Running To The Edge Of The World escrita por Fun Ghoul


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Inicialmente a minha songfic era pra ser feita em Frerard mais as novas leis de postagem no Nyah me impediram disso. Acho um tanto chato tanta atualização mais irei espeitar.
Esta fic surgiu depois de estar buscando por algo inovador - pra mim - para escrever...E fazer a primeira songfic e posta-la no mesmo dia é algo desafiador.
Espero que gostem do relatado na minha pequena história. São fatos da minha vida nela, então acho melhor ponderar nas criticas, rs.
Brincadeira. Aceito os comentarios e tentarei melhorar.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/282283/chapter/1

Acabou.

Sorri irônico para mim mesmo quando falei esta palavra em pensamento. Me encarei no espelho e comecei a repeti-la varias vezes até que a mesma começou a perder seu significado.

Respirei fundo e tentei controlar alguns espasmos do meu corpo. Estava estranho, parecia que partes dele não me pertenciam. Meus braços estavam pesados demais para poder movimenta-los e isso me incomodou. A única coisa que eu sentia que ainda me pertencia era o peito. Apertado, sufocado, coração desconpassado.

Virei minha cabeça de um lado para outro como se implicasse em expulsar de mim algo que tentava me possuir, e essa possessão eu talvez pudesse impedir. A possessão da dor.

Fechei meus olhos e contei de vagar para tentar me acalmar - e pode parecer coisa de louco mais contar me ajudava, um pouco, a me sentir menos tenso por assim dizer - e uma figura embaçada surgiu em minha mente como a fumaça do cigarro quando sai da boca e se espalha no ar. Esse rosto provavelmente iria me assombrar por muito tempo. Talvez anos, mais isso não importava mais.

Peguei meu molho de chave e saí pela porta disposto a sair daquele lugar que eu chamava de lar e sem olhar para trás. O ar lá dentro estava tão pesado que eu não conseguiria sobreviver se continuasse por mais tempo ali. A pressão me mataria, ou eu me mataria antes para não me ver ser sufocado lentamente.

Abaixei minha cabeça e encarei meu par de All Star velho enquanto andava a passos rápidos e firmes a caminho do futuro. Sabe, as pessoas costumam temer o que não conhecem e o que não entendem, e foi assim comigo por muito tempo. Eu ainda não entendo muitas das coisas do mundo, mais uma pessoa eu entendo, ou pelo menos acho que entendo, mais não o julgo porque não quero ser julgado.

Parei diante de uma porta de madeira preta toda toda trabalhada e entrei. Me dirigi pelo corredor longo e pobre na decoração até um balcão onde indicava a recepção. Parei em frente o mesmo e dei uma breve olhada sobre os papéis que a recepcionista tão atenta organizava.

Pigareei.

– Ohw, olá senhor Davy, como tem passado? - ela abriu um sorriso, parando por um momento o que estava fazendo e me fitando.

– Estou bem, obrigado. Ahmm...Posso ver o Johnny? - Falei meio sem graça. Não gostava de deixar as pessoas quando elas queriam conversar,mais eu tinha coisas mais importantes para fazer do que simplesmente fofocar com ela.

– Claro querido. Ele está lá fora junto com os outros. Quer que mande traze-lo?

– Não precisa, eu vou até lá. Obrigado.

E dizendo isso não quiz prolongar mais nenhum assunto com Jamia, a atendente. Ela me conhecia de longa data. Eu era um frequentador quase que diário naquele lugar.

Caminhei mais de vagar agora, me dirigindo até a região onde ficavam os quartos dos pacientes daquele lugar. O lugar era um abrigo para pessoas com disturbios psícológicos, o que na maioria das vezes faz as pessoas chamarem de "casa dos loucos" e derivados...

Fui até a janela e afastei um pouco a cortina encardida e toda desenhada. Johnny quando não conseguia papeis para desenhar, inventava de rabiscar os lugares mais absurdos. Mais eram sempre lindos os rabiscos que ele fazia e nunca tive coragem de apaga-los.

