Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 15
Vem comigo...?


Notas iniciais do capítulo

Tielly e Lena, suas lindas... Obrigada pelas recomendações. ^^
Meninas eu vou responder todos os comentários de vocês, ok? Só estou sem tempo, mas vou responder tudinho, enquanto isso eu vou agilizando os capítulos que sei que é isso que importa.
Espero que gostem deste. Estou adorando escrever pra vocês.
Boa leitura!
p.s.: Ligação por filiação é uma Por** kkkkkkkk Elena é melhor você não cair nessa, nem você Damon, mas se cair: Lena prove que não é assim... Run kkkkkkk Revoltadamente feliz e em conflito. Ai... TVD ainda me mata kkkkkkkkkkkk Quem mais acha que a Hayley e o Shanne, são tipo os irmãos Ketsune dos livros?



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Na manhã de quarta, chego bem cedo a Salvatore. É estranho não ver a Caroline, ela certamente está com Stefan. Começo a rever todos os compromissos pro Damon no resto da semana. Há convites e muitas outras coisas. Amostras. Tudo muito agitado antes do feriado no sábado. E são apenas dois dias. Não sei como ele dá conta de tudo isto.

São quase nove da manhã e eu estou inquieta. Damon não está na empresa e ele nunca chegou depois das sete. Sempre antes disso. Estou pensando em ligar pra ele, mas acredito que não seja apropriado. Stefan surge na minha frente enquanto estou encarando o telefone indecisa.

-Damon não chegou ainda? – sua voz é surpresa é claro.

-Estava pensando se devo ligar... – eu solto e ele me olha, leva as mãos a cintura.

-Eu faço isso Elena. – ele diz por fim e saca o celular do bolso de sua calça. Ele disca o numero e não perece ter resposta. Depois de tenta novamente e de novo sem resposta. – Ele nunca deixa cair duas vezes na caixa postal. – ele me olha meio atordoado – Liga pro Alaric Elena, por favor. – Eu faço o que ele pede e quando Alaric atente passo o telefone pra Stefan, Estou inquieta. Onde ele está? Aconteceu algo? – Alaric... Stefan... Bem, obrigado. Escuta... Err... Damon está com você?... Não, nada importante... Ele não apareceu ainda aqui na empresa então... Sei... Pode ser... Ótimo faça isso, obrigado! – ele me devolve o telefone e eu desligo.

-Ele pode ter decidido ficar mais tempo com Andie e Sofia. – Stefan me olha assim que eu falo. Parece ter acabado que lembrar algo importante e outra vez ele disca um número em seu celular.

-Andie. Stefan... O Damon... Hein?... Mas que... – eu paraliso, porque a voz e o olhar de Stefan são assombrosos. – Você não sabe onde ele foi?... E a Sofia?... Sei, entendo... Que droga! – o que terá acontecido? Meu peito se aperta. – Eu falei pra ele que isso seria um problema... Ela vai ficar com você então?... Eu vou tentar localizar ele... Qualquer coisa te ligo e se ele for até vocês duas me avise... Certo, um beijo... Tchau. – ele me olha e estou suplicante. – Eu vou ter que sair. Não confirme nenhum compromisso do meu irmão agora de manhã Elena. Diga que ele está fora da cidade a trabalho. – eu assinto.

-Algum problema? – eu tenho que perguntar. Meu coração não me deixa em paz. Stefan me olha, um olhar agoniado.

-O pior de todos. – eu tremo, provavelmente perdi a cor. – Cuide de tudo sim. Eu dou notícias.

-Claro. Pode ir tranquilo. – ele sai apressado. O pior de todos? Oh céus!

...

Passo a manhã inteira dando desculpas para sócios e clientes. Além do pessoal da empresa. Stefan não voltou mais e são quase três da tarde. Nenhuma notícia de Damon. Eu nunca me senti tão sufocada. Tenho que conversar com alguém, mas estou sozinha e não posso sair daqui. Agora não tenho mais a Caroline. Decido ligar pra minha mãe. Não sei bem porque, mas ela é a única que me deixa tranquila e eu preciso disso agora.

