A Filha Da Morte E O Príncipe Dos Mortos escrita por Ana Flávia Souza


Capítulo 15
Bilhete


Notas iniciais do capítulo

Fui dormir na casa de uma amiga(em outro bairro), meu bairro alagou...
Fui no dentista (em outro bairro, Choveu e o modem queimou...
Pode piorar?? pode sim, depois disso eu ainda fico doente Ò_Ó
Enfim... Aqui está mais um capítulo que eu escrevi durante o tempo em que eu fiquei em casa sem nada pra fazer e sem net ^^



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POV. Meggy


Assim que Jayne saiu correndo eu senti meu coração apertado no peito, olhei para Percy que parecia perplexo e algo mais que não consegui definir. Ele olhava para a menina correndo e quando a mesma tropeçou, aparentemente, no nada, ele fez menção de começar a andar até lá, mas eu o parei, segurando em seu punho:

– Não, acho que não é muito bom você ir lá. - Ele me olhou com uma expressão interrogativa no rosto. Suspirei e voltei a encará-lo. - Nico está desaparecido.

Sua expressão passou de interrogação para espanto depois preocupação e medo. E depois tornou-se séria como eu não via a tempos.

– E o que vocês estão fazendo aqui paradas? Não deveriam estar indo atras dele ou... - Interrompi-o com um tapa forte no rosto.

– Idiota, é claro que vamos buscá-lo, temos até a profecia, sairemos amanha de manha.- Percebi que ele iria falar alguma coisa, eu até já sabia o que era. - Fim da discussão.

–Nossa... A Meggy parece a mais velha daqui. - Riu Giullia, eu até tinha esquecido que ela estava ali. Ela continuou falando alguma coisa sobre eu bancar a mãe do acampamento e meter medo até na clarisse, O que eu achei um tanto exagerado. Mas eu não estava, exatamente, prestando atenção, passei a focar minha mente no pequeno chalé de rochas negras para onde a garota tinha corrido. Estava com um mal pressentimento.

– Vou ver como ela esta! - disse já começando a andar.

– Ela quem? - Perguntaram os dois em Uníssono. Olhei pra eles com cara de não-acredito-que-não-entenderam, eles apenas olharam pra mim esperando uma resposta, que eu não dei.

No caminho reparei que Annabeth e Malcom, o segundo em comando no chalé de Atena, estavam tendo algum resultado com os centauros.

Continuei meu caminho para o chalé...


POV. Jayne


Cheguei no chalé e notei um bilhete deixado em cima da minha cama. Era um pedaço de pergaminho amarelado e amassado. Peguei e abri-o, Havia um pequeno texto escrito nele. Tive esperança que fosse algo relacionado ao Nico, em certo ponto era, mas nem de longe era o que eu esperava ler.

O bilhete era uma carta do meu pai. Fiquei trêmula de repente, mal conseguia segurar o papel, quanto mais ler. Deitei na cama e segurei o bilhete firmemente em frente ao rosto. Respirei fundo e tentei ler.


"Olá Jayne, eu sei que não é normal esse tipo de comunicação entre Deus e semideus, mas eu precisava dizer algumas coisas e não tenho tempo de te falar pessoalmente e nem por mensagem de Íris. Enfim, O anel que esta em seu dedo foi um presente meu para você, tome mais cuidado com ele. E pelo que pude ver você tem o dom da morte, use-o com sabedoria. Se quiser achar seu amigo, o Nico, tenho um pequeno conselho. Procure dois Semideuses filhos de Hermes que estão na Flórida, acho que eles também precisam de ajuda e eles serão de grande ajuda..."


Que diabos de carta foi essa? Foi a primeira coisa que pensei. E que diabos de conselho foi esse? Minha mente girava, eu não conseguia pensar racionalmente. olhei para o anel, reparei, pela primeira vez, que ele emitia uma leve luz vermelha que era muito acolhedora e reconfortante. Levantei devagar e fui para o banheiro, meu braço formigava. Não sei o motivo, mas não soltei a carta. Porém, antes que eu fechasse a porta, dei de frente com alguma coisa e caí no chão.

Ótimo, só o que me falta agora é ser atacada, mas quando levanto o olhar percebo que era apenas Meggy, suspirei aliviada e me levantei. Ela ficou me encarando por um tempo, estava bem perto de mim e pude sentir meu rosto esquentar por causa da insistência do olhar dela, o que era uma idiotice, mas fazer o que...

– Aconteceu alguma coisa. - Ela disse sem emoção.

– Éer... Não. - Menti. Esperava que ela acreditasse, mas nunca fui boa mentirosa.

– Quem disse que eu perguntei? - Disse ela com uma voz meiga. - Eu sei que aconteceu alguma coisa. - Ela sorriu e não pude deixar de retribuir o sorriso, mesmo que tenha ficado mais parecido com uma careta. Ela se aproximou de mim, ainda sorrindo, mas seu olhar estava sério.

Escondi o bilhete atrás do corpo na esperança que ela não reparasse nele, mais uma vez eu estava errada. Meggy olhou pra mim como se fosse capaz de olhar através do meu corpo. Ela estendeu a mão na minha direção.

Congelei na hora, ela queria o papel, mas eu não queria que ela lesse. Egoísta eu? Nem um pouco, mas fazer o que? Era o MEU pai e ele tinha escrito aquilo pra MIM.

Ela continuava com a mão estendida e eu continuava me recusando a ceder até que percebi o quão infantil eu estava sendo, ela poderia pegar as informações que tinham ali para nos ajudar a achar o Nico, mas em compensação tinha aquela parte de eu ter "o dom da morte". Aquilo era estranho, e muito.

