O Garoto Da Camisa 9 escrita por Gi Carlesso


Capítulo 48
Capítulo 47


Notas iniciais do capítulo

Só a Melanie mesmo pra sair perseguindo uma psicopata logo depois de ter passado por uma cirurgia e quase morrer ¬¬



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/281864/chapter/48

Melanie estava me surpreendendo com seu jeito seguro e persistente, era óbvio que se continuasse daquela forma, conseguiria o que quiser. É impressionante o quão disposta ficou ao ouvir que Jesse precisava de ajuda e mesmo tendo acabado de sair de uma cirurgia, se colocou de pé e pronta para enfrentar Liliam. Provavelmente, como ela sempre fora, era uma forma de retribuir depois de toda a ajuda que demos a ela quando fora sequestrada por Lilian depois de uma briga nossa.

Mesmo com Mel criando uma discussão sobre eu não poder fazer isso, meu plano de matar Lilian já estava formado e eu não desistiria até vê-la sofrendo da mesma forma que fizera Melanie sofrer. Eu a queria morta para que nunca mais tocasse ninguém.

O médico não concordara também sobre o fato de ela estar saindo logo depois de sair de uma cirurgia, pois não seria seguro para ela, poderia agravar a situação novamente. Entretanto, nada pararia Mel agora, tudo o que rondava sua mente era o fato de que tinha que acabar com isso logo.

- Temos que agir rápido. – disse ela. – Liliam não vai deixar Jes e Roman saírem ilesos dessa vez.

Ela tinha toda a razão, Lilian seria ainda mais impiedosa com Roman e Jesse, ainda mais que provavelmente Jesse não havia controlado direito seu ódio pela velha. Ela não possuía uma boa fama de controlada.

- Eu vou ajudar. – Raphael abriu a porta de sua caminhonete. Encarei-o confuso, ele ia mesmo fazer isso? – O que foi? Quero mesmo ajudar, só pelo o que me disse, Sam, quero que essa mulher seja presa logo.

- E internada em um hospício. – terminou Mel sorrindo

Começamos a rir com a ideia de Mel, ela estava certa, Liliam teria que ser internada em um hospício para deixar todos em paz, pois parecia que essa era a única opção de lugar seguro para ela ficar.

 Pegamos o que precisávamos e entramos na caminhonete de Raphael jogando as coisas na parte de trás. Eu me sentei no banco de passageiro, enquanto ela se sentara no de trás nos observando conversar sobre como poderia ser o estado do trânsito..

Na estrada, por causa da neve, o trânsito estava infernal. Filas de carro tomavam conta de todas as ruas, impedindo qualquer um dos automóveis a continuar andando. Isso dificultaria tudo, pois demoraríamos demais para chegar no galpão onde Jesse e Roman estavam.

Preocupado, tentei manter o controle e não parecer desesperado quanto isso, pois não seria justo para Mel passar por nervosismo, não quando acabara de sair de uma cirurgia e estivera entre a vida e a morte. Na verdade, nada daquilo era justo, ela não deveria estar enfrentando Lilian novamente.

- Por que a estrada está assim? – resmungou Melanie no banco de trás.

- Daqui dois dias já é natal. – respondeu Raphael. – Estão todos indo viajar.

Melanie soltou um longo suspiro.

- Nossa, ficar todas essas horas no hospital meio que me desligou do tempo. – disse. – Eu já estava me esquecendo que estamos em Dezembro.  Quando meu pai ainda estava vivo, costumávamos passar a tarde de natal fazendo bonecos de neve e cozinhando biscoitos com minha mãe.

Sorri com as lembranças de Melanie sobre os natais com sua família e seus amigos, os quais pareceram ter sido felizes e tranquilos. Bom, pelo menos até que seu pai fosse morto brutalmente por Lilian. Eu queria faze-la se esquecer das partes tristes de seu passado e faze-la ter um futuro feliz, com uma família que a ame mais do que tudo.

 Raphael dirigia calmamente pelas estradas, mas muito lentamente, pois o trânsito aumentava a cada metro. No fim, ele conseguiu pegar um atalho fazendo com que conseguíssemos chegar a tempo no galpão. Raphael estacionou atrás do local para que não divulgássemos nossa localização para eles. Estava muito calmo, nenhum movimento mostrava onde Jesse e Roman poderiam estar e até mesmo Lilian. Preocupado, sai da caminhonete e caminhei lentamente até um conjunto de arbustos e árvores, escondendo-me ali atrás para poder procurar por eles.

