Nada Mais Importa... escrita por Hana


Capítulo 1
Porque... Nada mais importa.




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Rukia. Um anjo em minha vida. Desde o dia em que a vi, me apaixonei instantaneamente. Nunca quis expor meu amor por ela, pelo simples fato de achar que a estaria usando. Pelo menos de alguma forma. Seria arrogante de mais dizer “aishiterumo” para uma pessoa, que é idêntica a minha falecida esposa.

Penso no melhor para ela. Sempre pensei. E mesmo me mostrando frio e insensível, eu a amo. No fundo me sinto um pouco culpado por esse sentimento, e arrependo-me por saber que me apaixonei por outra além de Hisana. Mas quando penso nela, sinto como se ela aprovasse isso. Como se apenas quisesse me ver feliz.

Ela é forte, e amadure a cada dia. Já se tornará tenente, e até arriscava uma vaga no teste de capitão. Mesmo eu sendo contra, eu a apoio, é tudo que posso fazer. Sei que por parte de meu clãn estaria tudo bem casar com ela. Afinal somos parentes induzidos. Mas, tudo o que eu não quero é forçá-la. Pois a amo com todas as minhas forças.

Ouvi leves passos no assoalho, e intriguei-me com quem poderia ser aquela hora. Ouço um leve barulho como se algo tivesse caído. Contradizendo minha curiosidade, levanto-me de meu futon e não vejo nada. Absolutamente nada. Determinado a voltar para meu quarto e esquecer aquela tolice, dou de ombros e coloco-me em direção a cozinha. Um copo de água faria minha cabeça e meus pensamentos voltarem ao normal.

Mas surpreendo-me no caminho encontrando algo caído. Aproximo-me e vejo que se trata não de algo e sim de alguém. Rukia estava ali caída como uma flor de Sakura que acabara de florescer. Talvez pudesse ser até igualada a um anjo ferido. Vejo leves escoriações em sua pele. Com certeza ela estava voltando de uma missão para seu quarto, mas o que a faria cair?

Você está bem?

On...Oni-san... – percebo certa dificuldade ao pronunciar as palavras.

Vejo em seu braço esquerdo um ferimento médio que não aparentava nada de estranho a não ser por aquela região estar em um tom avermelhado diferente do resto dos ferimentos. Devia ser veneno, aplicado durante a batalha que tivera e só percebeu agora. E fora os ferimentos de batalha, possui um grande avermelhado no joelho, fruto da queda.

Andei em sua direção me abaixando até a sua altura, a fitei por alguns instantes e depois passei minhas mãos sobre suas costas e sobre seus joelhos, envolvendo-a em meus braços. Apoiei sua cabeça em meu ombro e a suspendi levemente no ar, andando em direção ao seu quarto. Pude sentir sua doce e calma respiração, como se estivesse tranqüila. Ela era tão leve quanto uma pluma, não representava peso algum.

A lua estava cheia e brilhava no céu cintilante, cheio por uma porção de pequenos feixes de luz. As estrelas davam um ar calmo, a noite estava realmente sem dúvida, muito bonita. Mas não tão bonita quanto ela. Nada era tão bonito quanto ela. Nada chegava nem meramente aos pés de sua infinita beleza. Sua pele pálida fina doce e suave sem absolutamente nenhuma imperfeição era como um manto de cetim.

Seus cabelos negros e lisos cobriam e davam forma ao seu rosto, sempre tendo um madeixa a frente de seus olhos. Seus belos orbes azuis eram incríveis, me perdia naquele azul cintilante. E seus lábios rosados que me intrigavam tanto, como se os meus estivessem totalmente loucos para prová-los. Seu rosto angelical, e sua incrível personalidade. Ela era mais linda que um anjo, determinada, corajosa e forte. Essa era Rukia.

Ao chegar em seu quarto, não precisei acender luzes pois tinha dois pares de velas acesos nos dois cantos, que iluminavam perfeitamente o ambiente. A ouvi gemer e sua respiração ser descontrolada por alguns momentos, levando seus músculos a se dilatarem e sofrerem leves tremores pela substancia que se diluía em seu sistema sanguíneo, contaminando-o.

Deitei-a sobre o futon, por cima dos cobertores. Ela ainda estava consciente e isso era bom. Deslizei minha uma de minhas mãos para seu coração e o pressionei um pouco para senti-lo. Seus batimentos estavam acelerados e falhados, então o coloquei sobre o ferimento envenenado e invoquei um kidou curativo. Simples, mas eficaz.

Quando o ferimento já estava fechado e o veneno havia saído de seu organismo por inteiro, usei o kidou curativo em seu joelho, para amenizar a dor e o inchaço. Vi algo se formar diante de seu rostro principalmente de seus olhos como uma placa de reishi a sufocando. Concentrei minha energia espiritual e “hadou 4 byakurai” destruindo seja lá o que fosse aquilo. Instantaneamente seus outros pequenos ferimentos se fecharam e um reishi roxo e negro foi expulso de seu corpo.

Arígatôu nii-sama.

