The Beginning escrita por GabanaF


Capítulo 2
Parte Dois


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como vocês estão? Espero que bem. Hoje nós temos a segunda parte da fic (que agora tenho certeza que se dividirá em quatro partes) e eu acho que no capítulo de hoje alguns de vocês vão gostar MUITO do que vai acontecer... Sem spoilers aqui em cima, espero que vocês curtam o capítulo e vejo vocês lá embaixo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/281094/chapter/2

03 de Março de 2012

Quarto de Quinn, Mansão Fabray, Lima, OH

08:20 AM

Quinn estava correndo de novo, dessa vez mais rápido e com mais fôlego. Não sabia onde estava e nem se importava com os gritos que os outros davam. Correu, correu e correu mais um pouco, sem estar cansada, sem querer parar. Queria saber o motivo daquilo, queria saber por que corria. Sabia que estava perto, perto demais...

— Quinn! — Santana gritou em seu ouvido, esmurrando seu braço. — Acorda, caralho! Hoje é Dia de Caçar!

Um dia se vingaria de Santana por sempre acordá-la no momento chave de seu sonho. Quinn tentou se alegrar por aquele ser o primeiro dia da semana em que dormira uma noite inteira, mas a raiva que tinha da amiga era maior. Mais uns poucos minutos e saberia o motivo de sua correria...

— Santana, vá se foder — ela disse carrancuda, tentando tirar a amiga de cima de suas pernas.

— Brittany faz isso por mim — Santana respondeu alegre, pulando em Quinn. — Tem dez minutos para levantar e se arrumar.

Quinn assentiu, sentando-se na cama. Santana deu um beijo estalado em sua bochecha e saiu. Ao seu lado, o berço de Beth estava vazio. Imaginou que a filha tinha acordado e Puck estava com ela. Brittany não estava à vista, mas Marley dormia num colchão no chão, que Quinn pegara do quarto de Tina quando a garota tinha ido.

Fazia três dias que Artie, Mike e Tina tinham roubado um carro no crepúsculo e fugido de Lima. Não tinham mais celulares, então Quinn não fazia ideia do que estava acontecendo com os garotos. Esperava que estivessem longe e salvos.

Ela levantou e cutucou Marley. No quarto que Tina e Mike dividiam com Sugar sobrara espaço, mas nem Marley ou Santana e Brittany queriam sair do quarto de Quinn. Sentiam-se bem lá, e Quinn não negaria aquele conforto a elas. Marley murmurou algo que não conseguiu entender e virou para o outro lado, roncando. Quinn revirou os olhos; em praticamente tudo, Marley lembrava a ela Rachel.

Três dias foram o suficiente para fazê-la perceber que Marley se parecia muito com a amiga em coma, mas que nunca chegaria a ser o que Rachel era pra ela. Marley significava muito para Quinn; a garota era uma boa lembrança da vida pré-McKinley e Quinn a amaria para sempre por ela tê-la escolhido acima de tudo o que ganhara nos últimos anos.

Mas ela continuava não sendo Rachel.

— Hoje é Dia de Caçar, Marley — Quinn sussurrou perto da garota. — Eu vou me trocar e te espero lá em baixo.

O Dia de Caçar era algo que acontecia sempre que estavam entediados. Nomeado por Santana (obviamente), esse era o dia em que parte do grupo saía da mansão à procura de walkers para matar, limpando a área perto da mansão e até se aventurando mais longe. Também era o dia em que as provisões eram reestocadas.

Ela tirou a camiseta folgada preta e enfiou-se em outra, um tanto menor, colocando uma camisa xadrez por cima. Pegou uma calça jeans desbotada e calçou seus tênis vermelhos, bagunçando seus cabelos curto e rosados na frente do espelho. Depois de ter certeza de que estava desarrumada o suficiente, Quinn saiu do quarto.

Ela chegou à sala de jantar no momento em que decidiam quem deveria sair para caçar. Aparentemente, hoje Sam decidira que o grupo iria mais longe que o normal.

— Eu quero ir — dizia Finn, a expressão decidida enquanto comia alguns pedaços de bacon, algo raro nos últimos dias.

— Fique quieto, Finnstúpido, você só presta aqui dentro — disse Santana sem rodeios. Quinn sentou ao lado da garota, escolhendo os maiores pedaços de bacon que conseguiu achar na frigideira.

— Eu não saio desde que entrei nessa casa! — exclamou Finn, liberando pedaços bacon pela mesa toda. Shelby fez uma careta, limpando seu prato com o garfo. — Preciso de ar!

