Na Sombra Do Passado escrita por Paola_B_B


Capítulo 29
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Bom, vamos ao epílogo e a minha despedida. Converso com vocês lá embaixo ;)



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Epílogo

POV Edward

O dia passava lentamente. Lá fora o sol era encoberto pelas nuvens, mas o dia era quente. Eu estava entediado. Muito entediado. Fazia poucos dias que Bella viajou para ajudar os garotos em um caso. Pelo que eles suspeitavam era um Djin. Dean ligou desesperado, pois seu irmão não acordava de jeito nenhum. Ele já suspeitava da criatura que era capaz de prender as pessoas em seus melhores sonhos enquanto elas morriam lentamente na vida real. Mas para acorda Sam ele precisava de mais alguém para ajudá-lo. Bella não pensou duas vezes e se foi. 

Confesso que já me acostumei com essa rotina, apesar de que me sinto entediado na maioria das vezes em que Bella está ausente. Não gostava de ficar sozinho, então geralmente eu ia para casa de meus pais. Esme ficava exultante de tanta felicidade, mesmo que já tenham se passado 5 anos, ela ainda não gostava da ideia de eu e Bella morarmos em uma casa "longe" da família. 

O fato é que Bella não pode se fingir de estudante assim como meus irmãos fazem, pois pelo menos uma vez ao mês ela fica ausente por uma ou duas semanas. É tempo de mais para que qualquer desculpa seja convincente. Então nós decidimos por vivermos nossa vida em nossa própria casa. Isso era bom e ruim ao mesmo tempo. O lado bom é que tínhamos uma privacidade que eu nunca pensei que experimentaria após minha transformação em vampiro. O lado ruim é que quando Bella não estava em casa eu me sentia um tanto solitário. 

Para fugir da solidão sempre que minha caçadora ia trabalhar eu ligava para meus irmãos e combinava uma caçada ou um jogo de basebol. Me divertindo com minha família eu mal sentia o tempo passar. Então quando Bella voltava eu estava em casa a esperando para matar as saudades. 

As vezes meus planos não saíam como o esperado. Nem sempre ela voltava cheia de amor para dar. Teve vezes em que ela estava tão machucada que eu tive que chamar Carlisle para examiná-la, outras vezes ela se sentia tão exausta que dormia 24 horas seguidas. O seu trabalho mexia não somente com seu físico, mas também com seu psicológico, pois várias vezes ela chegou se esvaindo em lágrimas e tudo o que eu fazia era tentar consolá-la. Mas graças a Deus a maioria das vezes ela chegava sorrindo com seus olhos brilhantes de saudades e louca para estar em meus braços. Passávamos dias embolados entre os lençóis com pequenas pausas para Bella se alimentar. 

Não vou negar que estou vivendo o momento mais feliz da minha vida. No começo achava que as coisas melhorariam se minha caçadora abandonasse sua profissão e vivesse somente comigo, mas ao longo desses cinco anos percebi que a distância nem sempre é ruim e viver nossas individualidades era saudável ao nosso relacionamento. 

Meu tédio de hoje se devia ao fato de Bella não ter passado nem três dias comigo e também por Dean ter ligado bem no meio de... Bem, ele teve o dom de atrapalhar nosso momento e não teve clima para retornarmos da onde paramos. Estava um pouco frustrado e irritado. 

Meus irmãos estavam agora no colégio, Carlisle no hospital e Esme cantarolava uma canção alegre enquanto cuidava do jardim. Eu estava jogado no sofá zapeando os canais em busca de algo que me chamasse a atenção. Eu precisava de alguma ocupação, me sinto um vadio. 

Meu celular tocou estridente e ao olhar a tela notei que era uma chamada direcionada a um dos telefones falsos que Bella instalara em nossa casa. Minha caçadora explicou que nem sempre eles convenciam os policiais de que eram agentes do FBI, então eles entregavam o cartão do superior e quando o policial ligava para o número caía em nossa casa. Eu fingia que era o superior e destilava ordens para todos os lados para que Bella não tivesse problemas com a polícia. Como eu dificilmente ficava em casa quando ela não estava instalamos o sistema siga-me para que a ligação viesse diretamente para o meu celular. 

