta. Volto pro quarto e ele está no mesmo lugar.

-Eu vou esperar você lá embaixo. – ele assenti e eu desço, minutos depois ele senta comigo no sofá, estamos em silêncio. Longe um do outro, eu me abraço, pois estou sentindo um frio incomum, mesmo tão perto da lareira.

-Está com frio? – ele pergunta em tom que mais parece uma súplica. Aceno positiva e ele se aproxima e devagar, como se estivesse com medo de me quebrar, me envolve em seus braços, eu afundo contra seu peito contendo as lágrimas. Eu te amo muito. Mesmo com você sento violento. Eu tento dizer e soluço ainda mais. – Me desculpa. Ah, Elena...

-Só me abraça. Você ficou muito tempo longe de mim hoje.

-Claro. – ele me aperta e ficamos abraçados. Eu fico recebendo seu carinho. Ele é uma perfeita contradição ambulante. Em seus braços, me sinto protegida, relaxada, o mal estar se foi e meus olhos pesam.

...

-Querido. – é uma voz doce e distante, abro meus olhos, Miranda.

-Desculpe! – me movo devagar, Elena dorme serenamente em meus braços, estamos apertados no estreito sofá.

-Acho o Jeremy precisa do sofá. – ela fala com doçura. Nossa! Que horas são?

-Sofia?

-Ela já está dormindo, assim como Heitor. – sorri. – Na verdade todo mundo menos a Bonnie e o Jeremy.

-É tão tarde?

-É muito cedo. Quase cinco da manhã.

-Uau!

-Melhor levar ela pra cama.

-Claro. – levanto devagar e vejo Elena relutar, se apertando contra mim, a pego rapidamente nos braços e ela afoga a face em meu pescoço.

-Não vai não amor... – diz manhosa dormindo, Miranda sorri.

-Mandona até dormindo. – reclamo brincalhão. Levo Elena até seu quarto. Sofia e Meredith estão atulhadas em um colchão no chão. Deito Elena na cama e a cubro. Saindo do quarto olho por mais uns instantes a bagunça de tantas mulheres em um só lugar.

-Hoje será um longo dia. Vá descansar. – Miranda pede e sei que é por que como dona da casa, quer deixar a todos bem instalados antes de deitar, e como sei que está cansada não demoro mais. Ela tem razão. Será um longo dia.

...

Acordei no emaranhado de cabelos. Mulheres amontoadas, dormindo juntas...

Todas muito preguiçosas, não sei como vim parar aqui. Mas de certa forma estou um pouco feliz, por que sei que dormi com Damon. Depois de um dia inteiro de tensão, e hoje, finalmente é o aniversário de meu pai. A festa começará com um grande almoço, depois música e um belo churrasco para todos.  Meredith não está no quarto, acho que é dela acordar cedo. Levanto com calma e me preparo pra descer. Na sala encontro minha mãe e Meredith, Alaric está ao telefone.

-Bom dia! – cumprimento e todos me olham. Respondem e eu vou até minha mãe e sento ao seu lado. – Onde estão o resto do pessoal?

-Seu pai está lá fora dando trabalho a Damon o irmão e o garoto, Jeremy foi até a cidade com uns empregados comprar umas coisas de última hora E nós estamos aqui esperando todos estarem juntos para o nosso café da manhã. – minha mãe explica.

-Bem, então vou chamar o Damon. – levanto e saio da casa e então vejo Damon ao longe, montado num cavalo, eu adoro a cena, Stefan está em outro e meu pai e Heitor estão arrumando algumas mesas. Me aproximo e ouço outra voz.

-Elena! – é Kol, acenando de longe e vindo pra cima de mim montado em seu puro sangue.

-Olha Kol. – aceno de volta e imediatamente me volto pra Damon que me olha montado em seu cavalo, ou melhor, no meu.

-Caiu da cama? – ele me pergunta em tom de desdém.

-Acho que sim, quarto lotado. – sorrio tentando aliviar a tensão.

-Hey! – Kol se aproxima. – Terminei daquele lado senhor Gilbert. – ele diz ao meu pai.

-Ficou bom. – meu pai sorri, gosta muito do Kol. Quase como um filho.

-Ainda tem medo de cavalo? – Kol me pergunta sorrindo.

-Você sabe que sim.

-Não sei de nada Lena, da última vez que tentei fazer você montar tínhamos quinze anos. – diz presunçoso.

-Boa sorte com isso, - interrompe Damon, - faz poucos meses que eu fiz o mesmo e nada mudou. – sorri forçado pra Kol, que o ignora.

