Na Sombra Do Passado escrita por Paola_B_B


Capítulo 10
Capítulo 9 - Charlie Swan, o caçador


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente. O cap está enorme, então espero que gostem ;) E eu tenho que dizer: VOCÊS SÃO DEMAIS! 30 comentários!!!! *0* Sério, estou feliz demais! Muito obrigada pelo carinho. Eu espero que continue agradando com as minhas histórias.



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9 – Charlie Swan, o caçador

POV Bella

Não gostei nada de toda a atenção que geramos assim que entramos no ginásio. Primeiro todos nos olharam em silêncio, então começaram a fofocar em seus próprios grupos.

Olhei para os garotos e notei que Dean sorria de forma irônica encarando a todos. Sam parecia desconfortável.

- Quem é a diretora? – perguntei.

Sam fez um sinal discreto com a cabeça apontando para uma jovem mulher de cabelos loiros.

- Quantos anos ela tem? – perguntei assustada com a jovialidade da mulher.

- No mínimo 40.

- Ela não parece ter mais de 25! – exclamei incrédula.

- Entende porque eu não consigo deixar de pensar que ela é alguma coisa? – fico imaginando o que ele pensaria de mim.

Mordi a língua para não falar besteira, afinal eu tenho 45 e cara de 18. Não contaria essa história para os garotos. Sei que um dia terei que fazer, mas ainda é cedo para isso.

- Dean eu acho que você está certo. – murmurei ao notar o anel da mulher. – Estão vendo o anel?

- O que tem ele – Sam perguntou confuso.

- Ele tem o símbolo de uma antiga seita de bruxas.

- Há! Eu não disse?! – Dean pulou chamando a atenção das pessoas que estavam por perto.

- Shiiu! – reclamamos eu e Sam.

- Essas bruxas sugam a alma de jovens para se manter jovens. Mas depois que terminam o seu trabalho não deixam nenhum rastro.

- Como as matamos? – Dean parecia criança em dia de Natal.

Cocei a cabeça.

- Aí está a parte difícil. Todo poder delas está concentrado no anel. Precisamos tirá-lo dela. Mas será muito difícil conseguirmos isso. Ela já sabe o que somos, não deixará que nos aproximemos o suficiente para roubar o anel.

- Então temos que provocá-la. – o mais velho sorriu doentio.

Ergui uma sobrancelha.

- Qual o seu plano paixão?

[...]

Andei lentamente entre os convidados fofoqueiros. Mantive o sorriso ingênuo e peguei um como de suco na mesa de comidas. Segui andando e como quem não quer nada me aproximei da diretora. Ela conversava com um homem que parecia ser um professor.

- Que lindo o seu anel! – exclamei interrompendo a conversa.

Ela pareceu incomodada com o meu olhar, ou talvez fosse por causa dela saber que eu era amiga de dois caçadores.

- Obrigada, é de família. – respondeu nervosa.

- Jura?! – sorri maliciosa. – Tenho certeza que vi um igualzinho na mão de uma mulher de uma cidade distante. Ela era assim, bonita que você. Uma pena ter morrido tão jovem. – meu rosto tão falsamente penalizado que eu pude ver a ira colorir os olhos da velha bruxa.

Por fim sorri e pedi licença. A primeira parte do plano estava completa.

Dei mais algumas voltas pelo salão e então segui para o corredor que estava, obviamente, vazio. Sorri quando escutei o som de mais um par de saltos além do meu.

Levei minha mão direita discretamente até a fenda do meu vestido e peguei minha pistola. Quando me senti segura me virei apontando a arma para a bruxa que me olhava furiosa.

- O problema de vocês bruxas é que são arrogantes demais.

- Não tenho medo de uma caçadorazinha de merda! – grunhiu.

- Como eu disse... Arrogante. – dei de ombros.

Ela fez um movimento rápido com a mão e meu corpo foi jogado nos armários de ferro.

- Au! Você é mais forte que sua amiga Greice. – gemi sem deixar de sorrir.