— Troque de lugar com Sam na vigília, então — retrucou Santana. Rory e Sugar abafaram risadinhas. — Você não vai.

— Por que não damos uma chance a ele? — perguntou Brittany de forma manhosa, e Quinn sabia que Finn já estava liberado para sair. Santana não sabia como resistir à namorada. — Como eu, Sugar, Rory e Puck saímos da última vez, não terá problema se Finn sair.

— Estou com você, Britt — disse Sam, apontando a faca para a garota.

Finn comemorou com um gritinho.

— Então somos eu, Finn e Santana? — indagou Quinn. — Não vai, Sam?

Mercedes e Shelby não se intrometiam naqueles assuntos; preferiam ficar em casa cozinhando e tentando viver o mais normal que conseguiam. Quinn não as culpava, afinal cada um tinha sua forma de enfrentar os zumbis — além disso, elas eram as melhores cozinheiras do grupo.

— E eu? — Marley entrou na cozinha usando uma camiseta e uma calça emprestadas de Quinn e sua boina nas mãos. Como não tinha nenhuma roupa a não ser a que viera no corpo, ela usava as de Quinn, que cabiam perfeitamente em seu corpo. — Preciso de roupas novas, não posso continuar com as de Quinn pra sempre, eu digo.

— Eu pego — disse Quinn, indicando a cadeira ao seu lado para Marley. — Não se preocupe.

Quinn queria Marley a salvo, não andando por aí sem saber manejar uma arma. Precisava protegê-la a todo custo.

— Eu sei me cuidar — disse Marley. — Posso ir com vocês.

— Não — Quinn falou firmemente. — Você não pode, tem quatorze anos e não sabe usar uma arma.

— Eu posso aprender.

— Não hoje.

— Quinn, eu não sou mais uma garotinha, eu posso...

— Por isso encontrei você chorando na minha porta quatro noites atrás?

— Mas, Quinn, eu...

— Eu já disse não!

Quinn não percebeu que estava gritando, ou que todos tinham parado de comer para prestar atenção na discussão. Não notou seu rosto a centímetros do de Marley, não ouviu seu tom raivoso e não percebeu que o garfo que segurava o bacon não estava mais em suas mãos, e sim no chão.

Os olhos de Marley também estavam carregados de fúria. Santana puxou Quinn de volta ao seu lugar, mas ela não parou de encarar Marley raivosamente.

— Está decidido, então! — Sam falou numa falsa alegria, batendo palmas para chamar a atenção do grupo. — Quinn, ficará com a parte norte da cidade e tentar nos arranjar mais munições. Santana, fique com o centro de Lima. Tente arranjar notícias do hospital. Finn, cinco quadras para baixo tem uma farmácia. Sua tarefa é pegar fraldas para Beth.

Aquele trabalho era sempre de Quinn e Puck, mas Finn pareceu animado em cumpri-lo. Não era uma tarefa difícil, logo a possibilidade do ele ser atacado tanto por humanos quanto walkers era mínima.

— Marley... — Sam olhou para Quinn, mordendo o lábio — fique por aqui hoje. Na próxima você vai, eu prometo.

Marley assentiu, lançando um olhar fulminante a Quinn. Ela comeu seus ovos e bacons espalhando-os pela mesa toda, raspando o prato com o garfo e a faca, criando uma melodia terrível. Quinn esperou todos saírem da mesa para falar com ela.

— Você é tão impulsiva quanto Rachel — ela disse, observando seu prato vazio.

— A garota em coma — falou Marley, tamborilando os dedos na mesa de maneira nervosa. — Ouvi Finn e Puck falarem dela ontem.

— Ela é a namorada do Finn — confirmou Quinn. — Ou pelo menos era. Ela ainda não acordou, e não acho que acordará tão cedo.

— Eu me pareço com ela, pra você?

Quinn confirmou com a cabeça.

— Você era uma criança três anos atrás. Ainda te vejo como uma. Sinto-me na necessidade de te proteger.

— Como não conseguiu fazer com Rachel — completou Marley.

Quinn mais uma vez meneou a cabeça. Sentiu as lágrimas se formarem, mas não as deixou cair. Fazia muito tempo que não pensava em Rachel daquela forma. Fazia muito tempo que não conversava sobre Rachel daquela maneira, tão crua.

— Acho que posso te esperar aqui — disse Marley, depois do que pareceu à Quinn muito tempo. — Brittany é mais legal do que Santana, de qualquer forma.

