Um Novo Amor Doce escrita por N Baptista


Capítulo 20
Episódio 9 (férias na praia parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Meu Deus, eu sabia que o episódio tinha ficado grande, mas estou me surpreendendo! Ainda não acabou, tem mais. Mas por enquanto, espero que gostem do primeiro dia de praia.
Boa leitura!



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POV Hally:

- Que cachorro... Eu queria deixa-lo aproveitar da praia, mas só se diverte me vendo correr atrás dele... – Castiel estava mesmo nervoso.

- Agora você entende como eu me senti quando tive que recuperar o cachorro da diretora, hein?

- Só que não é um pulguento que a gente pode pegar apenas com ração. Ele não come qualquer coisa, e eu não trouxe nada. E quando ele decide ser desobediente, você pode ter certeza que ele vai te fazer suar a camisa – (então é igualzinho ao dono!) – A solução seria pega-lo quando ele está perto, mas você não foi capaz...

- Ei, não desconte em mim!

- Eu não estou descontando em você, estou apenas constatando a sua inutilidade.

(Caramba, o Castiel tá atacado hoje! Mas entendo, quando tem um programa legal, tipo praia, a TPM vem com tudo ha ha ha) Ele saiu andando na minha frente e custei a conseguir acompanhar, até que parou cruzando os braços e suspirando.

- Desistiu? – Perguntei ficando ao seu lado.

- Ele vai acabar vindo por si mesmo. A fome é mais forte que tudo.

- E você não tem absolutamente nada que possa atrai-lo?

- Não trouxe nada, não tinha a intenção de ficar aqui muito tempo – Cass coçou a cabeça – Você poderia dar uma olhada nele enquanto eu procuro algo? Você me deve essa, visto que foi incapaz de segurar o Dragon.

- É fácil colocar a culpa nos outros...

- Você vai olhar ou não?

- Vou... Mas somente porque não tenho nada pra fazer no momento. – Pensei nas meninas, o que será que elas estão fazendo?

Ele se virou para se afastar, mas voltou a olhar para mim:

- Ah, já ia esquecendo... Não fazia ideia, mas até que você fica bem de biquíni.

(Não fica vermelha, DE JEITO NENHUM, não fica vermelha).

- Obri...

- Mas uma vez tábua, sempre tábua!

(Era bom demais pra ser verdade...) Lancei lhe um olhar de “Isso não teve a menor graça” e me virei para procurar o Dragon. Rodei bastante vendo só o vulto ao longe. Mas depois de um bom tempo ele finalmente parou e sentou no lugar, ficou só olhando pra mim e me lembrei de quando Totó parava pra me provocar.

- Como é gentil o cachorrinho! – Tentei me aproximar e ele começou a rosnar – Ah, qual é Dragon! Tá me estranhando? Sou eu, a Hally!

Ele latiu muito forte, o que me assustou e me fez cair sentada na areia (Não acredito, este cachorro é tão susceptível quanto o dono).

- Está bem DRAGON! Chega de brincadeira, vem, vamos procurar o seu dono.

POV Pedí:

Jogamos um pouco até a Tali cansar e ir tomar um sorvete. Iris e eu conversamos um pouco até que a mãe dela a chamou para falar alguma coisa. Sentei-me na canga sob o guarda-sol e olhei para onde Nathaniel e a irmã estavam, mas só encontrei a loira se bronzeando. Estranho, onde será que está o Nath? Virei-me para olhar para onde Iris tinha ido e encontrei o garoto de pé ao meu lado “AAHHH!” pulei de susto.

- Desculpe – Ele pareceu sem graça – Não era a minha intenção te assustar.

- Tudo bem, sem problema! – Cheguei um pouco para o lado – Senta aí.

Nathaniel se abaixou para ficar sob o guarda-sol e se sentou ao meu lado na canga.

- Sabe, estou contente que você esteja aqui hoje.

- Eu também – Sorri para ele – Não poderia ter imaginado melhor! – (Pareço muito desesperada?).

- Verdade? É reciproco então. Se eu soubesse que teria a oportunidade de te ver de biquíni, eu ficaria... Eu quero dizer – Parecia que ele estava engasgando com as palavras – Está... Está um calor, não acha?

