Nascidas para Matar ou Morrer escrita por Bárbara Martin


Capítulo 4
Acharam-na primeiro


Notas iniciais do capítulo

Hello o/ desculpa a demora. Mesmo. É que eu tive alguns problemas com meus arquivos que tinham as informações dessa história :c Mas, TAKE IT EASY que agora ta tudo sob controle.
Ok, divirtam-se com mais alguns personagens.



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–Desculpe me, Sr. Fritz, mas devo interromper lhe. Eu tenho mesmo que quebrar minha própria mão? –disse a garota com uma expressão de súplica, tentando manter o tom educado.

O homem -que já era gigante perto da garota- endireitou a coluna parecendo ter mais que dois metros, cruzou seus braços e levantou uma sobrancelha para garota. Ela sabia que ele sempre estava certo, mas ter que quebrar sua própria mão lhe dava calafrios.

–Ou você faz, ou faço eu, Sarah! -ninguém ao não ser ele a chamava pelo nome. Não que ela tivesse muitas pessoas que a chamassem- Sua destreza no lado esquerdo está lamentável. Você sabe que não teria chances com alguém mais rápido. Quer melhorar não quer? Então pare de ser medrosa e estúpida!

–Tudo bem, mestre. -A garota assentiu e olhou para o chão. Naquela mesma tarde ela fechou a pesada porta de ferro do templo na sua mão direita. Era uma dor inefável. Ela quebrara todos os dedos. Ainda assim, ela mantinha o pensamento que era tudo para sua melhoria. A melhoria de seu treinamento. -e de fato melhorou. Sua pontaria e destreza com o lado esquerdo se igualou ao direito- Então não chorou. Ela mal se lembrava da última vez que havia chorado.

Quando lembrava, sua visão ficava turva e avermelhada. Ela sentia raiva, medo e desespero ao mesmo tempo. Então construía sua barreira na mente mais uma vez. Não podia deixar as lembranças de seu passado a atormentarem. Muito menos deixar alguém saber de qualquer coisa sobre ele.

Sarah Moritz era uma garota de cabelos castanhos claro e olhos da cor do mais claro oceano, corpo escultural e habilidade nata para todo tipo de luta. Ela podia lutar esgrima, artes marciais, acertar alvos a enormes distancias tanto com flechas, quanto com facas. Ela havia sido treinada para isso todos os dias desde muito jovem. Para assassinatos, mais especificamente.

Ela tinha sido achada com nove anos tremendo na beira de um lado congelado em Munique, Alemanha, por um homem chamado Hudge Fritz. Que não era ninguém mais, ninguém menos que o maior mercenário de toda Alemanha. Ele levara a garota para seu templo -que na verdade era um templo secreto e abandonado em cima de uma montanha cheia de pedregulhos e quase impossível de se escalar. Seu esconderijo- e cuidou dela por alguns dias até que a garota voltasse ao normal já que ela estava entrando em colapso quando ele a achou.

Seus olhos estavam arregalados, seu lindo cabelo estava todo embaraçado e com alguns pedaços de folha e pequenos galhos enroscados. Seu vestido bege estava todo manchado de sangue e seus joelhos, ralados. Ela estava agarrada nas pernas, sentada em posição fetal, e se balançava para trás e para frente. Fritz quase a matou por pena. Para livrar ela daquela psicose. Mas ele viu algo nela. Um potencial escondido naquela devastação em seu olhar.

Quando a garota já estava sã ele começou a explicar para ela quem ele era e onde ela estava. Com calma, claro, já que a garota podia surtar novamente e acabar se matando tentando descer da montanha.

O mercenário tratou ela com cuidado e paciência por alguns meses, tentando extrair alguma informação dela, mas a menina mal falava e quando falava, dizia que não lembrava do que havia acontecido. Ele sabia que a garota mentia. Podia ver nos olhos dela que aquilo a torturava por dentro, mas depois de um tempo desistiu. Aquilo não o levaria o lugar algum. Não importava mais e se a menina não queria falar, ela teria bons motivos. Se fosse mesmo importante, alguma hora ele iria descobrir.

Então começou a cuida-la de outro jeito. Começou a treina-la. Todos os dias fazia-a acordar antes do sol nascer e ficava dando-lhe lições até o sol se por. Ele era duro e rigoroso, mas sabia que isso resultaria em uma ótima assassina. Nunca quis que ela fosse sua ajudante. Não, isso estava bem longe de seus planos. -não precisava e não queria ninguém para fazer seu trabalho- Mas fazer com que ela tivesse um bom futuro naquele ramo, por mais que não admitisse, o deixava feliz.