Quinn levantou a cabeça e sorriu a Marley, agradecendo com um aceno.


03 de Março de 2012

North Lima, Lima, OH

11:42 AM

— Fabray na linha, câmbio — disse Quinn, espiando de longe a loja de armas. Estava praticamente vazia não fossem alguns walkers passando pela porta.

— Não precisa dizer seu sobrenome, idiota — Santana respondeu, fazendo Quinn rolar os olhos. — Já entrou?

— Não — Quinn falou. — Estou falando com você, não tenho tempo pras duas coisas.

— Ah, cale essa boca Fabray, entre logo e pegue uma arma que preste pra você e pra mim — Santana cortou impacientemente. Quinn se perguntou se era possível espancar alguém pelo radiocomunicador. — E eu passei lá no hospital. Não me deixaram entrar, obviamente, mas não estão permitindo mais a entrada de gente que tenha sido mordida. Rachel está a salvo, por enquanto.

Quinn se permitiu um suspiro aliviado.

— Vou entrar na loja — anunciou, com um ânimo diferente. — Câmbio. Desligo.

Santana xingou antes de desligar. Quinn revirou os olhos mais uma vez e carregou a pistola, conferindo também se seu punhal estava atado à panturrilha. O punhal tinha sido presente de Russell a Judy, e Mercedes o encontrara uma semana antes enquanto limpava o quarto do casal. A garota decidiu que Quinn deveria tê-lo e ninguém discutiu.

Ela observou a frente da loja de novo. Os walkers tinham diminuído, mas havia dois humanos mais perto, prestes a saquear o local. Ela poderia levantar uma bandeira de paz; podia até conhecer os dois homens. Mas esses eram outros tempos. Lima estava infestada de gente de outras cidades, loucos por alguma ajuda, não mencionando os walkers.

Um dos homens apontou para ela. O segundo seguiu a indicação com o olhar e exclamou algo, animado. Ela engoliu em seco quando os viu apontando dois revólveres para ela, mirados em sua cabeça. Quinn ergueu as mãos e saiu de seu esconderijo, se perguntando o que Santana pensaria se dissesse que tinha se entregado tão rápido.

— Aproxime-se! — gritou o homem da esquerda enquanto Quinn andava pausadamente, embainhando de novo a pistola que carregava. — Não tente nada contra nós, estamos armados!

Quinn viu em seus olhos que eles nunca tinham saqueado alguma loja na vida; e o medo em sua voz também o denunciava. Ao chegar mais perto deles, os identificou: o que falara era mais alto, mais musculoso e mais carrancudo que o que permanecia em silêncio. Pela aparência, o segundo homem não gostava de ser incomodado ou contrariado, embora seus olhos dissessem a Quinn quem era o verdadeiro líder.

— Em que eu posso ser útil? — Quinn nunca fora muito atrevida sem o uniforme das Cheerios no colegial, mas aquelas eram diferentes circunstâncias. Não importava se tinha uma arma apontada para o seu rosto, demonstrar medo diante qualquer situação matava mais do que ser mordida por um walker.

O homem da direita cutucou o outro com olhos arregalados. Sussurrou algo em seu ouvido, os olhos presos em Quinn. Eles sabem quem eu sou, pensou ela, triunfante.

— A Garota de Cabelos Rosa — falou o maior num sussurro contido. Sua voz era carregada. — É você.

— Sou eu. — Quinn abriu um sorriso maroto. Suas mãos ainda estavam acima da cabeça, mas ela conseguiu abaixá-las um nada sem que os outros dois percebessem. — Podemos entrar na loja logo, escolher o que quisermos e depois ir embora? O número de walkers na nossa volta está aumentando.

Os homens olharam para os lados, aterrorizados. Quinn não tinha notado os walkers, mas se passara uns minutos desde que olhara ao seu redor. Zumbis podiam ser lentos, mas eram surpreendentemente rápidos quando queriam.

— N-nós vamos... E-eu... — o mais alto gaguejou, abaixando seu revólver e puxando o outro homem para longe. — V-vamos embora daqui, Stu.

— Fiquem! — exclamou Quinn quando os dois homens saíram correndo. Ela tirou a pistola do coldre e puxou o ferrolho, rindo dos gritos de pavor deles. — Tem armas para todos!

Contudo, eles já estavam longe. Quinn se permitiu outra risada antes de entrar na loja. Santana nunca acreditaria, pensou animada. Ela estava louca para contar o que acontecera à amiga.