Bem ao lado do galpão, havia uma viatura estacionada próxima ao local.  Pelo o que consegui ver, Lilian conversava com dois policiais, quem a ouviam atentamente. Minhas conclusões eram que ambos os policiais eram capangas de Lilian, provavelmente seguranças dela vestidos daquela forma para enganar Jesse e Roman quando chamassem a polícia para prendê-la.

- Onde vocês estão... – sussurrei tentando encontrar os dois.

Um som alto de batidas chamou minha atenção, fazendo-me olhar na direção da viatura. Surpreso, tive que chamar Melanie e Raphael sabendo que Mel ficaria furiosa ao ver aquela cena.

O som de batidas constantes vinham da viatura estacionada próxima ao galpão onde Lilian havia sequestrado Melanie.

Jes e Roman estavam ali, batendo no vidro.

Logo, Melanie e Raphael estavam ao meu lado atrás das árvores e arbustos para poderem ver a cena de Roman e Jesse batendo ao vidro da janela da viatura. Como o esperado, Mel estava furiosa mediante à aquela cena e se eu não a segurasse, teria corrido na direção deles para tentar salvá-los. Claro, ainda por cima brigou comigo dizendo que eu não tinha que impedi-la.

Eu estava sendo muito super protetor e tinha completa noção disso, porém, depois de tudo o que passamos por todos aqueles dias, eu possuía todo o direito de estar tentando protege-la. Se eu perdesse Mel novamente daquela forma, não sabia do que seria capaz.

Jesse e Roman batiam ao vidro constantemente parecendo perceber nossa presença no local e tentando pedir ajuda. Teríamos que, mais uma vez, inventar um plano que pudesse salvar os dois de Lilian e dos dois policiais, mas de uma forma que não nos colocasse em risco como das outras vezes.

Bom, quando se trata de Lilian, nunca estaríamos fora de risco.

Depois de longos minutos, pude ouvir Lilian dizendo algo para seus capangas sobre uma ligação a um informante ou coisa parecida e logo depois, desapareceu dentro do galpão com ainda mais dois homens que chegaram depois. Ela nunca deixaria de estar acompanhada, pelo menos não depois que fora pega por nós quando tentou sequestrar Melanie e ainda por cima estapeá-la.

Olhei para o lado, Melanie também pensava no que poderíamos fazer, mas então minha atenção se voltou a onde sua mão estava pousada. Ela a mantinha no local exato da cirurgia, provavelmente estava com alguma dor, porém não a admitia.

Não me opus para perguntar se ela estava bem, pois mais claro era impossível. Mel não estava bem. E mesmo assim, lá estava ela disposta a acabar com o pesadelo Liliam. Aquilo me deu o impulso certo de segurar sua mão e apertá-la forte, o que a fez se virar para mim, entendendo na certa o que eu queria dizer. Mel tinha que saber que, tudo o que eu mais queria era sua segurança e saber que ela estava bem, pois vê-la daquela forma sofrendo era o mesmo que dar um tiro certeiro em meu peito.

Um movimento onde os três estavam me fez voltar meus olhos para aquela cena. Um dos policiais batia no vidro gritando com Jesse por ela fazer muito barulho. Ele estava irritado, tanto que abriu a porta da viatura e arrancou Jesse de lá de dentro jogando-a na neve. Segurando-a pelo cabelo ruivo, vi Jesse gritar de dor e Roman bater freneticamente no vidro tentando fugir para ajuda-la.

Não me pergunte o porquê, só sei que dei impulso nas pernas e avancei em direção ao homem que feria Jesse. Eles perceberam minha aproximação antes que eu imaginava. O da direita, quem segurava Jesse, mandou o outro – mesmo parecendo levemente confuso – me impedir. Sem pensar duas vezes, o falso policial  avançou em minha direção, erguendo em mãos o que parecia um cassetete.

Ele esticou o braço que carregava o cassetete e tentou me atingir, mas me esquivei a tempo de soca-lo nas costas, fazendo-o se contorcer e por pouco não cair na neve. Sem dá-lo tempo de se recuperar de minha ação, transferi um chute bem dado em sua perna. O falso policial caiu na neve se contorcendo de dor.

O outro, quem ainda segurava Jesse, chamou por Liliam e seus seguranças, mas não foi ouvido. Raphael apareceu a tempo de puxa-lo para trás e me ajudar a derrubá-lo.

