A Filha Da Morte escrita por Messer


Capítulo 6
Boulevard Of Broken Dreams




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Já era noite. Não encontrei ninguém enenhum perigo. Achei isso estranho.

O calor do frasco negro estava quase queimando minha pele. Minha calça estava rasgada e suja, juntamente com a capa. E eu precisava dormir. Olhei ao céu acima e vi as estrelas deslumbrantes, como numa noite de inverno seco. Eu vi a lua. E me lembrei de mais alguém que poderia me ajudar.

Lady Ártemis.

Pensei bem. Caso me tornasse uma caçadora, seria imortal e mais poderosa. Mas e se eu me arrependesse? Não teria volta.

Então saquei a faca, e cortei alguns galhos fortes de madeira. Os prendi em três árvores, formando uma espécie de cama triangular. Fui procurar lenha, palha e folhas de plameira.

Comecei a fazer a fogueira, e acendi um pequeno fogo, para afastar algum predador. Com as folhas da palmeira, eu forrei a cama. E estava com fome. Mas não havia nada pra comer. Quer dizer, eu tinha doces, mas não iria comê-los. Eles servem pra me acalmar, não me alimentar.

Mas tive que ficar assim.

Me deitei, fechei os olhos, e logo adormeci.

Quando acordei, a fogueira já havia apagado e só sobravam cinzas. Me levantei, com preguiça, e escutei um barulho estranho. Meu corpo congelou, minha respiração baixou, e meu coração pareceu feito de gelo. Passei minha mão bem devagar para a cintura, onde eu guardava a faca. O barulho aumentou e algumas folhas estremeceram.

Lancei a faca, e me preparei para morrer.

Mas era somente um gato-do-mato.

Me levantei, já aliviada. Me aproximei do animal e percebi que havia acertado em cheio. Eu achei pura sorte, pois era impossível que o acertasse mesmo querendo. Retirei a faca, e comecei a limpá-la com algumas folhas. Guardei-a, coloquei a mochila, e continuei a andar, indo ao oposto do lado quente do frasco (que creio já havia queimado minha perna), e voltei a andar, escutando os barulhos distantes de automóveis. Minha carona.

Cheguei lá em alguns minutos, tentei parecer um pouco mais apresentável, estendi o dedão da mão, e fiz sinal para o sul.

Uma coisa eu prometo: se sobreviver, eu começo a dar caronas para as pessoas.

Sabe o que é ficar horas com fome, medo, cansaço, pra fazer algo e não saber se aquilo vai dar certo? Foi o que eu fiz. Horrível.

Mas como ainda existem pessoas boas nesse mundo, consegui uma carona um Cerato azul. Depois de horas.

Entrei, e havia duas garotas, de aproximadamente 20 anos. Agradeci a elas, e entrei no carro.

– Qual é o seu nome? - A motorista perguntou. Ela tinha cabelos castanhos enrolados e pele cor de chocolate.

– Bianca Lasqueve.

– Bonito nome. Eu me chamo Lúcia, e essa é a minha amiga, a Rachel - e apontou para uma garota morena também, mas a pele num tom mais claro. Seus olhos eram verdes e o cabelo castanho, com mechas loiras.

– Oi! - Rachel disse.

– Oi - respondi.

– Duas perguntas: Onde estão seus pais e para onde você está indo?

Meu coração foi perfurado por um espeto de gelo seco.

– Eles me abandonaram - respondi fria, Rachel se voltou a mim, e Lúcia fez uma cara de tristeza que vi pelo retrovisor - E vou para Pelotas.

Elas continuaram a conversar comigo. Perguntavam sobre a minha vida, minhas preferências, e tals. Só que eu não gostava de conversar. Fazer o que? Elas tinham me ajudado muito.

Acabei descobrindo que a Rachel era de São Paulo, na capital. Trabalhava como química (o que eu queria ser se isso não acontecesse), gostava de pop, principalmente de Madonna. Não é tão ruim, mas eu não curto.

Já a Lúcia trabalhava como dentista. Ambas dividiam apartamento, mas Lúcia gostava de pop rock. Quase na minha área.

Andamos por muito tempo, até que paramos em uma rodoviária. Era em Santa Cecília, em Santa Catarina.

– Você precisa de alguém pra te ajudar! Como vai a algum luga sozinha? - Falava Rachel, com cara de quem se preocupava comigo. Isso nunca aconteceu.

– Mas se alguém tomar conta de mim, vai contar pra alguém mais responsável e me por num orfanato. Eu vou pra casa de minha vó, não se preocupem - inventei essa desculpa. Não podia simplismente dizer que ia pra o acampamento. Elas me internariam.

Ela me olhou, desconfiada.

– Mas vou te ajudar mesmo assim - Senti meus pulsos virando chumbo, e torci que meu rosto não ficasse vermelho - venha, vamos ao caixa e ele vê o que pode fazer.

– Posso ir ao banheiro antes?

– Claro, claro.

Fui, e entrei em uma das repartições. Retirei o frasco do meu bolso e o coloquei no outro. Arranquei a capa da mochila, vesti-a e pûs a touca. Sub em cima do sanitário e pulei pra fora. Quando estava na porta, vi Lúcia me esperando.

Me desculpe, pensei mas tenho que fazer isso.

Corri em direção á estrada, e vi uma caminhonete em baixa velocidade. Pulei na traseira e segui viagem, aonde quer que fossem.

Eu acho que adormeci. Quando acordei, a caminhonete estava em uma garagem. Somente uma porta, que daria para dentro da casa, ou outro lugar estava aberta. Desci e segui por lá.

Por sorte, logo achei uma janela aberta. Pulei por lá e dei de cara com um bosque. A coisa sensata que eu fiz foi correr lá por dentro. E a coisa bem idiota, foi dar de cara com uma mulher-cobra.

Sem nem antes pensar, eu lhe dei uma bofetada na cara e corri. Corri muito, Mas minha sorte realmente me abandona em alguns momentos.  Eu senti uma fisgada enorme na parte de trás da coxa. Não aguentei e caí de dor. 

Quando olhei, havia parte de uma lança projetada de lá.

Eu me sentia tonta, tudo ao meu redor girava e ficava colorido. Fui para arrancar a lança, mas ela se transformou em borboletas. E minha visão ficou totalmente escurecida.


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Notas finais do capítulo

O que vocês estão achando? To tentando escrever mais e pelo menos 2 vezes no dia, mas tá complicado. Deixem recados!
Beijos da Messer



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