The Beginning escrita por GabanaF


Capítulo 4
Parte Quatro


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como vocês estão? Espero que bem. Pois é galera, esse é o último capítulo dessa short, e eu quero agradecer a todo mundo que leu, mandou reviews e favoritou, obrigada mesmo!
Eu adoraria continuar escrevendo sobre zumbis, mas acho que o tempo deles e dessa estória já passou e, bem, estou meio que num bloqueio de imaginação de novo, e misture isso com a falta que Faberry me faz e eu me apaixonando por outras séries e outros ships, fica bem difícil escrever alguma coisa pensando em Glee. Um dia, talvez, eu volte, mas não por agora.
Já enjoei vocês demais com esse papo, então espero que gostem do capítulo e boa leitura!



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13 de Março de 2012

Quarto de Quinn, Mansão Fabray, Lima, OH

06:05 AM

Quinn corria. Corria desesperadamente, tentando alcançar a porta. Estava perto, perto demais, mas toda vez que ameaçava tocá-la, a porta se distanciava. Estava começando a se irritar quando finalmente aconteceu.

Ela tocou a maçaneta.

Era fria, dura, e seus dedos se prenderam firmemente no metal. Não iria soltá-la, não agora que conseguira. Ela estava prestes a abrir a porta quando um barulho a fez sobressaltar, assustada.

— Porra — murmurou ao se encontrar de novo em seu quarto. Quinn se perguntou pela milésima vez o que teria atrás daquela porta.

Não sabia o que fora que a tinha acordado. Só ela dormia na cama, agora que Brittany e Santana tinham se mudado para o quarto antigo de sua mãe. As noites passavam lentamente, e Quinn de vez em quando acordava aos gritos por causa dos pesadelos que tinha com Finn, Rachel e Marley. Shelby a proibira de dormir com Beth e, embora Quinn entendesse seu ponto de vista, não deixou de ficar chateada com o assunto.

Era um perigo até para si. Não comia direito, não dormia, sequer tomava umas doses de vodka com Puck. A partida de Sam e a morte de Marley a tinham atingindo de uma forma completamente nova e assustadora. Não sabia por que estava viva quando tanta gente melhor que ela tinha morrido.

Quatro dias desde a morte de Marley e a ida de Sam. Quatro dias desde que Quinn forçara um sorriso pela última vez. Quatro dias presa dentro de casa, vendo o rosto de Marley em seus pesadelos e correndo atrás de uma porta. Sam ligava diariamente, mas não era a mesma coisa. A casa estava silenciosa.

Quinn forçou seu corpo a se levantar e trocou-se lentamente. A claridade fraca vinda da janela e os gemidos mínimos dos zumbis informavam que não devia passar das seis da manhã. Não importava. Gostava de ir para o telhado e ver no que Lima tinha se tornado, observar o hospital de longe e se perguntar se Rachel tinha acordado ou não.

Outra responsabilidade de Quinn, e provavelmente outra chance que iria perder. O plano de fuga que pensara nos últimos dias envolveria Rachel, é claro, mas poderia deixá-la para sempre presa no hospital, sem se transformar, sem ter noção nenhuma do mundo lá fora. Era o preço que ela estava disposta a pagar para defender os que continuavam estupidamente confiando nela.

Hoje, contrariando as outras manhãs, Quinn, ao sair do quarto, desceu as escadas ao invés de subi-las. Surpreendeu-se ao encontrar Puck, Santana, Shelby e Brittany à mesa, conversando aos cochichos. Pensar que, uma semana antes, a mesa estava cheia de pessoas e risadas fez o coração de Quinn doer um pouco.

— E aí, campeã — Puck cumprimentou ao vê-la, sorrindo contidamente.

Santana acenou para que sentasse na ponta da mesa e Quinn, sem pensar muito, obedeceu. Mesmo com um gesto tão pequeno, pareceu que a posição de líder que um dia fora de Sam estava passando a ela. Quinn não gostava nadinha daquilo.

— Amanhã é Dia de Caçar — Brittany disse, observando Quinn servir-se dos enlatados, preocupadamente.

— Hoje nós vamos embora — retrucou Quinn calmamente, mastigando sem realmente sentir o gosto do que comia. — Ao entardecer. Bem, eu vou, pelo menos.

— Brittany e eu também — Santana falou, decidida. Quinn se permitiu um aceno com a cabeça. — Puck?

— Seguimos amanhã — falou o garoto, olhando para Shelby.

— Sam disse que ontem parou em um lugar — Shelby disse seriamente. — É seguro, e vai permanecer lá. No Tennessee.

Quinn assentiu, engolindo forçadamente um pedaço de pão adormecido. Não tinha apetite nenhum, mas sabia que seu corpo precisava de comida.

— Recolham tudo, comida e mantimentos. Nossas armas também. Vamos sair às cinco horas.

Ela empurrou o prato de comida praticamente intacto e levantou, saindo da sala de jantar. Ao passar pela sala de estar, sua mente voou ao dia em que viu Marley parada, chorando, na porta de sua casa. Ela lembrou-se de como Marley tinha a abraçado com força no sofá, sem dormir, apenas escutando os walkers no lado de fora.

Desviou os olhos, esquecendo-se das lembranças, subindo as escadas, mas Santana a parou. Seu olhar passava seriedade.

— Quinnie, preciso falar contigo — disse. Quinn arqueou as sobrancelhas esperando uma resposta, ignorando o apelido que sua mãe costumava usar. — A sua pistola... Ela foi perdida naquele dia, você sabe.