-Vamos tentar mais uma vez. – fala sorrindo e do nada avança contra mim e num lance rápido me joga na sua garupa.

-Não Kol! – grito agarrando ele, mas é bem tarde. O cavalo dispara e eu começo a gritar ainda mais.

...

Elena ficou apavorada, mas que idiota ele é?Vejo o cavalo se afastar e uma Elena muito assustada. Corro atrás dos dois.

-Damon! – é Stefan, mas eu ignoro. Apenas ouço a gargalhada de Gray.

O cavalo dele é um puro sangue, mas ele não sabe lidar com o animal e o meu, aparentemente inferior, consegue emparelhar com ele rapidamente.

-Coloca ela no chão. – grito pra Kol, Elena me olha muito assustada. – Anda! Ela está apavorada seu idiota, e eu juro por Deus que se ela sair desta com um arranhão, você vai tirar umas férias num sala de UTI em breve.

-Kol, por favor, estou com medo. – ela chora, ou grita, não sei, de qualquer forma está agarrada a ele e isso me faz querer matar alguém. Ele diminui.

-Você só precisava pedir Lena. – diz com sarcasmo.

Ele para o cavalo e eu desço do meu em um salto, estendo as os braços para Elena que vem ao meu encontro trêmula.

-Você está bem? – ela apenas confirma. – Não teve graça. – falo pra ele bruscamente e sinto a mão de Elena em meu braço, me colocando pra longe dele e seu cavalo.

-Vamos voltar, mamãe está nos esperando pro café. – ela me afasta e damos as costas praquele babaca.

-Até mais tarde Elena. – ele solta com um risinho cínico e eu não me seguro mais.

-Damon! – ouço o grito de Elena, mas ignoro o arrancando da garupa do cavalo.

-Se você chegar perto dela esta tarde, nem que seja por um mísero segundo, eu acabo com sua raça. – sinto mãos em meu ombro. Estou com o filho da puta no chão, minhas mãos em seu colarinho.

-Damon, por favor, não!

-Você é bem territorial Salvatore, embora eu não tenha notado muito disto antes. Você tem um chefe muito ciumento. – Chefe???

-Kol, por favor, pare. Vem Damon. - ela me puxa, solto o canalha, mas me afasto do toque dela.

-Seu chefe? – pergunto e ela fecha os olhos suspirando e me encara. Patético.

-Espera, Damon. Não!

Pra ele eu sou o chefe dela? Sei, talvez ela não tenha dito nossa atual situação. Mas sinceramente, não me interessa mais.

...

Damon avança de volta pra casa com seu cavalo e eu engulo Kol.

-Por que você fez isso?

-Ele é um idiota.

-E você é o que? – ele fica calado, olhos arregalados e eu volto pra dentro da casa.

Encontro apenas Ric na sala.

-Onde está o Damon? – ele responde apontando, pois ainda está no celular, sigo na direção da cozinha, pra onde foi todo mundo?

Damon está tomando um copo com água, está bem agitado.

-Damon, me escuta.

-Aquele cara é um panaca, mas sinceramente acho que ainda consigo ganhar neste quesito pra ele.

-Damon...

-Não falou pra ele que estamos juntos?

-Claro que falei! Ele só estava te provocando, por que não gosta de você.

-Oh, é um sentimento compartilhado. – sorri irônico, chego mais pra perto dele, noto como treme de raiva.

-Por favor amor, não quero ficar brigando com você mais uma vez. Ontem a noite foi muito ruim pra mim, ficar longe de você, quero estar com meu namorado. – falo indo pra cima dele, ele me encara, ainda furioso.

-Não sei como você conseguiu namorar um cara como esse eu... – não deixo que ele termine e agarro sua nuca para o calar com um beijo, Damon fica tenso pelo susto no início, mas logo relaxa e envolve minha cintura, se inclinado pra me beijar com mais intensidade.

-Eu só não tinha te encontrado ainda... – falo deixando beijos por seu rosto e pescoço e o envolvo em um abraço, ele respira e beija meu ombro.

-Você está mesmo bem? – me pergunta com voz doce.

-Na verdade, tem como ficar melhor. – falo e ele me encara curioso.

-Tem é? – solta um meio riso e continua abraçado a mim fazendo um carinho gostoso com as mãos em minha cintura.

-Me beija! – peço e ele sorri.

-Onde?