Ele estava lá fora sentado no banco ao longe, sempre afastado dos demais e com a roupa branca e larga demais para seu corpo. Me doía vê-lo naquele estado mais também não suportava mais nada que vinha dele. Tudo me feria como lâminas afiadas e não queria prolongar meu sofrimento. Eu não estava sendo um covarde em fujir e desistir de tudo, só não suportava mais a realidade tão conturbada.

Numa forma de afastar o que estava pensando, deslisei meus dedos pela comoda que estava embaixo da janela empoeirada.


Entrei no meu quarto frustrado. Havia esperado por Davy e ele não apareceu. Já era a terceira vez essa semana que ele não me visitava e fiquei um tanto preocupado.

Resolvi pegar alguns papéis e desenhar para distrair minha mente, que sempre ficava mais tranquila, foi quando notei que havia um pedaço de papél em minha comoda que eu não havia deixado. Olhei brevemente antes de abri-la. Era uma carta e reconheci de cara a letra:

Acabou.

É estranho eu dizer isso a você depois de ter prometido ficar a seu lado por todo o sempre, seguir-mos juntos pra onde quer que fosse depois da morte. Mais se estou dizendo isso é para o bem de todos.

Você sempre foi a lâmpada que eu precisava acender. Não foi divertido ver que o que eu sentia por você foi se desgastando a cada coisa boba que você fazia.

Provavelmente as minhas burradas também devem ter te deixado cansado de mim e dizer isso talvez seja um favor que faço a nós dois.

Não estou aqui pra dizer que me arrependo do que vivi com você, muito pelo contrario. Eu espero conseguir um dia relembrar de tudo sem sentir essa dor e esse buraco negro dentro de mim.

Você se lembra... de quanto nós éramos apaixonados?

Parecia que nunca teria fim o nosso amor. As coisas pareciam tão faceis de se alcançar e tristeza era apenas uma palavra. Eu achava que estava feliz e de certa forma, completamente realizado a seu lado, e quando via um defeito eu fechava meus olhos para que isso não nos afastasse e quando eu me dei conta estava tudo indo à baixo.

As estruturas que eu construí não foram fortes o suficiente para segurar aquele tsunami que nos atingiu.

Sei que você deve estar me odiando agora e isso me deixa em conflito dentro de mim. Me faz sentir culpa por tomar essa decisão tão dificil neste momento que você precisa tanto de mim, só que eu já não consigo mais viver dessa forma. Estou cansado, estressado e machucado demais com tudo isso.

Eu queria ter o que dizer sobre você nesta carta como aqueles filmes, onde tudo é tão dramatico e parece ser profundo demais, pare ser até lindo o próprio sofrimento.

Sinto raiva de você as vezes Johnny, e sei que você também sente.

Mas às vezes ódio não é o suficiente para deixar tudo isso em cinzas. Já estivemos juntos , um contra todos os outros e quebramos todas nossas asas para ter certeza da falha.

Nós sempre fomos um só, unidos demais para que eu pudesse pensar na separação. Você me fez pensar mais em você do que em mim mesmo enquanto estavamos juntos e isso foi um dos mals.

Enquanto estavamos correndo para o limíte do mundo, fujindo...Fujindo das verdades e das mentiras.

Não tenho escolha, eu apaguei a dívida e deixei você dizer adeus. Mais você não disse e então achei certo eu fazer.

Todos me viraram as costas porque eles sabiam que quando nos seguramos firme um no outro nós éramos algo fatal.

Consigo ver um novo inicio erguer atrás do sol mas nunca o vamos conseguir apanhar tão rápido como corremos.

Parei de ler e notei minhas mãos tremendo enquanto ainda segurava aquele papel. Não pude conter as lágrimas e soluços altos que começaram a sair descompassados.

Ele terminou comigo sem ao menos me olhar na cara.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Running To The Edge Of The World" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.