- É mesmo, você está todo vermelho... Você se queimou no sol?

- Nath, o que você está fazendo? – Ambre se aproximou – Eca! Por que ela ainda está aqui?

- “Ela” tem um nome, sabia? – A encarei com sinceridade.

- Eu não vim aqui para te ouvir se queixar, Ambre. Pedí está aqui conosco, seria besteira deixa-la sozinha. – O Nath é tão incrível!

- Obrigada Nathaniel!

- Mas ela não está sozinha, está com a gangue!

- Não estou vendo ninguém.

Verdade, Iris acaba de sumir de vista e não há nem sinal de Talixka (onde essas duas se meteram?).

- De qualquer forma, você tinha dito que passaríamos um tempo juntos, só nós dois... – A loira azeda está falando como uma menininha de propósito!

- Desculpe Pedí, ela tem razão – Nath se virou para mim – Eu espero que você não fique chateada comigo, eu vim aqui por causa da Ambre.

- Oh... Sim, eu entendo. – (Merdaaaa!!)

Ela começou a rir e com o irmão, seguiu para longe de mim.

POV Hally:

Dragon e eu ficamos andando em círculos por um tempo, eu não queria me distanciar muito caso Castiel voltasse, mas por outro lado o cachorro não ficava quieto.

- Own* Que fofinho! – Parecia a voz da Iris – Que cachorro é esse?

- É o Dragon – Virei-me para olhar para ela – Cachorro do Castiel.

- Ah é mesmo, Pedí e Talixka disseram que você estava com ele, mas por falar no Castiel – Ela olhou ao redor – Onde ele está?

- Fugiu da coleira, ora. – Brinquei.

- (ha ha ha) Então é o Castiel que usa coleira?!

- Deveria (ha ha) – Fiquei séria de repente – Não conta pra ele que eu disse isso!

- Nunca! – A ruiva levantou as mãos em rendição. Depois se inclinou para falar com o Dragon – Que lindo! Vem cá, fofinho, me dá a patinha.

- Ah, não faz isso! – Falei bem na hora em que ele começou a rosnar – Ele não gosta quando a gente dá esses apelidos assim...

- Que coisa... Ele é tão susceptível quanto o Castiel!

- Eu cheguei a mesma conclusão que você! – Nós duas rimos – Mas, vem cá, cadê as meninas?

- Estávamos jogando recorde, mas a Talixka cansou e foi tomar um sorvete, e a Pedí encontrou o Nathaniel... Achei melhor não atrapalhar.

- Ah tá, entendo. Bom, vou procurar o Castiel, até mais!

Acenei para ela e me afastei com Dragon. Continuamos dando voltas e passamos pelo avô da Tali, ele estava com clientes e eu pensei no que ela falou (será que esse vendedor ambulante é mesmo um senhor rico?). Dragon começou a latir (deve estar sentindo cheiro de comida) por precaução nos afastamos.

- Você conseguiu pega-lo? – Castiel se aproximou.

- Consegui, quer dizer, ele veio sozinho.

- Boa jogada! Você não é tão inútil assim. – Olhei feio pro bad boy que começou a rir – E eu acabei comprando isso por nada. – Ele estava com uma sacola na mão.

- Não diria que foi por nada, passamos ainda pouco pelo vendedor ambulante e pareceu que o Dragon estava com fome.

- Foi o cheiro de comida – Castiel riu – Cachorro está sempre com fome!

Mesmo dizendo isso, Cass abriu o pacote de biscoitos caninos e deu alguns para o Pastor Beauce. Minhas pernas doíam de tanto ficar de pé, então me sentei na areia mesmo, depois que o cachorro começou a comer, Castiel se sentou ao meu lado (pensando bem, ele também está de pé desde cedo).

- Engraçado que ele veio te encontrar. Normalmente se irrita facilmente com quem não conhece.

- Mas ele me conhece – Respondi – Mesmo se me estranhou um pouco no começo, mas você também estranha de vez em quando, então...