-Alô. – sua voz doce e familiar. Ah mãe!

-Mamãe...

-Oi minha querida. Ligou pra confirmar a vinda pra cá depois de amanhã?

-É... Sim. Também... – minha voz vacilando, quero chorar?

-O que foi Elena? Algum problema com seu chefe outra vez? O que fez agora? – sumiu.

-Não aconteceu nada mãe...

-Como não querida? Sua voz está embargada.

-Não aconteceu nada é sério. Pelo menos não comigo.

-O que houve?

-É que... Hoje eu cheguei na empresa e Damon não veio. Quero dizer... Quase oito meses trabalhando com ele e agora... Isso nunca aconteceu, o irmão dele falou com algumas pessoas. Também estranhou seu sumiço e... Ai mãe, aconteceu alguma coisa... – certo Elena, porque você está chorando?

-Calma filha. Ele deve estar se dando uma folga. Você não disse que ele tiraria uns dias de folga?

-Sim, mas... Ele disse que vinha hoje. Ele nunca falta nos compromissos e...

-Querida. As pessoas podem mudar de ideia, ou aconteceu algum imprevisto, mas não deve ser nada, porque tanta aflição?

-Você não imagina a cara que o irmão dele fez quando falou com a ex de Damon. Eu perguntei se tinha acontecido algo e ele disse que o pior. Mãe e se...

-Não querida. Acalme-se. Coisas ruins se espalham rápido. Ele estará bem.

-Eu não sei mãe... Meu coração está... apertado.

-Oh querida... Ele estará bem. – nesse instante, acho que estou alucinando, pois Damon surge diante de mim e atrás dele Stefan.

-Mãe eu... Ele está aqui, vou ter que desligar.

-Viu, eu falei. Tente se acalmar agora.

-Certo, eu ligo depois e conto o que houve.

-Tudo bem. Beijo!

-Beijo mãe. – meu chefe passou por mim sem nem me olhar. Stefan me dirigiu um olhar apreensivo e o seguiu até a sala dele. Ele fecha a porta depois que passa. Conversam silenciosamente e depois de um tempo Stefan sai.

-Ele está te chamando. – diz pra mim, com voz baixa e triste.

-O que aconteceu? – pergunto me erguendo da cadeira e paro perto de Stefan.

-Conversa ruim com a Sofia. Acho que nunca o vi assim. Melhor se apressar, ele está de mal humor. – o mal humor de Damon, coisa familiar, mas certamente não me fazia falta. Respiro fundo e entro em sua sala. Ele está de costas pra porta, encarando a janela, da poltrona de sua mesa.

-Damon... – eu chamo.

-Preciso que cancele todos os meus compromissos irrelevantes de hoje. Apenas vamos resolver os mais urgentes. Como as novas datas das amostras, pois quero transferir as desta semana pra outra. – sua voz está cansada, baixa e muito arrepiante. Nunca ouvi este tom nele é quase... Gritante.

-Certo. Mais alguma coisa? – ele passa a mão no cabelo, ainda de costas pra mim.

-Ligue para o Alaric e diga que não vamos combinar nada pro feriado. Avise que ligo depois... – sua voz está vacilando, rouca.

-Você está se sentindo bem? – ele não responde, se inclina pra frente e coloca a cabeça entre as mãos. – Damon? – minha voz está suplicante... Então eu ouço um soluço, baixo, mas bem expressivo. Seu ombro começa a saltar. Oh meu Deus! Está chorando... – Deus Damon... – eu dou a volta na mesa e me coloco diante dele, fico de joelhos. – Fique calmo, o que houve? – ele está esfregando as mãos, de uma maneira agonizante. Trêmulo, ofegante, soluçando. – Vou pegar água pra você. – ele não fala nada. Céus! O que houve?