- Você vai morrer vadia! – sorri mais largamente perante sua raiva.

Dean e Sam já se aproximavam a passos lentos e silenciosos por trás da mulher.

Miller se aproximou de mim e segurou minha garganta. Meu corpo estava suspenso e completamente imóvel. Ela aproximou sua boca da minha, mas antes que ela pudesse sugar minha alma para se manter jovem e forte Dean gritou.

- Hey! – ela virou seu rosto para os irmãos. – Cadê o rostinho assustado e lágrimas de crocodilo? – sorriu cínico.

A bruxa movimentou sua mão novamente e os garotos voaram e caíram ao chão. – Porém com esse movimento ela acabou por afrouxar o meu aperto e com a arma que ainda estava em minha mão consegui atirei na mulher. A bruxa apenas deu um passo para trás com o impacto. Sua raiva aumentou.

Não me surpreendi por ela mal sentir o tiro no coração. Seu poder estava no anel e os meninos também sabiam disso.

Sam levantou-se e correu se jogando na mulher. Os dois caíram ao chão e eu e Dean corremos ajudar na luta.

Ela se debatia enquanto os irmãos tentavam imobilizá-la. Já eu tentava pegar o anel, porém assim que consegui um grande clarão tomou minha visão e em seguida tudo escureceu.

[...]

POV Alice

A frustração se apoderou do meu ser. Por mais que eu tentasse ver Bella eu não conseguia. Deitei no colo de Esme que começou a acariciar os meus cabelos.

- Deixe estar filha, Bella tornou-se uma mulher forte. Temos que respeitar suas decisões já que quando fomos embora sequer perguntamos o que ela achava. Sinto vergonha de nossa atitude. A amávamos como um membro da família, mas na hora de tomar uma importante decisão menosprezamos a potência de seus sentimentos. Fomos mesquinhos.

Suspirei compreendendo a tristeza misturada com revolta de minha querida mãe.

- Eu sei. Devemos isso a ela, mas... – suspirei mais uma vez. – Tudo o que mais quero é implorar o seu perdão. Mesmo que ela não queira contar o mistério que envolve a sua falta de envelhecimento. Eu só quero a chance de admitir que errei e pedir perdão.

- Pare de procurar Alice, se for para reencontrá-la vai acontecer independente de você procurar caminhos mais rápidos ou não. E também acho que deve contar o que viu ao Edward.

- Eu sei. Estava pensando nisso. Você tem razão Esme, acho que não devo procurá-la, pois quem tem que fazer isso é meu irmão.

POV Dean

Abri meus olhos sentindo todo o meu corpo doer. Levantei devagar e olhei a volta. Encontrei Sammy e Mary desmaiados na relva. Estávamos em uma floresta escura e úmida, mas não muito densa. Pude enxergar a estrada ao longe.

- Onde estamos? – meu irmão perguntou grogue.

- Ainda não sei.

- Hey Mary, acorde. – Sammy sacudiu a garota com delicadeza.

- Onde está a bruxa? – perguntou ela.

- Quando acordei ela não estava aqui. O que diabos aconteceu? – perguntei estressado.

- Acho que ela ficou tão desesperada que tentou usar seus poderes para fugir, mas acabou nos levando junto. – explicou massageando sua cabeça.

- Então vamos descobrir onde estamos. – disse andando em direção à estrada sendo seguido pelos dois.

Seguimos durante alguns minutos pela estrada vazia. Uma chuva chata caía e aos poucos foi nos encharcando.

Meus olhos arregalaram quando um garoto atravessou a estrada correndo. Ele estava encharcado assim como nós, mas o que me chamou a atenção foi a arma em suas mãos. Mary ofegou atrás de mim.

Virei para ela que tinha o rosto completamente emocionado.

- Conhece aquele garoto? - perguntei.

Ela assentiu lentamente.

- É o meu pai.

Olhei para Sam rapidamente. Viemos para o passado.

- A bruxa deve ter tentado viajar para outra época, como estávamos todos juntos acabamos vindo junto. - explicou Sammy.