- Está me chamando de cachorro? – Cass me encarou aproximando o seu rosto do meu.

- Ou será que estou chamando ELE de humano? – Brinquei.

- Você é doida! – Ele riu virando o rosto para o outro lado.

Ficamos em silêncio observando Dragon terminar de comer, então o Pastor Beauce veio até nós e se enfiou no meio dos dois, Castiel aproveitou o empurrão para ficar de pé.

- Bem, obrigado. Legal a sua ajuda. A gente se vê na escola depois das férias...

- Pera, o que?! – Levantei-me num pulo e comecei a bater a areia que tinha grudado em mim – Você já vai embora?

- Eu disse que não pretendia ficar muito tempo.

- Ah, por favor! Fica um pouco mais! Eu te ajudei a pegar o cachorro, você bem que podia ficar um pouco mais aqui comigo!

- Eu sou imprescindível, é isso?! – Ele gargalhou e virei o rosto para que não me visse corar.

- Não! Mas acontece que com toda essa confusão eu me perdi das meninas e não quero ficar sozinha.

- Vá... Confesse que é apenas para me ver de bermuda por mais tempo.

!!! (eu respondo o que?) (Tá se achando demais garoto!).

- Ah! Nenhuma resposta severa? Eu estou certo?

- Vá sonhando...

- Quando você parar de me olhar dessa maneira, eu acreditarei em você.

- (xeque mate...)... E aí, fica ou não?

- Fico sim. E estou com a impressão de que vou rir muito.

Estou sentindo o meu rosto esquentar, eu acho que talvez não tenha sido uma boa ideia. Caminhamos um pouco na beira do mar e Dragon ficou comportadinho.

- Você acabou encontrando o seu namorado, senhorita? – Comentou o avô da Tali quando passamos por ele.

- O QUE? N-Não! Não é meu namorado!

- Eu sabia que ia acabar me divertindo quando decidi ficar. – Como o Cass pode rir de uma coisa dessas?!

- Mais uma palavra e eu te empurro na água!

- (ha ha ha) Essa eu gostaria de ver!

Meu olhar para ele soltava faíscas, empurrei o Castiel para trás em direção ao mar, mas ele me girou e me jogou na água. Lutei para me levantar e empurrei a franja molhada para trás tirando-a dos meus olhos.

- Seu boboca! – (Que xingamento é esse?).

Ele nem ligou, só ficou rindo da minha cara, e não ajudou muito o Dragon passar pelas minhas pernas me derrubando de novo. Pelo menos Castiel também foi derrubado.

POV Pedí:

Pouco depois que Nathaniel e Ambre se afastaram, Iris apareceu dizendo que tinha visto a Hally. Logo depois veio Talixka e trouxe um pacote de biscoito de polvilho que disse que o avô tinha lhe dado, mas pela cara que a minha amiga fez não sei se ele deu mesmo ou se ela teve que comprar. Ficamos conversando um tempo, então a ruiva se deitou para tomar sol, Tali começou a ler um livro que tinha trago, mas o tempo todo na sombra (ela não gosta de se bronzear). Sem nada pra fazer, fui esticar as pernas andando um pouco pela praia, até que recebi uma bolinha de plástico na perna (e não foi de leve, sério, deixou marca!).

- Sinto muito – Era a Ambre quem falava – Se eu soubesse que era você, teria batido ainda com mais força.

- Vocês estão jogando frescobol? – (Não, Pedí, as raquetes são pra jogar boliche) (O que tá acontecendo comigo hoje?).

- Você queria que a gente tivesse fazendo o que? Um castelo de areia?

- Seria algo para imortalizar e entregar para a Peggy na volta às aulas... – (Melhorei!)

- Não precisa levar três horas para recuperar a bola – Nathaniel se aproximou – Ela te machucou Pedí?

- Não... Machucou não! Ela não é forte o suficiente...

A vaca jogou a bolinha de plástico na minha cabeça. Aé Ambrega, quer provocar...

- Eu posso jogar Nathaniel? Estou sem fazer nada... E parece bem legal!

- Eu bem que gostaria – Ele respondeu – Mas só temos duas raquetes.