Saio o mais rápido possível e logo estou de volta com a água. Damon permanece na mesma posição. O choro mais comedido, mas ainda sim chorando.

-Toma. – eu ofereço e ele pega o copo de minhas mãos, ainda tremendo muito. – Tenho certeza que não pode ficar deste jeito. – eu falo e estou esfregando seu ombro, enquanto ele toma a água aos poucos. – Precisa de algum remédio? – eu pergunto e ele acena em negativa. Oh, por favor, fale comigo! – Tente ficar calmo. – eu peço enquanto ele termina a água e me devolve o copo quase calmo outra vez. O choro contido. Ainda esfrego seu ombro com minha mão desocupada. – Melhor? – ele acena afirmando e me livro do copo o colocando na mesa. – Talvez seja uma boa ideia ir pra casa. Você está visivelmente sem condições de resolver nada hoje. – ele começa a se remexer em reluta – Eu posso cancelar tudo. Estive fazendo isto toda manhã. Posso dar um jeito. – ele nega com a cabeça – Damon... Acho que é melhor...

-Não! – ele quase grita, me olhando com olhos marejados e vermelhos pelo choro. – Se eu voltar pra casa vou enlouquecer. Eu preciso ficar aqui. – ele respira agoniado e leva as mãos a cabeça se ergue da cadeira me deixando de joelhos no chão. Logo o sigo, ele se afasta e vai até o sofá em sua sala e se joga nele. Mão no queixo.

-O que houve? – eu peço inibida, porque não me interessa e ele não tem porque contar. Mas estamos começando uma amizade e ele pode contar comigo. Quero que faça isso.

Ele me olha, demora o seu olhar no meu. Então ele se mexe, ficando alinhado no sofá e bate a mão esquerda dele no espaço ao seu lado pra que eu sente. Obedeço imediatamente.

-Sabe o que o seu amigo falou no encontro... – ele começa, eu assinto. Mas não o chamaria de amigo.  – Eu fiquei com receio deste então... Que de alguma maneira, as coisas sobre a mãe da Sofia chegassem a ela de uma forma que... – ele para, parecendo perdido. – Eu contei pra ela ontem. Andie foi pra me ajudar. Eu pedi, porque sabia que iria ser difícil. Minha filha tem personalidade muito forte. Eu queria que ela entendesse meus motivos e ela entendeu e eu fiquei feliz por isso. Mas ela não me perdoou Elena. – ele me olha com olhos inundados outra vez e desvia rapidamente. Oh droga! Ele está chorando outra vez. – Ela me acusou de tantas coisas e gritou que me odeia. Chorou com tamanho desespero. Não quer mais nada comigo. Não quer me ver, nem me ouvir. Ela me odeia. Entende? Me odeia, minha filha me odeia. – ele se desespera ao meu lado e estou quase em prantos, seu desespero é tão... Pare de chorar!

-Tem que ficar calmo Damon. Ela está agindo pelo momento. Ela vai se acalmar, pensar um pouco... – ele se inquieta.

-Você não viu como ela me olhou. O ódio dentro daqueles olhos que antes me olhavam com pena e respeito. Tudo se foi e só ficou o ódio. Ela disse que eu menti, que eu não tinha o direito de mentir pra ela. Que ela achou que havia sido abandonada, quando na verdade eu neguei o direito que ela tinha de conhecer a mãe. Ela está certa, eu sabia disso, mas eu ... Que droga! – ele se ergue do sofá, indo de um lado para o outro. Me coloco de pé e tento o alcançar, quando consigo o seguro pelo ombro e o faço me encarar. De onde tirei essa coragem? Apenas quero que ele fique bem.

