A Lenda Da Aranha escrita por The Amazing Spider Green


Capítulo 3
O ataque do Homem-Areia


Notas iniciais do capítulo

Desculpem mesmo pela demora, galera, mas é que esse capítulo acabou sendo maior e mais difícil de fazer do que eu pensei que seria, por isso demorei tanto. No entanto, acho que ele ficou muito bom. Me digam o que acham nos reviews.



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Leo era encontrado caminhando pelas ruas, sua bolsa-carteiro dependurava-se de seu ombro e o cinto de ferramentas estava amarrado a sua cintura. Ele tinha uma carranca cansada no rosto. Motivo: primeiro dia de aula do ano.

Ele odeia estudar desde que foi para a escola pela primeira vez na vida. Ele só não gostava de ficar sentado em um lugar por muito tempo. Maldito TDAH. Sempre estragava sua vida.

— Ahhhhhhh! Por Hefesto, como eu odeio a escola. — Leo sabia que seu pai não era mais um deus, mas ele nunca diria o nome de outro deus. Ele prometeu isso a si mesmo. Os deuses não eram pessoas de que ele gostava. Eram idiotas que não mereciam o respeito de ninguém.

Ele viu que estava entrando no Manhattan High com Gwen correndo até ele. Ele não pôde deixar de sorrir, apesar do cansaço, em como ela parecia desastrada com os livros no peito e com o olhar desesperado no rosto.

— Ei, Gwen. Seja o que for que você queira falar, estou sem ânimo para ouvir — Leo disse, cansado.

— Ah, eu aposto que você vai mudar de ideia quando eu te contar que tenho brinquedinhos novos para você. — Gwen sorria um sorriso maroto.

— Maneiro — Leo sussurrou, de olhos arregalados.

Eles ouviram o sinal tocar, e Leo gemeu.

— Vamos, voltar à escola não é tão ruim assim — disse Gwen, sorrindo para Leo.

— Tá brincando? Aqui é pior que o Mundo Inferior.

— Vamos logo. — Gwen o puxou pela orelha, nem se importando com os gritos de indignação de Leo.

— Ai! Ai! Gwen, não...! Ai!, me larga, mulher! Eu tenho orelhas sensíveis! AIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!

* * *

Leo e Gwen saíam da escola sorrindo animados. Leo porque ele logo veria os novos "brinquedinhos" de Gwen, e Gwen por mostrar seus novos "brinquedinhos" (Nota do Autor: Não pensem porcaria, seus mente-sujas) para Leo.

— Ei, Leo. — Eles se viraram para ver Piper correndo até eles.

— O que foi, Piper? — perguntou Leo confuso.

— Eu queria saber se gostaria de ir para um restaurante aqui perto. Todos vamos. — Piper sorriu para ele.

— Foi mal, Piper, mas não vai dar. Eu e Gwen temos que fazer umas coisas. — Leo deu-lhe um sorriso nervoso e culpado.

— Ah. — Piper abaixou a cabeça, triste e desapontada. Então a levantou, revelando seus olhos tristes. — Então nos vemos depois, Leo.

— É, acho que sim. — Leo olhou para baixo, culpado.

Piper abaixou a cabeça e caminhou para longe deles.

— Vamos, Gwen — disse Leo voltando a caminhar, só que dessa vez de cabeça baixa, sendo seguido por Gwen.

* * *

Eles entraram na fábrica abandonada que Gwen encontrou quando mais nova e caminharam até uma mesa que continha diversos apetrechos e mecanismos que fariam qualquer filho de Hefesto ou Atena chorar.

E Leo, infelizmente, é um filho de Hefesto.

— Ah, meu Deus. Isso é incrível! — Leo sorria animado com lágrimas nos olhos. — São lindas! Minhas preciosas.

Gwen revirou os olhos.

— Ah, por favor, sempre que os vê, você fica chorando e sorrindo.

— Bem, eu sou um filho de Hefesto. Está no meu sangue. — Leo deu de ombros.

Gwen novamente revirou os olhos.

— Aqui. — Ela colocou um dispositivo no formato de uma aranha em sua mão. — Eu o chamo de "Rastreador-Aranha". Pode encontrar qualquer coisa ou pessoa em um raio de quilômetros.