-Aqui.  - Aponto para minha garganta e ele faz, um beijo molhado e logo eu saio indicando vários outros lugares para ele me beijar.

-Umrum... – é um som familiar do meu pai nos avisando que está no mesmo local que a gente. – Laçou ela de volta peão? – ele brinca com Damon que sorri.

-Sim. – fico vermelha. É a primeira vez que meu pai me flagra com um namorado, mas Damon não parece intimidado e agarra minha cintura me abraçando por trás, e como muito delicadeza segue beijando meu ombro.

-Quando terminarem, eu preciso de sua ajuda lá fora. – fala pra Damon.

-Sim senhor. – Damon diz sério e meu pai se vai, quando sai da cozinha nos olhamos e caímos na gargalhada.

-Nossa isso nunca tinha acontecido antes. – falo pra Damon ele me gira e me dá um beijo.

-Que bom que foi comigo então. – diz presunçoso ao se afastar.

-Com certeza. – sorrio, ele me dá um selinho e se afasta.

-Vou ver do que ele precisa.

-Tudo bem.

Damon saiu e me deixou perdida em pensamentos... O dia vai ser longo.

...

Logo estávamos todos juntos na festa e meu pai estava todo prosa. Sorria e brincava com todos, havia muita comida e bebida da boa, como ele costumava dizer.

-Te achei. – pulei com a voz de Damon. – O que está fazendo aqui sozinha?

-Observando o papai. – ele olha o senhor diante de nossas vistas.

-É ele está bem contente. – sorri.

-Como a anos eu não o via. Com certeza esse é o melhor aniversário dele em anos. Talvez da vida. – Damon me abraça.

-Acho que fiz uma boa escolha ao me associar a ele.

-Não estou segura quanto a isso. – ele se inquieta pra protestar, mas eu interrompo. – Porém, não vou me meter nestes assuntos. Isso é com você.

-Oh que milagre. – ele brinca e me beija rapidamente.- Acho que seu amigo entendeu a mensagem. – fala olhando pra Kol, que realmente não se aproximou de mim.

-Acho que você dá medo. – ele gargalha.

-Bem, funciona.

-Kol é uma pessoa de ouro, ele só não vai com a sua cara, por que te acha um idiota.

-Está defendendo o cara que te arrastou pra um passeio de cavalo? – ele repreende, mas está se divertindo.

-Você já fez isso.

-Não, não. Você foi de bom grado.

-Não lembro disso não. Lembro de uma chantagem no meio.

-Certo, não vamos chegar a lugar algum. Vamos procurar minha fugitiva.

Saímos em busca de Sofia e Heitor, Damon não queria desgrudar dos dois. Eu estava feliz, as pessoas mais importantes da minha vida estavam comigo e pela primeira vez, desde que estou com Damon, sinto que poderemos desfrutar de mais momentos assim. Normais. Isso me deixa feliz.

A festa segue animada e finalmente chega o momento do bolo e do discurso do papai. Estamos todos ao redor de uma grande mesa e ele está prestes a falar:

-Oi pessoal. – um coro responde – É muito bom estar com todos vocês aqui hoje. Ter minha filha de volta em casa, receber novas amizades e antigas, festejar com os meus. Mais um ano se passou, mas este tem um gosto especial. Estou sentindo pela primeira vez a sensação de dever cumprido. E é muito gratificante chegar em minha idade e descobrir que consegui alcançar tudo que sempre sonhei: Ver minha Elena com um bom homem,ver minhas terras e amigos em uma nova oportunidade de prosperar, estar ao lado da mesma mulher pela qual me apaixonei. Muito obrigado a todos vocês por compartilharem esta alegria comigo. E que venham os anos restantes... Saúde!

-Saúde! – quando ele termina mamãe tem lágrimas nos olhos e eu também.

O restante da festa foi pura curtição com muita música e dança. Mas nós tínhamos que ir embora logo ao cair da noite. E quando tudo chegou ao fim, nos vimos presos numa batalha.

-Achei que você iria ficar até seu aniversário querida.

-Bem mãe eu queria muito, acredite pai, mas Damon e eu voltamos de uma viagem e logo em seguida viemos pra cá. Temos muito a fazer.

-Não faltará oportunidades para voltarmos aqui. Acredite. – diz Damon.

-Com certeza, eu adorei este lugar. – fala Sofia sorrindo pra Heitor.

-Foi um prazer receber todos vocês, dentro do possível, esperamos que em breve tenhamos mais estrutura para grupos assim. – meu pai fala.