- Podemos jogar cada um sua vez!

- Nem pense! – A loira gritou tão alto que alguns banhistas até pararam para olhar – Você não vai ticar na minha raquete e eu me recuso a jogar com você!

- Está com medo de perder? – Provoquei.

- Não, mas como eu deixei a bola te bater sem querer, eu tenho certeza que você vai querer se vingar e me machucar...

Não que eu não tenha pensado nisso, mas a garota está falando feito uma criancinha de novo. Vei, isso irrita!

-... Talvez não seja uma boa ideia – Comentou Nath – Por que você não pega outra raquete, Pedí?

- Ok. Vou ver se a Iris tem uma pra me emprestar!

Corri até onde estavam as meninas, que se assustaram a me ver chegar assim abruptamente.

- O que aconteceu? – Perguntou Talixka baixando o livro.

- Sem tempo pra perguntas – Ajoelhei-me ao lado da ruiva – Iris, tem uma raquete pra me emprestar?

- Tenho – Ela levantou os óculos de sol para me olhar – Pega ali na bolsa.

Fui até a bolsa e peguei o que queria.

- Pera, mas você só quer uma? – Estranhou Tali (E com razão, né gente?).

- É! – Gritei por cima do ombro já correndo de novo.

Cheguei onde Nathaniel estava bem a tempo de ver Ambre deixar a bola cair de novo (mas não me acertou!).

- Pedí! – Sorriu o garoto – Tem uma raquete?

- Não voltaria sem ela!

- Legal! Tente não deixar a bola cair muito!

- Quem você pensa que é? – Retruquei – Sou mais forte do que pareço!

- (ha ha) Eu quero só ver! Conheço a sua dificuldade em esportes com as mãos.

- Pra sua informação eu melhorei muito!

Ele me jogou a bola e começamos uma partida. Nath é muito bom nisso, nos últimos meses eu só o vejo me superar.

- E eu? – (Ih, esquecemos a loira) – Eu pensei que você tinha pedido pra ela arranjar uma raquete para assim ficar longe da gente.

- (sarcasmo) Que simpático... – Comentei revirando os olhos.

- Você não vai morrer se eu jogar uma partida com a Pedí! – (Boa Nath!)

- Eu não quero! – (Que guria chata!) – Você tinha prometido...

- Tente fazer isso com os nossos pais, mas não comigo. Pare com seus caprichos de criança de seis anos... É ridículo, Ambre!

(Que isso, cinco anos no máximo!) A enjoada começou a se tremer de raiva e então saiu andando pra longe. Nathaniel respirou fundo e passou a mão pelos cabelos antes de segurar a minha mão e dizer:

- Venha, vamos pra mais longe... Me irrita essa infantilidade.

- Está bem... – Concordei andando com ele.

Acho que levou um tempo para que percebesse que estávamos de mãos dadas, pois puxou a sua de repente virando o rosto para o outro lado.

- Aqui está bom! – Disse parando – Nós teremos tempo de vê-la chegar de longe!

- Eu vou poder lançar uma bola no meio do rosto dela? – Perguntei com ar de travessa.

- Você não tem jeito!

Eu ri mais um pouco, mas ele estava distraído olhando para onde estávamos antes.

- O que foi Nath?

-... Eu Me preocupo com a Ambre... Tenho medo que ela faça uma bobagem de novo.

- “De novo”? – Inclinei minha cabeça para o lado que nem um cachorrinho, foi inconsciente, mas até que ficou kawaii.

- Lembra que lá em casa cada um é alérgico a uma coisa?

- Lembro, não posso nem sonhar em chegar perto de você quando saio do clube de jardinagem.

- Então, Ambre é a amendoim. Uma vez ela ficou doente de propósito para que cuidássemos dela.

- É um ato bobo demais!

- Não é uma alergia muito forte, ela só fica empolada, talvez por isso tenha achado que não faria mal comer.

- Mas não tem disso aqui, relaxa.

- Talvez o vendedor ambulante tenha? Ele parece ter um pouco de tudo... – Se o Nath soubesse a ironia do cara ser o dono do Mercado de Tudo – Você se incomodaria se a gente fosse procura-la? Se ela fizer bobagem, sou eu quem pararei as consequências...