— Legal — disse Leo sorrindo. — E o que mais?

— Bem, eu também tenho isso — ela lhe deu um relógio. — É um comunicador, sempre que você precisar falar comigo e estiver longe.

— Valeu — disse Leo pegando o relógio e o colocando no pulso. — Mais alguma coisa?

— Bem, eu estou trabalhando em uma coisa para você, mas ainda não está pronta — disse Gwen hesitante.

— O quê? — perguntou Leo curioso.

— É uma surpresa — ela disse sorrindo maliciosamente.

— Ah, fala sério. — Leo emburrou a cara enquanto cruzava os braços.

De repente, eles ouviram um barulho de sirene da polícia. Leo e Gwen correram para fora e viram que ocorria uma perseguição. Vários carros da polícia perseguiam um único carro.

— Ah. — Leo suspirou, balançando a cabeça, enquanto ele e Gwen voltavam para o armazém. — Eles nunca aprendem. Bem, alguém tem que pegá-los.

— Boa sorte, Cabeça de Teia — disse Gwen, sorrindo.

Leo sorriu de volta e tirou suas roupas, revelando seu uniforme vermelho e azul. Ele tirou a máscara, as luvas e as botas da mochila e as colocou. Ele olhou para Gwen com seus misteriosos olhos reflexivos cor de laranja e acenou com os dois dedos, como um piloto de avião.

— Falou. — E após dizer aquilo, pulou do chão e soltou um fio de teia, voando para fora do armazém.

O Homem-Aranha pousou em cima do carro, ficou de cabeça para baixo ao lado do carro e viu, pela janela, que dois homens estavam lá. Ambos eram enormes e musculosos. E Leo já os conhecia muito bem. Eram Flint Marko e Alex O'Hirn, os dois bandidos mais determinados que Leo já conhecera.

— Ei, galera! — o Aranha disse com um sorriso debaixo da máscara. — Posso pegar uma carona?

— É o Aranha! — gritou Marko.

— Não! É a sua avó! — replicou o Cabeça de Teia. — Francamente, Flint, eu pensei que soubesse quem eu sou! Eu pensei que tivéssemos uma ligação! Estou tão abalado.

— Atira nele! — gritou O'Hirn.

Os dois atiraram nele, e Leo se desviou de cada bala, divertindo-se com a situação. Ele lançou vários fios de teia nos pneus do carro e ele se estabacou na rua, indo contra uma multidão de pessoas. O Homem-Aranha pulou do carro e soltou várias teias em um poste ali perto, e o carro se grudou na teia, como se fosse um amortecedor.

O Homem-Aranha soltou os fios, soltando um suspiro de alívio, e se virou para a multidão:

— O.k., nada de feridos, aleijados, ou qualquer coisa?

A multidão balançou a cabeça, tremendo de medo pelo que poderia ter acontecido.

Ótimo, sem feridos, pensou o Homem-Aranha, virando-se para o carro de Flint e Alex. Ele caminhou calmamente até o carro e arrancou a porta pelas dobradiças, puxando Marko e O'Hirn pelos colarinhos, como se fossem filhotes de gato.

— Muito bem — disse o Amigão da Vizinhança. — O que eu faço com vocês dois?

O Cabeça de Teia notou a polícia chegando, então, com um sorriso por baixo da máscara, disse:

— Bom, vamos deixar a polícia cuidar disso. Certo, rapazes? — Ele viu como Flint e O'Hirn tremiam. — Ah, e quando forem para a prisão, eu espero que escovem os dentinhos após todas as refeições, e não se metam em encrencas.

Os policiais saíram do carro e um deles gritou para o Homem-Aranha:

— Parado, Homem-Aranha! Você está preso!

— Tá falando sério? — perguntou o escalador de paredes. — Eu acabei de salvar essas pessoas de um carro desgovernado, poupei vocês de um trabalhão pegando esses dois — balançou Flint e O'Hirn —, e é assim que vocês retribuem?