Depois de muita conversa e chororô conseguimos começar a nos preparar para a volta. Damon, eu, Alaric, Meredith e Stefan iríamos voltar no carro de Alaric. Sofia ficou feliz ao poder voltar junto com Heitor, Bonnie e Jeremy, mais com Heitor, é claro.

Eu queria voltar a Nova Iorque e começar de vez com o tratamento de Damon. Não via a hora dele conhecer Maximus.

...

As semanas estavam correndo demais. No fim de tudo Damon foi ver Matt comigo. Não teve como impedir. As coisas com o meu pai estavam indo bem, pelo que eu ouvia de Stefan. Tudo estava no seu curso normal, eu não tive mais notícias do idiota do Elijah e isso era magnífico e finalmente Damon estava intensificando o tratamento com Maximus, eles iriam partir para a hipnose, depois de semanas de conversas muito produtivas, segundo o terapeuta, para Damon nada havia mudado, mas Maximus parecia estar seguro quanto a  direção que estava tomando.

Todas as terças e quintas Damon voltava ao consultório do terapeuta. E depois de um tempo ele não quis que o acompanhasse mais, porém eu sempre dava meu jeito e conversei muito com Maximus e acabou que ele deixou que eu assistisse a algumas, eu ficava em uma sala especial, mas Damon nunca sabia que eu estava assistindo toda a sua sessão. Poderia ser anti ético, mas o terapeuta me falou que ele tinha planos e por isso permitia. E aqui estava eu, em mais uma de suas sessões.

-Damon você está me ouvindo? – Damon estava deitado num divã, hipnotizado.

-Sim. – sua voz era sempre muito grogue e sombria demais quando ele estava assim.

-Certo. Quero que me diga onde você está.

-Estou na minha sala, na empresa.

-O que está fazendo?

-Revendo alguns contratos.

-Está sozinho?

-Stefan, ele sempre está comigo nessas horas.

-Sim. Você gosta?

-Não.

-Por que não?

-Ele parece não confiar em mim.

-Por que acha isso?

-Ele nunca confiou muito.

-Entendo... Damon, quero que preste muita atenção. Quero que tente voltar um pouco mais e me explicar por que Stefan não confia muito em você. De onde veio isso? – e lá vamos nós. Ele sempre começa assim, no final Damon sempre termina gritando. – Onde está agora?

-No meu quarto.

-Está na sua casa?

-Não na antiga casa dos meus pais.

-Na mansão Salvatore.

-Sim.

-O que está fazendo Damon?

-Seu jogando vídeo game.

-Está sozinho?

-Sim.

-Onde está Stefan?

-Deve estar no quarto dele. Eu não quero ele aqui.

-Por que não?

-Ele me aborrece. É pequeno, fala demais. Ele tem uma cabeça enorme.

-Entendo. Certo, volte um pouco mais, consegue voltar aos cinco anos? Onde está?

-Com minha mãe.

-O que está fazendo?

-Estou olhando ela e Stefan. Ela está chorando, ela sempre chora.

-Por que?

-O papai não está, ele nunca está, ele demora sempre a chegar e eu nunca consigo mostrar o desenho que faço pra ele.

-Onde ele está Damon?

-Não sei.

-Sua mãe sabe?

-Não sei.

-Por que ela está chorando?

-Eu não sei. – Damon solta um gemido agoniado, quase um soluço e é o sinal de Maximus.

-Certo, fique calmo. Volte um pouco mais... – meu coração aperta. Voltar mais? Ele nunca voltou tanto. – Quero que me ouça, volte mais. Antes da sua mãe, do Stefan, do seu pai. Onde você está Damon? – Damon enruga a testa e engole, respiração forte e ofegante, semblante agoniado. – Onde você está Damon?

-Na cama. Estou na cama.

-Tem alguém com você?

-Não. – responde rápido, assustado.

-Você está doente?

-Não.

-Vai dormir.

-Eu não quero, não.

-O que você não quer?

-Ele vem toda noite e eu não quero.

-Quem vem toda noite Damon?

-Para, não. – Damon arqueja no divã, entrando num choro desesperado.

-Damon?

-Não deixa ele entrar. Eu não... Está escuro...

-Damon, me ouve!

-Não! Tira ele daqui. Saia daqui!

-Damon, eu vou contar, vou contar até três você vai se acalmar e quando eu disser três vai abrir os olhos, você me houve? – nada se tem em resposta apenas uma respiração amedrontada. – Me houve?

-Tira ele, tira ele...

