A Filha Da Morte escrita por Messer
Notas iniciais do capítulo
Fuck the police.
Esqueci daquele negócio de alternar os capítulos. Pois bem, eu aviso quando for mudar .-.
Bianca.
– Por que não falou? - Perguntei, brava. - Precisava faze-las sofrerem assim?
Ele me olhou com desdém.
– Daí você nem teria dado a atenção. Você acha que quando estiver em uma batalha eles vão te dar tempo pra pensar? - Perguntou ele, aparentemente irritado. - Ou você morre, ou salva, ou mata.
Meu coração batia a mil. Seria assim? Matar, salvar ou morrer?
Percebi que as garotas verdes olhavam para mim. Pareciam preocupadas, e estavam escondidas em nossa volta.
Acho que Hades percebeu como eu estava em choque.
– Bem - ele continuou - , isso é a principal regra. Mas você está aqui pra treinar. Vou te ensinar a manipular os fogos.
Caminhou em minha direção. Eu não sabia o que fazer. Tinha medo de ficar e de sair correndo. Mas pior do que já está, não pode ficar, certo? Errado.
– É simples criar e manipular esses fogos. Você precisa concentrar todas suas forças para gerar isso - ele levantou a mão, e, na ponta dos dedos, surgiram chamas negras. - Consegue?
Levantei a minha mão, e me concentrei.
Fogo. Pensei. Fogo.
De repente, surgiu um pequena chama na ponta do meu dedo indicador. Mas ela sumiu mais rápido do que veio.
– Você não se concentrou o suficiente - disse ele, sem ânimo. - Você deve se concentrar, e permanecer assim, até que o fogo saia de perto de você. Caso contrário, irá acontecer o que houve.
Assenti.
Ele se virou e foi saindo.
– Para onde você vai? - Perguntei.
– Vou dar uma volta - disse pelo ombro. - Você ainda vai longe com isso ai. Quando for a hora do almoço, a concha vai soar e vá ao refeitório.
Então, ele continuou a caminhada.
Me sentei no chão, com as pernas cruzadas, e comecei a me concentrar. O máximo que consegui foi chamas por dez segundos.
Percebi que ventava. Então, tentei com todos os dedos.
O resultado, foi que as chamas começaram a se ''enrolar'' em mim, como se tivessem vida própria. As garotas verdes observaram, meio assustadas. Quando fechei a mão, desejando que as chamas se extinguissem, o fogo se apagou, como se desligado de alguma tomada. Resolvi tentar criar mais, e minha palma da mão ficou cheia. O coloquei no chão. O fogo começou a se espalhar, mas quando quis que parasse, parou. Quando cheguei perto, ele se voltou a mim, como um aspirador.
Eu sorria. Consegui! Pensei. Eu consegui.
Mas então, uma concha soou e fui ao refeitório. Quase me perdi no caminho, mas consegui chegar a tempo. Me sentei, e fiquei esperando as outras pessoas chegarem, também. Fizemos as oferendas e almoçamos.
– Como tá com o fogo? - Hades perguntou.
– Ah, acho que á consegui - respondi, e me concentrei, fazendo algumas chamas negras dançarem pelo meus dedos e meu braço. Ele me olhava um tanto impressionado.
– Muito bem, então. Agora vá treinar alguma outra coisa. Esses poderes ficam melhor no escuro e na noite.
Assenti, e ia pro arco e flecha. Treinei lá por um bom tempo, até que resolvi treinar esgrima. Jared estava lá.
Achei que sei lá o que iria acontecer comigo, mas uma multidão de borboletas surgiram em meu estômago.
Ele olhou pra mim e sorriu. Os outros campistas saíram, e eu fiquei lá, sozinha, com ele.
– Então - ele começou, com um pequeno ar de ironia -, como vai a filha da morte perita em arco e flecha?
Eu dei um sorriso e virei meus olhos para o chão. Pude ver que ele sorria abertamente. Vesti uma armadura e peguei a espada.
– Pois é - disse irônica -, acho que sou perita em outra coisa agora.
Chamas começaram a correr pela espada.
– Ei, ei! - Ele começou, levantando os braços. - Vamos pegar leve! Ou quer que eu use os meus truques?
Sorri, e balancei a cabeça, negando. As chamas se extinguiram e eu fiquei em posição de luta.
– Mas que tal pegar leve comigo na esgrima? - Disse, avançando.
É, parecia que ele pegava leve. Mas aos poucos foi dificultando, e ele sempre batia com a parte inofensiva da espada. Até que a Aline chegou, e ela desviou minha atenção. O Jared bateu com tudo na lateral do meu tórax, que eu recuei, lançando um olhar do tipo: quer me matar assim?
A Aline estava com um sorriso alegre no rosto, e alguns potes na mão.
– Olhe isso! - Ela disse e pegou um dos potes e começou a fazer uma poção, talvez, misturando-os. Eu e Jared nos entreolhamos e avançamos, hesitantes até lá. - Aprendi uma poção de invisibilidade!
– A última vez - Jared sussurrou pra mim - ela me deixou cinza por uma semana.
Recuei alguns passos, com o receio de mudar de cor ou outros braços crescerem em mim.
– Agora, só mais isso... - ela colocou uma pequena pitada de algo dourado, e...
Tudo explodiu, deixando-a com os cabelos e o rosto cinzas.
Nós três não aguentamos e caímos na risada. Deixamos o treino e fomos até o chalé de Hécate. Ele era meio roxo, com tochas nas paredes e dois cães, que pareciam me olhar. Entramos, peguei uma toalha no banheiro, molhei-a, e comecei a esfregar no rosto dela. Havia alguns arranhões do pote. Mas tinha algo pior. Sua pele estava verde. Olhei pro Jared, que me lançou um olhar preocupado. Aline percebeu e perguntou.
– O que aconteceu?
Me lembrei das garotas verdes, mas antes de falar algo, ela me empurrou para o lado e quase soltou um grito, quando se olhou no espelho. Mas ela conseguiu gargalhar.
– Bem - ela disse -, agora sou uma Dríade!
– O que é isso? - Perguntei, curiosa.
– Ah, são ninfas da floresta - ela se virou para mim. - Elas cuidam das selvas e servem o nosso almoço.
– Ah, as garotas verdes que meu pai deixou desesperadas?
– Garotas verdes? - Ela riu. - Sim, são elas. Por que Hades as deixou desesperadas?
– Pois ele queria me ensinar como controlar o fogo negro e o grego. Mas creio que não precisava daquilo.
Ela olhou maravilhada pra mim.
– Pode me mostrar?
Fiz as chamas dançarem entre meus dedos. Os dois olharam, interessados. Mas alguém surgiu na porta, e me fez perder a concentração.
Era uma garota loira, alta, com os olhos azuis e vestia roupas rosas. Não gostei muito do estilo dela, mas ela era linda.
– Ei - disse a garota - vai ter uma festa hoje no chalé da mãe. Vocês vão?
Eles balançaram a cabeça dizendo que sim, e eu fiz o mesmo. Ela sorriu e saiu.
– Quem é ela? - Perguntei, gesticulando pra garota.
– Kelli, filha de Afrodite - disse Jared. - Não sabia que você gostava de festas.
– E não gosto - rebati, olhando para fora. - Mas que mal tem eu tentar me associar um pouco?
E então, eu ia a uma festa da filha da mulher que me amaldiçoou. Só torcia que não tivesse um castelo ou outra coisa de vidro lá.
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