A resposta dos policiais foi atirar no Homem-Aranha, que largou os dois bandidos no chão e saltou do solo, soltando um fio de teia e saindo daquele lugar fazendo uma acrobacia. Ele já estava acostumado em fazer aquilo. Todos achavam que ele era uma ameaça.

* * *

Leo estava sem o uniforme do Homem-Aranha quando chegou ao edifício de seu apartamento, extremamente cansado. Claro, parar uma perseguição de carro, um assalto a banco e muitas outras coisas podem fazer isso com uma pessoa.

Ao entrar no seu apartamento, Leo viu que seu pai, feio e musculoso como sempre, já estava sentado à mesa, comendo o jantar.

— Ei, pai — saudou Leo sorrindo para Hefesto.

— Oi, Leo. — Hefesto sorriu para seu filho. — Como foi o primeiro dia de aula?

— Péssimo — disse Leo, sentando-se na cadeira em frente a de Hefesto, exausto. — Mal começamos o ano letivo e já temos muita lição de casa para fazer.

— Bom, ninguém disse que escola seria fácil. — Hefesto riu pela cara emburrada de Leo.

— Bem que poderia — resmungou Leo. — Os malditos TDAH e dislexia só atrapalham minha vida.

Hefesto deu uma longa risada, o que fez Leo sorrir, envergonhado.

— É melhor eu ir para o meu quarto — disse Leo. — Você sabe, para começar a fazer minha lição.

— O.k. Boa sorte.

— Vou precisar — resmungou Leo.

Leo entrou em seu quarto e jogou a bolsa-carteiro no chão, ao lado da cama. Ele trancou seu quarto e tirou o material da bolsa-carteiro. Ele tinha que fazer a maldita lição de casa. Não que ele não fosse inteligente, na verdade ele era muito esperto, mais esperto que a maioria dos adultos, sendo um filho de Hefesto e tudo, com seus conhecimentos sobre matemática, formas etc., mas é que as lições de casa eram difícies para ele devido aos seus TDAH e dislexia.

Leo estava abrindo o caderno quando um som de tiros o impediu de continuar. Ele se assustou e correu até a janela, para ver um helicóptero caindo do céu e indo na direção de um lugar que Leo, com sua visão melhorada, viu ter uma multidão de pessoas.

— Ah, cara. — Leo gemeu. — Por que os helicópteros sempre escolhem cair justamente em lugares com muita gente?

Leo tirou as roupas, para revelar seu uniforme vermelho e azul, colocou as luvas e máscara e pulou pela janela.

* * *

Marko e O'Hirn estavam compartilhando uma cela na prisão, Alex gritando e batendo nas grades e Flint deitado na cama, cansado.

— Não vai adiantar — disse ele a seu parceiro de crime.

Grrrrr... — rosnou Alex, irritado.

— Senhores — disse um policial, abrindo a cela em que os dois criminosos estavam presos —, sua fiança foi paga. Podem sair.

— Finalmente! — disseram os dois, saindo da cela.

— Quem pagou nossa fiança? — perguntou Flint, arqueando uma sobrancelha.

— Um gentil benfeitor — disse o policial, e logo um homem vestindo um terno preto e com uma cabeça estranha entrou no recinto em que eles estavam.

— Este seria eu — o homem admitiu com uma voz rouca e cheia de malícia. — São Flint Marko e Alex O'Hirn, correto?

— Sim — responderam.

— Vamos — disse o homem, virando-se e começando a caminhar para fora do lugar, com as mãos atrás das costas.

— E o que você quer com a gente? — perguntou O'Hirn desconfiado.

— Ajudá-los — simplesmente disse o homem, virando a cabeça na direção deles com um sorrisinho malicioso no rosto.

Flint e Alex arquearam as sobrancelhas, desconfiados, mas seguiram o homem de qualquer forma. Afinal, ele pagara sua fiança, portanto deve não querer fazer mal a eles.

* * *

Leo estava caminhando para a escola, um donut e um café em cada uma de suas mãos, sua bolsa-carteiro dependurada no ombro. Ele não tivera tempo de tomar café da manhã. Na noite de ontem, ele gastou quase toda sua energia para impedir o helicóptero de cair nas pessoas, e ainda teve de fazer a lição de casa ao chegar em casa. Por isso ele dormiu tarde e ao acordar, ele viu que estava atrasado para a aula. Ele pegou as roupas e já saiu do apartamento, sem tomar o café da manhã.