-Damon, eu vou contar... Respire. Um. – Damon se contorce. – Vamos lá Damon. Dois. – ele fica paralisado e aos poucos respira devagar. – Muito bem, no três ok? – quase quieto, Damon segue fazendo o que Maximus pede. – Três! – Maximus fala e estala os dedos. Damon abre os olhos e solta uma respiração profunda.

-Minha nossa! – exclama sentando-se e leva as mãos a cabeça.

-Como se sente?

-Estou assustado com alguma coisa, parece que estava correndo de um touro bravo, meu coração.

-Eu fiz algo diferente hoje.

-Você fez?

-Eu voltei um pouco mais, antes de você ser adotado.

-Não lembro muita coisa dessa época. O que eu disse?

-Nada muito coerente. Você não lembra bem certo? –Damon afirma em silêncio. - Quero repetir isto. Tudo bem?

-Sim. – diz simplesmente.

Eu fico estupefata tentando processar o que vi e ouvi. Quem ele estava pedindo pra sair? De quem ele tem medo? Uma das primeiras conclusões de Maximus é que Damon não gosta de se sentir intimidado, ou coagido, então seu comportamento gira em torno dessa reserva, mas ele está buscando descobrir de onde esta reserva surgiu. Ele acredita que se chegarmos nisso, vamos encontrar também o gatilho da posse e agressividade dele.

Eu me preparo pra fazer uma cena. Finjo que vou buscar Damon nos finais das sessões, ele sempre quer que eu durma com ele nas noites depois das sessões. Eu sou sua carona. Graças ao belo carro que me deu de presente e o fim de semana pelo meu aniversário. Fomos a praia e foi tudo maravilhoso. Damon queria que fosse assim, queria desfrutar comigo e nós desfrutamos como nunca, nos amamos como nunca, estivemos juntos como nunca. Respiro fundo e saio com meu carro do estacionamento dos fundos da clínica, dou avolta no quarteirão e encontro Damon, esperando por mim, ele avança contra o carro e entra.

-Oi. – Ele nada responde e apenas me abraça, afunda a face em meus cabelos e inala. - Vamos pra casa? – ele funga e assenti. Oh Damon, o que você viu?

Não falamos nada no caminho de volta, eu não o forcei a nada. Como todas as noites na terapia ele estava agitado e demorou a dormir, mas na manhã seguinte sempre conseguia se reestabelecer na empresa, de alguma forma aquele lugar, era uma distração, uma segunda terapia.

...

-Consegui finalmente os horários dele e algo melhor.

-O que quer dizer?

-Vocês sabiam que Damon está fazendo terapia?

-Ele sempre precisou.

-Não seja tão estúpido Elijah, deixa a loirinha falar.

-Que seja.

-Como eu dizia, ele está fazendo terapia, todas as quintas e terças, eu peguei na agenda da assistente o número e endereço de um tal Dr. Calldowell. Psiquiatra.

-Novidades, por favor, queridinha. No que isto nos ajuda?

-Bem, Elena fica nas sessões de Damon, mas ele não sabe. Acha que ela está nua droga de curso de libras. Ela mesma me pediu pra confirmar e depois cancelar a matrícula. Eu estranhei o pedido na época e resolvi investigar. Ela fica com ele na clínica e depois leva ele pra casa. As sessões duram umas duas horas ou mais.

-Interessante... Então nossa garota diz que está em um lugar, mas está em outro? Perfeito. Tem certeza disso?

-Absoluta!

-Genial.

-O que é genial?

-Não seja lerdo Elijah, nossa loirinha abriu a porta que estávamos precisando. Chame a irmã dele. Sei exatamente como podemos usar isto.

Rose sempre conseguia ser sinistramente maldosa, até para seus comparsas. Mas o que ela tinha em mente era de uma maldade impar.

...

Mais uma terça e aqui estamos nós. Eu sempre contava pra minha mãe e para Bonnie o que eu via, me ajudava a pensar, tentar ver algo a mais.

-Damon, fique calmo. Quero que fique calmo, preciso que me diga o que você está vendo.

-Não.

-Se concentre. Quem está com você no quarto escuro?

-Não.

- Damon, vamos lá.

-Ele não gosta de mim, ele não gosta.

-Quem Damon?

-O meu pai, o meu pai.

-Seu pai? O Senhor Salvatore?

-Não, o outro, o alto. Ele não... Para!

-Concentre Damon, o que ele está fazendo?

-Para, para!

-Damon!

-Não!