Por fim resolvi entregar-lhe o papel, que ela automaticamente começou a ler, e a fazer caretas em algumas partes como se tivesse muita dificuldade de ler, ou como se tivesse espantada com o que lia.

Quando ela terminou de ler fez uma careta que eu não sabia dizer se era alívio, pânico, raiva, ou o que... Ela olhou pra mim e em seguida saiu correndo, me puxando pelo braço. Estava começando a ficar chato, todos me puxavam para todos os lados. Ela, Nico, Giullia...

Achei que ela me levaria para falar com Quíron de novo, era isso que ela sempre fazia. Só que ela desviou a rota e fomos parar na parte de traz de uma parede de escalada. Passamos pela portinha escondida e fomos até a clareira, Meggy segurava meu braço com força, e só me soltou quando já nos encontrávamos dentro da pequena casinha. Virou pra me encarar, e tinha uma expressão de cansaço e medo no rosto.

– Como assim dom da morte? - Fiquei em estado de choque por uns dois segundos antes de notar que era uma pergunta e formular alguma coisa pra falar, pra minha sorte o que saiu foi algo parecido com.

– Aan...dã é?! - Isso fez ela revirar os olhos e repetir a pergunta pausadamente, como se falasse com uma criança de cinco anos.

– Eu também não sei. Mas isso não é importante, é? - Lancei a pergunta esperando um, "Claro que não, ter o dom de matar as pessoas só de pensar nelas mortas é super normal e comum", mas é claro que isso não aconteceu. O que aconteceu foi que eu levei um soco no alto da cabeça e ela gritou pra mim.

– É claro que é importante, nem todos os filhos de Tânatos tem isso, na verdade faz mais de cem anos que eu não vejo um que tenha esse dom... - Ela disse isso com tom neutro, o que deixou a coisa toda ainda mais sinistra, mas o que me chamou a atenção foi o fato de ela ter dito "a mais de cem anos que não vejo um" Ela era tão velha assim?

Ela pareceu notar o que dissera pois tapou a boca e virou de costas pra mim, em seguida começou a andar.

– Vamos, temos que falar sobre esse bilhete com a cria de Hermes. Só não sei se ela vai gostar muito...- Fiquei parada um pouco, ainda pensando no que ela acabara de falar. Só depois que percebi que ela já tinha saído foi que me apressei pra alcançá-la. O silêncio estava incômodo então resolvi quebrá-lo:

– Cria de Hermes é a Giullia, né?- Perguntei só pra ter algum assunto.

– Sim, algum problema? - Disse ela rindo. Pessoalmente eu tinha gostado daquele apelido.

– Que tipo de pessoa ela é? Não deu pra ver direito só com hoje. - Disse coçando a cabeça, Meggy olhou pra mim com um sorriso de compreensão, ela parecia mais calma agora, e voltara a ser aquela menininha fofa que parecia ser no primeiro dia.

– Ela é muito brincalhona e adora pregar peças nos outros campistas, seus alvos favoritos são os filhos de dionísio e os filhos de Hipnos. - Ela ria enquanto falava. - Ela é uma campista veterana, chegou aqui no acampamento faz uns cinco ou quatro anos. Foi uma das únicas que conseguiu escapar da Clarisse. Aah! você não a conhece, ela esta fora em uma pequena missão.

– Uau, então ela é do tipo incontrolável e que não leva nada a serio?! - Meggy apenas riu por algum tempo antes de responder.

– Bem, na maioria das vezes, mas quando se precisa ela é uma das nossas melhores campistas, ela entra em qualquer batalha para proteger o seu chalé e amigos, e pelo que eu saiba o time dela nunca perdeu na caça a bandeira. - Agora ela parecia um pouco mais controlada, mas não parava de sorrir, como se Giullia fosse uma estrela de música e Meggy uma jovem fã falando dela.

Não consegui deixa de sorrir. Certamente Giullia era a pessoa ideal para se ter como aliada e amiga. Ficamos o resto do caminho até a casa grande em silêncio. Chegando perto de lá vimos que Quíron conversava com Giullia e Annabeth, que aparentemente tinha conseguido espantar os... Como é que ela chamou? Pôneis de festa? enfim, eles não estavam mais ali, e nem o tal filho de Poseidon.

Agora Meggy andava mais rápido. Ela levava o bilhete bem firme na mão, apertando-o com se ele pudesse desaparecer se ela segurasse com menos força, subimos as escadas da varanda praticamente correndo. O centauro, que se encontrava de volta a sua cadeira de rodas, olhou pra nós duas e levantou uma sobrancelha.

– algum problema meninas? - Nenhuma de nós duas respondeu, Meggy apenas ergueu o braço e mostrou o pedaço de papel para Quíron. A loira lia-o por cima do ombro do centauro. O rosto dos dois empalideceu e eles olharam para Giullia com um olhar preocupado e que parecia, vagamente, com pena.

– O que foi? - Ela perguntou inocente, seu sorriso habitual fora substituído por uma expressão séria. - Que rostos são esses e nem venham me dizer que são os seus porque isso eu já sei. - Ela falava rápido, cada vez mais nervosa com os olhares insistentes sobre ela.

Annabeth pegou o bilhete e entregou para ela. Giullia leu e então seu rosto perdeu a cor e eu podia ver que ela se esforçava para ficar de pé.

– V-vocês não acham q-que são eles? - Um momento de silêncio e então ela continuou em um fio de voz- A-acham?‎



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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo vai ter um POV. Nico *o* só porque me deu vontade de contar o ponto de vista dele com relação ao seu desaparecimento e também porque ele é divo e precisa aparecer mais :D
Deixem reviews, recomendações e favoritem a história... Deixem essa autora feliz!!
Bjss até semana que vem, eu acho...



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