— Leo! — Leo ouviu alguém gritar. Ele se virou e viu que quem corria na sua direção era um rapaz de sua idade com cabelos louros e olhos azuis como o céu, com uma pequena cicatriz no lábio superior, que Leo sabia ter sido feita por causa de um grampeador.

— Jason? — perguntou Leo, confuso, mas feliz. Estava feliz em ver o amigo.

— Há quanto tempo, hein? — Ele riu dando um soquinho no ombro de Leo.

— É, já faz um ano — ele disse, sorrindo. — E você não mudou nada.

— Mas você, sim — disse Jason, olhando Leo. — Está mais alto — na minha altura —, parece mais maduro, e isso... isso são músculos?

Leo corou de vergonha. Desde a mordida da aranha, seu físico havia mudado. Ele, quando acordou, quase desmaiou ao se ver no espelho. Ele estava muito mais alto, com músculos robustos, um peitoral maciço e até uma barriga de tanquinho. Os músculos não eram exagerados, mas eram o suficiente para Leo atrair meninas.

— É que... Sabe como é, eu fiz musculação. Não podia virar um molenga, né? Continuei treinando.

Aquilo não era inteiramente mentira. Leo realmente treinara, mas não suas habilidades de luta com espadas ou lanças, e sim os seus poderes de aranha.

Jason olhou para ele desconfiado, mas depois deu de ombros.

— Aonde está indo? — perguntou Jason a Leo.

— Escola.

— Você está mesmo indo para a escola, tipo... por vontade própria?

— Na verdade, não — respondeu Leo sorrindo envergonhado. — Meu pai e Gwen me obrigaram a estudar no Manhattan High.

— Gwen? — perguntou Jason, confuso.

— É uma amiga — respondeu Leo. — Ela pode ver através da Névoa, por isso eu contei a ela sobre os deuses, o acampamento e sobre meios-sangues.

— Entendo — concordou Jason. — Ela deve ter visto muitos monstros, não é mesmo?

— Sim — disse Leo. — Tive pena dela e lhe contei tudo, e desde então eu e ela somos grandes amigos.

— Isso é bom. — Jason sorriu tristemente. — Desculpe por não tê-lo visitado antes, Leo, mas é que eu não tive muito tempo... Sabe, com a junção dos acampamentos grego e romano.

— Tudo bem, Jay — disse Leo, sorrindo ao ver que um tique surgiu no olho de Jason ao ser chamado por um nome que odiava. — Entendo que você, como pretor, tenha deveres com o Acampamento Júpiter e que está colaborando em grande parte com a junção dos acampamentos. Não esquenta, cara.

— Isso é um alívio. — Jason deixou os ombros caírem, como se um grande peso tivesse sido tirado de seus ombros. — Fiquei preocupado que não entenderia.

— Cara, você não tem que se preocupar — disse Leo, sorrindo. — É do Leozão que estamos falando, lembra? Ele entende as pessoas.

Jason revirou os olhos, mas sorriu. Era bom ver que Leo não mudara em muita coisa.

Leo olhou para o relógio de pulso e arregalou os olhos.

— Droga — praguejou ele. — Eu tenho que ir para a escola. A gente se fala depois, Jay!

Jason teve mais um tique no olho, tremendo o corpo. Como odiava esse nome!

— LEO, SEU DESGRAÇADO! VAI PAGAR POR ISSO! — ele gritou, mas sorria brilhantemente.

Leo dava várias gargalhadas enquanto corria e continuava a comer seu café da manhã.

* * *

— Então... você quer nos dar... superpoderes? — perguntou Flint, surpreso e confuso.

— Bem, essa é uma maneira infantil de lidar com isso, mas... sim. Sim, é isso — respondeu o homem.

— Podemos pelo menos saber o seu nome? — perguntou Alex.

— Meu nome não é da conta de ninguém, além da minha. Mas podem me chamar de... Cabeça de Martelo. — O autonomeado Cabeça de Martelo sorriu.

— E por que deveríamos ajudá-lo? — perguntou Flint.

