A Filha Da Morte escrita por Messer


Capítulo 2
All Of This Has To End




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Quando chegamos a loja veterinária de meus pais, ela saiu correndo do carro, e eu fui atrás. Minha mãe ficou olhando assustada, junto com meu pai. Havia um cliente lá, mas logo ele saiu.

– Ela precisa ir ao acampamento - a Carol, coordenadora disse.

– Como assim? - Minha mãe perguntou confusa. Acho que ela também estava perdida nessa história. Só mais que ela e eu, era meu pai.

– Que acampamento? Bianca, voceê devia estar na escola! - Disse ele, irritado.

– Ela precisa ir para o acampamento Pégasus - disse Carol para minha mãe. - Eles descobriram que ela é.

– Como assim? Quem ele era?... - Perguntou minha mãe, confusa. Ela parecia não muito acreditar no que estava acontecendo, como se tudo aquilo fosse um terrível pesadelo, que ela não sabia se era verdade ou não.

– Ele não te contou? - Perguntou Carol, um tanto irritada. - Você simplismente se envolveu com ele sem saber que ele era??

– Foi um erro! - Disse minha mãe, balançando os braços, e terrívelmente irritada - Eu não deveria ter feito aquilo! Eu jamais faria isso se eu soubesse que ele era um... um...

Eu sabia o que minha mãe queria dizer. E não era nada bom. Mas acho que ela parou quando de repente o tempo esfriou e escuraceu.

– Não ouse em terminar a frase se não quiser morrer - advertiu Carol, fria e séria.- E logo que ela foi um erro, você vai continuar com ela, ou seu orgulho ultrapassou isso?

Minha mãe me olhou fria.

– Jamais ficarei com um monstro desse.

E eu soube que era realmente um erro.

Carol me puxou pelo braço, e pude escutar meus ex-pais discutindo ao fundo. Nós entramos no carro, e ela seguiu na direção para o sul. Eu estava em choque. Um monstro? Mas eu nunca fiz nada de mal!

Quando percebi, Carol quase chorava. Segurava as lágrimas com uma força imensa, e eu odiava ver aqueles olhos azuis avermelhados e aquele rosto gorducho triste. Ela murrumava para si mesma: '' Vai ficar tudo bem. Tem que ficar.''

Dai percebeu que eu a olhava.

– Você não é um monstro. Ela é que é. Não entende que vocês são sensíveis, também seres humanos. Mas não se preocupe. Eu vou te levar para um lugar onde as pessoas são como você.

– Erros? - Perguntei triste. Carol olhou para mim e deixou escapar uma lágrima. Já estávamos deixando a cidade.

– Não minha flor. Se você for um erro, será o mais perfeito de todos. - Ela conseguiu sorrir gentilmente - Um acampamento para meio-sangues, como eu te falei. Lá vão te tratar como merece.

Eu pensei. Me tratar como mereço? E daí me dei cona que sempre fui excluída, ou de alguma forma humilhada. Percebi que tudo fazia sentido. Eu era excluída por ser especial, não antissocial, como pensava.

Fizemos algumas horas em silêncio, até que nós paramos para abastecer. Ela continuava séria, mas as lágrimas já saíram de seus olhos.

– Eu não deveria ser disléxica? Ou ter défict de atenção? - Perguntei à ela.

– Sim, claro. - Me olhou surpresa, mas com quem já esperava isso - Mas não sei por que você não tem. Mas consegue muito bem ler grego antigo ou ter reflexos de batalha. Agora entende por que você conseguia ler grego, como me disse, mas não achava a tradução na internet? Pois ele é antigo. Ou como você acha que iria escapar daquela dracaenae, ou sobrevivido aquela pancada contra o vidro?

Pensei, e vi que ela tinha razão.

– Eu tô com fome - Eu disse. Percebi que havia tempos que eu não comia. - Pode comprar pão de queijo?


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Notas finais do capítulo

Aqui tá outro. Acho que vão gostar do próximo capítulo, onde ela vai ver algo bem interessante.