- Sem problemas, vamos procura-la. – (Só pra deixar claro mais uma vez como não dá pra manter a classe com essa estúpida da Ambre... MERDAAAA!!!)

Encontramos a loira sentada sob o guarda sol que o Nathaniel colocou mais cedo.

- Então, se divertiram com o joguinho?

- Você também estava jogando antes da Pedí chegar... vamos, pare de fazer cara feia.

- Não – Ela falou (Porque a cara é feia mesmo) – Eu cansei. Quero ir pra casa!

- Não Ambre, EU que cansei! Tchau.

(Não aguento mais isso, que garota chata!) Virei-me e comecei a ir embora.

- NÃO! – Nath segurou o meu braço – Pedí, não vai embora.

- Deixa Nathaniel – A loira riu – Se ela for eu fico!

- Calada Ambre!

- Deixa Nath – Foi a minha vez de dizer isso – É melhor eu ir... Se não vou afogar a sua irmã na marola.

Ele hesitou por um instante e então me soltou.

- Até mais Nath. – Falei indo embora.

POV Hally:

Quando saímos da água ainda riamos muito, essa brincadeira pode até ter sido um acidente, mas foi divertida! Estávamos quase secos quando Dragon se sacudiu molhando tudo de novo.

- Hally! – Iris veio andando na nossa direção – Talixka é uma companhia das mais agradáveis, mas desse a hora que chegamos, eu e você ainda não fizemos nada juntas... Ah, oi Castiel.

- Desculpa Iris, você tem toda a razão. Só vim por sua causa, e acabou que passamos o dia inteiro separadas. O que você quer fazer?

- Hum, quero dar um mergulho.

- Mas acabamos de sair da água – Ela me olhou do mesmo jeito de quando me carregou pela praia -... Mergulho? Que ótima ideia!

- Vamos! Castiel, você vem também? A água está uma delícia!

- Sim, por que não?

Por que pra mim é sempre tão mais difícil conseguir coisas dele? Voltamos os três pro mar juntos enquanto Dragon tirava uma soneca na areia. Cass tentou afogar a ruiva várias vezes durante a brincadeira. Mas eu estava pensando em outra coisa... Parece que o Castiel é bem íntimo da Iris, eu não tinha percebido isso antes... (Que isso Hally, primeiro a Pedí e agora a Iris?) To ficando paranoica!

POV Pedí:

Já estava a algum tempo tomando sol quando senti alguma coisa ser arremessada em mim.

- Ai! – Disse virando e pegando a embalagem plástica.

- Não acho que agora vá adiantar – Disse Talixka – Mas mesmo assim, passe o protetor.

- Ah, depois. – Resmunguei guardando a embalagem na bolsa.

- É, beleza, faz isso. Fica aí no sol sem nenhuma proteção. Mas amanhã, quando a senhorita estiver toda ardida e cheia de bolhas, vai se perguntar por que fez isso a si mesma.

- “Isso a si mesma”? – As palavras da Tali fizeram um clique* na minha cabeça – Você acaba de me dar uma ideia! – Falei me levantando.

- Espera, não é mais um plano infalível, é Cebolinha?

- Te conto mais tarde.

Como não pensei nisso antes? É perfeito! Primeiro encontrei o avô da Tali:

- O senhor tem sorvete pra vender?

- Sim – Respondeu o senhor todo contente – Iguais aos sorvetes que encontramos nas sorveterias. Eu tenho de morango, chocolate, baunilha com pedacinhos de amendoim e cobertura de chocolate.

- Dá pra ver os pedacinhos de amendoim no sorvete?

- Por que a pergunta? Eu não sei, acho que não, todos estão com uma cobertura de chocolate, então acho que não.

- Legal! Então quero três sorvetes de baunilha, por favor!

Paguei os sorvetes e segui com o meu plano maléfico (risada do mal). Encontrei Ambre deitada se bronzeando enquanto Nath estava sob o guarda sol lendo um livro, deve ser um romance policial, ele gosta dessas coisas.

