Ela é Demais! escrita por Kel Costa


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Última atualização da K, sem previsão de novas atualizações....



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POV Edward

Minha mãe me olhava atravessado quando entramos em casa e fechamos a porta. Eu sabia que ela tinha alguma coisa na ponta da língua para me dizer, mas ficava criando aquele suspense infantil só para dar um sabor a mais na conversa que aconteceria a qualquer momento.

- Edward...

- Sim?

- Quem afinal é essa garota?

- Bella Swan.

Ela cruzou os braços e franziu os lábios, com um semblante nada contente. Só então eu percebi que seus olhos percorriam meu rosto, depois minhas roupas, depois voltavam para meu rosto.

- Que tal se você me contasse mais sobre ela e o motivo para chegar em casa desse jeito... esfarrapado. Você entrou numa briga?

Ponderei. Deveria contar que fui seqüestrado e quase assassinado por um vampiro que tinha assuntos pendentes com minha não namorada vampira? Sorri para minha mãe.

- Bem, eu e Bella temos um relacionamento diferente. E sobre meu estado, meio que entrei sim numa briga, mas estou bem, como pode ver.

Ela não precisava saber que eu estava doido para correr até o banheiro e dar uma bela cuspida com um litro de sangue no vaso. Minha mãe caminhou na direção da escada e parou antes de subir, para me olhar mais uma vez.

- Está na cara que essa menina não te dá muita confiança, Edward. Mais me parece que ela está te levando para o mau caminho, isso sim. Você nunca chegou num estado tão deplorável em casa.

Seu nariz se mexeu daquele jeito que ela costumava fazer quando cheirava alguma coisa com vontade. Depois fez uma careta.

- Posso estar ficando louca, mas você está cheirando a churrasco queimado.

Ela não estava tão louca quanto imaginava então.

POV Bella

Tinha arrancado com o carro da frente da casa de Edward o mais rápido que pude, para não ficar dando bandeira ali. Não ia com a cara da mãe dele e sabia que nem ela com a minha. Pela aparência que ele tinha, era quase certo de que a mulher colocaria a culpa em mim pelo filho ter chegado quase morto em casa.

Quando estacionei na porta de minha casa, meu pai estava de pé na varanda, com os braços cruzados e uma expressão sombria. Ele desceu os degraus assim que me viu, vindo na minha direção.

- Por acaso o incêndio no motel tem alguma coisa a ver contigo?

- Por que sobra sempre para mim?

- Bella...

Suspirei e encostei na lataria do carro. Ele uma hora teria mesmo que saber dos últimos acontecimentos.

- Vou resumir tudo. Alec sequestrou Edward e eu fui resgatá-lo. Alec explodiu, junto com o quarto do hotel. E por favor, não entre em detalhes com perguntas sobre Edward, pai.

- Ok.

Acho que as informações foram atiradas sobre ele rápido demais e isso me deu uma vantagem. Dei-lhe um beijo no rosto, coisa que eu há muito não fazia e entrei em casa. Só queria tomar um banho demorado, vestir roupas confortáveis e me jogar na cama. Não que me jogar na cama fosse fazer alguma diferença, mas eu queria apenas me sentir como uma garota normal.

Apaguei a luz do quarto, deixei a televisão desligada e fechei os olhos. Relembrei os acontecimentos daquela noite, principalmente os que envolviam Edward. Senti medo ao vê-lo daquele jeito, talvez tomando consciência pela primeira vez, de que ele era um humano completamente suscetível à morte. Sua vida poderia acabar num estalar de dedos.

Algo nesse pensamento fez todo meu corpo tremer. Não era legal imaginar Edward sem vida, mesmo ele sendo completamente irritante e insuportável. Eu gostava dele. Talvez essa fosse a primeira vez que eu estava sendo sincera comigo: eu gostava de Edward. Eu gostava de todas as piadas e idiotices dele.

Fiquei remoendo os fatos durante tanto tempo e com tanta vontade que não vi as horas passarem. Dei um pulo da cama quando bateram na porta do meu quarto e só então me liguei na hora que era.

- Já vou!

- Prima, se não sairmos logo vamos nos atrasar...

- Eu disse que já vou!

