O Garoto Da Camisa 9 escrita por Gi Carlesso


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Talvez eu não consiga arrumar tudo agora, então quem estiver lendo, só continue até onde só tem "Capítulo x" sem nome ok? Ai quando eu voltar continuo até o último cap



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Havia poucos alunos na sala, apenas meus amigos e alguns que costumavam sentar nas primeiras cadeiras e sempre responderem à perguntas difíceis. Todos possuíam um olhar cabisbaixo e um pouco assustados, sempre olhando na direção do chão e um silêncio assustador dominava o ar da sala.

- Onde está todo mundo? – perguntei olhando ao redor. – Está todo mundo com uma cara estranha... onde estão Carly, Anny e os outros?

Roman hesitou em dizer qualquer coisa, seu olhar se desviou lentamente na direção da professora sentada em uma mesa bem em frente aos alunos. Quando ameaçou encará-lo, ele desviou novamente para mim.

- Professores, seguranças, ficais e inclusive Lilian ficaram furiosos pela bagunça de ontem com as baratas, foi um completo caos. – Roman sussurrava com medo de que a mulher ouvisse. – Lilian ficou louca, chamou em sua sala todos os alunos que considerava culpados, porque estavam na hora e eles desapareceram. Ninguém faz a menor ideia de onde estão.

Senti uma forte grande no peito. Liliam estava tendo seus ataques de fúria novamente e o pior de tudo era que... nós éramos os culpados. Jesse e Roman haviam conseguido as baratas para que eu e Sam pudéssemos sair do internato para ir atrás de Joseph. Senti que Jesse assentiu, caindo sentada em uma cadeira ao meu lado. Pelo seu olhar, estava se sentindo ainda mais culpada que eu. August, pelo contrário, não parecia entender muito bem o que estava acontecendo, apenas que todos estavam tristes pelo desaparecimento de outras pessoas.

Engoli um seco.

- Isso quer dizer que Liliam simplesmente sumiu com os alunos? E por que ela acha que Carly e Anny podem ser culpadas? Isso é uma armadilha! – berrei fazendo com que Roman ficasse confuso. – Ela quer que eu vá atrás delas, para que possa me matar. Ela sabe quem são os culpados, mas preferiu usar os alunos de iscas para nos pegar.

- Tem certeza disso, Mel? – perguntou Jesse analisando minhas expressões. – Pode ser que ela só tenha tido mais um ataque, sabe...

- Tenho. – interrompi firme. – Lilian já me colocou em uma armadilha antes, sei como ela age.

Roman batia um lápis na cadeira, fazendo movimentos nervosos, o que indicava que estava inquieto.  Nunca havia contado nada a ele sobre a fortuna, o fato de Lilian ser uma espécie de psicopata... nada, por esse motivo, ele parecia tão confuso e inquieto.

- Eu não sei bem o que está acontecendo, mas temos que fazer alguma coisa. – disse de repente. – Temos que salvá-las, mesmo que seja uma armadilha. Podemos tentar enganar Liliam para salvar Carly e Anny e os outros alunos, você e Sam são bons para inventar planos e...

- Roman, - interrompi. – não podemos simplesmente montar um plano. Se Liliam quer que nós realmente tentamos salvar eles, quer dizer que ir será o mesmo que dizer “oi, Lilian, caímos na sua armadilha! Nos mate!”. Eu e Sam vamos montar um plano, mas não podemos simplesmente dizer vamos.

Ele apenas assentiu, desistindo de tentar investir numa ideia, a qual se mostrava mais do que um suicídio. Ajeitei-me na cadeira enquanto tentava pensar em algo que poderia ser uma boa ideia para deter os futuros planos de Lilian de colocar os alunos em meio a suas ideias completamente loucas.

A nossa frente, a professora rodava uma caneta entre seus dedos e seu olhar pendia livremente sobre nós de uma forma quase que maligna.



- Você já tem alguma ideia?

Era, pelo menos, a vigésima vez que Jesse me perguntara aquilo em apenas um dia. Bom, eu já havia dito a ela que pretendia criar um plano ou algo que pudesse nos ajudar quanto a salvar os alunos sequestrados por Lilian. Entretanto, nada veio em minha mente. Estava vazia. Nenhum plano.

