Uma História Nada Perfeita. escrita por Giiibs


Capítulo 2
Capítulo 2




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Até hoje eu não consigo compreender como eu poderia ter tido meio que "um aviso" em meus sonhos. 

Se minha mãe tivesse acreditado, será que ela ainda estaria viva ?

Não me lembro muito bem como foi minha infância depois de seu falecimento ... Só me lembro de quando meu pai me disse que teria que viver com a minha avó, ele arrumou minhas coisas e me deixou em frente à casa dela. 

Me lembro perfeitamente da expressão dela. Fiquei por volta de uma semana em sua casa, mas toda noite, e toda manhã, ela reclamava de ter que cuidar de uma criança "órfã".

Certo dia, minha tia Lúcia foi visitar minha avó, e quando viu o desgosto que ela tinha em cuidar de mim, resolveu "me adotar". 

Houve muitas brigas neste dia. Minha avó falava que era impossível minha tia cuidar de mim, pois ela quase não parava em casa. Minha tia debateu, nada adiantou. 

Então, ela chegou no meu ouvido e cochichou:

"Arrume suas coisas, vamos fugir amanhã."

Eu fiquei super animada, mas não poderia demonstrar, se não, minha avó percebia. Arrumei como combinado. No dia seguinte, minha tia entrou em casa com a cópia da chave que ela tinha, e fomos embora bem cedo. Minha avó só foi perceber depois do almoço.

Durante muitos anos, passei minha infância com uma vizinha, enquanto minha tia trabalhava no exterior. Esta vizinha, sempre me batia, e me obrigava a fazer o que ela mandava . Eu não poderia contar à minha tia, pois a Ingrid (a vizinha) me chantageava.

Minha tia ficava 2 meses por ano em casa, e nesses 2 meses era só para pesquisas, relatórios. Bom ela se importava comigo, só não me dava atenção que eu queria, eu não me abria muito com ela afinal, ela nem puxava assunto, e eu sentia um ar de "estou ocupada" .


Eu ainda odeio a Ingrid, ela se aproveitava de mim, me batia, me obrigava a fazer coisa, mas como eu tinha 7 anos não podia fazer nada além chingá-la em meus pensamentos. Eu sentia medo, as chantagens que ela fazia pareciam muito reais, eu não poderia arriscar fazer algo que a deixasse brava ou algo do gênero.

Também me lembro de seu filho, Pablo. Ele era um dos outros motivos de eu não contar para minha tia sobre Ingrid. Ele sempre brincava comigo quando Ingrid não mandava eu arrumar a casa, ele se escondia dela junto comigo, conversava comigo enquanto eu lavava a louça. Ele me ensinou à andar de bicicleta ...

Acho que a parte mais feliz da minha infância foi a amizade do Pablo ... Mas Ingrid não sabia que éramos amigos, e quando ela soube, deixou ele morando com o pai.

Continuei aguentando a ignorâcia dela até 2 anos depois, então contei à minha tia.

Como tinha 9 anos, ela decidiu que eu poderia me cuidar sozinha, então me ensinou tudo que eu precisava saber. 

Desde pequena tive que depender somente de mim.


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