Não me incomodei em abrir a porta, pois se Kiara entrasse ali no quarto aí sim é que nos atrasaríamos. Vesti a primeira roupa que encontrei no armário com um aspecto utilizável e saí do quarto. A prima estava sentada no sofá, com as pernas cruzadas e o pé balançando nervosamente.

- Poxa, depois sou eu quem durmo muito...

- Não estava dormindo.

- Aham, sei.

O pior é que aquilo era totalmente verdade, mas não adiantava tentar explicar isso a ela, então tudo que fiz foi pegar a chave do carro e ir esperá-la no carro. Ela foi falando que nem matraca por todo o caminho, ainda um pouco revoltada pela forma como eu a tratava perante Jake. Não estava dando ouvidos a nada do que saía de sua boca, para ser sincera.

- Só porque você não quer namorar, sair com uns gatinhos e tal, que significa que eu também não queira, sabe? Poxa prima, você tem que ver o meu lado...

- Ok.

- O Jake por exemplo, é um ótimo partido, só você não percebe isso. Eu tenho que aproveitar que ele joga um charme para cima de mim.

- Putaquepariu!

Dei uma freada que Kiara teria saído pelo vidro se não estivesse de cinto. Ela proferiu uns palavrões que eu não consegui entender muito bem e tampouco estava me importando. Minha atenção estava voltada à imagem que via no estacionamento.

- Estou tendo alucinações?

- O que?

Ela parou de me xingar e esfregar o peito onde o cinto a imprensou, para olhar na direção que eu olhava. Soltou um “OMG” alto e me encarou.

- Como você é sortuda!

Dirigi até a vaga que sempre colocava meu calhambeque e desliguei o motor. Kiara mal esperou que eu fizesse isso, saiu do carro quase que com ele andando por não agüentar mais manter-se quieta.

A confusão toda tinha um nome: Edward Cullen. Não sei se foi a situação de quase morte pela qual ele passou na noite anterior, mas ele estava completamente diferente. Digo, fisicamente. Encostado no Volvo prata havia um cara todo vestido de preto, com gel nos cabelos bagunçados, óculos escuros e pose de bad boy.

- É você mesmo?

Escutei Kiara perguntar quando se aproximou dele, tocando em seu peito e o abraçando. Inacreditável.

POV Edward

Pela expressão de todas as garotas que tinham me visto chegar, sabia que Bella também estaria totalmente surpresa com minha mudança. Fiz minha melhor pose de macho alfa, coloquei as mãos para dentro dos bolsos da calça, apoiei um pé na lataria do carro e empinei o nariz. Eu era foda, todas me queriam e todos queriam ser eu.

- Olá, Kiara.

A prima da Bella se derreteu em meus braços quando retribuí seu abraço e deu uma risadinha apaixonada. Bella desceu do carro, bateu a porta com força e ficou me olhando sem se aproximar. Ela parecia confusa e espantada ao mesmo tempo.

POV Bella

Eu estava sem palavras. Sem reação. O que o idiota do Edward estava pretendendo agora? Aparecer para mim, mais do que ele já fazia? Se atenção era o que ele queria, então estava conseguindo, já que todas as garotas do colégio o olhavam com sorrisinhos apaixonados desenhados nos rostos – alguns cheios de espinhas.

Resolvi descobrir de uma vez por todas o motivo do teatro todo e me aproximei. Mesmo ostentando óculos escuros – num dia completamente nublado – ele me encarava, eu sentia. Parei de frente para ele e vi com o canto dos olhos que uma menina chatinha que fazia aula de educação física comigo estava chegando perto de nós. Olhei para seus pés e desamarrei os cadarços de seus tênis. Depois que ela tropeçasse teria que perder alguns minutos se ajeitando.

- O que está acontecendo aqui?

- Oi Bella. Tudo bem contigo?

- Sério?

Edward tirou os óculos, mas seus movimentos eram previsivelmente calculados, tudo para dar mais emoção ao circo armado. Suspirei e esperei.

- Não entendo o seu tom de voz. Algum problema com a minha pessoa, gatinha?

- Primeiro, se me chamar de gatinha novamente, vai ter que usar fio dental para tirar pedaços dos óculos do meio dos seus dentes. Segundo, se não sair do personagem em 3 segundos, vou virar de costas, entrar no colégio e te ignorar completamente pelo resto da vida.

