A Filha Da Morte escrita por Messer


Capítulo 13
Bad Romance (Cover 30 Seconds to Mars)


Notas iniciais do capítulo

Fuck the police.
Esqueci daquele negócio de alternar os capítulos. Pois bem, eu aviso quando for mudar .-.
Bianca.



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– Por que não falou? - Perguntei, brava. - Precisava faze-las sofrerem assim?

Ele me olhou com desdém.

– Daí você nem teria dado a atenção. Você acha que quando estiver em uma batalha eles vão te dar tempo pra pensar? - Perguntou ele, aparentemente irritado. - Ou você morre, ou salva, ou mata.

Meu coração batia a mil. Seria assim? Matar, salvar ou morrer?

Percebi que as garotas verdes olhavam para mim. Pareciam preocupadas, e estavam escondidas em nossa volta.

Acho que Hades percebeu como eu estava em choque.

– Bem - ele continuou - , isso é a principal regra. Mas você está aqui pra treinar. Vou te ensinar a manipular os fogos.

Caminhou em minha direção. Eu não sabia o que fazer. Tinha medo de ficar e de sair correndo. Mas pior do que já está, não pode ficar, certo? Errado.

– É simples criar e manipular esses fogos. Você precisa concentrar todas suas forças para gerar isso - ele levantou a mão, e, na ponta dos dedos, surgiram chamas negras. - Consegue?

Levantei a minha mão, e me concentrei.

Fogo. Pensei. Fogo.

De repente, surgiu um pequena chama na ponta do meu dedo indicador. Mas ela sumiu mais rápido do que veio.

– Você não se concentrou o suficiente - disse ele, sem ânimo. - Você deve se concentrar, e permanecer assim, até que o fogo saia de perto de você. Caso contrário, irá acontecer o que houve.

Assenti.

Ele se virou e foi saindo.

– Para onde você vai? - Perguntei.

– Vou dar uma volta - disse pelo ombro. - Você ainda vai longe com isso ai. Quando for a hora do almoço, a concha vai soar e vá ao refeitório.

Então, ele continuou a caminhada.

Me sentei no chão, com as pernas cruzadas, e comecei a me concentrar. O máximo que consegui foi chamas por dez segundos.

Percebi que ventava. Então, tentei com todos os dedos.

O resultado, foi que as chamas começaram a se ''enrolar'' em mim, como se tivessem vida própria. As garotas verdes observaram, meio assustadas. Quando fechei a mão, desejando que as chamas se extinguissem, o fogo se apagou, como se desligado de alguma tomada. Resolvi tentar criar mais, e minha palma da mão ficou cheia. O coloquei no chão. O fogo começou a se espalhar, mas quando quis que parasse, parou. Quando cheguei perto, ele se voltou a mim, como um aspirador.

Eu sorria. Consegui! Pensei. Eu consegui.

Mas então, uma concha soou e fui ao refeitório. Quase me perdi no caminho, mas consegui chegar a tempo. Me sentei, e fiquei esperando as outras pessoas chegarem, também. Fizemos as oferendas e almoçamos.

– Como tá com o fogo? - Hades perguntou.

– Ah, acho que á consegui - respondi, e me concentrei, fazendo algumas chamas negras dançarem pelo meus dedos e meu braço. Ele me olhava um tanto impressionado.

– Muito bem, então. Agora vá treinar alguma outra coisa. Esses poderes ficam melhor no escuro e na noite.

Assenti, e ia pro arco e flecha. Treinei lá por um bom tempo, até que resolvi treinar esgrima. Jared estava lá.

Achei que sei lá o que iria acontecer comigo, mas uma multidão de borboletas surgiram em meu estômago.

Ele olhou pra mim e sorriu. Os outros campistas saíram, e eu fiquei lá, sozinha, com ele.

– Então - ele começou, com um pequeno ar de ironia -, como vai a filha da morte perita em arco e flecha?

Eu dei um sorriso e virei meus olhos para o chão. Pude ver que ele sorria abertamente. Vesti uma armadura e peguei a espada.

– Pois é - disse irônica -, acho que sou perita em outra coisa agora.

Chamas começaram a correr pela espada.

– Ei, ei! - Ele começou, levantando os braços. - Vamos pegar leve! Ou quer que eu use os meus truques?

Sorri, e balancei a cabeça, negando. As chamas se extinguiram e eu fiquei em posição de luta.

– Mas que tal pegar leve comigo na esgrima? - Disse, avançando.

É, parecia que ele pegava leve. Mas aos poucos foi dificultando, e ele sempre batia com a parte inofensiva da espada. Até que a Aline chegou, e ela desviou minha atenção. O Jared bateu com tudo na lateral do meu tórax, que eu recuei, lançando um olhar do tipo: quer me matar assim?

A Aline estava com um sorriso alegre no rosto, e alguns potes na mão.

– Olhe isso! - Ela disse e pegou um dos potes e começou a fazer uma poção, talvez, misturando-os. Eu e Jared nos entreolhamos e avançamos, hesitantes até lá. - Aprendi uma poção de invisibilidade!

– A última vez - Jared sussurrou pra mim - ela me deixou cinza por uma semana.

Recuei alguns passos, com o receio de mudar de cor ou outros braços crescerem em mim.

– Agora, só mais isso... - ela colocou uma pequena pitada de algo dourado, e...

Tudo explodiu, deixando-a com os cabelos e o rosto cinzas.

Nós três não aguentamos e caímos na risada. Deixamos o treino e fomos até o chalé de Hécate. Ele era meio roxo, com tochas nas paredes e dois cães, que pareciam me olhar. Entramos, peguei uma toalha no banheiro, molhei-a, e comecei a esfregar no rosto dela. Havia alguns arranhões do pote. Mas tinha algo pior. Sua pele estava verde. Olhei pro Jared, que me lançou um olhar preocupado. Aline percebeu e perguntou.

– O que aconteceu?

Me lembrei das garotas verdes, mas antes de falar algo, ela me empurrou para o lado e quase soltou um grito, quando se olhou no espelho. Mas ela conseguiu gargalhar.

– Bem - ela disse -, agora sou uma Dríade!

– O que é isso? - Perguntei, curiosa.

– Ah, são ninfas da floresta - ela se virou para mim. - Elas cuidam das selvas e servem o nosso almoço.

– Ah, as garotas verdes que meu pai deixou desesperadas?

– Garotas verdes? - Ela riu. - Sim, são elas. Por que Hades as deixou desesperadas?

– Pois ele queria me ensinar como controlar o fogo negro e o grego. Mas creio que não precisava daquilo.

Ela olhou maravilhada pra mim.

– Pode me mostrar?

Fiz as chamas dançarem entre meus dedos. Os dois olharam, interessados. Mas alguém surgiu na porta, e me fez perder a concentração.

Era uma garota loira, alta, com os olhos azuis e vestia roupas rosas. Não gostei muito do estilo dela, mas ela era linda.

– Ei - disse a garota - vai ter uma festa hoje no chalé da mãe. Vocês vão?

Eles balançaram a cabeça dizendo que sim, e eu fiz o mesmo. Ela sorriu e saiu.

– Quem é ela? - Perguntei, gesticulando pra garota.

– Kelli, filha de Afrodite - disse Jared. - Não sabia que você gostava de festas.

– E não gosto - rebati, olhando para fora. - Mas que mal tem eu tentar me associar um pouco?

E então, eu ia a uma festa da filha da mulher que me amaldiçoou. Só torcia que não tivesse um castelo ou outra coisa de vidro lá.


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