- Ai não! – A loira gritou quando me viu – Pensei que tinha finalmente me livrado de você!

- Relaxa “princesa”, eu vim em missão de paz.

- Pedí! – Nath levantou e correu na minha direção meio afobado – Pensei que não quisesse ficar mais comigo, digo, com a gente.

- Eu me estressei, mas foi um erro, Ambre estava certa em cobrar um tempo com você, afinal vieram pra isso. Eu fui intrometida me metendo no seu programa em família, e peço desculpas. Mas pra provar que quero me redimir, trouxe sorvete.

A loira se apressou em pegar um da minha mão e já foi logo abrindo enquanto dizia:

- Espero que tenha sido caro.

(Sabendo o que vai acontecer quando você tomar o seu sorvete, mesmo se eu tivesse pago 100$, não me arrependeria) Entreguei também o do Nathaniel e sentamos na canga para tomar, mas ele não parecia muito a vontade.

- Está tudo bem, Nath?

- E-Eu... Pensei que você estava com raiva de mim.

- Relaxa, não foi de VOCÊ que eu fiquei com raiva – Fiz sinal indicando a distraída Ambre – Mas de qualquer forma me desculpe, eu estraguei o seu dia em família.

- Estragou? Pedí, te encontrar foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido hoje.

Tá bem... Meu coração disparou e meu rosto esquentou muito com esse comentário.

- Ai, não estou me sentindo bem... – Ambre engatinhou para a toalha na sombra – Acho que vou me deitar um pouco. Nath, fique aqui comigo, eu não gosto de ficar sozinha.

- Eu estou aqui Ambre. – Nathaniel revirou os olhos, mas acho que dessa vez a enjoada não está mentindo.

Meus ombros estão ficando vermelhos, eu devia ter ouvido a Tali, mas talvez ainda dê tempo. Levantei-me para ir encontrar as meninas.

- Espera – Nath ficou de pé – Você já vai?

- Tenho uma coisa pra ver com a Talixka, mas já volto.

- Se quiser posso ir com você.

- Mas e a...

- Está dormindo. – já? Olhei para a loira e era verdade (essa aí apaga rápido!).

Nathaniel me acompanhou até onde as minhas amigas estavam, e encontramos Iris e Hally se preparando para ir embora.

- Já meninas? – Reclamei – Mal ficamos juntas.

- Eu tenho mesmo – Disse a ruiva – Meus pais já chamaram umas cinco vezes.

- Hally – Talixka ficou de pé – Se você quiser ficar, estamos na casa de praia do meu avô, você é bem vinda.

- Nossa! – Disse a morena – Você se importa Iris?

- Não – A outra sorriu – Sinto até uma pontinha de inveja, mas sei que os meus pais não me deixariam ficar também.

Iris terminou de pegar as suas coisas e se despediu de nós enquanto Hally e Tali iam falar com os pais da de cachinhos.

- Ei Pedí, você não tinha algo pra falar com a Talixka? – Lembrou Nathaniel.

- Acredita que eu nem sei mais o que era. – Minha memória não é das melhores.

- Vem – Ele segurou a minha mão – Vamos voltar para ver a Ambre.

- Você se preocupa muito Nath! – Comentei comigo mesma, mas ele ouviu.

- É normal, visto que sou o irmão mais velho. Ambre é minha responsabilidade.

- Tá, não sei como é... Sempre fui a caçula.

- Mas tenho certeza de que você nunca deu tanta dor de cabeça ao Rick!

Ok, isso é verdade. Caminhamos de mãos dadas pelo trajeto de volta e dessa vez ele não se afastou, tentei disfarçar a minha felicidade, mas não estava fácil.

- P-Parem aí! – Parecia a voz da Ambre – N-Não se atrevam a chegar mais perto.

- Ambre, o que aconteceu, você não estava... – Ele parou de falar quando reparou na irmã sob o guarda-sol.

Inclinei-me para olhar o estrago que o sorvete fez e tomei um susto como resultado (tá bom, admito, dessa vez peguei pesado), a loira estava completamente empolada, dos pés a raiz dos cabelos (cara, que vontade de rir!).