POV Edward

Cara, como ela me deixava excitado! Ainda bem que estava de roupa toda preta e a cor disfarçava um pouco o volume que começava a se formar dentro de minhas calças. Essa garota era incandescente!

POV Bella

Ele abriu um sorriso, daqueles que eu já começava a conhecer. Era o sorriso “fico com tesão quando você me bate”. Sendo que na maioria das vezes eu nem precisava encostar um dedo nele para o sorriso aparecer. Bastava falar um pouco mais grosso. Ouvi um som abafado perto de nós e umas risadas de fundo. Edward fez menção de ir até lá, mas o segurei pela gola da camisa.

- A menina caiu, coitada. Tropeçou!

- Eu sei, deixe-a lá.

- Você sabe?

- Sim.

- Foi você, não foi? Como é má...

Não parecia que ele dizia aquilo com a mesma intenção que demonstrava, já que ao invés de me olhar com asco, passava a língua pelos lábios enquanto me comia com os olhos. Homens.

- E então? Gostou da minha produção?

- Está...

Esqueci completamente o que ia dizer. Precisei ficar na ponta dos pés para conseguir me aproximar do seu rosto e me certificar de que estava vendo o que achava que estava vendo. O cheiro não me confundiu.

- Edward, você está usando pó compacto?

Ele olhou para os lados e segurou meu braço, puxando para mais perto de seu corpo e inclinando-se na direção do meu rosto. Sim, a diferença de altura entre nós era grande, principalmente porque eu não usava salto alto como a maioria das garotas do colégio.

- Fala mais baixo! Não é para sair espalhando isso por aí, você sabe como são os homens, não perdoam esse tipo de coisa.

- Deve ser, talvez, pelo fato de que homens não usam maquiagem.

- Não estou usando maquiagem!

- Jura?

POV Edward

Eu era incrivelmente louco por ela, mas pelo amor de Deus, Bella também não fazia a menor questão de ajudar. Ela não entendia que aquilo não poderia ser caracterizado como maquiagem propriamente dita. Era mais como uma arte.

- Você não entende? É para ficar pálido que nem os...

- Vampiros?

Bella mordeu os lábios para segurar o riso, mas não obteve muito sucesso. De repente, uma risada discreta transformou-se em gargalhadas que chamaram a atenção de quem estava em volta. Mulheres...

- Me avise quando parar de rir.

POV Bella

Aonde foi que eu me enfiei ao dar confiança para esse pateta? Se eu fosse humana e pudesse sentir dores, minha barriga com certeza estaria me causando desconforto de tanta risada que eu dei. Finalmente consegui parar e me concentrar em seu rosto carrancudo.

- O que exatamente você tem na cabeça para querer se parecer com um vampiro, Edward?

- Fiz isso para você.

- Para mim? Eu não gosto de vampiros, seu idiota. Eu sou uma vampira.

- Eu sei, mas pensei que se por acaso eu ficasse parecido com um, poderia correr menos perigo quando o próximo vampiro vier atrás de você...

Demorei alguns segundos para assimilar aquilo tudo e entender onde ele queria chegar. E foi aí que gargalhei ainda mais.

- Você acordou com um humor afiado hoje, Bella.

- Não, desculpe. Você é quem acordou. Edward, vampiros não identificam o outro pela aparência.

POV Edward

Ela apoiou as duas mãos pequeninas e delicadas em meus ombros para ficar na ponta dos pés novamente e grudou o corpo no meu. Pude sentir seus lábios roçando em minha orelha quando começou a falar devagar.

- Posso sentir o seu cheiro, de humano, a uns dois quarteirões de distância. Ouço seu coração bombeando o seu sangue e o espalhando pelo corpo, lá daquela outra esquina.

Ela voltou à posição inicial e deu alguns passos para trás, sorrindo malignamente para mim.

- Faça o favor de limpar o rosto para não passar vergonha. Algumas pessoas acreditam que você é inteligente, querido.

Apaixonado. É a palavra certa. Que mulher! Suspirei enquanto ela se afastava de mim na direção do colégio. Passei a mão no rosto, sentindo a camada de pó grudada na pele e a consciência pesou. Se minha mãe soubesse que eu tinha usado quase metade do pote – metade na pia do banheiro quando fiz os primeiros testes e metade para o devido uso – do seu Diorskin Poudre Compacte, da Dior, que custa uma fortuna, ela me mataria.