-Droga. Ok, respire... Vamos respire. Respire. Um, dois... Respire! Três.

- O que diabos você está fazendo comigo? – Damon se agita.

-Estamos perto Damon, eu preciso pressionar você.

-Me pressionar? Você é maluco. Que merda você faz?

-Nada. Apenas pergunto e você responde. Quase sempre.

-Meus Deus. – ele ofega. É o fim da sessão.

...

-Eu odeio ele.

-Você tem que ser paciente amor, eu realmente acho que ele está perto.

-Peto do que Elena? Toda vez que eu acordo dessas sessões eu estou amedrontado, eu não lembro por que, é um sentimento de dor. Medo... Eu odeio ter medo, odeio que me façam medo. Odeio ele.

-Damon, por favor, você está perto, ele disse. Não desista agora, por favor, amor. Temos que saber o por que de tudo isso.

-Me abraça. – estendo as mãos para ela e ela me acolhe em seus braços, é tão quente, tão familiar, é seguro.

Eu quero ser tudo o que ela merece, por ela eu faço tudo isso, por que não posso machucar ela, em nenhum sentido. Nunca! Eu sofreria mais que ela.

...

-Fez o que eu disse?

-Sim.

-E você bandida? Sabe o que fazer?

-Sei.

-Ótimo! Na quinta teremos tudo feito.

-Ainda acho matar ele muito radical.

-Por isso você não opina aqui.

-Você nunca gostou dele mesmo, não é?

-E por acaso você gostou? Sempre teve inveja dele.

-Ele era meu amigo.

-Disse bem. Vamos parar Com o blá , blá, blá! Você falou com o enfermeiro?

-Ele sabe o que fazer.

-Ótimo. Tudo está dentro do planejado.

...

-Damon, tem uma moça na recepção querendo falar com você.

-Quem é Katherine?

-Mandou dizer que é a Eny.

-Ah, ela pode subir.

-Certo.

Eny, nunca vem a Salvatore, ultimamente estávamos nos falando só por celular. Não fazia ideia do que ela queria, talvez estivesse precisando de algo.

-Oi. – ela diz tímida entrando na minha sala. Nosso relacionamento sempre foi meio estranho. Mesmo ela sendo minha irmã de sangue, nunca tivemos uma ligação forte. Parecemos sempre mais amigos que irmãos.

-Oi. Senta! Aconteceu alguma coisa? – ela senta.

-Ah, eu precisava te mostrar uma coisa, mas... Olha eu não quero que você me entenda mal, eu nunca me meti na sua vida antes, mas não significa que nunca me preocupei. Você é meu irmão, cuida de mim, eu gosto de você.  E antes também eu não via por que me meter, mas agora...

-Do que está falando?

-Onde está Elena?

-Ela teve uma reunião em Los Angeles está manhã, ainda não voltou. Está com Stefan. Por que?

-Damon, este é o carro da Elena? – ela me entrega umas fotografias, na fachada de um hotel de Nova Iorque está estacionado o carro que dei de presente a Elena, a placa é a mesma.

-O que é isso?

-Eu estava de saída deste hotel, eu fiquei lá nos últimos dias quando voltei de Vegas e eu reconheci o carro. Sofia havia me contado sobre ele. Enfim.

-Por que está me mostrando isso?

-Era uma terça feira, por volta das cinco da tarde. Eu liguei pra Salvatore e sua assistente me disse que ela estava estudando, mas isso não parece uma escola pra mim.

-O que você... O que está dizendo?

-Eu falei com alguns empregados do hotel, perguntei ao recepcionista, ao porteiro do prédio. Mostrei a foto dela. Enfim irmão, todos confirmaram. Elena vai a este mesmo hotel a mais de dois meses, todas as terças e quintas, das cinco `as sete as vezes seis.

-Como?

-Olha, você sabe que eu não falaria com você sobre isso se realmente achasse que você deveria saber, mas ela está dizendo estar em outro lugar e bem... Eu achei que deveria saber.

Elena, mentindo pra mim? Por que? Me despeço de minha irmã. É muito pra processar. Sei que Elena só estará de volta no fim da noite e ficará direto em casa. Fico em meu escritório pensando. O mesmo hotel, toda terça e quinta... O que ela faz lá? Por que está mentindo? Acho que passei muito tempo pensando sobre isto, eu tenho que verificar.

Na manhã seguinte eu acordo determinado, desço pro meu café.

-Você está tão quieto pai. Algum problema?

-Não Sofia.

