26 de dezembro.     

  Lia On




   O momento em que você percebe até onde chegou, tudo o que passou, viveu e sofreu. Quantas vezes quis desistir do mundo por ele parecer um lugar cruel demais para uma garota aterrorizada. 

  Aquela sala estava me mantendo sufocada, as lágrimas que desciam por meu rosto, eram nada mais nada menos do que lágrimas de felicidade, o momento em que eu tanto esperei e tanto desejei, a felicidade estava inundando minha face, enquanto eu encarava eu mesma no espelho a minha frente, tão belo ele, assim como tudo o que estava presente naquela pequena sala.


 - Mamãe! - Ouvi uma voz baixa, como se fosse um sussurro, estranhei ser Emily, ela tinha uma mania de gritar até para falar.


 - Oi minha querida. - Falei, logo depois olhei em direção a ela, limpando as lágrimas que insistiam em rolar.

 - Nossa mamãe, você está linda! - Sorriu, e girou, seu vestido branco rodado a acompanhou, e os cachos bem feitos em seu cabelo giraram, não sei como ela foi capaz de chamar-me de linda, estava tão bela minha pequena.

 - Você que está linda meu amor, ande, venha me abraçar - Me abaixei, com uma certa dificuldade, e abri os braços para que ela viesse de encontro a mim.

 - Nada disso - Uma voz aguda soou da porta, olhei em direção a está - Vai estragar o look da sua mãe pirralinha - Riu - Venha cá. - Encarei Fatinha. - Você está tão linda - Aproximou-se, me ajudando a ficar de pé novamente.

 - Mas tia! - Emily reclamou, Fatinha encarou-a.

 - Agora! - Fatinha correu atrás dela, segurou-a pelos braços - Depois volto falar com você Lia lilinda. Agora preciso tirar essa pestinha daqui - Ri, Fatinha tinha um dom de me deixar feliz.

   As duas se retiraram. Minutos depois a maquiadora entrou, ela apenas me comprimentou e depois fez seu trabalho, assim que ia sair falou:

 - Chore o quanto quiser - E abriu um sorriso, assenti, me olhando no espelho, tinha que admitir que eu nunca estive tão bonita. Sentei-me com dificuldade na poltrona dali.



   Olhei em volta, com lágrimas nos olhos novamente, não conseguia conter a emoção de estar no momento em que meu casamento com o amor da minha vida iria ocorrer, parecia mentira, era como um final feliz de uma história mal contada, era como o final feliz esperado por qualquer mocinha em um conto de fadas nem um pouco feliz, com tristeza e luta pelo caminho, e como sempre dizem, no final tudo vai dar certo, com a incerteza de acreditar, com o coração quebrado na melhor das hipóteses.

 - Ei! - Uma voz soou por meus ouvidos, tirando minha total concentração dos meus pensamentos.

 - Oi Maria de Fatima dos Prazeres. - Segurei o riso.

 - Cala a boca tá? - Ela mostrou o dedo do meio, logo depois riu e aproximou-se de mim, com um sorriso nos lábios que poderia iluminar a cidade toda.

 - Tudo bem. - Fiz uma careta, ela me abraçou.

 - Você está linda marrentinha. - Sorriu, me levantando pra cima.

 - Isso, estraga meu look - Ri, ela me abraçou mais forte.

 - Esse é o seu dia, e eu não vou permitir que ninguém o estrague. - Suspirou - Parabéns Lia lilinda - Limpou o rosto, não querendo demonstrar a emoção, se não fosse a Fatinha segurar as lágrimas eu não acreditaria, sorri em meio as lágrimas, ela deu as costas e saiu, limpando o rosto. O próximo a entrar foi o senhor Lorenzo, ele chorava mais do que eu, apenas me abraçou e sussurrou:

 - Está na hora pequena - Sorri, limpando as lágrimas que desciam por meu rosto - Vamos deixar a emoção pra hora do casamento - Assenti e ele segurou minha mão e me levando em direção a um salão enorme, assim que entramos na porta, todos olharam em nossa direção, pessoas de todos os jeitos, com cores diversas de vestidos, sorri, a decoração estava tão maravilhosa, a música que soava em meus ouvidos era como uma bela canção de ninar, calma e linda. Demos passos lentos, assim que aproximei-me mais, avistei Dinho, eu poderia casar com ele todos os dias, estava tão maravilhoso, mais lindo do que o normal, sorri ao chegar perto, enquanto meu pai cediaminha mão a ele. - Cuide bem do meu bebê - Dinho sorriu.

 - Eu vou cuidar melhor do que ninguém. - Sorriu, puxou-me para si - Você está maravilinda - Rimos em coro. - Eu te amo - Sussurrou no meu ouvido, um arrepio passou por todo o meu corpo. Ficamos diantes do padre.

  Enquanto ele falava, Emiley aproximou-se com os aneis, Dinho sorriu para a mesma, enquanto pegava-os, ela sorriu e afastou-se logo depois. 

 - Adriano Costa, você aceita Lia Martins como sua legitima esposa? Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, por todos os dias das suas vidas, até que a morte os separe? 

 - Eu aceito. - Ele falou, e me fitou. Segurei sua mão, com um sorriso nos lábios, enquanto colocava o anel em seu dedo.

 - Lia Martins, você aceita Adriano Costa como seu legitimo marido? Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, por todos os dias das suas vidas, até que a morte os separe? - Dinho segurou minha mão, enquanto colocava o anel em meu dedo.

 - Eu aceito - Sorri, uma onda de calor passou por todo o meu corpo. Dinho segurou minha mão, enquanto colocava o anel em meu dedo.
  - Eu os declaro, marido e mulher, agora pode beijar a noiva.


 - Se é pra fazer isso, vamos fazer do melhor jeito possível - Sorriu, enquanto me puxava fazendo com que eu deitasse em seus braços, me inclinei para trás e ele beijou-me, apaixonadamente, dei passagem para a língua, e ele afundou sua boca na minha, enquanto o calor percorria meu corpo todo, viagei para o céu por vários minutos, eu o beijaria para sempre. Paramos ofegantes, e ele sorriu. - Eu te amo marrentinha.

 - Eu o amo mais, idiota.

 (...)