- Vamos ter que encontrá-la para voltar para a nossa época. - voltei meu olhar para Mary, mas ela não estava mais lá.

A procurei pelos lados, mas logo a encontrei correndo na mesma direção que seu pai fora há pouco. Corremos atrás dela e meu irmão a segurou.

- Não pode falar com ele Mary. - disse ele enquanto ela se debatia.

- É o meu pai! - chorou.

- Eu sei o que está sentindo, mas não pode interferir! Se falar com o seu pai nessa época pode afetar o seu futuro, pode afetar até mesmo o seu nascimento!

- Eu não me importo! - debateu-se ainda mais.

Sam conseguiu a virar para ele a segurando pelos braços.

- Você impediu o apocalipse! - gritou. - Se não nascer no futuro estaremos perdidos!

- É o meu pai... - choramingou finalmente parando de se debater.

- Eu sei, e sinto muito. Mas não vamos deixar que faça besteira. - disse ele mais baixo a puxando para um abraço.

Meu irmão me olhou seriamente. Apenas assenti. Teríamos problemas. Não poderíamos deixar que Mary contasse ao seu pai quem ela era, mas ao mesmo tempo entendíamos perfeitamente o que ela estava passando. Já que certa vez fomos mandados para o passado por um Deus pagão e acabamos por conhecer nossa mãe e descobrir que ela era uma caçadora.

- Vamos procurar um lugar para ficar. Será que esse lugar tem algum hotel? - perguntei espremendo meus olhos em direção à estrada, tentando encontrar algo em seu fim.

- Se estivermos na estrada que leva a Forks tem uma pousada simples. Ela era antiga, mas acho que nessa época vai estar nova. - murmurou Mary ainda abraçada a Sam.

O jeito foi continuar andando.

[...]

Caí na cama completamente exausto e só de cueca para que minhas roupas secassem. Tivemos que inventar uma desculpa de carro estragado, misturada com casamento em Seattle e finalmente perdidos em Forks sem quaisquer roupas. A pousada até que era aconchegante, mas ficamos cada um em um único quarto. Iríamos descansar um pouco e então procuraríamos Miller. Só espero que ela não tenha partido para outra época.

[...]

POV Sam

A manhã começou com a notícia de que duas pessoas morreram de repente em La Push. Tratamos de conseguir umas roupas bregas da época para nos misturar no lugar.

Assim que chegamos no local do crime avistamos o pai de Mary junto a um outro garoto de pele bronzeada e cara de índio.

- Quem é o outro garoto? - perguntei a Mary que olhava o seu pai fixamente.

Estávamos mais afastados, apenas observando a polícia local se movimentar.

- É Billy Black, seu melhor amigo. - respondeu nostalgicamente. - Ele vai ficar preso em uma cadeira de rodas quando for adulto.

- Como pode saber isso? - gelamos ao ouvir a voz grossa e imponente atrás de nós.

Nos viramos rapidamente. O homem era mais alto do que eu. Tão moreno quanto o tal Billy e as mesmas feições indígenas. Os cabelos escuros não conseguiam esconder alguns grisalhos. E eu tenho que admitir que o homem tinha um porte assustadoramente forte.

Olhei para Dean que retribuiu meu olhar. Então olhamos para Mary que encarava o homem sem medo.

- Viemos do futuro. - disse ela.

Eu e meu irmão arregalamos os olhos. Dean soltou uma risada falsa.

- Quanto que você bebeu hein Mary?!  - ela sequer retrucou enquanto encarava o homem.

Ele também não tirava os olhos dos dela.

- Isso é impossível. - respondeu ele sem expressão.

- Realmente, tão impossível quanto humanos se transformando em lobos do tamanho de cavalos. - quando o homem estalou seus olhos assombrado Mary deixou um meio sorriso escapar. - Você é Ephraim Black, ou estou enganada?

- Esse é um segredo em nossa aldeia. Como sabe disso? Você não parece nossa descendente.