-Sofia te ama demais. Ela sabe como você se esforça pra dar a ela o melhor. Ela sente sua falta, você sabe disso, mas ela vê o que eu vejo. – ele me olha, meio confuso. – Você tenta Damon. Tenta ser o melhor, pai, marido, empresário, irmão, amigo. Ela sabe disso. Mas ela está magoada. A situação é difícil, mas ela te ama demais pra te odiar tanto assim e ódio faz parte do amor. É por te amar tanto que ela se recente demais. Dê um tempo a ela. – ele baixa a cabeça e se livra de meus braços, me dando as costas.

-Ela não quer me ver. Foi pra casa da Andie ainda ontem. Saiu do chalé por volta das dez da noite e eu não tive como evitar. Ela estava tão brava. Eu fiquei lá. Depois liguei pra Andie. Eu queria falar com ela de novo, mas ela não quer. Andie me pediu um tempo. Falou o mesmo que você. – ele se vira pra mim. – Eu tinha que vir pra cá. Eu vaguei por aí a madruga inteira naquela motocicleta, bebi em bares de beira de estrada. Falei com estranhos sobre isso. Eu. – ele bate em seu peito indignado - Nunca fiz isto antes. Estou descontrolado, fora de mim. Eu só quero sair desta cidade. Fugir de tudo e todos, ir pra um lugar onde ninguém possa me olhar com pena, ou raiva, ou cobrança. Eu estou sufocado, morrendo. Quero respirar Elena. – ele me diz numa voz agoniada enquanto bagunça seu cabelo. - Preciso respirar. – outra vez volta a andar pela sala. – Meu trabalho me distrai, mas eu não posso fazer ele aqui. Daria tudo pra estar em um lugar que ninguém me conhecesse.

Damon está me dando uma ideia. Eu não sei se é loucura, mas realmente eu quero propor isto a ele.

-O feriado de ação de graças está chegando. - ele me olha e senta no sofá outra vez.

-Nem me lembre disso. – ele pede e encosta a cabeça no sofá. – Eu tinha planos com ela.

-Bem eu... – estou sem jeito. – Eu estou planejando visitar meus pais. É a primeira vez desde que me mudei pra cá e... – ele me olha meio especulativo e estou corada. – Bem, não pude ir antes, mas... – você está enrolando e ele não é paciente. Desembucha. – É uma fazenda pequena, numa cidade pequena no interior de Oklahoma. Eu posso garantir que ninguém nunca nem sequer ouviu o nome Salvatore por lá. Eu mesmo não te conhecia. – ele sorri. Oh Deus obrigada. Ele sorriu, fracamente, mas um sorriso.

-O que está tentando fazer Elena? – ele pede se sentando de forma mais habitual, com postura. Estou de pé diante dele, totalmente desajustada.

-Bem, como sua assistente e amiga e também futura CEO, - ele sorri novamente, meio sem jeito – acho uma boa ideia a fuga da agitação. Você tem problemas cardíacos e toda essa pressão não faz bem. Então...

-Você enrola tanto... – ele está franzindo a testa. Divertido.

-Eu sei, - falo e sei que estou feito pimenta – sou péssima.

-Está me convidando pra passar o feriado com você na fazenda de seus pais no interior? – ora você sabe que é isso... Eu dou de ombros.

-Exatamente. – ele sorri e baixa a cabeça, encarando suas mãos pensativo, estou inquieta e não sei onde por minhas mãos. Revezo entre o bolso da calça e blazer. Enquanto bato o pé esperando sua resposta.

-Eu posso pensar sobre isso... – ele solta a frase ainda sem me olhar. Oh aceite! Adoraria te apresentar aos meus pais.

-Certo. Bem, eu vou fazer o meu trabalho, se precisar de qualquer coisa... – ele sorri e eu estou parada, devolvendo o sorriso e meio que me sacudindo. Porque estou tão ansiosa?

-Preciso falar com você. – é a voz de Stefan. Eu pulo me virando pra entrada da sala e quando volto o meu olhar pra Damon ele está olhando pro irmão acenando pra que entre, depois se vira pra mim se erguendo do sofá e fala como num sussurro.