- Agente Crommer. - atendi me sentando ao sofá. 

Fiz com que minha voz soasse extremamente autoritária. O homem limpou a garganta do outro lado da linha. Sorri me divertindo. 

- Er, desculpe o incomodo agente Crommer, mas tenho aqui dois de seus subordinados querendo assumir um caso que não é federal. O FBI não tem jurisdição neste caso. 

- Com quem eu falo? - perguntei seco. 

- Tenente Garcia. 

- Dacota do Sul?

- Exato.

- Tenente Garcia, conto com sua compreensão e deixe que os agentes efetuem o seu trabalho. Outros casos semelhantes aconteceram no Texas, Arizona e Virginia, porém conseguimos controlá-los silenciosamente. Isso torna um caso federal. É de suma importância que esse caso não repercuta na mídia, acreditamos que seja uma nova seita ganhando milhares de seguidores. O objetivo deles é de criar um pandemônio popular. Precisamos impedi-los antes que consigam tal proeza. Então peço que deixe meus agentes trabalharem. - minha voz soou firme e séria. 

- Tudo bem. - o policial parecia orgulhoso. - Ajudaremos no que for preciso. 

- Certamente, agora deixe-me falar com meus agentes? 

- Claro. 

O telefone foi passado e eu pude escutar com grande felicidade a voz de minha caçadora. 

- Senhor? 

- Como vocês estão Bella? 

- O caso está andando para o final, creio que em poucos dias acharemos o mandante. 

- E Sam? Ele acordou?

- Ainda não senhor. Mas estamos trabalhando nisso. 

- Se precisarem de ajuda não hesite em ligar. 

- Sim senhor. 

- É mesmo um Djin?

- Sim senhor. 

- Estou com saudades Bella, três dias não foram suficientes para eu matar a falta que eu sentia de você e agora ela está enorme! 

- Eu compreendo senhor. Também quero pegar esse marginal com todo afinco que o senhor possa imaginar. 

- O telefone é fixo? Por isso não pode falar comigo direito? 

- Sim senhor. 

- Tudo bem, vou deixar você trabalhar em paz. Boa sorte. 

- Obrigada senhor. 

- Bella?

- Sim?

- Quando você chegar terminaremos aquilo que começamos. 

- Sim senhor, eu participarei do treinamento de alpinismo marcado para daqui dois dias. Estamos realmente próximos de pegá-lo. 

- Amo você. 

- Eu também senhor. 

Desliguei o telefone com um sorriso estampado no rosto. Logo ela estaria por aqui. 

[...]

POV Bella

A caçada foi praticamente silenciosa. Estávamos extremamente preocupados com Sam que ficara internado no hospital. Os médicos dizem que ele está em coma, mas nós sabemos exatamente o que estava acontecendo.

Assim que localizamos ao esconderijo do Djin corremos para lá.

Era em uma cobertura de luxo o que dificultou nossa entrada. O jeito foi nos disfarçar.

Colocamos macacões cinza e pegamos umas bolsas de ferro. Com um chiclete na boca eu segui até a recepção. Dean vinha logo atrás de mim.

Estourei uma bolinha e olhei entediada para o homem.

- O senhor é o seu Jorge?

- Não tem nenhum Jorge aqui.

- Como não? Nós fomos contratados pelo Jorge! – respondi irritada.

- Erraram de endereço.

POV Dean

- Escuta aqui meu filho! Nós não viemos até aqui para perder viagem!

Enquanto Mary distraia o homem eu tratei de disfarçadamente me dirigi até os elevadores.

Quando as portas fecharam eu coloquei minha bolsa no chão e peguei minha faca de prata mergulhada em sangue de lhama para acabar com o filho da puta que estava ameaçando a vida de meu irmão.

Cheguei apavorando metendo o pé na porta. O djin me olhou surpreso. Ele estava sentada no sofá com um copo de whisky na mão. Sua pele toda tatuada e os olhos completamente azuis brilhantes.