-A Andie vai te ver hoje a tarde. Ela precisa programar uma viagem e quer te passar os horários das reuniões do meu colégio. Pai!

-Estou ouvindo...

-Nossa! Bem, ela vai aparecer na hora do almoço. Estou indo. Tenha um bom dia viu. – vem até mim e me beija. Acaricia o meu rosto e me olha de uma forma estranha. – Eu amo você. – sorri, e é estranho, me sinto estranho. Apenas forço um riso e ela se vai, sorrindo.

Anseio chegar na Salvatore. Quero ver Elena.

-Bom dia Katherine!

-Bom dia.

-A Elena já...

-Está lhe esperando na sala. – assinto pegando alguns papeis que ela me passa e entro. Elena está encarando a cidade da janela de minha sala, ao me ver, vem até mim sorrindo. Me dá um selinho, eu quase não correspondo.

-Tudo bem? – me pergunta confusa.

-Está sim.

-Eu te liguei ontem quando cheguei, queria te contar como foi tudo em Los Angeles, mas você não estava atendendo.

-Eu dormi cedo. Hoje vai ser um grande dia.

-É. Você vai a sessão hoje?

-Claro. Você vai ao curso?

-Você não me deixou opção. Preferia estar com você, mas...- ela insiste sobre o curso. Droga Elena! Por que está mentindo pra mim?

-Bem, já conversamos. Me conte sobre ontem!

Ela fica me olhando estranho, mas começa a falar. Em um momento quando estou a sós, resolvo ligar pra Andie.

-Damon?!

-Sofia me disse que você precisa falar comigo?

-Bem, eu ia te pegar pra almoçar, prefiro pessoalmente.

-Eu também, no almoço eu não poço, mas será que você poderia passar no meu médico e me pegar? A Elena sempre me leva e me deixa lá, mas hoje ela terá um compromisso então...

-Pode ser. A que horas?

-Às dezessete e quarenta. Pode ser?

-Claro! Eu passo lá e te pego.

-Obrigado. – desligo. Agora só falta Maximus. – Dr. Calldwell?

-Sim.

-Damon.

-Olá Damon, algum problema?

-Eu não poderei comparecer a sessão hoje. Surgiu um compromisso inadiável, é importante. Podemos deixar pra outra semana, certo?

-Claro. Nos vemos na terça.

-Obrigado dr. – agora sim.

Na hora de nossa saída, Elena veio até mim.

-Pronto?! – perguntou com seu sorriso divertido, que eu amo.

-Claro. Vamos!

-Você está quieto demais hoje. Está com medo da sessão?

-Não, só... Estou cansado. – forço um sorriso.

-Tudo bem.

Logo chegamos a clínica e como todas as vezes, eu desço do carro e fico encarando o veículo até ele sair de minhas vistas. Fico sentado na entrada da clínica esperando Andie. Eu não queria chamar Alaric, ele certamente me criticaria só por dar ouvidos a Eny. Mas eu precisava saber. Andie se atrasa um pouco, mas eu não fico ansioso sobre isso, provavelmente ela estaria voltando pra cá só às seis e meia, no máximo. Avisto o carro de Andie.

-Olá!

-Oi. – entro. – Eu preciso passar em um lugar antes. Não é longe daqui não. Poucas quadras. Você me leva?

-Claro. Está tudo bem?

-Sim , está!

Ela me deixa no hotel.

-Eu não demoro.

-Ok.

Entro e vou até a recepção. Tenho que ser bem convincente.

-Tem uma amiga minha hospedada aqui. Senhorita Gilbert. Geralmente ela vem nas terças e quintas, você pode me dizer em que quarto está, é urgente!

-Quem eu devo anunciar?

-Não pode só me dizer o quarto?

-Não senhor, me desculpe. O senhor Mikaelson sempre me pede cautela com sua noiva.

-Senhor Mikaelson? Noiva? – o que?

- A senhorita Gilbert, noiva do senhor Mikaelson. Não é ela?

-Claro... Er... É ela sim, eu apenas estranhei, eles namoravam até pouco tempo. Ele está aí?

-Sim senhor. Todas as terças e quintas. Como ela.

-Claro. Olha, eu sou um amigo que eles não veem a um tempo e bem, eu queria fazer uma surpresa. Eu vou subir e tocar a campainha e tenho certeza que você vai manter seu emprego,por que ele vai gostar de me ver. – ele considera por um tempo, perece estar pronto pra ceder, mas recusa outra vez. Ok! Vamos falar a língua mundial. Mostro pra ele duas notas de cem dólares. – Por favor... – ele agarra as notas rapidamente.