-Eu vou pensar sobre seu convite. É realmente tentador. Obrigado, por me dar uma opção. – ele sorri, seu riso tímido e abafado. Estou totalmente derretida, mal posso me conter, meus olhos nos seus.

-De nada. – Stefan pigarreia e Damon tira seus olhos dos meus, me fazendo acordar. Ele se afasta indo pro irmão e eu estou indo pra porta. Depois estou em minha mesa e estou atordoada. Eu fiz isso mesmo? Acabei de convidar Damon Salvatore pra ir comigo visitar meus pais no feriado? Eu sorrio boba, porque a ousadia foi grande e porque a ideia não foi descartada de cara, nem foi considerada absurda. Ele vai pensar! E eu estou radiante, pois sei que ele precisa disto e como sua amiga quero que ele veja que pode contar comigo. Quero explorar essa nossa nova relação, que foi inesperada e cresce tão rápido. Estou ansiosa pelo sim.

...

-Você o que? – minha mãe histérica. Outra novidade.

-Eu não sei se ele vai aceitar mãe. Quando vi já tinha convidado. Ele disse que vai pensar.

-Bem eu entendo que você se comoveu com a situação, eu também estou, mas não exagerou? Amor é seu chefe.

-Mãe eu só convidei, não foi uma intimação.

-E se ele aceita?

-Tem bastante verdura aí. Ele ficará bem.

-Há há há. Você e seu humor fora de hora.

-Olha mãe, agora é tarde. Ele pode ou não aceitar. De qualquer forma estarei aí na sexta a noite.

-Você só me mete em encrenca. Vai sobrar pra mim falar com seu pai.

-Você é a melhor nisso. Um beijo. Te amo.

-Também te amo. – ela desliga e estou sorrindo. Minha mãe é única.

-Você acha que ele vai? –Bonnie está comigo no sofá enquanto bebemos cerveja.

-Eu não sei. Ele disse que ia pensar.

-Ele deve gostar muito da filha. – eu a olho, isso é obvio. – A meses atrás se você me falasse isso eu iria rir muito de você.

-Eu tive tempo pra aprender sobre meu trabalho e meu chefe. Tive tempo de o conhecer  também e...

-E...? – ela pede com olhos brilhando. Essa Bonn...

-Ele é um homem correto, de princípios. Que é difícil de lidar, é fato. Tem uma personalidade monstruosa, a filha não fica atrás. Imagino que a discussão entre eles ontem foi quase um debate entre cientistas e filósofos. – Bonnie sorri.

-Bem, de qualquer forma eu daria tudo pra ver isto. – eu sorrio. – Mas vou pra praia com o Jer ver a família dele em Miami.

-Acredito que terei muito o que ver. Damon Salvatore numa fazenda, usando repelente e procurando rede inexistente no not e área no celular. – gargalhamos com a ideia.

-Você tem certeza? – ela me pergunta me deixando confusa.

-Porque?

-Seu pai detesta ele. Você nunca levou ninguém na sua casa, justamente por seu pai ser meio... difícil com os seus “amigos” e você vai levar o seu chefe pra lá? – estou pensando sobre isso. Eu nunca levei nenhum namorado pra casa, meu pai não simpatizava com o termo. Caipira cabeça dura. Nem mesmo o Kol pisou lá. Eu não pensei nisso. O pior é que meu pai odeia o Damon, pelo simples falo de que eu odiava o Damon também. Isso mudou pra mim, mas não pra ele.

-Nem quero pensar nisso agora. Deixa pra quando o Damon disser sim. Se disser... – Bonn sorri.

-Alguma coisa me diz que ele já disse. – eu a olho outra vez e lhe dou um tapa no ombro. -Que foi? Ele ficou de pensar. Isso é um sim em suspense.

Revirei os olhos e ficamos até tarde vendo TV. Amanhã seria outro dia.

...

-Vai Damon. – Alaric fala com tanta convicção. Não é tão simples.