- O-Oque aconteceu? – Me fiz de inocente impedindo o riso.

- Eu não sei. – Respondeu a garota olhando os caroços dos braços – Tirei um cochilo e acordei assim.

- E o que a gente faz? – Perguntei começando a ficar preocupada.

- Nada! – Disse Nathaniel me puxando para longe da irmã.

- Como é? – Ambre se levantou num pulo vindo até nós.

- Não acredito que você fez isso de novo Ambre, é muita irresponsabilidade! – Pela primeira vez Nath largou a minha mão e se virou para ela – Eu entendo que você queira atenção, mas fiz o máximo para atender os seus caprichos o dia todo. PACIENCIA TEM LIMITE! E eu não vou me desesperar pela sua pirraça.

- Nathaniel, eu to doente e você fica aí gritando comigo?! Chega – Ela caminhou até as suas coisas e começou a junta-las – Vamos pra casa.

Ele ficou parado bem ao meu lado enquanto a irmã fazia sua cena, e eu me desesperava cada vez mais com a ideia do Nath ir embora (o tiro saiu pela culatra, como sou BURRA).

- Nathaniel, eu já disse – Grasnou Ambre – Vamos pra casa!

- Pode ir se quiser, não estou te prendendo – O garoto me abraçou de lado – Mas eu vou ficar aqui com a Pedí.

Ai Deus. Minhas pernas estão ficando moles, minhas mãos estão suando. É agora que eu tenho um TRECO!

- Você não vai querer fazer isso, irmãozinho – Ela o encarava de frente – Vou contar pro papai.

- Conta irmãzinha – Sua voz estava carregada de sarcasmo – Aproveita e explica pra ele como foi que você virou a “princesa caroços”.

A loira ficou tão vermelha de raiva que parecia que ia explodir. Não acreditei no que estava vendo. Ninguém me belisque, isso é bom demais pra ser verdade!

- Como quiser! – Ao cuspir essas palavras, a bruxa loira foi embora... FOI EMBORA!

POV Hally:

- Hey, bad boy! – Chamei a atenção de Castiel que estava sentado na areia desenhando símbolos indecifráveis com um galho – Que cara de enterro é essa? Já tava sentindo minha falta?!

- Que falta o que?! – Desdenhou me olhando de lado – Só estava aproveitando a tranquilidade de quando você não está me enchendo o saco.

Dei-lhe língua, fazendo-o rir.

- Você não ia embora com a Iris?

- Ia – Respondi fitando o mar de fim de tarde – Mas Talixka me convidou para ficar com ela e a família na casa de praia do avô. Eu não podia recusar a oportunidade de ficar mais tempo na praia.

- Ficar mais tempo COMIGO, você quer dizer. – Cass debochou – Ah, não precisa ficar vermelha Hally. Eu sei que você está apaixonada por mim.

- Viajou agora! – Revirei os olhos rindo – Não é por VOCÊ que eu estou apaixonada.

Castiel ficou sério e me encarou:

- Aé? Então por quem?

- Pelo Dragon! – Virei para o Pastor Beauce com os braços abertos – Vem cá meu amor!

O enorme cão preto se jogou em cima de mim lambendo toda a extensão de meu braço e pescoço.

- (ha ha) Eu diria que é reciproco. – Gargalhou Castiel – Já posso organizar o casamento?

- O quanto antes melhor! – Ri, bem na hora em que Dragon me empurrou, fazendo com que eu caísse sobre o seu dono.

- Ah vira lata, isso não é montinho! – Reclamou Cass em meio risadas tirando o cachorro de cima de nós enquanto eu tentava levantar de seu peito.

Afastamo-nos um do outro e ficamos rindo por um tempo, até que Castiel murmurou um “vem comigo” e saiu andando pela praia. Eu o segui meio desconfiada enquanto Dragon caminhava obediente ao seu lado. Fomos até uma das barraquinhas próximas ao calçadão.

- Gosta de sorvete, certo? – Ele perguntou e eu apenas assenti com a cabeça – Escolhe o sabor que eu pago.