-Quarto mil e duzentos senhor, décimo oitavo andar.

-Obrigado!

Acho que meu corpo inteiro está vibrando em busca do elevador. Elena e Elijah? Não! Ela não... Contenho a fúria que está dentro de mim. Não pode ser. O elevador para e eu encaro o corredor e inspiro fortemente. Saio devagar e encaro as portas até parar diante da 1200. Respire Damon!

-Serviço de quarto! – eu falo, uma voz que não reconheço, por que estou irreconhecível.

Demora um pouco, mas ouço comoção e a porta abre.

-Não pedimos... – é Elijah. Eu custo a crer, está sem camisa, cabelos bagunçados.

-O que você quer aqui? – me pergunta insolente, eu o ignoro e me jogo pra dentro do quarto.

-Onde está Elena? – pergunto e estou quase gritando.

-Você que é o namorado não sabe... – diz irônico. – Talvez eu possa ajudar. – fala esnobe a aponta uma direção, é o quarto.- Vai devagar, você ainda sofre do coração? – é sua voz em minhas costas, eu entro no quarto, não há luz, eu acendo a primeira que posso e então meu mundo cai. Elena está desnuda, envolta de forma desordenada nos lençois daquela cama e dormindo tranquila, como se nada nem ninguém pudesse nunca a tirar de seu sono profundo. – Olha, não faz barulho não, eu dei uma canseira nela, deixa ela dormir.

Me volto e encaro o homem as minhas costas com fúria.

-Eu mato você!

-Sério? É, eu deveria estar com medo. Você é doente. E deveria saber que nenhuma mulher neste mundo te aguenta por muito tempo. – é muito e eu avanço contra ele o agarrando e o arremessando pra longe. O barulho é perturbador.

-O que você vai fazer? – ele me pergunta e dou um soco nele. – Vai me bater? Me matar de verdade? E onde isso te deixa? Nada vai mudar o fato dela ter ido pra cama comigo. Ela preferiu assim.

-Cala a boca! – dou mais socos nele o ponho de pé e o jogo em outra direção, ele cai e derruba uma poltrona aos pés da cama.

Estou pronto pra avançar pra cima dele.

-Damon... – eu paro. É a voz dela, me volto para encará-la, está tentando se por sentada na cama, mão na cabeça. Ainda tonta de sono. –O que... Ai meu Deus! – ela fala ao encarar o amante no chão e se cobre de imediato ao ver em que situação se encontra. Eu mudo meu foco. Como ela pôde?

Pulo na cama e ela se assusta com meu movimento, agarro seus braços e a sacudo.

-Como você pode fazer isto Elena? Como?

-Damon... Fazer o que? Eu. O que estou fazendo aqui?

-Não seja sínica! Meu Deus... Eu... Eu faria qualquer coisa por você. Te daria o mundo Elena e... Por que fez isso? – a sacudo mais e ela grita.

-Ai, Damon! O que eu fiz, eu não...

Não posso mais estar aqui. Não consigo mais. A jogo com força contra a cama, ela tenta me seguir, mas para imediatamente. Eu não quero ela atrás de mim. Não quero ter que voltar a vê-la nunca mais. Nunca!

-Damon, não!

Saio do quarto, sigo pro elevador, já não enxergo muita coisa. Droga Elena! Droga!

-Damon! – Andie me chama, estava me esperando na recepção.

-Eu vou dirigir. – falo pra ela.

-O que?

-Me dá suas drogas de chave Andie! – eu grito e ela arregala os olhos.

-Ok, calma. Vamos!

Sigo até seu carro do outro lado da rua. Entramos!

-O que foi? – ela pergunta confusa encarando o caminho que fizemos até o carro em busca de reposta e encontra uma Elena desesperada gritando por mim. – Damon...

-Fica calada, não fala nada. – piso fundo no acelerador e ganho o tráfego.

Não sei pra onde estou indo, mas tem que ser longe dela, de tudo.

-Damon...Por favor, me deixa dirigir.

Não respondo.

-Damon, você está indo muito rápido, por favor. Fica calmo, pensa na Sofia. Calma.

Ela está ficando cada vez mais distante, tudo está, por que na droga da minha mente só vem a imagem dela, na cama dele. Esteve com ele. Me traiu.

-Damon!!! – é um grito agoniado, e tudo é muito rápido.

...


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Notas finais do capítulo

XOXO.