-Eu não sei. Seria muita... Intimidade. Ir a casa dos pais dela.

-Bobagem. Ela apenas quer te ajudar. Você que ficou choramingando sobre ir pra um lugar afastado e blablabla... –ele para e começa a gargalhar. Maluco.

-Que foi agora Alaric? – ele é tão patético.

-Fez isso de propósito? – hein???

-Como é que é?

-Você não fez isso de propósito não é? Tipo se fazer de vítima e forçar a garota a te chamar pra ir a um lugar afastado?

-Você nunca cansa de falar bobagem? Claro que não! Ela me pegou de surpresa.

Ele sorri e se joga no sofá na ao meu lado, me trazendo uma dose de whisky.

-Só estou enchendo o saco. Acredito que ela tenha feito isso de boa fé. Você chorou na frente dela e deve ter a deixado assustada, sem falar que ela é muito altruísta. – eu tomo um gole longo.

-Ela é sim. Cara eu não sei porque eu confio tanto nela sabe? – eu o olho, Ric é bom ouvinte apesar de tudo. – Apenas ela me inspira isso, eu não sei ela me lembra...

-Sua mãe. – eu o olho, não exatamente.

-Sim, não... Quer dizer... – ele gargalha.

-Ela lembra o jeito da sua mãe Damon, mas não significa que ela tenha que ser a sua nova mãe. Não se aflija. – eu o olho mortalmente, ele gargalha.

-Você não cansa? – ele nega. Eu bufo e volto pro meu whisky.

-Falei com a Rebekah hoje. – ah, mais isso. – Eu sei que você está cheio de coisas agora com essa crise com sua filha, mas é apenas uma coisa boa. Ela não vai criar problemas Damon. Acho até que ela está mais leve.

-Eu imagino. – falo amargo. Ela está melhor sem mim.

-Ela soube sobre você. – eu o olho – Tá eu contei sobre a Sofia e Rose. Rebekah te ama e não vai te causar mais nada. Ela só quer recomeçar a vida. –eu respiro. Não queria brigar com ela também.

-Pelo menos isso. – suspiro.

-E então? Vai aceitar o convite da doce Elena? – ele bate o meu ombro e estou sorrindo, ele bate outra vez e insiste. – Hum? Hum? – está gargalhando e eu estou totalmente sem jeito.

-Para! – eu quase grito. – Não sei... – suspiro.

-Ah tá! Você já aceitou Damon. – ele bufa. – Vai pra fazendo com ela. Deixa ela te apresentar aos pais. Ela deve estar agradecida pela promoção. Ela te admira e quer te exibir. – ele está debochando.

-Deixa de ser palhaço. – ele sorri.

-Sério. – ele fala se recompondo, seu tom mais firme. Sempre faz isso quando quer dar uma de pai. – Vai te fazer bem se afastar disso tudo. Dos problemas. Eu vou agilizar as coisas com a Rebekah. Você precisa desse tempo. Vai. Vai estar entre amigos. – eu realmente quero ir. Eu preciso.

-Amanhã eu tenho tempo pra decidir. – ele dá de ombros e se ergue por que é bem tarde. – Posso ficar e dormir aqui?

-Sabe que sim, já pedi pra deixarem o quarto pronto pra você. Sabia que não iria querer ir pra casa. E certamente não iria querer atrapalhar o Stefan. – sorrimos, meu irmão mais novo tem sempre uma conquista semanal no seu apartamento.

-Valeu.

-Descansa. – ele pede subindo as escadas. – E mande lembranças aos pais da Elena por mim, diga que sou louco pela filha deles. - eu tenho uma almofada perto de mim e não hesito em arremessá-la nele. Otário! Ele gargalha e o perco de vista logo depois. Não seria esquisito aceitar este convite certo? É meio louco e inesperado, mas somos amigos agora. É um favor e eu quero ir. Quero muito.

...