- É-É sério? – Arregalei os olhos.

- Ah, não faz essa cara, eu também sou um cara legal. – Cass cruzou os braços e desviou o olhar ficando levemente vermelho – Além disso, é uma forma de agradecer por ter me ajudado com o Dragon hoje.

Fiquei estática olhando-o incrédula. O Castiel estava mesmo sendo legal comigo, isso é estranho, mas ao mesmo tempo é muito BOM...

- Anda logo Hally, se não eu vou mudar de ideia.

Virei-me para o vendedor e pedi uma casquinha de morango, Cass pediu uma de chocolate e fomos tomar sentado em um banco. Fazia muito tempo que eu não me divertia tanto com um rapaz, e um bom tempo que não me pagavam um sorvete. Dylan aos poucos foi percebendo o hábito das pequenas coisas, ele não fazia muita questão de me agradar... Que droga, não queria estragar um dia tão perfeito com uma lembrança tão ruim...

- Você ainda tá aí?! – A voz de Castiel me despertou do devaneio – Que lerda, assim vai derreter tudo!

- Você já terminou o seu?! – Espantei-me.

- Claro, só você que é devagar... Aposto que nem sabe escolher o sabor do sorvete. – Dizendo isso ele se aproximou e comeu um pedaço do meu.

O gesto de Cass me assustou, fazendo com que eu derrubasse a casquinha que foi logo abocanhada pelo Pastor Beauce.

- (ha ha) Não conte comigo para comprar outra. – Gargalhou o garoto.

- Tudo bem. – Respondi fitando o por do sol.

POV Pedí:

Posso ir pro inferno pelo que fiz com a Ambre, mas nada vai me convencer de que não valeu a pena. Estou sentada entre as pernas do Nath enquanto observamos o por do sol no cais. Me diz, com a loira aqui quando que isso iria acontecer? NUNCA! NUNQUINHA MESMO. Ele já está vestido para ir embora e eu também já coloquei meu short e camiseta, significa que o nosso tempo está acabando, então eu tenho que aproveitar.

- Fazia tempo que eu não me divertia tanto na praia – Ele quebrou o silêncio – Lembra da excursão do nono ano?

- Se eu lembro? – Me encolhi – Estou traumatizada pro resto da vida! Viu que eu nem entro mais no mar.

- Nossa Pedí, que exagero! – Nath riu.

- Exagero nada! A parte de cima do meu biquíni soltou, não tem nada mais vergonhoso!

- Já tá ficando vermelha?! Ninguém viu nada.

- Mas só porque você me ajudou a amarrar. – Ainda me pergunto como ele ficou tão calmo naquela festa – Para de rir que não tem graça! – Eu já estava rindo também.

- Se o Jade não foi capaz de cuidar da própria namorada, eu tinha que fazer alguma coisa.

Ele falava olhando para o horizonte e eu suspirei fundo.

- Você sempre esteve lá pra mim.

- Você nem imagina...

Pensei em perguntar o que ele quis dizer com essa última frase, mas só encostei a cabeça em seu peito e fiquei quieta.

POV Talixka:

Já tinha anoitecido quando Pedí e Hally entraram na casa do vovô, ambas com um sorriso bobo no rosto. Minha mãe estava na cozinha fazendo cachorro quente, meu pai estava no chuveiro e o meu avô contava os lucros no sofá.

- Vejo que as duas aproveitaram bem a praia hoje. – Comentei largando um desenho pela metade em cima da mesa.

- Ai tadinha – Hally fez drama – Tá carente!

- Amanhã a gente compensa Tali. – Pedí fez um “joinha”.

Revirei os olhos achando graça das amigas que tenho, mas uma coisa que vi me avisou que o jogo mudaria.

- É, pois é. Amanhã vai ser muito legal, eu vou aproveitar a praia... E rir da cara de vocês!

- Como assim? – Estranharam as duas.

Caminhei até elas com um sorriso maligno no rosto e usei as duas mãos para dar um tapa de leve em seus ombros. Os gritos tomaram conta da casa... Avisei pra usar protetor!


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Notas finais do capítulo

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