— Pois ambos temos um probleminha em comum... um probleminha chamado Homem-Aranha.

* * *

— É um prazer vê-los, senhores — disse um homem vestindo um elegante terno preto, com o rosto escondido pelas sombras, a Cabeça de Martelo, Alex e Flint.

— Igualmente, senhor — respondeu Cabeça de Martelo apertando a mão do homem.

— Agora, sr. O'Hirn, se não se importa, gostaríamos de fazer primeiro um experimento no sr. Marko e depois de alguns dias, o senhor — disse o homem sorrindo para Alex, por trás das sombras.

— Por quê? — rugiu O'Hirn irritado.

— Pois o sr. Marko será nosso primeiro teste, e queremos ter certeza de que tudo ocorra bem — respondeu Cabeça de Martelo pelo homem, que sorriu, de acordo.

— Pois bem, então — respondeu Alex sem se importar.

— Vamos, então — disse Marko seguindo Cabeça de Martelo e o homem até uma sala.

Alex escolheu ficar sentado no sofá, até que, depois de meia hora, ele se encolheu ao ouvir vários gritos de dor de seu parceiro de crime. Ele nunca admitiria isso, mas Flint se tornou um grande amigo para ele, e ouvir esses gritos faziam sua espinha congelar.

E sem ele notar, alguns minutos depois dos gritos sumirem, uma corrente de areia saiu pela janela.

* * *

Leo saía alegremente do Manhattan High com a cabeça para cima e um sorrisão no rosto, diferente de quando entrou nele. Ah, como era bom sentir o calor do sol sobre si, e o melhor: sem lições de casa, provas ou trabalhos escolares.

— Ei, Leo. — Leo se virou para ver Harry Osborn, seu melhor amigo, correndo até ele.

— Ei, cara — Leo disse batendo no punho de Harry.

— Faz tempo que não conversamos. O que vem fazendo?

— Ah, o de sempre. — Leo deu de ombros.

Parando bandidos, chutando a bunda de criminosos etc. Mas você não precisa saber disso, terminou Leo em pensamentos.

— Ei, rapazes. — Os garotos viram Gwen correndo até eles, um sorriso enfeitando seu belo rosto.

— Ei, garotinha — disse Leo bagunçando o cabelo dela.

— Não me chame de garotinha! — ordenou Gwen ajeitando o cabelo.

— Claro, claro. — Leo revirou os olhos. — Seja o que for.

— Gente, foi mal, mas não posso ficar mais aqui. Meu pai está me esperando.

— O.k. — Leo deu uma batida no ombro de Harry e Gwen um abraço. Depois disso, Harry saiu da escola.

— Você deve falar para ele — disse Gwen. — Harry não é burro, sabe disso. Ele vai descobrir de um jeito ou de outro, e se não descobrir por você, pode se sentir ressentido por ter guardado segredo dele. Tanto sobre o Homem-Aranha quanto sobre você ser um semideus.

— Eu quero contar. — Leo suspirou pesadamente. — Eu quero contar muito mesmo. Mas... eu não sei se consigo.

— Ei. — Gwen lhe deu um tapinha no ombro. — Vai ficar tudo bem, tá? Eu sei que você consegue. Afinal, você é Leo Valdez, Filho de Hefesto, o Primeiro Usuário do Fogo em vários séculos, e ainda por cima o Homem-Aranha, não é mesmo?

Leo sorriu para Gwen. Era bom saber que não importava o quanto ele sofresse, sempre teria ela como amiga.

— Valeu, Gwen.

Eles saíram pelo portão, até verem que Piper e Jason estavam lá, esperando por eles.

— Jason? Piper? O que fazem aqui? — perguntou Leo, confuso.

— Esse é o "Sparky"? — perguntou Gwen confusa.

— Em carne e osso — disse Leo tão confuso quanto Gwen.

— Viemos ver se você queria comer com a gente. Gwen pode vir também. — Piper sorria timidamente.

— Claro. — Leo deu de ombros. — Que tal, Gwen?

— Me parece ótimo — respondeu Gwen, sorrindo. — Estou morta de fome.