- E realmente não sou. No futuro serei amiga de de seu bisneto. Meu nome é Isabella Mary Swan.

Black virou a cabeça rapidamente para o neto e seu amigo.

- Sim, eu sou filha de Charlie.

- Se vocês realmente são do futuro, como vieram para a nossa época? E porque estão aqui? - os olhos extremamente escuros nos fitavam impassíveis.

- Somos caçadores. - respondi.

- Como Charlie e seu irmão?

- Você sabe disso? - perguntou Mary franzindo o cenho.

- Aqueles dois me irritaram bastante invadindo a minha casa atrás de pistas. - deu de ombros. - Se nos conhece tão bem quanto diz, sabe muito bem que somos um tanto instáveis. Dei um susto neles, não iria machucá-los para valer. Não são os humanos que temos que lutar.

- Entendo...

- Ainda não responderam minha pergunta.

Quem explicou foi Dean.

- Como e porque estamos aqui significa a mesma coisa. Estávamos caçando uma bruxa, quando ela tentou fugir para o passado. Acabamos vindo junto. É ela a causadora das mortes. Precisamos encontrá-la para voltar para a nossa época e também acabar com aquela vadia.

Ephraim assentiu e então ergueu a mão chamando a atenção dos dois garotos.

- Espere! – Mary pediu, mas os dois já vinham em nossa direção. – Não diga que sou filha de Charlie, nem que vim do futuro!

- Hey vovô! Quem são seus amigos? – perguntou Billy.

Agora de perto eu pude perceber que ele era alto. Não mais do que eu, mas chegava perto.

- Esses são... – apontou para nós, mas notou que não sabia meu nome e de meu irmão.

- Sam, Dean e...

- Isabella. – Mary me cortou.

Dean a olhou com repreensão.

- Eles são caçadores. – completou Black.

Charlie nos olhou surpreso.

- Faz sentido... Esse tipo de bruxa não costuma matar mais de uma pessoa de uma só vez. O que fizeram para ela perder tanta energia? – o conhecimento do garoto nos surpreendeu.

- Ela fez uma grande viagem tentando fugir, só que acabou nos levando junto. Precisamos encontrá-la para voltar para casa. – expliquei.

- Mas não basta pegar um carro e voltar de onde vieram? – Charlie era esperto, não me assusta Mary ser tão boa.

- Viajamos no tempo pa...

- Mary! – exclamou Dean.

A caçadora se encolheu.

- Eu acho melhor que vocês cassem sozinhos, Isabella vem comigo. – Ephraim a puxou pelo ombro.

- É melhor mesmo. – Dean concordou seco.

- Vai se foder Dean! – grunhiu ela se desvencilhando dos braços do homem e andando apressada para outra direção.

- O clima está tenso entre vocês. - comentou Charlie depois de Mary e o Black sumirem de vista.

- Não leve a mal, não costumamos brigar desse jeito... É só que... Mary está envolvida demais nesse caso. Emocionalmente envolvida. - expliquei.

- Então é melhor que ela fique afastada mesmo. Ela pode acabar se machucando. - seu cenho estava franzido em preocupação e com esse ato eu percebi perfeitamente o quanto eles eram parecidos.

- Vamos logo atrás dessa bruxa, ela já atrapalhou demais minha vida. - bufou Dean.

Concordamos e trocamos algumas informações sobre pistas e nos surpreendemos por ele saber sobre o anel. Charlie era muito novo, mas mesmo assim demonstrava um conhecimento imenso. Eu não precisaria vê-lo em ação para saber que o cara era um ótimo caçador.

- Não Billy, você não vai. - disse ele sério ao amigo.

- Cara eu descendo de lobos!

- Seu bisavô se transforma em lobo. Você não. Pode até ter uma resistência maior que as pessoas, mas não sabe nada de caçadas. Então você vai para casa!

- Às vezes você parece o meu pai. - bufou o garoto seguindo para sua casa.

Charlie revirou os olhos e nós seguimos atrás de nossas pistas.

- Charlie, onde está o seu irmão.