Disse ainda com voz uma fraca. Conclui que estava tudo bem, mas ela se virou contra o futon e tossiu sangue. Pude ver algo reluzente em seu rosto brilhar em reflexo com o brilho da lua. Seriam lágrimas?

O que você viu?

Óbvio era o poder especial daquele veneno, como a habilidade secreta na forma shikai de uma zampacktou. O veneno demorava para afetar a pessoa, mas depois disso ela tinha uma morte lenta e dolorosa com lembranças amargas do passado, enquanto ela mesma se destruía de fora para dentro. Ou simplesmente tornando seu pior pesadelo em realidade.

Ela estava atordoada. Seu ponto fraco, eram seus sentimentos. Aquele que possui o domínio deles, a derrotava. Mas era o natural de todos esconder ou camuflar seus pontos fracos. O meu era vê-la sofrer de algum modo. Sua respiração estava descompassada, e as lágrimas escorriam por seu belo rosto agora avermelhado. Ela precisava de alguém que a reconfortasse, mas certamente não era eu. Mesmo negando isso até a alma, estranhamente ela se levantou abraçando-me.

No começo não sabia o que ao certo a se fazer, mas depois de senti-la tão perto a mim precisando tanto de um abraço a envolvi com minhas mãos, trazendo-a mais para perto de mim e deitando-a sobre meu colo. Sua cabeça agora estava apoiada no meu ombro, pude sentir aquela região ficar rapidamente úmida por suas lágrimas. Lentamente pude a sentir ficando mais calma, tranqüila e relaxada, o que era bom. Vê-la bem era tudo o que eu queria.

E mesmo sem dizer nada, pude entender o que ela tinha visto como seu pior pesadelo. A escuridão literalmente. Em sua forma mais real, ela estava sozinha e totalmente isolada de tudo e de todos. Pode ser apenas segundos, mas para ela foi os segundos mais longos e terríveis de todos.

Depois de alguns minutos, ela se virou em meu colo onde a fitei com uma aparência muito melhor. Limpei os últimos resquícios de água de seu rosto, e me tentei a sair dali rapidamente, antes que algo além de um mero abraço acontecesse. Surpreendi-me ao sentir o toque de sua pele contra a minha. A palma de sua mão deslizou suavemente até minha bochecha, ficando por fim em meus ombros.

Nossos rostos ficaram aproximados ao máximo, praticamente colando nossas testas. Por fim acabei com a distância de nossos lábios. O beijo foi calmo de uma forma única que nunca poderá ser descrita apenas sentida. Era mais que perfeito. Rukia ainda me envolveu com seus braços pelo meu pescoço aproximando-nos ainda mais.

Pairei então minhas mãos sobre sua fina cintura, e ela fez um leve peso sobre mim levando-me a deitar minhas costas para trás, caindo perfeitamente na superfície macia do futon. Uma pequena fresta da janela lateral do quarto estava semi-cerrada, e o brilho da lua ultrapassava por ela.

Agora eu entendia. A magia daquela bela noite. O carinho, o sentimento de afeto e proteção em relação a ela sempre foi nada mais do que amor. Ela era tão linda, a pessoa mais linda de todas. Talvez seja por isso que sua zampacktou signifique amor, força e beleza. A beleza mais pura e doce que é considerada a mais bela das zampacktous. E talvez, seja por isso que nessa bela noite nossos sentimentos viessem a toda, permitindo-nos expressa-los e senti-los ambos juntos. Interrompemos o beijo momentaneamente e ela sussurrou em meu ouvido

Aishiterumo nii-sama. Shikkashi, e agora?

Aishiterumo... E nada mais importa.

Foi o bastante para ignorarmos barreiras futuras, assim como fofocas e boatos maldosos, e concentrarmos no futuro lindo e maravilhoso que nos esperava a frente daquilo tudo. Amávamos-nos e era o que importava, o destino nos uniu por uma razão, não por mera coincidência. Pois “Coincidências não existem, apenas o inevitável”. Era inevitável o nosso amor, e além de tudo a nossa felicidade. Não existe amor sem barreiras, se não o destino não teria a graça de uma bela aventura. O amor nasce e floresce graciosamente dentro do coração e deve passar por tudo para florescer. Aceitando isso, aceitando o fato de irmãos adotivos se amarem estávamos acabando com nossos próprios medos e receios. Pois o amor é assim, eu a amava e nada mais importava...

Ao menos não para nós.


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Notas finais do capítulo

Olha eu aqui mais uma vez galerinha. Com mais uma fic de Bleach envolvendo o Byakuya, pois é né. E como daqui a alguns meses será as férias, vai ter muito mais bYakuya rolando nas minhas novas fanfictions. Tenho milhares de ideia para brincar um pouco com ele. Ha ha ha. Espero que tenham gostado, e espero que a mesma mãozinha que clicou na história tenha o bom senso de clicar em "enviar um reviews" a essa autora aqui. E pra quem curte Byakuya e Hisana:
http://fanfiction.com.br/historia/272513/Lembrancas_De_Um_Amor_Eterno/