E assim, os quatro caminharam animadamente pelas ruas, conversando sobre a vida que tinham agora quando se separaram. Leo, é claro, deixou de fora sobre o seu pequeno segredinho aracnídeo.

Ao chegarem na lanchonete, o estômago de Leo roncou, e ele deu um sorriso envergonhado quando todos deram uma longa gargalhada.

— Primeiro as damas — brincou Leo com um sorriso divertido abrindo a porta como um cavalheiro.

— Ora, obrigada, gentil senhor — disse Gwen, retribuindo o sorriso.

— Mas não há de que, gentil senhorita.

Jason e Piper assistiam aquilo com certa inveja. Leo, mesmo quando vivia colado junto deles, nunca tivera essa intimidade com eles.

Ao entrarem, eles se sentaram em uma mesa e escolheram o que iriam comer. Leo estava comendo seu pedaço de pizza com felicidade, até que ele engasgou ao ouvir o que Jason disse:

— E então, Leo, o que acha desse cara: o Homem-Aranha?

Leo ficou tossindo até o pedaço de pizza que estava comendo sair de sua garganta, caindo na mesa.

— Ahn... Erm... O q... O que eu acho do Homem-Aranha? B-bem, ele... ele parece ser uma p-pessoa honesta... e parece q-que está tentando... a-ajudar... He-he-he...

— Eu também — respondeu Jason honestamente. — Piper me contou o que aconteceu quando o viu, no museu. Ela me disse também que você estava lá. Aonde estava quando tudo aquilo aconteceu?

Leo começou a suar.

— E-eu? B-bem, e-eu estava... ahn... erm...

— Estava... — disse Jason.

— E-eu estava...

De repente o sentido de aranha de Leo zumbiu em sua cabeça com uma força que fez Leo quase desmaiar. Ele olhou para o lado, e viu que um carro ia bater na lanchonete em que estavam.

— ABAIXEM-SE! — gritou Leo se jogando nos três, fazendo-os cair no chão, o carro passando de raspão por eles.

Leo ajudou os amigos a se levantar e olhou em volta, seu sentido de aranha zumbindo loucamente em sua cabeça.

— HOMEM-ARANHA! APAREÇA ONDE ESTIVER! — gritou um gigante deformado, feito de areia, com uma fúria tão enorme que fez Leo arregalar os olhos.

Leo viu Gwen, com as mãos atrás das costas, apontando com um dedo uma parte do enorme vidro estilhaçado na parede em que ninguém o notaria sair. Leo correu para fora da lanchonete e entrou em um beco, correndo por ele.

No céu, um borrão azul e vermelho podia ser visto voando pelo céu de Manhattan, auxiliado pelo meio de fios de teia.

O.k., como eu encontro um monstro ensambecido feito de areia?, pensou o Homem-Aranha consigo mesmo.

De repente, uma explosão podia ser ouvida acompanhada de gritos desesperados.

É claro, pensou o Cabeça de Teia, revirando os olhos por trás da máscara. Pelas explosões e gritos loucos.

Ao se prender em um prédio, o Amigão da Vizinhança podia ver o gigante de areia deformado socando o chão com uma força bruta tão intensa, tão poderosa, que fez até o Homem-Aranha se sentir tremer pelo pequeno terremoto.

— Ei! — chamou o escalador de paredes, o que fez o gigante se virar. — Não acha que devia voltar para a caixinha de areia do gato?

— HOMEM-ARANHA! — gritou o gigante de areia. — FINALMENTE!

— Então, você me queria, agora me tem — disse o Homem-Aranha caminhando pela parede do edifício em que estava, como se estivesse andando pelo chão. — Agora, o que você quer, Caixinha de Areia; guardar o cocô do meu gato? Porque eu já vou dizer que eu não tenho um e...

Um punho enorme impediu que o Homem-Aranha continuasse a falar. Ele caiu em cima de um carro e colocou uma mão na cabeça, sentindo-se tonto.

— Ah, faz tanto tempo que eu espero fazer isso com você — disse o gigante sorrindo. — Finalmente consegui fazer você calar a boca. Agora, eu vou destruí-lo, Homem-Aranha.