- Na casa de Ephraim. Ele já sabe da bruxa, está fazendo algumas pesquisas.

POV Bella

Eu sei que fui estúpida com o Dean, mas ele tinha que relevar. Meu emocional está uma loucura. Ver meu pai em outra época é tão diferente e a saudade que sinto aplacou-se um tanto. Mesmo que eu estivesse louca para abraçá-lo e dizer o quanto sinto sua falta eu sei que não posso. Os garotos estavam certo em me afastar do caso, mesmo que seja um sonho caçar ao lado de meu pai.

- O que o futuro nos reserva? Carros voadores? Casas na Lua?

- Não somos de um futuro tão distante senhor. - sorri levemente.

Ele retribuiu meu sorriso de um jeito espontâneo e imediatamente me lembrei de Jake.

- Você é muito parecido com Jake... Ou melhor, Jake é parecido com você.

- Foi assim que soube quem eu era?

- Sim... Principalmente os olhos escuros... O sorriso é igualzinho. A sua pelagem quando se transforma em lobo também é castanha escura?

- Sim... Quer dizer que Billy também se transformará?

- Não. Por três gerações não houve transformações.

- Isso quer dizer que vampiros apareceram.

- Sim... Fico me perguntando se você já conheceu os Cullen.

- Eles partiram há alguns anos. - assenti aliviada. - Então eles voltarão?

- Sim. O tratado não será quebrado. Eles são pacíficos. Fez certo em confiar neles. – minha voz soou triste.

Percebi a curiosidade nos olhos do homem, mas chegamos a sua casa e ele não perguntou nada. Sorri ao avistar a humilde cabana. Eu não sabia que eles tinham passado gerações vivendo no mesmo lugar. Porém meu sorriso morreu quando avistei o homem sentado no chão da sala cercado por livros velhos.

- Bom dia Swan! – cumprimentou Black.

- Bom dia. – respondeu ele sem tirar os olhos dos livros.

- Essa é Isabella. – assim que Ephraim me apresentou Michael ergueu o rosto em minha direção.

- Prazer, sou Michael. – eu sei.

Sorri para ele. Meu tio Michael, o homem que fui conhecer apenas com 19 anos após passar maus bocados. O tio que eu não sabia que existia até ele contar a verdadeira história de Charlie. O homem que ensinou tudo o que sei sobre caçadas. Meu mestre, meu professor.

Lembro-me como se fosse ontem. Os olhos castanhos como os meus, tão bondosos e acolhedores. O homem com roupas rústicas e simples, característica de nômades, estendeu-me a mão com delicadeza e cuidado. Sua feição demonstrava pena e eu sabia que ele me via como um bichinho acuado. Hoje eu compreendo seu olhar. Eu posso imaginar perfeitamente como eu deveria estar. As roupas completamente rasgadas. Minha camiseta tapava apenas a parte da frente do meu corpo. A calça tinha rasgos por toda parte. Eu tinha terra dos pés aos fios de cabelo. Meus dedos sangravam e minhas costas ardiam com a recente cicatriz... E tudo o que o homem me disse foi: Fico feliz em não ter esquecido a data. Está a salvo agora Isabella.

- Isabella?

Pisquei os olhos rapidamente me livrando de minhas lembranças.

- Desculpe, estava apenas imaginando onde estaria a bruxa.

- Então você também é uma caçadora? – Michael estava interessado.

Sorri assentindo e sentei ao seu lado lhe contando sobre o que estávamos caçando e o porque dela estar matando tantas pessoas. Omiti a época que saímos e também que ele era meu tio. Ephraim deve ter percebido a minha emoção em estar ao lado de meu tio, pois sorriu nos deixando a sós.

- Você parece ser uma boa caçadora.

- Eu aprendi com o melhor de todos.

[...]

POV Sam

Não foi difícil descobrir o tipo de pessoa que Miller procurava para se alimentar. Quando fomos para a casa do lobo tudo se confirmou com Mary e Michael que pesquisaram por toda a manhã e descobriram o que precisaríamos fazer para voltar para casa.