Santana soltou Quinn; sabia que ela ainda não estava pronta para falar do dia em que Marley morrera. Mas, antes que Quinn pudesse subir para arrumar o que precisava para fugir, Santana mostrou-lhe um embrulho preto.

— Você não sai do quarto há dias, e eu estava entediada. Chamei Puck e, bem... — Santana puxou o embrulho, mostrando uma pistola. Parte da armação era feita de madeira, com detalhes prateados no cabo. Quinn supôs que era nova, pelo brilho que o ferrolho tinha.

Quinn tomou a pistola nas mãos, fitando o objeto atentamente. Não falou. Santana observava-a ansiosa, mas Quinn a ignorou. Puxou o ferrolho da pistola e sorriu ao sentir a suavidade com o que ele se movia. Depois de checar o cano, o carregador e o cão, Quinn olhou para Santana.

— Obrigada — disse, guardando a nova arma no coldre da antiga. — De verdade.

Santana sorriu, abraçando Quinn com força.


13 de Março de 2012

Lima Hospital, Lima, OH

05:31 PM

— Soube que o exército tá se concentrando aqui — disse Santana urgentemente. Ela dirigia enquanto Brittany carregava uma espingarda e Quinn se preparava para sair do carro. — Ninguém vai te fazer perguntas, então entre, ache o quarto da Rachel e pegue-a. Nós vamos dar a volta e esperar lá perto. Malditos walkers, dominaram tudo.

Quinn assentiu sem realmente ouvir. Suas mãos suavam e tremiam; sua pistola nova sacolejava violentamente nelas. Com a respiração ofegante, sabia o que fazer, mas não estava pronta. Não podia falhar como fizera com Marley, ou Finn. Era Rachel Berry que salvaria agora. Não podia falhar.

— Quinn... — Santana chamou quando virou a esquina do hospital. — A gente tem um segundo plano, sabe disso. Se Rachel não acordar...

— Ela vai acordar, Santana — retrucou Quinn sem olhar para a motorista. — Eu sei que vai.

O sonho. Tinha sido o sonho, pensou Quinn ao pular do Cadillac do avô e ir direto à porta do hospital. A porta que perseguia era Rachel em coma. Quinn tocara na porta na noite anterior, e isso significava que Rachel acordaria. Hoje, mais cedo ou mais tarde. Talvez até estivesse de pé. Quinn tinha certeza.

Chutou para longe um errante e entrou zunindo no hospital, ignorando militares, walkers, pacientes loucos pedindo informações sobre o que acontecia do lado de fora. Sabia o número do quarto de Rachel e seguiu direto para lá.

— Vamos fechar a cidade, gente demais! — um militar gritou ao outro, os olhos esbugalhados ao notar o número de walkers que entrava no hospital. Eles atiravam rapidamente com suas metralhadoras, mas não era o suficiente. Sequer notaram quando Quinn passou derrapando por eles.

— Estamos mortos, acabou! — Quinn escutou o outro dizer ao longe. — Isso não tem cura, vamos morrer de um jeito ou de outro.

Quinn se afastara demais para ouvir a resposta do primeiro soldado. Ela correu mais rápido, tentando não notar os chamados dos pacientes. Um garoto, de no máximo quatro anos, conseguiu agarrar seu pulso e mostrou a mordida na mão, pedindo por ajuda. Mal sabia falar e, pelo toque, ardia em febre. Quinn sabia que seu fim estava próximo, por isso se soltou do garotinho e seguiu seu caminho.

Ao achar a porta do quarto de Rachel, o seu coração parou. Era idêntica à que perseguia nos últimos dias nos sonhos. O coração voltou a martelar contra a caixa torácica fortemente e sua respiração falhou um pouco. Lembrou-se da fala de Marley, antes de seu suspiro final.

Não me mencione, tudo bem?

Marley era as pessoas impedindo-a de chegar à porta. Marley era o maior obstáculo de Quinn. Marley poderia se transformar em Rachel, na nova Rachel, em seu coração, mas Quinn não a permitiu. Marley impedia Quinn de chegar a Rachel, mas agora que ela morrera, nada poderia mais separá-las, ela e Rachel.

Não me mencione, tudo bem?

Rachel não ficaria com raiva de Marley, nunca a tinha conhecido. Quinn amava as duas, mas no fim só podia ficar com uma. Sua mão suava em contato com a maçaneta. Quinn olhou ao redor, e encontrou os militares atirando para todos os lados, sem distinguir zumbis de humanos. Fez uma careta ao ver que o garotinho no qual recusara a ajudar jazia morto no chão.

Rachel era sua única esperança de entender por que o grupo ainda a tinha como líder. Não podia falhar com ela, simplesmente não podia. Voltou a encarar a porta, tal como no sonho, mas dessa vez ninguém a acordou.

Não me mencione, tudo bem?

Tudo bem.

A última vez em que Quinn Fabray pensou em Marley Rose foi ao abrir a porta do quarto de Rachel Berry.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Gostaram do significado dos sonhos da Quinn? É legal pensar que mesmo Marley sendo uma grande parte da vida dela, Quinn nunca esqueceu seu maior objetivo - que era salvar a Rachel.
Obrigada a todo mundo que leu, deixem seus reviews com suas opiniões e, como disse lá em cima, talvez daqui a algum tempo, eu volte com fics Faberry :)



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