A Filha Da Morte escrita por Messer


Capítulo 30
Kill Me


Notas iniciais do capítulo

Kill Me - The Pretty Reckless. Música fodAAA!!
Bianca



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Era pesado. Muito pesado... Parecia que eu estava segurando uma bigorna de bilhões de quilos. Ou milhões de baleias. Bem, eu não sei o peso de tudo aquilo, mas sei que eu estava ficando fraca. Não pelo peso. Eu poderia até segurar tudo aquilo, mas o que havia acontecido... Me deixou fraca. Acabada. Me pisaram até eu virar sopa. Como eu pode ser tão idiota?

Mas não importava. Eu só vi o titã desaparecer com meus amigos. Sério, se eu conseguisse sair daqui debaixo, eu tinha acabado com aquele desgraçado. Que se foda a imortalidade dele, eu iria destruí-lo. Pedaço por pedaço. Mas não iria adiantar muita coisa, pois outro alguém teria que suportar o que eu estava fazendo. Então tentei traçar um plano.

Mas só tentei mesmo, pois o peso era tão grande que eu não conseguia nem pensar. Minha respiração falhava. Cada milímetro do meu corpo queimava feito lava com a maldição que eu estava sustentando. Eu tinha os braços levantados, tentando apoiar tudo aquilo, mas era tão ruim, que a maior parte do peso estava apoiada nos meus ombros e costas. Eu tentava inutilmente me levantar, mas parecia que eu era pressionada contra o chão. Quando eu consegui, com muita dor, mover meu pé, afim de conseguir algo melhor para sustentar o céu, pedras rolaram, e eu, por pouco, não fui esmagada por milhões de quilos que eu segurava. E comecei a sentir algo morno do meu joelho.

Ótimo, pensei. Daqui a pouco vou morrer por causa desse maldito ferimento no joelho.

E percebi como eu era azarada e idiota. Fui abandonada. Minha "mãe" me chamara de monstro. A única pessoa que podia me ajudar morreu, para me salvar. Fui amaldiçoada, e me parece que essa maldição vai ficar em mim pelo infinito. Talvez até após a morte. Me apaixonei, mesmo sem querendo. Briguei com o cara. Desmaiei inúmeras vezes. Fui sequestrada com o cara que amava (que, pelo o que eu percebi, passei a odiá-lo, também). E agora, passei a sustentar outra maldição. Se tiver alguém mais azarado do que eu, por favor, se apresente e eu vou construir um castelo para ti.

Minha visão estava cheia de pontos pretos, e meu corpo inteiro tremia com o esforço, quando o clima esfriou. Uma névoa começou a ser formar, e um tempo sinistro se formou. Tudo escureceu, e meus olhos demoraram a se adaptar à escuridão. Quando percebi, havia um rosto masculino, bem de frente ao meu, tanto que podia sentir a leve respiração. Se eu pudesse, iria pular uns dez metros, com o tamanho susto.

Era um homem. Tinha pele tão clara que chegava a ser azulada. Seus olhos negros me lembravam de pessoas realmente más, como Adolf Hitler. Tinha um cabelo negro, bagunçado, e um médio corte na bochecha, seguindo de perto da orelha até abaixo dos lábios, como se alguma espada tivesse raspado seu rosto. Um liquido dourado saía do corte. Mas nada disso era tão assustador quanto o fato de ele estar gigante. Percebi que era meu pai.

Eu gemi, tentando falar o nome dele, mas o esforço havia esgotado até isso. Ele se afastou. Por um momento, pensei que iria me abandonar, também. Daí sim, eu estaria pronta para me deixar ser esmagada pelo peso do céu. Depois do que me pareceu uma eternidade, sua mão gigante, pálida e gelada tocou a minha testa. Um vento forte e frio passou, fazendo minha capa tremular, fazendo barulho e as árvores se virarem. E, de repente, ele cessou. Como se o vento não existisse. E, com a mesma velocidade, o vento voltou, mas forte do que nunca. Indo em todas as direções. Mas não foi só isso. Minha capa, antes ruidosa, não fez um barulho sequer. Não senti meu cabelo balançando, ou meu vestido meio que inflando. Foi só então que eu percebi que o vento vinha de mim. Eu fiz aquilo, com tanta voracidade, que uma árvore tombou. Era uma árvore grande, um pinheiro. Depois eu fui perceber que a árvore estava podre. Mas mesmo isso, não fez com que eu me sentisse mal. Uma nova força pareceu brotar em mim. Não estava tão cansada. Meu joelho não estava quente e doendo. Parecia que eu podia aguentar tudo. Tudo mesmo.

Exceto o fato de eu ter sido tão ingênua e ter libertado o Titã de sua maldição.

Logo, senti o peso do céu se afrouxar. Eu caí, cansada, mesmo com a nova onda de poder. Coloquei as mãos na altura da cabeça, como um apoio para eu me levantar. Nem desgrudei direito o rosto do chão pedregulhoso, e olhei para o meu lado direito. O que vi, foi um deus segurando o céu por mim. Meu pai havia feito todo aquele sacrifício. Parecia meio cansado, mas aguentava tudo aquilo. Ele olhou para mim, e depois, com um gesto com a cabeça, para o chão. No meio das pedras, um gorro de esqui preto jazia. Eu o peguei, e vi que parecia um gorro de ladrão, com três furos. Logo, ele tremeluziu, e o peso aumentou. Eu estava segurando um elaborado elmo de guerra.

- O Elmo das Trevas? - Perguntei, meio sussurrando. Meu pai assentiu.

- Use-o para trazer o exército para cá. Envolva-os em trevas, e, com o elmo, concentre-se e os traga. O elmo vai ajudar.

- E... Exército?

- Sim - seu tom de voz era sombrio, como se algo horripilante tivesse acontecido. - O Olimpo foi atacado. Você, Jared e Aline sumiram, então acharam que eram vocês. Mas, talvez com isso, não tenham tanta desconfiança.

Eu me levantei, e estava indo para o Olimpo, quando me lembrei de algo.

- Pai?

- Sim? - Ele disse, meio, hesitante.

- Quando desapareci, estava somente com o Jared - ele me olhou, quase que ofendido, mas me apressei e acrescentei: - ele havia incendiado algo, e caímos para a água. Depois Aline apareceu lá. Em sua magia para nos teletransportar, ela falou algo sobre vingança. E, no ataque ao acampamento, eu vi o Silvio em cima do penhasco, como se tivesse mandando aquilo.

Ele pensou por um tempo.

- Vá para o Olimpo e traga-os para cá. Por favor.

E, com isso, eu fui ao Olimpo. E vi uma terrível guerra.


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