Antes que ele reagisse eu simplesmente voei em cima dele metendo a faca diretamente em seu coração.

Fiquei observando por alguns segundos seu corpo inerte para então guardar minha faca e voltar para o elevador como se nada tivesse acontecido.

Disfarçadamente me juntei a Mary que desferia palavrões para o porteiro que demonstrava extrema irritação.

- Hey Mary, eu acho que erramos de endereço. – cortei a discussão.

Ela me olhou surpresa e sibilou um “já?” de costas para o homem. Apenas assenti.

- Puxa, então vamos logo para o endereço correto. – sorriu e virou-se para o porteiro. – Tchau.

Segurei o riso com a expressão incrédula do homem e segui Mary que estourava mais uma bola de chicletes rumo à saída.

POV Bella

Fomos direto para o hospital para saber como Sam estava. Nós só nãos esperávamos encontrá-lo se agarrando com a enfermeira.

Dean limpou a garganta e seu irmão largou a enfermeira. Sam nos olhava com o rosto completamente vermelho. Segurei o riso.

- Vejo que está bem. – o mais velho ergueu uma de suas sobrancelhas.

- Er, acho que tenho que ir... – disse a mulher constrangida.

Ela era muito bonita, cabelos castanhos claros e olhos verdes como os de Sam. Sua pele de cor azeitona contrastava com o sorriso tímido extremamente branco.

- Espere Milly! Posso te ligar mais tarde? – perguntou nos ignorando, sorri com os olhos brilhantes do caçador.

- Claro. – a garota sorriu e correu do quarto.

- Então... – sorri – Namorada nova?!

Sam abriu os braços para me abraçar. Ri retribuindo o carinho.

- Vamos sair daqui, esse cheiro de hospital me dá náuseas. – reclamou o mais velho.

Seguimos para o carro.

- Hey garotos, vocês podem me dar uma carona?

- Claro, sairemos amanhã cedinho. – sorriu Sam.

- Como nos velhos tempos então? – Dean piscou para mim.

- Claro paixão, como nos velhos tempos.

[...]

Ficamos hospedados em um hotelzinho barato. Tratei de ligar para Edward avisando que eu voltaria no dia seguinte. Os dois caçadores ficaram tirando com a minha cara pelo tom meloso que eu falava com meu vampiro, irritada eu quase meti alguns tiros nos irmãos.

Mas não demorou para eu poder dar o troco já que Lisa ligou para conversar com Dean que ficou vermelho com as caretas provocativas que eu fazia. Gargalhei quando ele desligou o telefone e me mandou o dedo do meio.

Eu estava feliz pelos garotos. Era notável o quanto Dean estava feliz por sempre conseguir voltar para casa junto de Lisa e Ben. Apesar de ter um enorme trabalho para despistar qualquer um que pudesse segui-lo até sua família. Lisa continuava a negar que o filho fosse do caçador, mas nenhum de nós três acreditava em suas palavras. A semelhança era grande demais para ser apenas coincidência. E para Dean não parecia fazer diferença, ele amava o garoto como seu verdadeiro filho.

O caçador estava todo orgulhoso, pois Ben em estava prestes a se formar na faculdade.

- É paixão... Acho que você está ficando velho! – provoquei.

Sam gargalhou enquanto passava perfume para o seu encontro dentro de alguns minutos.

- Vai à merda Mary!

- Me deem licença, pois vocês dois já estão com as algemas e eu continuo sozinho. – o mais novo se dirigiu para a porta.

- Pelo jeito não por muito tempo. – gargalhei.

Ele sorriu e saiu com apenas um aceno de despedida.

Fechei meus olhos ainda sorrindo. Desde meus 17 anos não me sinto assim tão feliz ao pensar em meu futuro. As coisas ficaram muito bagunçadas quando me tornei adulta e agora tudo parecia em seu lugar.

Meus amigos caçadores se encaminhavam em sua vida e creio que em mais alguns anos se aposentem das caçadas para dedicar suas vidas estritamente às famílias. Já eu continuaria minha estranha rotina. Quando aparecesse algum caso perto de casa eu iria lá e resolveria, para então voltar para casa e me jogar nos braços de meu vampiro.