— Por quê? O que eu fiz pra você? — perguntou o Aranha. — Caso eu te deva dinheiro, eu juro, nunca joguei pôquer minha vida inteira, cara. O Homem-Aranha é um bom menino. ({Spider Green: Momento Tobi (on)} [Autor: Cala a boca!] {Spider Green: Seu chato!})

— Então não me reconhece? — O gigante sorriu, e então ele diminuiu de tamanho, até ter a forma de um enorme homem vestindo uma camiseta verde listrada e calças marrom.

— Flint? — perguntou o Homem-Aranha, incrédulo. — O que diabos aconteceu com você?

— Uma mudança, Aranha. E não me chame de Flint. Flint Marko morreu. Agora eu sou... O HOMEM-AREIA!

Eles ficaram um minuto inteiro inteiro em silêncio, o Homem-Aranha olhando o "Homem-Areia" com uma cara que mesmo por trás da máscara podia ser obviamente descrita como "cara de tacho", e o Homem-Areia em uma posição estranha, com os punhos na cintura e o queixo levantado.

— Puxa, e eu achando que você não podia ficar mais bizarro e estranho — comentou o escalador de paredes.

— Chega dessas piadas, Homem-Aranha. Você não sabe quanto tempo esperei por esse dia.

— Na verdade, acho que sei — respondeu o Homem-Aranha. — Considerando o fato de que nos conhecemos há um ano, eu diria que... Bem, um ano.

Grrrrr... — rosnou Flint, voltando a sua forma gigante. — Já me cansei das suas piadas.

— Mas as piadas são o meu charme — reclamou o Cabeça de Teia.

O Homem-Areia jogou o punho no Homem-Aranha, que saltou para longe e soltou um fio de teia, dando uma volta completa e dando um golpe no rosto do Homem-Areia com as solas dos dois pés, fazendo o Cabeça de Teia atravessar a cara do vilão e cair no chão, tossindo devido a areia que entrou em sua máscara e que agora estava em seu rosto.

— Gostou, Aranha? — O Homem-Areia sorriu. — Agora, nada pode me ferir.

Droga, pensou Leo. Eu não posso machucá-lo. Preciso sair daqui!

O Homem-Aranha soltou um fio de teia e saiu voando pelo céu, ignorando os gritos do Homem-Areia para que ele voltasse.

* * *

Gwen estava em casa, sentada em frente ao computador, preocupada com Leo. O que havia acontecido? Será que Leo... Não! Não pensaria assim. Leo nunca se permitiria ser levado para o Hades tão cedo. Ele era teimoso demais para isso.

Ela ouviu uma batida em sua janela. Ela olhou para a janela, e viu o Homem-Aranha, o que a aliviou profundamente.

Ela abriu a porta, e Leo entrou, tirando a máscara do Homem-Aranha do rosto. Ele sentou-se na cama do quarto de Gwen e suspirou.

— O que aconteceu? — perguntou Gwen, sentando-se ao seu lado.

— Flint aconteceu — respondeu Leo sério. — Não consigo derrotá-lo.

— O quê? — perguntou Gwen de olhos arregalados. — Como não pode? É de Flint que estamos falando, pelo amor de Deus!

— Mas ele não é mais o mesmo — respondeu Leo, carrancudo. — Ele agora está... diferente. Mudado. Como eu.

— Como assim: Como você? — perguntou Gwen, curiosa.

— Ele também tem poderes agora. — Leo agora estava com uma careta enorme no rosto. — Pode se transformar em areia! Não consigo acertar um golpe, pois eu sempre atravesso ele.

— Por que não arranja um lugar que o faça fraco? — Ao ver o olhar confuso de Leo, Gwen continuou: — Tipo, algum lugar que enfraqueça a areia.

Leo pensou nisso, e de repente uma ideia invadiu sua cabeça.

— É claro! Como não percebi antes? Eu sou tão burro! Gwen, você é incrível! — Leo abraçou Gwen, o que fez com que ela sorrisse maliciosamente para ele.

— O que seria de você sem mim?

— Não quero nem pensar nisso — murmurou Leo.

— Como disse?

— Nada.

Gwen o olhou estranhamente, mas deu de ombros.