POV Bella

Quando saí apressada de casa nem passava pela minha cabeça que o dia me renderia algumas surpresas. A primeira tinha sido Edward e sua maleta de maquiagem. Pelo menos eu consegui resolver esse problema discretamente, sem maiores testemunhas. A roupa dele até dava para engolir, já que ninguém pode ser taxado como lunático por se vestir todo de preto. Certo?

Quando bateram na porta da sala e o professor de geometria mandou que entrassem, eu nem prestei atenção.

- Srta. Swan, queira fazer o favor de ir até a sala do diretor, sim?

- Eu?

Que pergunta mais idiota. Eu merecia ouvir as risadas do resto da turma. Estranhei aquilo, já que tinha absoluta certeza de que nada fiz para ser chamada na diretoria, mas levantei e fui. Estava andando tranquilamente pelo corredor, porque precisava aproveitar aquela situação para estender os minutos e me livrar da aula chata de geometria. Se eu tivesse sorte, quando fosse dispensada com um pedido de desculpas do diretor por ter me chamado lá por engano, a aula já teria terminado.

- Psiu!

- Ei!

Meu grito ecoou quando fui puxada bruscamente para o lado, por uma mão que me segurava o pulso. Estava tudo escuro, então só vi quando a porta atrás de mim se fechou. Não demorou mais do que 3 segundos para minha visão perfeita de vampira se ativasse e eu começasse a enxergar tudo ali dentro daquele...

- Você me trouxe para a droga do cubículo do material de limpeza?

Eu ainda não estava acreditando nisso. Edward achava que eu era uma dessas meninas super fáceis, que concordam em ir para qualquer cubículo do colégio dar uns amassos? Já estava preparada para socar seu rosto maquiado.

- Melhor do que assistir aquela aula, não acha?
- O que?
- A aula, Bella... A dispensa...
- Você armou tudo isso?

Ele mostrou um sorriso de quem se orgulhava do que acabara de fazer e eu não pude evitar pensar que Edward era mais espertinho do que eu imaginava. Não que isso fosse assim a coisa mais inteligente que alguém já fez na face da Terra, mas ele tinha conseguido me surpreender.

Eu não conseguia enxergar droga nenhuma naquele escuro. Não acredito que tinha escolhido justamente um armário com a lâmpada queimada. Dentre tantos outros disponíveis... Sou um acéfalo mesmo! A única coisa que eu conseguia ver mais ou menos e com muito esforço de meus olhos, era o branco dos dentes de Bella.

- Então... me trouxe aqui para que exatamente?

Ela perguntou com um tom de voz um tanto desafiador. Ou pelo menos era o que eu achava, já que não dava para ver sua expressão. Eu tinha muitas coisas em mente quando resolvi trazê-la para cá, mas era bem capaz dela me matar quando eu citasse algumas.

- Bem, pensei em ficarmos a sós um pouco.
- Ficamos a sós frequentemente, Edward.
- Ok, concordo. Mas não fazemos isso frequentemente.

Chutei o balde e agarrei alguma coisa que eu torcia para ser sua cabeça. Quando senti seus cabelos roçando nas palmas das minhas mãos não tive dúvida que estava no lugar certo. Trouxe seu rosto para o meu, empregando toda a força que eu tinha nos braços e a beijei.

Fui pega totalmente de surpresa quando ele me agarrou e até com um tiquinho de força. Nada que eu não conseguisse parar, claro, mas resolvi deixar para que ele se sentisse poderoso. Afinal de contas, eu já estava ali mesmo.

Fiz a vez de passiva e deixei que Edward tomasse conta da situação. Ele espremia meu corpo contra o dele e invadia minha boca com sua língua macia. Cá entre nós, eu não tinha do que reclamar. Aquilo era realmente muito agradável.

Uma de suas mãos apertava minha cintura, fazendo movimentos circulares com o polegar, enquanto a outra segurava-me pela nuca com os dedos enrolados nos meus cabelos. Sua boca fazia sucção na minha e me deixava sem ar. Eu poderia ter dificuldades para respirar se já não estivesse morta. Soltei meus braços que até então estava tensionados ao lado do corpo e passei em volta do pescoço dele.

- Você é tão linda!