É, acho que as ideias para planos são com Sam.

- Jes, se você continuar me perguntando isso, eu juro que paro de pensar em um plano! – ameacei vendo-a levantar as mãos como quem se rende; - Ótimo, agora me deixa pensar.

Ela deu de ombros e voltou a andar em círculos pelo quarto de uma forma impaciente. Mesmo com todo o silêncio, eu não fazia a menor ideia do que fazer. Como poderíamos salvar os alunos sem que Lilian nos visse? Ou melhor, como fazê-lo sem que morrêssemos?

Era uma pergunta sem rumo, quando eu pensava estar próxima de uma grande ideia, parecia que voltava para o início e eu não chegava em lugar nenhum. Para conseguir inventar algo que pudesse dar certo, eu teria que conversar com o mestre dos planos: Sam. Afinal, fora ele quem teve a ideia do porão e sobre como pularíamos o muro do internato para encontrarmos Joseph.

Não aguentei, tive que sair do quarto para poder fugir das perguntas perturbadoras que me rondavam. Andar por ali lembrava-me de uma outra época, quando eu estudava em uma outra escola, a qual consegui ser mais uma vez a famosa aluna problema. Porém, quando fui expulsa por muita rebeldia, minha mãe ficara tão furiosa que me culpara pela morte de meu pai.

Isso foi como um tiro no peito, mas ela nunca soube que me senti assim.

A verdade era que eu estava tratando minha mãe de uma forma muito ruim, teria que mudar isso se eu conseguisse sair viva de toda essa bagunça, coisa que muitas vezes, cheguei a pensar que poderia ser impossível.

Resolvi ir até o quarto de Charlotte, minha prima. Fazia algum tempo que eu não a via e precisava de alguém da família para me sentir melhor – pessoas haviam desaparecido e possivelmente, era tudo minha culpa. Lottie me entendia como ninguém, exceto pelos momentos em que quando éramos pequenas e ela vivia brigando comigo por eu ter as bonecas mais bonitas. Sim, era uma coisa de criança, mas até hoje é um pouco assim – nós costumávamos brigar muito por sapatos e até maquiagem. No fim, se tornou uma coisa da rotina.

O corredor do dormitório feminino em que era situado o quarto de Charlotte estava extremamente bagunçado. A movimentação parecia se concentrar em um único ponto do corredor, próximo a uma porta de um dos quartos. Garotas andavam de um lado para o outro, algumas estavam chorando e outras, olhavam-me de forma quase que irritadiça.

Confusa, segui até onde a aglomeração parecia se concentrar e encontrei a porta do quarto de minha prima e ao lado, outro quarto, o qual uma garota chorava sentada ao lado da porta. Tentei perguntar o que estava acontecendo para uma garota, porém, ela me evitou assentindo negativamente.

Por via das dúvidas, enviei uma mensagem para o celular de Sam para verificar se ele sabia o que estava acontecendo.

Sam, já soube o que aconteceu com os alunos? Estou no dormitório feminino que tem alguma coisa errada. Se souber de algo, me liga. – Mel

Hesitei em mandar o que estava em minha mente – “eu te amo” – pois não era o momento adequado. Se nos víssemos naquele dia, eu diria isso e provavelmente algum comentário da noite anterior. Continuei indo em direção ao quarto de minha prima , o qual a porta estava entreaberta e algumas garotas olhavam naquela direção parecendo um pouco assustadas.

Mas tudo mudou quando a abri e vi Mandi – sua colega de quarto – chorando com as mãos tapando o rosto. Hesitei em perguntar o porquê, pois ela soluçava de uma forma constante, muito parecida como fiquei quando meu pai morrera.

Por um instante, um pensamento horrível passou por minha mente e senti um arrepio intenso em minha espinha.

Droga.

- Mel, ainda bem que você veio! – disse ela tentando secar as lágrimas que insistiam em escorrer por meu rosto. – É Charlotte! Lilian a levou com os outros alunos! Ela está desaparecida, Melanie!





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Notas finais do capítulo

CHARLOOOOOOOOOOOOOOOOOOOTTE :c



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