- Por incrível que pareça é um feitiço simples. Mas precisamos da bruxa viva. – explicou Mary.

- Então é melhor aproveitarmos enquanto ela ainda está fraca. – afirmou Dean saindo da cozinha com a boca cheia de um bolo de fubá.

Quis esconder o rosto por vergonha alheia. Mas acabamos rindo quando ele se enroscou numa estante e rasgou a camiseta.

- Eu pego uma camiseta para você. – riu Charlie.

Dean tirou a camisa e Michael olhou curiosamente as queimaduras nos braços de meu irmão.

- O que é isso?

- Minhas marcas do inferno. Sim meu caro, literalmente. Essas são as mãos de um anjo. Ele me puxou pelos braços.

- Anjos existem?

- É difícil de acreditar, mas sim.

- Uau!

- Não é tão demais assim. – Dean bufou.  

Charlie voltou à sala e jogou uma camisa para meu irmão.

- E é bom que ninguém morra, não quero chorar num dia tão feliz como hoje! – afirmou Charlie.

Eu e Dean acompanhamos seu sorriso enquanto todos nós seguíamos para fora da casa.

- O que aconteceu que te deixou tão feliz maninho? – Michael perguntou.

- Eu vou ser pai! – o choque paralisou Michael e Mary.

- Pa.Parabéns! – gaguejou a caçadora.

- Charlie! O que é que você tem na cabeça? – repreendeu o mais velho.

Charlie fechou a cara.

- Eu vou me casar com Renee e abandonar a vida de caçadas. Não quero esse futuro para meu futuro filho ou filha. Essa é minha última caçada.

- Garoto tolo! Não se pode abandonar as caçadas. Estamos fadados a isso pelo resto de nossas vidas. Não há modo de fugir. – Michael não tinha ideia do quanto estava certo.

- Após capturarmos a bruxa eu vou provar a você que é possível! – retrucou Charlie.

- Então é melhor correr. – Ephraim tremia da cabeça aos pés olhando na direção do centro da aldeia.

Ele saiu de perto de nós e os tremores aumentaram. De repente ele explodiu virando um enorme lobo. O olhei completamente chocado. Nunca tinha visto algo assim antes. E olha que já vi muita coisa nessa vida.

Ele começou a correr e nós o seguimos.

O lobo era muito mais rápido e quando chegamos no lugar ele já sacudia a bruxa de um lado para o outro. A mulher parecia um boneco na boca do animal.

Então ela caiu desacordada em nossa frente. Corremos amarrá-la e a levamos de volta para casa. Precisávamos preparar o feitiço que nada mais era que alguns sinais inscritos no chão e algumas palavras em latim.

POV Bella

Meu coração se apertava a cada momento que se aproximava de irmos embora. Tudo estava pronto. O anel posicionado na testa da bruxa amarrada ao chão. As estrelas, luas e círculos desenhados ao chão. Sam e Dean já haviam se despedido e se encontravam ao lado da bruxa.

Após dar tchau aos três segui até o círculo maior.

- Mary não. – pediu Dean sabendo o que se passava em minha mente.

- Talvez isso já tenha acontecido Dean... Eu preciso arriscar. – dei um passo para trás e fiquei de frente para os três. – Daqui um ano eu quero que conte a Michael quem eu sou Ephraim. – pedi.

Ele me olhava confuso, mas assentiu.

- Michael. No dia 02 de outubro, daqui dezenove anos eu vou precisar da sua ajuda. Estarei na floresta de La Push, pero do cemitério. Você vai saber o que fazer.

Finalmente me voltei para meu pai. As lágrimas desciam pelo meu rosto.

- Eu amo você. – seus olhos arregalaram, mas eu não dei chance dele dizer alguma coisa.

Comecei a recitar as palavras em latim e ao mesmo tempo dos garotos segurei o anel da bruxa. O clarão se fez presente e logo estávamos de volta ao corredor do colégio e Dean enfiava uma adaga no coração de Miller.


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Notas finais do capítulo

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