Nosso relacionamento finalmente estava no rumo certo. Não estávamos colados um no outro 24 horas por dia, mas quando grudávamos éramos perfeitos juntos. Seja nos momentos íntimos, seja nos momentos simples do dia a dia, como quando estava fazendo minha janta e meu vampiro vinha conversar sobre sua família. As coisas estavam sendo como deveriam ser e eu não poderia me sentir mais feliz.

- Mary? – chamou-me Dean.

- Hum?

- Acho que vou te dar essa carona agora. Você faz uma surpresa ao seu vampiro, eu faço a Lisa e Sammy se diverte com a nova namorada.

Levantei sorrindo largamente.

- Ótima ideia. – o abracei. – Senti falta de caçar com vocês Dean, mas não acho que possa voltar a viver na estrada como antigamente.

- Eu também não consigo. – sorriu me puxando para a saída.

- Mas as coisas estão dando certo desse jeito. Quando precisarem de ajuda não hesitem em ligar ok?

- Claro.

Dean parou de andar em frente ao Impala.

- Mary? – me olhou diretamente nos olhos. – Se não fosse por você, acho que eu e Sam ainda estaríamos na estrada vivendo na eterna pressão de impedir o apocalipse.

- Paixão, se não fosse por mim nós estaríamos vivendo o apocalipse.

- Talvez. – deu de ombros. – Mas obrigado, você não só impediu o apocalipse, mas também impediu que eu e Sammy vivêssemos infelizes para sempre.

Meus olhos marejaram.

- Vocês também fizeram isso comigo Dean. Finalmente eu posso dizer que sou uma mulher feliz.

- Tá! Agora chega de melodrama que eu quero encontrar minha mulher!

Gargalhei.

- Claro paixão, vamos.

Eu não podia negar, também estava louca para ver meu vampiro e seguir minha vida de dona de casa, pelo menos até o próximo caso aparecer.

FIM.

E chegamos ao fim de mais uma história. Agradeço de coração o carinho de todos que acompanharam a fic, o apoio de vocês foi fundamental! Espero que essa história tenha trazido alguns bons momentos à vocês. 

Espero encontrá-los em minhas outras histórias. Estou lançando uma hoje mesmo: 

A ESTRANGEIRA:  http://fanfiction.com.br/historia/377768/A_Estrangeira/

sinopse: 

Edward vivia uma adolescência normal. Tinha amigos, uma irmã mais nova, pais amorosos, era um dos jogadores do time de basquete do colégio e muitas conquistas femininas. Só há um porém... Edward não é mais adolescente há quase 100 anos, sua irmã mais nova não era irmã de sangue e seus pais são vampiros, assim como ele, ou melhor, parte dele. Esme e Carlisle se apaixonaram quando Esme ainda era humana. Foi uma grande surpresa quando descobriu-se grávida de uma vampiro. Aquilo era novidade até mesmo para um vampiro experiente como Carlisle. A gravidez foi complicada e ele se viu obrigado a transformar Esme assim que ela deu a luz a Edward. Eles se adaptaram e descobriram juntos as capacidades e limitações do híbrido evitando a todo custo que os tão respeitados Volturi descobrissem sobre Edward. Mas todo o esforço foi em vão quando a notícia de  que uma meia-vampira foi capturada pela realeza e estava sentenciada a morte por simplesmente existir. A família Cullen se viu obrigada a interferir e a pequena Alice ficou sob responsabilidade do estranho clã. 

Agora eles tentavam seguir suas vidas da maneira que sempre seguiram. Mas as coisas estão longe de voltar a antiga tranquilidade já que um soldado Volturi rondava os Cullen apenas observando qualquer deslize que pudesse acontecer.

Inerte aos problemas pelos quais os Cullen passavam Bella chegava a Forks completamente animada com o intercâmbio. Melhoraria seu inglês e conheceria pessoas novas. Seria interessante. Ela só não imaginava que aquela pequena cidade chuvosa mudaria completamente quem ela era, ou quem ela sempre imaginou que era. 


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Notas finais do capítulo

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