Ele sussurrou sem afastar muito a boca e voltou ao seu trabalho magnífico. Seu corpo também não ficava muito para trás, com seus braços fortes me segurando com a ajuda dos músculos. O contato físico era tanto que eu sentia cada centímetro de seu tórax, mesmo que por debaixo da camisa.

Quando ele parecia já não agüentar mais ficar sem puxar ar, me soltou. Ficamos nos olhando em silêncio, pois eu não sabia exatamente o que falar. E por isso resolvi deixar as palavras de lado e apenas me encostei nele e enterrei minha cabeça em seu peito. Meus braços agora estavam em volta da sua cintura e eu podia sentir sua respiração controlada, seus batimentos cardíacos e o sangue em suas veias.

Não sabia o que aquele abraço significava. Bella não costumava mostrar esses sentimentos assim... carinhosos. A não ser, é claro, que aquilo não fosse um abraço carinhoso e sim uma concentração para quebrar todos os meus ossos ao mesmo tempo. Tipo uma sucuri, que envolve a vítima para então apertar-lhe até ouvir seus ossos estalando.

- Bella?
- Oi.
- Vai me quebrar?
- O que?
- Está pretendendo quebrar meus ossos?
- Cale a boca, Edward...

Bem, pelo visto não parecia ser essa a intenção dela e eu pude relaxar. Aproveitei para cheirar seus cabelos que exalavam um leve perfume de baunilha e fiquei com água na boca ao lembrar de seu gosto.

Eu poderia ter ficado por mais um bom tempo ali naquela posição, sem falar nada, apenas ouvindo os sons que vinham do interior de Edward. Era bom não ter a intervenção de fatores externos e ficar só ali, parada, apreciando o momento. Ele de boca fechada era mesmo uma ótima companhia. Mas aí estragou tudo, para variar.

- Namora comigo?

Tive que afastar-me um pouco para olhar direito para seu rosto e ver se ele estava falando sério. O que Edward tinha na cabeça? Desde quando eu era garota para namorar?

- Eu sou uma vampira.
- Eu sei.
- E meio que estou morta.
- Eu sei.
- E não gosto de você.
- Isso é mentira.

Eu não podia enxergá-la, mas sabia que ela podia, então coloquei o máximo de certeza em meu olhar para que ela visse que eu estava falando sério. Bella sabia muito bem que esse lance de não gostar de mim já tinha passado.

- Você não estaria aqui até agora se não gostasse.
- Estou matando aula.
- A quem está tentando enganar?

Confesso que eu gostava um pouco dele, mas não estava preparada para admitir isso para todo mundo. Edward se aproximou, tateando no escuro até me sentir ali e segurou meu rosto entre as duas mãos.

- Você sabe que eu faço tudo por você, mas eu sei que você gosta de mim, assim como você também sabe. Se continuar negando isso, eu não vou pedir novamente.

Pensei ver algum tipo de determinação em seu olhar, mas sua expressão logo abrandou e ele me beijou na testa, grudando em seguida a sua na minha.

- Pode me dar a resposta no final do dia.
- Não precisa.
- Faço questão que você pense antes de responder, Bella.
- Eu não quero pensar.

Eu achei que pressionando-a faria com que ela pensasse direto no assunto e finalmente pudesse enxergar o que sentia por mim, mas pelo visto deu tudo errado. Meu orgulho estava mais ferido do que nunca, então soltei seu rosto e abri a porta para ir embora dali.

- O que está fazendo?

Sua mão deu um tapa na porta e esta voltou a se fechar, quase esmagando minha mão, que eu felizmente tirei a tempo.

- Te liberando para voltar à aula.
- Assim? Não quer saber qual vai ser minha resposta?
- Acho que não preciso saber, preciso?

Mas era mesmo um idiota! Quis estapear-lhe, mas se ele andasse de olho roxo pelo colégio iam perguntar o que tinha acontecido e aí acabariam descobrindo que estivemos matando aula. Respirei fundo olhando para aqueles cabelos ensebados de gel. Vampiro. Rá. Que piada.

- Você é tapado mesmo, não é? Nem sabe o que eu decidi e já está se martirizando aí.
- O que você decidiu então, Bella?

Notei uma agressividade em sua voz, coisa que ele raramente usava comigo. Ou melhor, acho que nunca tinha usado comigo. Parecia estar realmente com raiva.

- A resposta é sim.


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Notas finais do capítulo

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