— Valeu, Gwen. Você é demais. — Leo deu um beijo no rosto de Gwen e colocou a máscara, correndo até a janela e saltando, soltando um fio de teia e voando pelo céu, sem perceber que Gwen estava paralisada, o rosto extremamente vermelho.

* * *

O Homem-Areia ria enquanto socava mais e mais ruas, divertindo-se com os gritos que as pessoas davam.

— Ei, Caixinha de Areia! — berrou uma voz do alto. O Homem-Areia olhou para cima, para ver uma silhueta borrada em azul e vermelho se batendo contra ele, fazendo com que ela o atravessasse.

Ele se virou e viu que era o Homem-Aranha.

— Finalmente voltou para o segundo round, Cabeça de Teia? — perguntou ele sorrindo.

— Claro — respondeu o Aranha sorrindo por trás da máscara. — Mas vamos ver se, primeiro, você consegue me pegar!

O Homem-Aranha saltou de onde estava e soltou um fio de teia, saindo dali.

— Ei, volte aqui! — gritou o Homem-Areia, tornando-se uma rajada de areia e voando na direção em que o Homem-Aranha havia ido.

* * *

O Homem-Aranha pousou suavemente no chão, sorrindo ao ver que escolhera o lugar perfeito.

Uma forte rajada de areia voou até o chão e ela se transformou no Homem-Areia, que sorria maldosamente para o Amigão da Vizinhança.

— Se tudo o que vai fazer é fugir, Aranha, acho melhor desistir.

— E quem foi que falou em fugir? — perguntou Leo, maroto.

— O q... — O Homem-Areia não pôde terminar a frase, pois o Homem-Aranha soltou vários fios de teia por cima dele e puxou com força, e de repente concreto caiu em cima dele, e ele virou uma estátua.

O Homem-Aranha se aproximou da estátua e deu duas batidas nela, como se batesse em uma porta, e logo depois falou:

— Flint, você já devia saber que tem que ver aonde anda. Pode acabar em uma área de construção cheia de cimento de secagem rápida. — Ele se virou para ver a área de construção, sorrindo por trás da máscara. — Bem, vamos deixar a polícia lidar com você.

E o Homem-Aranha saiu dali pelos fios de teia.

* * *

Leo entrou em seu apartamento pela janela, ainda usando o uniforme. Ele tirou a máscara e pulou na cama.

Caramba, meu primeiro vilão com poderes desde o Acampamento Meio-Sangue, pensou Leo, atordoado. Espero que não tenha mais nenhum.

* * *

Longe de onde Leo estava, Cabeça de Martelo estava em frente à mesa do mesmo homem de antes, que estava sentado em uma cadeira, olhando pela janela, impedindo que seu rosto pudesse ser visto por Cabeça de Martelo.

— Parece que Marko fracassou — disse o homem simplesmente.

— Sim — respondeu Cabeça de Martelo.

— Ótimo — disse o homem. — Esse Homem-Aranha parece ser mais forte do que pensamos no início. Isso faz parte do plano. Felizmente, eu sei como jogar esse jogo.

* * *

Leo estava caminhando pesadamente pelos corredores de Manhattan High, até parar em frente ao seu armário e abri-lo com os olhos quase se fechando.

Ao pegar seu material, Leo fechou o armário e pulou ao ver o rosto sorridente de Drew direcionado a ele.

— Ah, é só você — disse ele, encarando ela.

— Sim. — Ela sorriu-lhe maldosamente.

— O que faz aqui? — Leo perguntou, irritado.

— Bem, eu estudo aqui — ela respondeu simplesmente.

— O quê?

— Quíron decidiu que nós também devíamos saborear de uma vida normal, por isso nos matriculou em Manhattan High.

— Mas... mas... e quanto ao seu cheiro para os monstros?

— O chalé de Hécate criou um feitiço para disfarçar nosso cheiro.

— E quando você diz nós e nosso, quer dizer...

— Eu, Jason, Piper, Percy, Annabeth, Hazel, Frank e metade do acampamento.

Um tique nervoso surgiu no olho de Leo e ele desmaiou.


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Notas finais do capítulo

LEMBREM-SE DOS REVIEWS!



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