03 de Março de 2012

Sala de Estar, Mansão Fabray, Lima, OH

05:16 PM

— Nenhum sinal do Finn? — perguntou Quinn.

— Três horas, e nada — disse Sam, passando a mão pelos cabelos loiros. — Onde diabos ele se meteu?

— Deve ter arranjado alguém por aí que precisava de ajuda — Mercedes tentou reconfortá-los, mas sem sucesso.

Quinn voltara animada para contar sobre os homens aterrorizados, mas ao chegar à mansão encontrou Santana e Sam sentados no sofá da sala de estar, os rostos cheios de preocupação. Santana a abraçou com tanta força que as duas quase caíram no carpete. Marley não a largou por longos dez minutos logo após Santana soltá-la, chorando torrencialmente. Depois de muitos gritos e lágrimas, Quinn finalmente soube o que tinha acontecido.

— Uma manada, Quinn — dissera Brittany, que vigiava o telhado. — Uns duzentos, trezentos walkers de uma vez só. Pouco depois os militares passaram, mas não adiantou muito. Se for lá em cima agora, aposto que encontrará novos walkers feitos de gente do exército.

Finn fora o único que não tinha conseguido retornar. Quinn, Santana e Sam tentaram comunicar com o garoto, mas o sinal do rádio e do celular estava inativo. Alguém tinha desligado os meios de comunicação de Finn, prova de que ele poderia estar vivo em algum lugar. Talvez alguns dos saqueadores levaram-no enquanto pegava as fraldas de Beth e o tivessem colocado sob vigilância.

— Isso não é coisa do Finn — falou Puck. — Ele sempre pensa em si, e só depois nos outros. Até nós, conhecidos dele, estamos em último na sua lista.

— Depois de Rachel — acrescentou Quinn seriamente. Mas Rachel estava trancada em coma num quarto de hospital, não tinha possibilidades de Finn ter ido lá e salvo sua namorada... Teria?

— Finn primeiro, depois Rachel — falou Sam. — E mais tarde, nós.

O silêncio tomou conta da sala. Estava escurecendo e as hipóteses de Finn voltar eram praticamente nulas. Quinn sabia que o grupo tinha que enfrentar a pior delas: Finn poderia ter sido morto. Podia estar andando por aí numa versão walker naquele momento.

— Eu vou atrás dele. — Quinn levantou determinada. — Se não fizermos isso agora, só iremos fazer de manhã e muita coisa pode acontecer durante uma madrugada.

Santana também ficou de pé.

— Vou com você — disse, mas Brittany a fez sentar novamente.

— Não vai, não.

Ela olhou com raiva para a namorada e depois para Quinn, que somente deu de ombros. Ninguém dizia não a Brittany naquela casa.

— Tudo bem, vou sozinha — falou, tirando a pistola do coldre e checando seu pente. Obviamente, ainda estava carregado. Quinn sentiu os olhos de Marley queimando suas costas. — Será mais rápido. Além disso, Finn vale duas pessoas.

— Tanto no peso como na coragem — Puck se permitiu uma piada. Uma rodada de risadas fracas encheu a sala.

O garoto piscou a Quinn.

— Boa sorte, Quinnie.

Quinn agradeceu com a cabeça e conferiu se a adaga da mãe estava presa ao seu tornozelo. Ao sair, olhou o grupo, se demorando na expressão perdida de Marley, e abriu um sorriso confiante. Era uma missão para achar Finn Hudson, e ela encontraria Finn Hudson.

Cinco quadras abaixo da mansão Fabray, Quinn se viu num pandemônio. Walkers gemiam e atacavam os humanos e os humanos que não eram mordidos corriam de um lado para o outro, errando a mira ao atirar nos walkers. Quinn se desviou de três balas e escapou por pouco de um errante perneta que rastejava perto de si.

A farmácia estava na sua frente, mas Quinn se permitiu um segundo de hesitação. Finn poderia estar lá, escondido, com as fraldas de Beth nas mãos; ou morto e andando, pronto para matar o primeiro humano que aparecesse na sua frente. Quinn queria fugir. Não queria encontrar o garoto, temia pelo momento.

Mesmo assim, engoliu em seco, chutou a porta da farmácia e entrou.

Ao contrário do lado de fora, o estabelecimento estava calmo e silencioso. Quinn sacou a pistola e respirou fundo. Ela avançou lentamente por dentre as prateleiras quase vazias, temendo o que podia encontrar a cada passo que dava.