O dia na Salvatore começou agitado. Há muito o que fazer. Adiantar muitas coisas já que tudo isto ficará parado durante o feriado. Passei o dia todo com Damon em sua sala, Stefan vinha constantemente. Não vi Klaus desde que voltamos e Stefan me falou que ele já estava em Los Angeles, resolvendo as primeiras papeladas da filial. Havia muito o que fazer, mas estava sendo bom ver meu chefe em seu normal. Embora ele vagasse vez ou outra em pensamentos.

Durante todo o dia eu olhava pra Damon de uma maneira inevitável. Eu estava ficando maluca pela resposta. Sempre que nossos olhares se cruzavam ele desviava. Esquivando. Eu estava dividida entre a ideia de que ele estava tentando evitar o assunto e fingir que esqueceu, ou que a minha proposta foi tão sem cabimento que o fez voltar a ter a mesma postura de antes. Ele estava alheio e frio. E eu estava ficando louca.

Já era final de expediente. Damon nem sequer tocou no assunto e amanhã não nos veríamos mais, a menos é claro que ele decidisse ir comigo. Eu já estava pronta para voltar pro meu apartamento. O trabalho estava finalizado. Stefan e Caroline já haviam ido pra casa. Bonnie almoçou comigo antes de ir viajar com Jeremy e eu estava muito desanimada. Com certeza ele não vai. O que você estava pensando quando convidou ele Elena? Óbvio ele não iria aceitar. Que ideia!

Tudo pronto! Estou indo até sua sala, pois ele ainda está lá, quero ter certeza de que não precisa de mais nada.

-Eu já estou indo. Precisa de mais alguma coisa? – minha voz está triste e eu não sei como evitar. Queria que ele viesse.

-Sim. – ele diz me olhando de sua mesa – A que horas passo pra te pegar amanhã? – eu congelo, acho que estou branca.

-Oh! – eu solto em meio ao susto. Ele vai?

-Mason estará de folga, então eu serei o motorista. – diz risonho.

-Achei que não tinha nem considerado a ideia. – ainda estou em choque.

-Bem, eu disse que iria pensar. Foi o que fiz e realmente estava bem grato pelo convite. – diz meio sem jeito.

-Estava? – ele se remexe, assim como eu. Não está mais?

-Bem, pela sua reação, creio que convidou certa de uma negativa, então pode ter sido só por bajulação ou educação. – Não!

-Claro que não Damon, eu só... – estou quase gritando, mantenha a voz! – Não achei que fosse aceitar. –quando termino estou quase sussurrando e ele se ergue de sua mesa, vindo pra cima de mim.

-Bem, eu aceitei. Seria uma satisfação na verdade. Estou muito grato. – está diante de mim. Respire Elena. – A que horas te pego? – pode ser agora, não iria me importar... Hein? Acorda Elena....!!!

-Bem, combinei de estar lá as vinte e duas horas de amanhã? – ele pensa um pouco, uma expressão divertida.

-Sou ruim pra acordar cedo. – hein??? Como? – Mas tudo bem. Então são... nove da noite e levamos vinte e uma horas pra chegar lá. Uma da manhã temos que estar na estrada. Te pego daqui a três horas no seu apartamento. – estou batendo o pé e sorrindo sem motivo. Ele vai!

-Tudo bem pra você dirigir a noite? São vinte e uma horas direto. – ele sorri.

-Sou ruim de acordar cedo, mas eu durmo tarde. Pode deixar. Quando eu cansar, você dirige.

Certo. Eu vou indo então. – ele volta pra sua mesa.

-Meia noite Elena.

-Meia noite. – saio sorridente. Estou radiante. Eu não vejo a hora de apresentar ele a meus pais. O pensamento me deixa atordoada, pois eu realmente anseio isso. Estranho. Nunca aconteceu.

...

-Vou desejar uma boa viagem. – Alaric sempre maquiavélico.