- Solta ela! – mandei, ele ainda mantinha as mãos envoltas no cabelo de Jesse fazendo com que ela gritasse. Olhei para as mãos de Jesse, ela estava algemada, razão para que não fizesse nada.

O policial falso acabou soltando ela ao ser puxado para trás pelos ombros por Raphael. Mas ele acabou agindo de uma maneira diferente do que achei que faria, desviou de mim e transferiu um soco certeiro em Raphael, fazendo com que ele caísse para trás.

- Não hoje, maldito! – ouvi Melanie dizer pouco antes de pegar o cassetete do outro policial estirado e transferir com força contra a cabeça do policial falso que socara Raphael.

Ele caiu no chão, provavelmente morto.

- Vocês... – disse Jes rindo sarcasticamente, na verdade, ela ria de uma forma exausta. – Vocês demoraram, hein?! Merda, eu já estava prevendo minha morte!

- Jes, pode ser um pouco menos dramática, por favor. – disse Mel atrás de mim jogando o cassetete para longe. Jes se virou para ela e logo um sorriso largo ficou estampado em seu rosto.

- Melanie! – berrou Jesse correndo na direção de Mel e se jogando sobre ela num abraço apertado. Ela parecia tão exausta quanto Mel estivera ao ser pega por Lilian, porém, Jesse ria e tentava controlar as lágrimas. – Não acredito que você está aqui!

- Eu tenho que pagar minha dívida. – brincou Mel retribuindo ao abraço.

Porém, Jesse a afastou de forma repentina e, com o cenho franzido, encarou a cintura de Mel no exato local da cirurgia onde levara a facada de Lilian.

- Melanie! – repreendeu. – Você não deveria estar no hospital ainda, criatura?!

Melanie apenas deu de ombros ignorando à repreensão da amiga e voltando a abraça-la com força. Assim, Jes até mesmo esqueceu de estar com furiosa com Mel por ela dever estar no hospital e não ali e simplesmente retribuiu ao abraço sorrindo.

- Eu não poderia deixar Sam vir sozinho. – disse Melanie. – E eu devia essa, você também me ajudou quando eu fui pega por Lilian.

Tiramos Roman de dentro da viatura fazendo brincadeiras dizendo que deixaríamos ele ali por mais um tempo. Claro, ele ficou furioso com Sam obrigando-o a abrir a porta da viatura logo antes que ficasse sem ar.

Clap. Clap. Clap.

O som de alguém batendo palmas inundou nossos ouvidos assim quando foi seguido da risada maléfica de Liliam.  Vê-la novamente despertou mais uma vez o ódio que eu sentia por ela por conta do que fizera com Melanie, a vontade assassina dentro de mim de acabar com ela ali mesmo voltou, porém tentei me controlar apenas observando-a ir até nós.

Seguida por seus dois seguranças, ela saia de dentro do galpão batendo palmas de uma forma sarcástica achando mesmo que estava nos assustando. Depois de tudo o que enfrentamos, aquela cena não era nada, apenas as ameaças dela, as quais já estávamos totalmente acostumados. 

De forma instintiva, entrelacei os dedos de Mel com os meus e a puxei lentamente para trás de meu corpo. Sem pestanejar, Melanie se moveu, porém sem tirar os olhos de Lilian.

- Devo admitir que essa cena foi linda! – disse Lilian sorridente. – Então conseguiram soltar os dois barulhentos e... – seus olhos encontraram Mel. Ela pareceu surpresa no início, mas depois voltou a ficar sarcástica. – Srta. Overton, sobreviveu à facada?

Por um momento, eu vi o medo nos olhos de Lilian, afinal, tudo o que ela menos esperava era Melanie aparecer ali depois de sua facada. Ela ainda a sequestrara numa forma de tentar mata-la ainda mais, mesmo sabendo que a infecção já a estava matando.

- Eu não sou o tipo de pessoa que morre facilmente, Liliam. – disse Mel séria. – Parece que seus esforços estão sendo inúteis.

Furiosa, Lilian respirava de uma forma descompassada e seu olhar assassino pairava por cada um de nós, mostrando o quanto seu ódio crescia.

- Agradeça agora pela vida, minha jovem, mas apenas enquanto a tem! – Liliam apontou em nossa direção olhando para seus seguranças, quem estavam parados bem atrás dela. – Matem eles agora!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

eeergh que ódio que eu tenho dessa velha! É tão difícil morrer é? HAHAHA



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Garoto Da Camisa 9" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.