Sarah era desafiada toda semana por seu mestre. Tinha que aguentar determinado peso por certo tempo, ficar pendurada pelas mãos no ponto mais íngreme da montanha, lutar com outros “amigos” de Fritz que os visitavam, fazer exercícios todas as manhãs, equilibrar objetos nas mãos e nos pés, subir e descer a montanha correndo... Cada vez mais rápido, mais peso, mais tempo para ter que aguentar.

Quando Hudge tinha que sair durante semanas a trabalho, levava a garota para outros templos, montanhas ou esconderijos. Já visitara os Assassinos do Sul, os Assassinos do Norte, os Selvagens, -o grupo que ela mais odiava. Sempre brutos demais. Acabavam querendo atacar com força bruta, mas eram muito lentos para ela. Ela se esquivava com facilidade e ganhava deles. Bom, nem sempre. As vezes ela saía com algumas cicatrizes feias- e os Silenciosos -que era o grupo que ela mais admirava. Eles tinham uma destreza incrível e se moviam com a mesma facilidade que Fritz a xingava. Era quase desumano-

Não que esses grupos tivessem muito a opção de não treina-la porque Fritz era quase como um mestre superior. Um deslize e o grupo inteiro era disseminado. E pareciam não se importar, na verdade. Já haviam acostumado. Ninguém imaginaria isso, mas esses grupos não tentavam matar Hudge. Eles o respeitavam.

–Afinal, por que você está aqui de novo? -um garoto espinhento dos Assassinos do Norte a perguntou em um certo dia.

–Porque meu mestre está tratando de negócios na Suíça. -Sarah respondeu sem emoção ainda sentada com as pernas apoiadas em uma mesa à sua frente.

–E por que você não fica simplesmente no templo dele? -o garoto voltou a perguntar com sua voz estridente. Metido.

A garota bufou, tirou os olhos das unhas e levantou o olhar para o garoto. Então deu um sorriso malicioso que colocaria uma pessoa comum para correr.

–Porque eu poderia sair matando garotos como você!

O garoto endireitou a coluna, ficou pálido e sério. A morena jogou a cabeça para trás e gargalhou.

–Ai, seu otário, é porque eu preciso "aprender novas lições". Eu não iria sair matando qualquer um sem ganhar dinheiro em troca.

–Vá a merda, Moritz!

–Agradeço o convite para seu estábulo, mas tenho que negar, meu caro. -ela fez uma expressão triste e voltou a gargalhar.

Quando Sarah fez dezesseis anos, começou a ganhar dinheiro para fazer o que passou a vida aprendendo. Ela havia virado uma mercenária também, assim como Fritz, só que bem menos experiente. O dinheiro, porém, não era destinado a ela, e sim a Hudge. Ele sempre a lembrava que algum dia ela iria ter de lhe pagar tudo que gastou com ela.

Depois de um ano matando várias pessoas horríveis, políticos corrutos, e pessoas idiotas que estavam no lugar e na hora errada, a garota conseguiu juntar todo dinheiro que devia e ainda mais. Claro, ela fez algumas trapaças, como quando duas ou mais pessoas lhe pediam para matar a mesma pessoa infeliz e ela cobrava de todos, ou quando pegava dinheiro a mais de quem não sabia contar, mas essa era a vida de um mercenário e ela não dava a mínima para ética.

Sarah também começara a notar o modo que os homens olhavam para ela. Era um jeito diferente. -os que não sabiam quem ela era. Quem sabia, sempre olhava para ela com desconfiança e medo- Seu corpo realmente estava, no mínimo, notável. Depois de anos treinando, seus músculos cresceram e endureceram. O que fez com que ela ficasse mais estável e confiante nas lutas também. Não parecia um homem. Muito pelo contrário, era uma linda mulher. Tinha coxas largas e panturrilhas bem curvadas. Era magra e possuía seios fartos.

Ela ficava feliz por saber se defender -naquela época os homens não tinham escrúpulos e poderiam machuca-la. Como ela tinha nojo dessa hipótese- e por não precisar usar os vestidos. As saias a incomodavam e as mangas cheias demais deixavam-na desconfortável.

Sarah sempre usava blusas mais justas com um espartilho por cima -tanto porque achava bonito quanto porque antes Fritz a forçava a usar para se acostumar com a falta de ar, então ela já achava normal- e calças de couro. No máximo ela usava saias compridas, mas era só quando tinha que ir para onde haviam muitas pessoas. Ou quando precisava matar em bailes ou coisas do tipo, que aí era quando ela comprava vestidos mais pomposos. Ainda assim se sentia uma boneca estúpida.

Claro que depois os vestidos eram usados para ela treinar, já que Fritz também a forçava a saber lutar com qualquer tipo roupa.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostou? Quer me jogar tomates? Pode escrever >< Todos os comentários são bem vindos. E obrigada por ler até aqui .
Ps: Ta ficando confuso(a) com esse capítulos? Caaalma que já vai fazer sentido



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