-Bem eu cheguei no apartamento dela agora. Vou subir. Me liga qualquer coisa certo?

-Pode deixar. Apenas quando for necessário.

-Certo. Bom feriado.

-Nem vou desejar pra você. Só vou esperar as novidades.

-Não começa. – ele gargalha e desliga. Eu fico no meu carro e encaro o prédio dela. São vinte três e cinquenta. Espero dar vinte três e cinquenta e cinco e subo. Na entrada checo o número de seu apartamento. Não vejo seu nome, mas há o de Mattew Donavan. O ex dela. Apartamento 1002 terceiro andar. Pego o elevador e estou de frente da porta dela a meia noite exata. Toco a campainha.

...

Não pode ser Damon. Vou até a porta apreensiva e então... Jesus Cristo! Ele subiu! Estou gelada ao abrir a porta.

-Oi! – falo sorrindo totalmente desajustada.

-Oi. – ele diz com um riso fraco. – Pensei que pudesse precisar de ajuda com alguma mala. – fala com expressão séria. Como é que é? Uau!

-Entra! – eu peço e não sei se estou certa? O apartamento está apresentável? É meu chefe aqui. Nossa! Ele sorri e entra. – Eu só vou pegar minha bolsa. Você pode ficar a vontade. – ele está olhando o lugar.

-Sem pressa. – diz risonho e vou até o quarto. Antes de pegar a bolsa corro pro espelho e me olho novamente. Cabelos escovados, maquiagem simples, blusa preta, casaco vermelho, jeans, colares, sapatilhas, relógio. Tudo certo. Ele está lindo naquele jeans e camiseta. Camiseta de manga longa, negra. Foco Elena! Acho que estou pronta.

Volto pra sala e Damon está diante das prateleiras lotadas de fotografias. Minhas com Matt e amigos e algumas com meus pais. Droga! Está segurando uma minha com o Matt. Mas porque isso é um incômodo?

-Vamos?! – eu chamo e ele se vira pra mim. Em seguida coloca a foto de volta na prateleira.

-Claro. – eu vou até a minha mala e logo ele me alcança.

-Eu levo isso. – ele diz tirando a mala da minha mão e expondo seu riso torto tentador.

-Obrigada! Vamos? – ele sai de minha frente e acena pra que eu vá antes. Passo por ele risonha e boba e ele me segue. Fecho o apartamento em seguida e vamos até o elevador. Descemos em silêncio, ele não está me olhando, mas eu não tiro os olhos dele. Seu perfume está impregnado em tudo ao que parece, é quase... Torturante.

Chegamos no carro. Meu Deus! Vamos num Camaro? Estou parada. Ele joga minha mala da traseira e me olha confuso.

-Que foi? Esqueceu algo?

-Na verdade estou temendo que algum vândalo se sinta tentado com este carro, ou que meu pai pense que estou levando um mafioso pra casa dele. – Damon gargalha.

-É apenas um carro Elena. Acredito que é o mais apropriado pra viagem. – eu engulo. Ele abre a porta do carona. – Você vem? – está sorrindo novamente. Ele tem que para com isso. Me movo devagar e isso o faz sorrir mais. Entro no carro e ele bate a porta e assume o volante em seguida.

-É melhor segurar firme. Este carro gosta de correr e eu também. – diz sorrindo enigmático e liga o carro, o som do motor me causa arrepio.

-Vai me deixar mesmo dirigir ele? – Damon me olha já acelerando e o carro se move.

-Se você achar que consegue... – ele ironiza, eu adoro isso nele. - Só não quero morrer e é bom você ter isto em conta. – sorrimos. Eu sei que nunca vou esquecer este feriado.


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Notas finais do capítulo

Spoilers???
Bem, vai haver muitas coisas boas nos três próximos capítulos. Vai ser muito bom ver Elena e Damon neste feriado. Vai acontecer de tudo um pouco.Vou deixar vocês verem isso...
Beijos!!! ^^