— Finn? — ela perguntou sussurrando ao ouvir um farfalhar. — É você, seu idiota?

Outro murmúrio e Quinn se moveu mais rápido em sua direção. Avançou mais prateleiras e bateu de frente com algo macio, caindo no chão.

— Finn? — perguntou de novo, coçando a cabeça e franzindo a testa. Sua arma fora parar a dois metros de distância de onde caíra.

A forma na sua frente era de um ser humano, alto e desengonçado como Finn... Usava a mesma jaqueta vermelha do time de futebol dele. Vira o garoto a usando naquela manhã. Alegrou-se com a visão, tentando se levantar...

Mas ao virar, ele não era mais Finn. Seus olhos estavam fundos, brancos como leite. A pele, mesmo à noite, era translúcida e morta. No lugar onde devia estar as letras da McKinley High, uma grande mordida ocupava o local. Sangue, meio avermelhado, meio preto, pingava do ferimento. Metade da mão faltava e havia outros pontos sem carne perto de suas costelas.

O zumbi Finn avançou lentamente para Quinn. A garota se aprontou para carregar a pistola, mas notou que não estava com ela nas mãos. Finn se moveu mais uma vez, os olhos fixados em Quinn, famintos. Pela boca sem sangue, ela percebeu que seria a primeira refeição dele como walker. Que honra, pensou ao se rastejar para mais perto de sua arma.

Finn gemeu mais alto, com os braços tentando pegar os pés de Quinn. Ela o chutou, a mão a cinco centímetros da pistola. Finn caíra e engatinhava no seu encalço, mais rápido do que ela presumira. Chutou-o mais uma vez, puxando a adaga de seu tornozelo e a enfiando na barriga dele. Ela sabia que não mudaria muita coisa, mas o atrasaria um pouco.

Quinn rastejou pelo chão e agarrou a pistola com toda a força que tinha, sentindo agora as mãos tremerem. Sua visão estava borrada, e então foi perceber que estava chorando. Ao finalmente puxar o ferrolho da arma, Finn já estava de pé, pronto para cair em cima dela e matá-la.

Por um segundo, seu olhar e o do zumbi se encontraram. Sabia que não era Finn, que o garoto estava morto, mas todas as lembranças que vivera com ele passaram por sua cabeça. Seu primeiro dia de aula na McKinley; o primeiro beijo; o primeiro encontro na casa de Quinn; ela vendo Finn observar Rachel na sala do coral; o dia em que Rachel contara que Quinn estava grávida de Puck, e não de Finn...

O término, a volta e o Baile passaram zunindo por sua cabeça. Percebendo o quão terrível Finn podia ser; o quanto ela ajudara Rachel a se livrar dele; ele ter ido com Rachel no dia do acidente, não ela... Tudo, tudo voou na sua cabeça. Ela queria voltar no tempo, queria aquele Finn de volta, que mesmo sendo um completo idiota ainda estava vivo e ao lado deles.

Por que Finn melhorara. O acidente de Rachel tinha transformado todos, mas atingira ele e Quinn de outra maneira. Finn não era o líder, porém, adorava defendê-los. Quase nunca saía de casa por que era melhor atirando de longe. E agora ela entendia o erro enorme que cometera ao deixar Finn sair sozinho.

O tiro foi certeiro. A cabeça de Finn voou para trás em rápida velocidade, deixando o garoto zumbi cair para longe de Quinn.

A garota mal conseguia respirar, os olhos lacrimejando e as mãos ainda tremendo. O barulho do tiro possivelmente teria chamado atenção dos errantes do lado de fora. Quinn não tinha outra opção senão ir embora. Tinha de deixar o corpo de Finn para entrar em composição. Engoliu em seco e levantou, pegando sua adaga do estômago de Finn e um pacote de fraldas para bebês do tamanho exato de Beth que encontrara e saiu.

Ao chegar à mansão, depois de quase uma hora se desviando de humanos e walkers, Quinn jogou o saco de fraldas na mesa de jantar e se deixou cair na primeira cadeira que encontrou.

— Finn? O que houve com ele? — Sam perguntou aflito.

Um olhar de Quinn foi o suficiente para que todos soubessem o que tinha acontecido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que vocês acharam? A morte do Finn, assim como para Quinn, foi algo estranho a se escrever. Acostumei com ele morto na outra fic, e matar um personagem é sempre algo estranho. E a Marley, o que pensam dela até agora?
Espero reviews com elogios e xingamentos de todos vocês e vejo vocês semana que vem :D